dezenove
- É tarde, Ama. Por que você não está dormindo?
Eu despertei por que ouvi a voz dele.
- Eu não sei... Por que eu não sei, ué.
Depois que eu acabei de comer o Michele disse que eu poderia deitar e dormir e foi isso que eu fiz. Ele me cobriu com o edredom e me desejou boa noite.
Não sei que horas ele tinha vindo pra cama, mas agora eu ouvia sua voz falando ao telefone, eu acho.
O quarto estava meio escuro mas eu conseguia ver sua silhueta perto da janela.
- Eu... Meu vôo pra Polônia é de madrugada... Claro que eu quero que você vá, eu te mando mensagem avisando tudo. Eu não posso... Por que eu não posso, não estou sozinho. Não Anna, você não conhece. Olha, eu vou te responder tudo amanhã ok? É tarde, você deveria ir dormir por que eu vou fazer isso, boa noite!
Ele respirou fundo e voltou pra cama. Senti quando ele me abraçou por trás e beijou minha cabeça.
- Quem era?
- Caralho, Eve! - ele falou alto e me soltou. - Que susto da porra, meu deus.
Eu me virei pra ele rindo e vi que ele estava com a mão no peito.
- Isso foi troco? - ele perguntou e pegou minha mão levou ao seu peito. - Olha isso, olha como meu coração tá batendo rápido.
O meu coração que está batendo muito rápido por estar tocando no seu peito, era duro e os pelos formigava meus dedos.
- Quase uma taquicardia. - falei e tirei minha mão. - Por que você está sem camisa?
Ele já era um pecado, sem camisa eu não saberia dizer o que ele era.
- Você não gosta? - ele riu e chegou mais perto de mim. - Estou sem ela exclusivamente para você.
Ele estava tão perto que eu conseguia
sentir sua respiração, se eu me aproximasse um pouco tenho certeza que nossas bocas iriam se tocar.
Mas eu me afastei, por que ele não queria me beijar então eu não iria dar iniciativa.
Mentirosa.
- Com quem você falava?
Ele parou de sorrir e ficou sério.
- Uma amiga. - respondeu. - Desculpa te acordar.
Uma amiga?
- É a sua casa e o seu quarto, não tem que se desculpar. - é, eu estava na defensiva. - Que horas são?
- Não tenho idéia. - ele tocou minha cintura e a apertou. - Já é tarde, deveria voltar a dormir.
- Eu não quero dormir agora. - falei. - O que você estava fazendo? Antes de conversar com a... sua amiga?
- Você disse que não era do tipo ciumenta. - ele semicerrou os olhos.
- Eu não sou.
- Então por que quer saber?
Isso claramente é um fora.
- Só fiquei curiosa... - tirei suas mãos de mim e virei de costas pra ele, agarrando o travesseiro. - Vou voltar a dormir.
Ele definitivamente não queria falar sobre isso. Eu sei que sou curiosa demais e tenho mania de me intrometer em coisas que eu não deveria, só que as vezes é impossível.
Eu já estava insegura e ele não falar sobre sua amiga Anna me deixava doida. Sua suposta amiga Anna que fez o filme com ele.
Eu vi essa droga de filme, eles tinham se tocado, beijado e praticamente transado e não parecia nada técnico. Eu vi várias línguas, várias, isso não era técnico e nada profissional.
Meu deus, eu estava com ciúmes do trabalho dele.
Não, eu estava com ciúmes dele.
Desde quando? Com direito?
Eu não sou o tipo de garota que proíbe o parceiro de fazer as coisas, jamais faria isso. No momento, eu só queria que eles não fossem amigos.
Odeio isso em mim.
E se eles fossem mais que amigos?
Provavelmente eu choraria e isso era uma vergonha pra mim por que nem quando fui traída eu chorei, chorar agora significaria que eu sou idiota.
Você é idiota, Eve.
- Eve...
- Boa noite, Michele. - falei. - Estou com sono, vou dormir.
Não valia a pena falar sobre isso por que eu estava errada. E ele não querer falar é um direito dele, ele não me deve satisfações.
- Eve... - senti seu braço ao meu redor e seu corpo junto ao meu. - Ela é só uma amiga, você não tem com o que se preocupar. - ele segurou meu rosto e virou o mesmo. - Sério, eu não faria isso com você.
- Mas...
- Shh... - ele me impediu de continuar falando com seus dedos tocando meus lábios, ele acariciou minha bochecha e voltou a se deitar atrás de mim. - Você queria saber o que eu estava fazendo antes, hmm, eu estava fumando e vendo você dormir.
- Claro que estava fumando.
Eu revirei meus olhos e me virei pra ele, acho que ele nunca iria parar. Espero que ele seja saudável e que não tenha nenhum problema, não quero...
Você não quer nada, você não tem esse direito.
Eu odiava minha consciência. Mas, ela estava certa. Eu não tenho esse direito.
Mesmo o quarto estando com pouca iluminação eu conseguia ver seus olhos escuros que eu acho a coisa mais bonita nele, além do físico claro.
Ele não era só um rostinho e corpinho bonito.
- Estava sem sono. - ele subiu e desceu os ombro. - Eu sei que você não gosta mas, eu não consigo evitar as vezes.
- Eu não gosto mesmo, mas...
- Mas, o que?
Depois de ter visto ele fumando no carro ao meu lado, e a forma que ele fazia, me deu um tesão gigantesco que eu não saberia como explicar o por que.
Uma parte de mim adoraria que ele fumasse todos os cigarros do mundo ao meu lado que jamais iria reclamar.
Já a minha outra parte só queria que ele parasse.
Sou confusa, nem eu me entendo.
- Você fica mais atraente do que já é quando fuma. - falei. - Eu gosto, mas ao mesmo tempo não.
Ele respirou fundo e voltou a tocar meu corpo por baixo do edredom. Senti primeiro sua mão no meu ombro e depois ele foi descendo pelo meu braço até segurar atrás do meu joelho e puxar minha perna pra cima da sua cintura.
Eu fiquei arrepiada claro, quem não ficaria, com uma mão passando por seu corpo na maior inocência né?
Inocente seria quem não ficasse arrepiado.
- Você está arrepiada... - ele sussurrou e esfregou minha coxa. - Qual o problema, querida?
Ele, ele era o problema.
- Você ainda vai me enlouquecer, Michele, sério. E para com isso.
- Você não gosta? - ele perguntou e chegou mais perto, perto o suficiente pra eu conseguir sentir o cheiro bom de tabaco que ele tinha, ele riu e apertou a mão na minha perna. - Eu acho que você gosta...
- Você está me provocando...
- Você gosta disso também. - ele se afastou para olhar meu rosto. - Não é? Por que se não gostar você fala que eu paro na mesma hora.
- É claro que eu gosto... - suspirei. - E claro que não quero que você pare, mas...
- Eu disse que ela é só uma amiga, esse é o problema né? - perguntou. - Mas não deveria ser, por que eu estou falando sério. Você não acredita em mim?
- Acredito...
- Não parece, Eve.
É, provavelmente eu vou estragar tudo.
Meus parabéns, Eve, você só faz merda.
- Eu acredito em você, sério. Eu só não quero me...
- Eve... - ele tocou meu rosto e o segurou com as duas mãos para olha-lo. - Não há com o que se preocupar, não seja tão insegura. Seja confiante, nada pode dar errado. - ele beijou minha cabeça. - Agora, eu vou te beijar. Por que eu sei que você quer muito isso, e por que eu quero também. Então, espero que você não se importe com o gosto de tabaco.
- Dane-se o gosto ruim de cigarro, me beija logo.
Ele riu e se inclinou, tocando nossos lábios.
Finalmente.
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