Ela nem imagina
Quando Grazi insinuou que teremos um fim, senti um calafrio dentro de mim. Constatar que eu realmente estava morrendo de ciúmes, me devastou e por isso, saí do quarto em busca de ar.
Me refugiei na cozinha em busca de controle. Preparei um banquete digno de uma rainha e ao voltar para o quarto, senti novamente falta de ar com a visão dela dormindo com um sorriso lindo no rosto.
Repeti como um mantra que o ser humano é traidor e me questionei qual de nós dois seria o primeiro a vacilar e ferir. Medo! Foi esse sentimento que me fez se afastar e fugir feito um covarde.
Hoje a pista de corrida não era por busca de adrenalina. Era para buscar uma a sensação que pudesse acalmar minha alma do medo de ficar sem ela.
Eu queria correr para o mais longe possível. Pissei mais fundo no acelerador e limpei minha mente para prestar atenção nas curvas.
Saí vitorioso. Fui direto para uma loja de conveniência e segui para a Floresta da Tijuca, em busca de calmaria. Depois de fazer uma longa caminhada, retornei ao meu carro.
À noite chegou. Meu corpo cansado pedia por ela. Entretanto, uma ligação me levou desesperado até o orfanato. Malu havia desaparecido.
Depois de perder a paciência com a falta de atenção das colaboradoras. As câmeras de vigilância na parte externa não filmaram nada de anormal. Descartando inicialmente um seqüestro.
Sentei na cama de Malu e tentei me acalmar imagiando aonde ela poderia ter ido. No orfanato, alegaram ter procurado em todos os lugares antes de me ligar.
Liguei para a polícia e senti angustia ao imaginar ela perdida na escuridão.
No parquinho todas as luzes estavam acesas, mesmo assim eu fui até lá e nada. Olhei debaixo de cada cama naquele lugar. Fui em cada banheiro e mais uma vez foi em vão.
O nosso pequeno escritório era mantido trancado. Porém a diretora tinha uma cópia da chave.
Pegando a minha, entrei e me deparei com ela deitadinha escolhida no cantinho perto da janela, usando a cortina como proteção.
O alívio me invadiu e cuidadosamente me abaixei ao lado dela.
-Malu! -chamei passando as mãos em seus cabelinhos encaracolados.
-Tio. -respondeu sonolenta.
-Vem com o tio. -falei lhe oferecendo meu colo.
Ela veio sem protestar, mas o que me chamou a atenção foi a forma como ela me abraçou forte.
-Por que você se escondeu? -Questionei ainda lhe fazendo carinho.
-Não foi nada tio.
-Claro que foi. Conta pro tio o que aconteceu? Pode confiar que seu segredo estará guardado comigo.
-Ela me olhou desconfiada e depois baixou o olhar. -Pode confiar. -insisti.
-Eu escutei a tia Denise falar que eu ia ser adotada. Tio, eu não quero sair daqui e agora eu vou ficar de castigo.
-Calma princesinha, o tio vai conversar com a tia Denize e vamos resolver tudo isso. -assegurei-lhe, me questionando sobre a história da adoção.
Saí da biblioteca com ela em meu colo e dois policias vieram ao nosso encontro. Agradeci e os dispensei.
A coloquei na cama e ela não me deixou eu me afastar.
Depois que dormiu fui ao encontro de Denise. Que alegou estar falando de outra Malu e que jamais faria isso sem nos comunicar com antecedência.
É raro a adoção aqui, mas quando ocorre, eu e meus irmãos investigamos minuciosamente a família pretendente. Fazemos como mamãe nos ensinou e muitas famílias são reprovadas por nós. Elas nem chegam na parte da burocracia.
O dia estava clareando quando saí de lá. Cheguei e vi o carro de Grazi na garagem. A certeza de que ela deveria estar dormindo me manteve distante.
Acordei atrasado e saí apressado. Devido a uma reunião que já deve ter começado, eu falaria com ela mais tarde
A reunião acabou e peguei o telefone para ligar para ela. Mas antes, liguei para o Gabi e fiquei aborrecido em ser informado através dele, que ela viajou.
Meu celular tocou e minha vontade Inicial era deixá-lo tocar. Ela poderia muito bem ter me mandado uma mensagem falando sobre a viagem.
Atendi no terceiro toque e não me controlei em questionar aonde ela estava.
Me arrependendo da cena ridícula que fiz, me desculpei e fiquei em paz quando ela fez o mesmo.
A saudade seria grande, eu já sabia. A semana passaria mais uma vez, lentamente.
Terça-feira foi um caus, um grupo de empresários me procurou querendo que eu criasse uma campanha em três dias.
Na quarta, a saudade estava além do esperado. Mas me mantive firme respeitando o espaço dela.
Eu não queria ir para casa e ficar sozinho, troquei de roupa na casa de Thomas e fomos para um barzinho. Acabei optando por aquele que eu fui com ela.
Thomas estava nas nuvens e o mandei de volta para casa. Senti um pouco de inveja por ele poder dormir ao lado de Julia, enquanto eu nem imagino quando poderei fazer o mesmo com Grazi.
Eu estava com um pequeno grupo de colegas e Bernardo chegou com a irmã. Uma mulher que no passado me atrairia, mas agora não mais. Faltava-lhe carne, cor e uma cabeleira encantadora. A percepção desse fato me trouxe outra vez falta de ar. Retomando o controle, virei de uma unica vez, a generosa dose de whisky. Nem fedendo, vou me apaixonar. Mais uma dose, outra e mais outra.
Me senti solto e fui dançar. Michele, irmã do Bernardo. Se juntou a mim.
Seu corpo magro tentava me provocar e eu sorria com sua ousadia. Talvez, eu precisasse voltar aos velhos hábitos e realmente me afastar de Grazi.
Pensei assim até aqueles lábios finos se encostarem nos meus. Eu queria a Grazi. Me afastei e me deparei com olhos magoados vindo em minha direção. Puta que pariu! Fodeu!
A tulipa de chope que estava na mesa ao lado. Teve seu conteúdo despejado sobre mim.
-Cachorro. -Proferiu, me virando as costas.
Ao meu redor, um silêncio absoluto. Titubieei antes de ir atrás dela, que saiu em direção ao banheiro.
A alcancei antes dela entrar no mesmo e, maldita hora que lhe segurei pelo braço e a virei.
-Me solta canalha. -Gritou puxando o braço.
Não tem nada que eu odeie mais que escândalo de mulher.
-Fala baixo pequena. -tentei.
-Pequena é o caralho! Falo do jeito que eu quiser. -berrou.
-Vamos conversar, vou te explicar tudo. -pedi, ainda em um tom baixo.
-Não precisa, eu não sou cega. -declarou com o tom um pouco mais baixo. Mas, ainda alto.
-Vamos para casa. sabe que eu não faria isso com você.
-Você é um santo. -falou sorrindo com deboche.
-Não sou santo, eu errei em dar corda. Mas acredite ou não, me arrependi antes mesmo de te ver.
-Só me deixa na minha. Vim beber com minhas amigas e é isso que farei.
Somente agora percebi que ela não estava sozinha.
-Pequena, vamos para casa. -insisti.
-Já falei que não vou. -Proferiu, aumentando novamente a voz.
-Então eu vou e esperarei por você.
-Vai perder seu tempo.
-Tudo bem. -concordei e me afastei.
Eu tinha abusado do whisky e por esse motivo meus passos eram lentos.
Tive dificuldade de localizar meu carro. Destravei a porta e antes de me sentar no banco do motorista, ela se materializou na minha frente.
Sorri.
-Linda!
-Me dá as chaves que vou chamar um táxi para você. -exigiu estendendo a mão.
-Não precisa, já dirigi pior que isso. -Comuniquei segurando sua mão e a levando aos meus lábios. -Não tenha raiva de mim. -finalizei beijando a sua testa.
-Estou é com raiva de mim mesma. -falou me afastando.
-Por que? Porque estava reivindicado seu homem. -proferi, colocando minhas mãos no carro. Prendendo ela de frente pra mim.
-Você não é meu homem. -rebateu cruzando os braços.
-É uma pena pequena! Estou com tanta saudade de você. -informei.
-Imagino se não estivesse.
-Realmente você nem imagina a bagunça que faz comigo.
-Para de história Thiago. -falou amolecendo um pouco.
-Estou com tanta saudade dos seus lábios, saudade do seu corpo quente e de passar as mãos nos seus cabelos. -Discursei, colocando a mão em sua cabeleira encantadora.
-Para.
-Nunca! -declarei me aproximando de seus lábios.
-Abusa... -A calei com um beijo saudoso e exigente, gemendo baixinho com seu sabor doce.
Talvez por receio de parar e ela fugir, prolonguei o beijo ao maximo.
-Me leva pra casa com você. -falei, lhe entregando as chaves.
Ela sentou no banco do motorista e de cara amarrada, mandou uma mensagem para as amigas. Fechei os olhos agradecendo a Deus por isso.
O mal da bebida é que quando você para, aí é que ela te pega mesmo. Vim lutando contra um sono louco e somente despertei quando fui jogado embaixo do chuveiro dela. Lembro-me vagamente do porteiro a ajudar subir comigo.
Ela aceitou deitar em meu peito, mas por hora era apenas isso mesmo. O que já era o suficiente pra mim.
Dormi primeiro.
Abri os olhos e agradeci mentalmente a ausência de dor de cabeça. Que se dane a empresa, hoje eu passaria o dia com ela.
Sai da cama apenas de cueca em busca dela, que estava distraída no estúdio. A abracei por trás e sem lhe dar tempo para protesto, lhe virei e beijei seus lábios carnudos.
Não se opôs quando lhe levantei. Me envolveu pela cintura com suas deliciosas pernocas e com poucos passos a deitei sobre o sofá do estúdio.
Me deitei sobre ela e me deliciei com seu gemido de encontro aos meus lábios. A beijei tanto, que nossos lábios estavam inchados.
Desci a despindo e quase rasguei seu short justo. Anotei mentalmente que ela deveria usar somente vestidos em casa. A partir de hoje.
Sua umidade denunciava sua ânsia por um toque mais íntimo e sedento minha boca buscou seu prazer.
Ela é perfeita!
Meu prazer quase explodiu com a maciez de seus lábios. Resisti, na espera de poder me entregar totalmente dentro dela. Deslizei lentamente por seu canal quente. Olho no olho e desejo explícito. Foi assim que perdendo as forças, deixei o primeiro jato escapar e estremeci com seu pulsar mais quente e seu mastigar de entrega.
Como um viciado, viajei ao paraíso com ela em meus braços.
Eu lhe daria o mundo se ela me pedisse e se eu pudesse.
🌻🌻🌻
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💋Beijos de Aline💋💋.
Eu amei escrever este capítulo.
Espero que vocês também gostem de ler.
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