Entro na empresa pensando em uma forma qualquer de ter Graziela em minha cama. Me deparo com um frenesi. Estive tão obcecado por minha vizinha que não me dei conta que o baile é no próximo mês.

Temos pouquíssimos negros na empresa e isso somente ocorreu por insistência de Thales.
Meus olhos varrem o local, assim como venho fezendo há três meses. Procuro uma mulher que se assemelhe a ela.
Não que eu goste de mulher gorda ou negra. É mais curiosidade mesmo. Preciso saber o que alguém como ela tem de diferente. Me considero quase um cientista no estudo do comportamento humano.

Como sempre faço nas segundas-feiras. Me dirijo para a sala de meu irmão. Sou o primeiro a chegar e nem bem me acomodo, Thomas adentra ao ambiente.

Depois de nos abraçarmos pergunto:

-E aí, foi tranquilo terminar com a Gisele?

-Da minha parte sempre é facil. O problema é a cena que todas fazem no final. Mesmo sabendo que temos um prazo. -explica ele calmamente.

-Donzela um dia isso ainda vai dar problema. Já cansei de te explicar. Come o fim de semana e saí fora. Para de iludir a mulherada.

-Eu gosto da intimidade. Gosto de companhia para jantar. Já te falei isso mil vezes.

-Então se casa logo.

-Caso nada. Três meses e o tempo exato que dura o fogo e o clima de romance, depois disso vem os problemas, as cobranças e as insatisfações. Dos dois lados. Mas principalmente dos delas. -conclui ele.

Nem tenho tempo de replicar e a porta se abre trazendo Thales. Seu cumprimento é protetor, porém não esconde sua insatisfação. Olho os dois e me enxergo neles. Por que estamos tão desanimados? Temos tudo que um homem da nossa idade pode querer.

Ele pergunta como foi nosso fim de semana e para não ser ridículo falo o que venho falando há um mês.

— Nada de novo, comi mulher, bebi umas cervas, joguei videogame, ou seja, tudo na mesma. E vocês, o que aprontaram cambada?

— Quase a mesma coisa, só não comi ninguém - Respondeu Thales sem ânimo.

— Por que, Thales? Está perdendo o jeito? -questiona Thomas surpreso.

— Pior que não! Estou cansado mesmo. É sempre tudo igual. Sou solteiro e me sinto casado. Troco uma modelo por outra, mas se eu as colocassem uma do lado das outras, daria tudo na mesma.

Sem me conter solto uma gargalhada e falo:

— É assim comigo também, a diferença é que se eu as colocassem lado a lado, nem sei quem é quem.

Isso é uma verdade. Graziela seria quase um prato exótico. -penso.

— Precisam parar com isso e arrumarem uma namorada, ao menos eu sei onde coloco meu pau. -se posiciona Thomas.

— Por três meses, né? Porque depois põe as coitadas para correr, as pobres ficam crentes que serão a futura senhora Parker. -provoca Thales enquanto eu encaro Thomas sorrindo. Sorriso este que contagia a todos.

Sabemos que não desejamos nos casar, para desgosto do nosso pai que não quer ver sua linhagem terminar.

— Aí já não é culpa minha. Não prometo nada a elas.

— Animados para o baile? — Pergunta Thales.

— Porra nenhuma! Todo ano é a mesma coisa, um monte de mulher feia pensando que vai me ter como prêmio. Ainda bem que tivemos aquela ideia há cinco anos. -falo demostrando minha insatisfação.

Thales, há cinco anos mandou fazer máscaras exclusivas e de cores diferentes, cada um entregava a uma convidada para ter certeza que seria essa à escolhida da noite, isso graças ao baile ser aberto ao público que tivesse condições de pagar o convite de cinco mil reais.

Este dinheiro é destinado a caridade. A arrecadação vai direto para o orfanato que leva hoje, o nome de nossa amada mãe. Esse valor é somente um montante, pois a obra é mantida orgulhosamente por nos três.

— Não entreguei a minha à ninguém ainda, e vocês? — confidência e pergunta Thales.

Negamos de prontidão e isso é a maior prova que realmente não estamos animados.

Acho que a única coisa que me animaria para este bendito baile, seria a presença de Graziela. Nem que fosse para eu observar ela dando o bote nos otários de plantão.

— Esse ano, podíamos foder umas negras, só pra variar um pouco — proponho sem filtrar antes. O que eu estava na cabeça para falar isso?

— Você está louco! Papai na certa nos mataria. -se exalta Thales.

Agora é Thomas quem fala:

— Ele nem saberia. Porque todo ano ele abre o baile e meia noite se retira, seria somente uma brincadeira inocente.

Nos calamos e um momento de dor passa pelo local e ao invés de eu calar minha maldita boca. Insisto.

— Seria perfeito, ao menos íamos provar algo diferente dessa vez, e manteríamos tudo em sigilo e depois dividiríamos à experiência. -proponho pensando na demônia.

-E onde arrumaremos tantas negras, temos no máximo dez na folha de pagamento. E convenhamos que as de fora, não devem ter grana para pagar os convites. Certo? -pergunta Thales que já está quase aprovando a ideia.

-Oh bicho preconceituoso, fala isso porque não conhece minha nova vizinha. -Aprecei-me em dizer.

— Porra irmão, está nos usando como desculpa pra meter com a vizinha por acaso?

— Claro que não, aquela lá na certa, não frequenta esses eventos e para piorar, ainda é gorda.  -me defendo imediatamente fingindo uma cara de nojo.

Que merda! Tenho que ser mais cuidadoso ou então eles vão me zoar muito.

Calam-se parecendo pensar em tal proposta.

— Pede para sua estagiária trazer umas amigas, dê uns convites a ela — Falo disfarçando uma animação.

— Quem te garante que as amigas dela são negras? — pergunta pensativo Thomas.

— Quase sempre são. Elas andam em bando, nunca reparou? — pergunta Thales.

— Eu não, mas pelo que vejo você já, então tem uma quedinha pelas neguinhas? -provoca Thomas

Antes de seguir com nossas vidas. Minha proposta insana foi aceita.

Agora estou eu aqui em minha sala, me questionando se devo convidar ou não aquela oportunista abusada dos infernos.

Decido que sim. Afinal como dizia minha amada mãezinha. -O não, eu já tenho.

Por conhecer tão bem os filhos, Theodoro percebeu alguma coisa diferente no ar, mesmo não sabendo o quê.

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Por eu estar passando por alguns pequenos probleminhas. Não vou marcar data de postagem. Porém, prometo não abandonar a história e voltar sempre que possível. Não desistam de mim.😉

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💋Beijos da Aline💋💋.