Capítulo 11
– é aí vai nos contar qual é a sua com o grandão da cor do pecado – Lívia pergunta olhando para mim de dentro da piscina.
Estamos aproveitando o nosso domingo antes deles voltarem para Curitiba, meus irmãos estão fazendo churrasco, meu pai está sentado tomando um vinho já que ele não gosta de cerveja e a minha avó está toda boba curtindo os bisnetos.
– eu já contei ontem o que está acontecendo. – falo colocando meus óculos de sol e tomo mais um gole do meu drink de maracujá tentando encerrar esse assunto, mas as minhas cunhadas não parecem dispostas a me deixar mudar de assunto.
– Tem mais coisa aí, coisas que eu suspeito que você não iria falar na frente dos seus irmãos. – camilly diz da espreguiçadeira ao meu lado. – ele te olha como se quisesse te comer, ou quem sabe repetir a dose....
– A gente não tem nada, não aconteceu nada, eu acabei de terminar um relacionamento e não estou aberta a outro.
– Mas quem disse que você precisa de um relacionamento – Lívia olha em volta e quando vê as crianças com a minha avó bem longe volta a falar – você pode só sentar com vontade naquele pedaço de mal caminho.
– A lívia tem razão cunhada, você pode só dar um passeio por aquele monumento, olha aquelas tranças deixam ele ainda mais gato e não vou nem falar nada das tatuagens.
Sutilmente viro minha cabeça em direção ao local onde Gregório está parado conversando com os meu irmãos, ele está vestido apenas com uma bermuda verde militar de cós baixo o que chama atenção para a linha de sua virilha abaixo de seu abdome super sarado. Suas tranças estão enroladas em um coque no alto de sua cabeça e como ele está de costa consigo ver a tatuagem do grande dragão que pega desde a base do cóccix até a base do pescoço. Além das que eu já tinha visto que estão por todo seu braço direito. Não tem como negar que ele é muito bonito.
– Nós trocamos alguns beijos e eu confesso que tem uma atração forte entre a gente, mas não vai passar disso. Eu não posso permitir.
– ele é casado?
– que isso, não, a mãe do Lorran abandonou eles dois quando o bebe nasceu com o problema cardíaco.
– Que horrível, eu nem consigo imaginar fazer algo assim com meus pequenos – camilly fala e olha com amor para os gêmeos Lucy e Matheus que estão brincando com a bisavó e para a caçula Amara que está no colo do pai.
– Mas se não é por ele ser casado qual motivo te leva a não querer ficar com ele e nao estamos falando de você ter um relacionamento com ele mas um lance algumas noites que mal há nisso? Você está solteira e não tem um tempo certo para ficar com outras pessoas depois do término – Lívia diz saindo da piscina se enrolando em uma toalha antes de se sentar aos pés da minha espreguiçadeira.
– Vocês se querem dá pra ver, então qual motivo? – camilly reforça
– Eu tinha dezesseis anos, nos estudávamos na mesma escola ele era um veterano do terceiro ano popular e que todos queriam estar perto e eu.. bom eu nao era ninguem – começo contando e só de lembrar minha garganta se fecha um pouco e os meus olhos ameaçam se encher de lágrimas. Limpo a garganta para tentar demonstrar menos o quanto isso me afeta.
Qundo ele me chamou para sair eu so fiquei lá parada como uma idiota e balancei a cabeça concordndo, eu era a garota gordinha, timida sem amigos. Eu não gostava de me apegar a ninguém porque aprendi que a qualquer hora as pessoas podiam nos deixar ou nos mandar para longe, por isso manter a distância era a solução perfeita para que eu não perdesse parte do meu coração outra vez. Mas saber disso, tentar me resguardar ao máximo, não impediu que eu desenvolvesse uma paixonite por Gregorio Ventura.
Quando a sexta feira do encontro chegou eu nem podia acreditar, na escola ele me entregou um bilhete confirmando tudo e eu passei o restante da aula com um sorriso bobo nos lábios achando que estava prestes a viver um conto de fadas, fala sério qual garota de dezesseis anos não ia querer sair para um encontro na sexta a noite com o cara mais lindo do colégio, bom pelo menos aos meus olhos ele era super gato.
Quando cheguei em casa fui direto me arrumar: lavei os cabelos e arrumei bob's nele todo para que quando eu retirasse os rolinhos de plásticos lindos cachos estarem formados, depois me sentei e fiz minhas unhas pensando em um tom de rosa que eu amava, depois disso nunca mais usei esmalte rosa penso com tristeza, quando as unhas estavam perfeitas entrei no banheiro e depilei as pernas como minha avó havia me ensinado. Sai do banho passei um hidratante cheiroso, escolhi o meu vestido mais bonito ele era azul e delineava em meu corpo não me deixando tão gorda o que consequentemente deixava minha auto estima um pouco mais elevada que o normal.
Quando estava terminando de soltar os bobs do meu cabelo minha avó entrou no quarto se sentou na minha cama me encarando através do espelho da penteadeira, sorrio pra ela com animação e continuo ajeitando meu cabelo com um silêncio confortável habitando entre nós duas.
– Querida uma mulher deve sempre estar preparada, eu não vou te falar muita coisa, pois sei que és muito responsável e eu te criei bem assim como criei bem a sua mãe. Mas tenha algumas coisas em mente, primeiro: meninos por mais legais que sejam são meninos e eles pensam muito em sexo – fico constrangida e mortificada com as palvras, mas minha avó continua seu monologo. – você só deve fazer sexo quando se sentir pronta para isso e com uma pessoa especial.
– certo vovó – falei baixinho.
– Segundo: sempre tenha o seu dinheiro querida – ela me entregou uma nota de cem rais que eu peguei e apertei entre meus dedos. – se ele for um cavlheiro e se oferecer pagar a conta como uma gentileza você aceita, mas se ele for um idiota mostre que voce não prescisa dele pra nada.
– Eu sou uma mulher forte criada por outra mulher forte – falei com convicção a frase que ela sempre me fazia repetir e ela sorri pra mim antes de caminhar e vir colocar a mão sobre meu ombro.
– Terceiro: se divirta, lembre-se que você é uma garota especial que merece ser amada e cuidada.
– Obrigada vovó.
– Você está linda, se divirta.
E eu saí de casa pronta para me divertir, caminhei feliz até a lanchonete da cidade onde era o lugar favorito dos adolescentes, me sentei em um dos sofás de estofado vermelho e esperei ele chegar.
Esperei mais um pouco.
Esperei por três horas inteira.
E quando ele finalmente apareceu estava acompanhado da Cecília Nogueira, eles pararam na minha frente e trocaram um beijo digno de cinema depois disso ele se virou para mim e disse.
– não acredito que você caiu nessa, achou mesmo que eu trocaria essa gostosa por você
– se toca breatrizoca cara de orca – Cecília disse e todos ao redor começaram a rir, eu me levantei passei por eles e corri o máximo que pude.
– Que idiota eu vou lá arrancar aquelas tranças do cabelo dele na base do puxão ate sangrar o couro cabeludo dele. – Lívia fala se levantando e eu me apresso a puxar o braço dela a fazendo se sentar outra vez no lugar onde estava.
– Não seja doida, já passou muito tempo – falo ainda tentando manter minha cunhada sentadinha no lugar dela.
– Nem todo tempo do mundo seria o bastante; eu era uma peste na escola, metida, arrogante, insuportável – camilly vai pontuando nos dedos – mas nem em um milhão de anos iria fazer algo assim com outra garota. To pensando seriamente em forma de matar ele com bastante sofrimento, descobrir em que buraco essa tal de Cecília se enfiou e fazer a mesma coisa com ela; ninguém faz a minha cunhada sofrer, vou contar pro meu marido e o Bento vai quebrar a cara dele com muita força.
– você é meio fofa assim, toda brava – comento divertida tentando mudar de assunto, mas elas me olham feio – qual é gente o filho dele tá logo ali brincando com a Larissa, a criança já tem problemas demais para ver o pai ser atacado por duas mulheres com raiva.
– Certo então me conta o que você fez depois, enfrentou ele?
– Não eu fiquei com minha auto estima destroçada, me recusei a voltar para o colégio o meu pai já era rico naquela época, então eu implorei pra que ele me tirasse daqui e ele fez isso pagou para que terminar meus estudos em casa e eu me formei um ano mais cedo.
– E ele, como age sobre tudo isso? – Camilly diz apontando o copo em direção ao Gregório.
– Ele meio que me pediu desculpas, aliás ele tentou algumas vezes e eu cortei ele. Depois, na aposta, o lance dele era me fazer aceitar sair para jantar com ele, para compensar e esclarecer. Mas graças a Deus ele perdeu e eu não vou ter que sair para resolver nosso passado, meu passado humilhante
– Nossa, por que você nunca contou essa história pra gente?
– Porque já faz muito tempo, eu era adolescente e boba, não gosto da pessoa que eu era, da adoscente que fugiu e se escondeu. Eu queria que vocês me vissem apenas como uma profissional fodona e não a garota insegura e depressiva.
– Mas a gente vai sempre te ver assim e saber do que você passou só nos dá a certeza que você é uma pessoa ainda mais extraordinária – diz lívia o meu lado antes de passar um braço ao redor dos meus ombros me puxando para um abraço apertado, logo a camilly se joga sobre nós quase nos derrubando.
– Eu amo vocês duas sabiam, minha vida ficou bem melhor com vocês e as crianças.
– Volta pra casa então, a gente sente sua falta.
– Faltam somente vinte dias para que eu volte, vou aproveitar esse tempo com a vovó e resolver tudo com o Gregório, acho que a qualquer momento ele vai fugir só pra não aceitar minha ajuda – comento com humor na voz.
– Depois de tudo que ele fez, se torna ainda mais especial todo esforço que está fazendo por ele.
– Não por ele, pelo Lorran.
– Pelos dois admita – Livia provoca e eu nem tenho como esconder delas.
– Tá eu admito, pelos dois. Eu não sei o que está rolando comigo mas eu tenho esse ímpeto de querer ver o Gregório bem, de querer tirar dele o olhar de pesar e sofrimento que ele carrega. – murmuro pensativa – ele brinca, flerta, dá risada e cuida do filho, mas a sombra da preocupação nunca abandona o olhar dele.
– Você tá ferrada – camilly fala
– A paixonite me parece mais forte que nunca.
Eu não respondo, apenas me levanto, tiro a toalha de minha cintura e pulo na piscina querendo que o gelado da água lave meus problemas como lava o calor que estou sentindo.
.
.
.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top