Tudo errado na despedida

-Não sabia que os irmãos Parker eram chegados em um chocolate quente. -Fala ela dando uma risada.

A partir desta observação. O clima no ambiente mudou. Enquanto, Julia e Becca tentam chegar a um fator comum. Eu me sinto encurralado por seus olhos; que parecem ler minha alma.

Thales se adianta, chamando Becca para partir e eu fico mais nervoso quando meus irmãos se levantam para sair.

Assim que fecha a porta ela muda o semblante e não disfarça a mágoa. Calada, recolhe os pratinhos de sobremesa. A ajudo e me mantenho mudo. Sua irritação é tão grande, que ela começa a lavar à louça sem qualquer cuidado.

Uma taça escorrega da sua mão de espatifando dentro da pia.

-Porra! -Esbraveja.

-Saí daí pequena, deixa que eu lavo.

-Não precisa.

-Você vai se cortar, deixa eu fazer isso.

Ela suspira e expira, parecendo controlar seus nervos.

Eu que não sou idiota! Não à questiono. Começo a lavar a louça meio desconfiado e qualquer movimento que ela faz, me deixa sobre aviso de um possível ataque. Tento pensar em uma série de explicações para quando a pergunta for feita. Pois, eu sei que será. No entanto, nada além da verdade surge em minha mente, mesmo eu sendo ótimo em desculpas.

A pequena louça chega ao fim e eu  não me sinto seguro para me virar para ela que passou o tempo todo encostada no balcão me fuzilando com com olhar.

Seco minhas mãos com uma fingida calma e sem ter escapatória, me viro para enfrentar a fera.

-Fala pequena. -peço me encostando na pia e cruzando meus braços.

-Acho que quem tem algo a dizer e você, não eu.

-Dizer o quê? Que você ainda nem foi e eu já estou com saudade. -tento desconversar vendo sua impaciência aumentar.

-Três negras. E muita coincidência partindo do princípio que vocês nunca estiveram com uma antes da noite do baile, não é mesmo?

-Pergunta de uma vez Grazi.

-Qual foi o prêmio?

-Quê?

-Qual foi o prêmio para à aposta ou desafio? Eu sei que é isso, já passei por isso antes.

-Não teve aposta nenhuma. -respondo surpreso por sua revelação e me odiando ao mesmo tempo.

-Por favor, para de tentar me fazer de boba e diz de uma vez como essa merda começou? -Questionou um pouco alterada.

Sabe aquela certeza de que eu falaria à verdade? Sumiu. Eu não vou conseguir dizer algo que eu tenho a certeza que vai feri-lá

-Foi apenas uma coisidencia pequena. -declarei saindo da cozinha em busca de um lugar mais seguro.

Ela me segue, mas para encostando-se no batente da porta da cozinha.

-Era só com seus irmãos ou tinha mais gente na aposta? -insiste.

-Pequena, tudo o que você precisa saber é que de alguma forma inexplicável, você me enfeitiçou com sua ousadia. Eu te desejei sem nem me dar conta. Te vigiei e fiquei ansioso para um encontro qualquer no elevador.

-Aquela mulher sabia? -questiona saindo do batente.

-Que mulher?

-A que riu de mim junto com você no elevador. -especifica, andando de um lado pro outro e desviando os olhos magoados dos meus. -Eu fui tão burra, como achei...

-Me desculpe por aquele dia, eu estava tão interessado em você, que como defesa eu tentava te atacar. -Me desculpo, a interrompendo.

-Sempre foi assim e nada nunca vai mudar não é? Eu serei sempre a gorda que tem que ser escondida dos amigos.

-Isso de novo não. Eu não me envergonho de você, quantas vezes tenho que te dizer isso?

-Se envergonha sim, quando diz que foi inexplicável, prova isso. -falou alterando um pouco a voz.

-Grazi, eu não quero e não vou mentir para você. Você realmente não era o meu tipo. Mais e daí? Estamos juntos três meses, foi eu que te pedi exclusividade. Sou eu que te procuro e te ligo quando estou com saudades...

-Quantos amigos você já me apresentou? Você não parava em casa nunca e depois do baile você evita sair. Eu não te ligo ou te procuro como você tão bem relatou.-parou passando as mãos no cabelo para em seguida aumentar novamente a vós. -Porém, você está sempre com os meus. Te aviso onde vou e quando volto, que merda nos temos afinal?

-Merda?

-Eu estou cansada dessa merda toda. Fico me iludindo em busca de um sinal de que o que temos é importante e acabei fechando os olhos para o óbvio. -Relata ainda de forma alterada.

-O que temos é importante...

-Para, me fale. Como eu e elas entramos na vida de vocês?

-Foi um desafio. -confesso, vendo seus olhos instantaneamente se encherem.

Dou um passo em sua direção e ela dá dois passos para trás. Paro e nervoso passo as mãos em meu pescoço. Essa noite não está sendo nada da forma que planejei e essa despedida vai ser uma merda.

Insisto e dou dois passos longos parando de frente para ela.

-Não Me Toca. -ordena gritando.

-Não nos negue uma despedida descente.

-VOCÊ É MALUCO OU O QUÊ? ACHA QUE SEXO RESOLVE TUDO?

-Pare de gritar feito uma louca e pense no que realmente temos.

-NÃO TEMOS NADA. -declarou saindo da sala em direção ao quarto.

Suas palavras me doeram mais que um corte profundo de uma faca.
Me sentindo sufocado soquei duas vezes sua parede saindo dali em busca de ar.

Desci as escadas e entrei automaticamente em meu carro. Eu juro que tentei ser sensato e conversar como um adulto, mas ela não quis me ouvir. Ela quer gritar como uma louca fechando os olhos para nós. Então que faça isso sozinha. Foi ela quem fugiu me deixando plantado na sala, quando muito ainda deveria ser dito.

Rodei de carro, por aproximadamente duas horas. Ao meu retorno, vi que seu carro não estava mais na garagem. No meu quarto, as pétalas de Rosas amarelas sobre a cama e o chão não testemunharia uma noite quente de amor e entrega. Entrei no banho em busca de controle.
*
Passei à noite na varanda esperando ela voltar para pegar suas malas. Às 7:00 horas da manhã, percebi que esperei em vão. Peguei minhas chaves e sai trajando chinelos, bernuda e um casaco que estava sobre o sexto no banheiro. Talves o tempo a tenha acalmado e poderemos ao menos nos beijar antes dela partir.

Com trânsito do Rio cada vez pior. Cheguei ao aeroporto Internacional, no exato momento que o seu avião decolou. Parado no saguão de embarque vi Gabi e a mãe. Talvez, para evitar à jararaca, me retirei sem ser visto. Caminhei no estacionamento me sentindo vazio e por poucos segundos, lamentei o dia que eu a conheci.

Entro em casa somente para me trocar e assim tentar encarar meu primeiro dia sem ela.

Vi Thomas responder sobre a falta de Júlia e me questionei se com eles estava tudo bem.

-Sei. E Você Thiago? Conseguiu amansar a fera ontem? -Questionou Thales se virando para mim.

-Não amansei ninguem, aquela lá e uma barraqueira de primeira e depois do segundo grito deixei ela falando sozinha e saí pra beber. -relatei, alterando alguns fatos.

-Então ela viajou solteira? -Provocou.

-Ela sempre foi solteita, não é porque você virou um pau mandado, que eu tenho que ser também. Ataque.

-Porra! Falou tudo, sou um pau mandado mesmo, ela manda eu entrar e eu entro. -Respondeu sorrindo.

-Tá um frouxo mesmo.

-Frouxo não, pau mandado. Ela manda direitinho no pau do papai aqui.

-Palhaço.

-Palhaço não, feliz.

-Quero ver esta felicidade na segunda.

-Eita! Tinha me esquecido. Papai somente chegará na sexta e nos pediu para almoçarmos com ele no sábado. -comunicou Thomas.

-Será que ele também arrumou alguém? -perguntei

-Tomara, já passou da hora dele voltar a ser feliz. -Respondeu Thales.

-Acho difícil, cada dia que passa ele está mais triste. Ele tem evitado meus telefonemas. -completa Thales.

Pelo jeito, foi apenas Grazi quem fez a ligação tão obvia.
Sai da sala de Thales direto para a minha. Liguei para ela e como esperado; caiu na caixa postal.

-Pequena, sei que fui um babaca, mas por favor não esqueça o que vivemos juntos até aqui. Você viajou e eu me sinto vazio. Estou sem rumo, sem saber como agir. Vou ao seu encontro semana que vem. Não bata a porta na minha cara. O que sinto por você vai muito além de uma amizade colorida. -continuei, talvez por saber que ela não estava do outro lado da linha. -Eu me tornei um viciado em você, é tão difícil dormir sem você ao meu lado. É tão difícil perceber que ficarei no mínimo uma semana sem seus lábios. Não é e nunca foi apenas sexo ou uma merda de desafio. Eu de alguma forma, quando te vi tão à vontade na piscina, entendi que nós nos completavamos. Vou trabalhar como um louco, apenas para poder estar logo com você em meus braços. Eu... Eu... Eu sinto muito por ter te magoado. -terminei contendo a vontade de dizer que talvez eu à ame.

                          🌻🌻🌻
Grazi tem suas cicatrizes.

Amores desculpe-me mais uma vez. Mas a história tem que ser escrita com calma para não perder o rumo. Infelizmente. Acho que durante o feriado não conseguirei tempo para escrever. Estarei curtindo minha filha e meu marido. Saindo um pouco com a família, já que a grana não deu para viajar. 😘😘😘

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💋Beijos da Aline💋💋.

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