Caçada // incompleto
Adrastus deu um passo para trás, incrédulo do que acabará de ouvir.
-- você quer matar meus irmãos? -- Ele repetiu com a voz exaltada.
A guardiã apoiou as mãos na frente do peito, sem desviar o olhar de Adrastus, mas não o encarando diretamente nos olhos.
-- sendo mestiços, eles são perigosos, Adrastus. -- ela respondeu. -- principalmente a garota, Rubby, ela tem os poderes do Error além de tudo.
-- perigosos?!! Maziar nunca machucou uma mosca! E Rubby mal usa as linhas, Dark só sabe usar a faca! Não vou mentir dizendo que Rubby e Dark são duas florzinhas que nunca machucaram ninguém, mas eles não usaram poderes de guardião nenhum! -- ele rosnou, fechando os punhos com força ao lado do corpo.
-- mas e se eles usarem esses poderes? São instáveis. -- Delaney respondeu.
-- Não da pra matar 3 pessoas baseado num maldito "e se"! -- Adrastus praticamente gritava.
-- não dá pra por o multiverso inteiro em risco por um também. -- ela cruzou os braços. -- eu já lidei com mestiços suficientes em quase 700 anos, eu sei como funcionam e garanto que são perigosos.
Adrastus arregalou os olhos, dando um passo pra trás.
-- você não entende as motivações. -- ela sorriu gentilmente, como se falasse com uma criança assustada. -- mas sua avó morreu por causa de um mestiço poupado.
-- e você não me mata também por qual motivo? -- ele questionou num tom de voz baixo.
-- você não é um mestiço, não é um guardião e nem sente auras igual um, você não tem presença, você é um parasita Adrastus, você só tem a gosma igual ao Nightmare porque, aparentemente, virou um poder dele, um poder hereditário. Mas você não é um guardião, você diz ser um, mas você não é, você é um parasita igual ao seu pai, Ambrose. -- ela sorriu, como se isso fosse bom, deixando Adrastus mais puto ainda.
Adrastus cerrou os dentes.
-- ah qual é Adrastus, isso é um mal necessário. -- ela suspirou. -- não que eu espere que você entenda, você é um parasita não um guardião, parasitas não funcionam assim.
-- e você lá sabe como um parasita funciona? -- ele rosnou.
-- não igual a um guardião. Mas vocês parecem racionais o suficiente para entender isso.
Ele ficou em silêncio. Delaney até tentou tagarelar algumas coisas mas Adrastus não ouviu, o sangue ribombava nos ouvidos do garoto abafando a voz da guardiã.
Lentamente Adrastus virou o olhar em sua direção, o ambiente pareceu ficar em silêncio quando Delaney notou a atenção do rapaz, fechando a boca e o encarando seriamente.
Minutos se passaram.
Adrastus fechou os punhos, cerrando a mandíbula.
-- tem razão. -- disse.
-- tenho? -- Delaney pareceu surpresa.
Um sorriso cruzou o rosto de Adrastus, raízes se cortorceram de dentro de sua blusa, se enrolando em seu pescoço e subindo até a parte de trás da cabeça do rapaz, lentamente indo até sua boca e entrando pela lateral esquerda, puxando mais ainda seu sorriso.
-- eu não sou um guardião. E eu não entendo o seu "mal necessário". -- a voz de Adrastus saiu como se diversas outras falassem com ele e a seiva venenosa cor de sangue escorreu por sua boca e seus olhos, fazendo Delaney recuar. -- mas tem algo que você não entende.
Ela engoliu em seco, se afastando ainda.
-- mas não se preocupe. Eu vou te mostrar como parasitas funcionam. -- o sorriso dele se tornou cruel, com sua pupila esquerda virando uma lua minguante.
Delaney sentiu um pânico a inundar em segundos, com tudo em si gritando para correr, e obedecendo, a guardiã virou e começou a correr entre as árvores, ouvindo a risada estrondosa de Adrastus ecoando na floresta.
-- PODE CORRER! -- gritava. -- FICA MAIS DIVERTIDO ASSIM!
~~
Delaney correu até ter certeza que Adrastus estava longe, sentindo que não a encontraria a guardiã deslizou na gramas, pulando atrás de uma pedra curvada se escondendo.
Adrastus não podia sentir auras, não iria a encontrar ali.
Segundos se passaram, ela contava cada respiração, apertando a grana abaixo das palmas das mãos, sentindo a umidade do solo contra suas coxas expostas.
Minutos se passaram e ela não ouvirá nada, sua respiração já havia regulado, tentou abrir portais abaixo de si algumas vezes mas notou uma anulação estranha em seu corpo e falhou, achando ser o pânico ela permaneceu parada.
20 minutos, talvez, se passaram e ela ainda não ouvia Adrastus, mas ainda não conseguia abrir portais e a guardiã começava a ficar com câimbra nas pernas, dando uma olhada em volta pra fora da pedra a guardiã pensou ser seguro.
Mas quando mexeu as mãos sons de passos ecoaram e ela se encolheu de baixo da pedra no exato momento que a voz múltipla de Adrastus falou.
-- o quão longe será que você foi uh? -- ele ronronou, sua voz estava assustadora, falando igual Ambrose.
Isso apavorou Delaney.
-- conseguiu criar algum portal? -- sua voz ficou mais distante e ele ficou em silêncio por alguns segundos, mas dando uma risada áspera em seguida. -- claro que não, eu garanti isso.
Delaney franziu a testa, confusa, tentando reconhecer aonde o garoto estava.
-- você sabe como parasitas funcionam? Eles tem estágios de crescimento igual qualquer outra raça sabia? -- ele riu. -- obviamente eu não tive esses estágios, eu sou um mestiço.
Delaney torceu os lábios, apertando as unhas contra a terra.
-- mas, parasitas puros nascem da árvore mãe, sabia? Eles saem de dentro das maçãs. -- pausou. -- as maçãs contém energia coletada pelos parasitas, que passam pra árvore mãe, como uma grande colméia, por isso os mais poderosos, como meu pai, permanecem se alimentando mesmo depois de chegar ao último estágio.
Delaney tentava ouvir aonde ele andava, ouvia garras raspando nas árvores, sua voz ficava mais distante, mais perto, mas nunca sumia.
-- primeiro os parasitas nascem quando as maçãs amadurecem, sendo como pequenos vermes, eles escorrem para fora da maçã e começam a perambular por aí, contaminando uma memória só de seres vivos e comendo. -- mais pausas. -- depois eles crescem, virando pequenos seres humanóides nojentos, que precisam rastejar, como se seu corpo fosse fraco demais para ficar em pé sozinho.
"São completamente nojentos, feito parcialmente de material vegetal e material orgânico, como carne, sangue, entranhas... Eles vão lentamente aprendendo a copiar as células das coisas que comem as memórias. Por isso são inconscientes entre monstros, animais e humanos. Conforme vão crescendo vão assumindo a aparência de alguma raça, mas nunca se livrando das plantas que crescem insistentemente em seu corpo, é luma natureza nojenta não é? Eu tenho a impressão que você adquiriu esse pensamento de outra pessoa uh?" Minutos se passaram em silêncio, só se ouvia algo raspando contra madeira. "Eles crescem e vão contaminando mais memórias de uma vez só, uma, três, sete, dez, quanto mais se alimentam mais crescem, possuindo um controle de sua aparência e uma habilidade assustadora de manipular a própria forma a Bel prazer cada vez maior, copiando vozes..." a voz dele saiu mais grave, idêntica a de Noirceur. "Aparências, como mímicos, substitutos, mas nunca se livram das raízes. São a marca de nascença deles. Mas quanto mais eles comem, mais forte eles ficam e mais conseguem comer, o último estágio se classifica com eles sendo inteligentes o suficiente para caçar suas presas de maneira estratégica, invadindo consciências, sonhos, transformando tudo que entra em seu caminho em bonecos quebrados." Ele riu, a voz ainda igual a de Noirceur, parecendo ecoar dentro de seus ossos. "
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Nunca terminei mas vou publicar pq tá longo
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