Se conhecendo

BECCA

Meu corpo pede pelo dele. Porém, meu coração está ferido.
Resistindo ao impulso natural, virei meu rosto.

Seus lábios de encontro a minha pele, me fez fechar os olhos para apreciar melhor aquele simples toque.

Para ser forte me afastei.

Não o suficiente para evitar que sua mão segurasse a minha.

-Não faça isso conosco Becca.

-O que eu estaria fazendo?

-Você está deixando o orgulho nos separar, não aja como eu agi.

-Nos separar? Creio que não estamos juntos.

-Podemos ficar, podemos ao menos tentar e desta vez sem omissões.

-Será que depois do que eu fiz você vai confiar em mim? Será que eu vou conseguir esquecer as dores que você me causou propositalmente?

-Eu não sei Becca, somente não posso sair por aquela porta e desistir novamente da gente. Eu passei todo este tempo sem conseguir te esquecer um único dia.

-Eu vi de perto toda a sua dedicação. -Falei sem controlar minha ironia.

-Eu errei amor, errei achando que estava te punindo, quando quem mais sofria era eu. -Ele me chamar de amor é golpe baixo.

-Palavras bonitas Thales. -Proferi finalmente me soltando da sua mão.

-Palavras verdadeiras Rebeca.

-Me encanta saber que com todo amor que você diz sentir, seu corpo esteve tão disposto com outras, enquanto a traidora aqui, não conseguia nem ao menos olhar quem estava ao lado.

-Eu errei, você errou. O que mais quer que eu diga? Me desculpe está bom. -Falou perdendo um pouco do controle.

Sei que ainda amo esse ogro e meu medo de perdê-lo de vez é maior que meu medo de sofrer ao tentar outra vez.

-O que acha da gente se conhecer?

-Foi basicamente isso que te pedi.

-Foi?

-Vou reformular a pergunta. Rebeca você aceita ser minha namorada? -Propôs com um sorrisinho safado nos lábios.

O cachorro sabia que me tinha nas mãos.

-Não sei se quero ser sua namorada Thales. Entretanto, podemos sair para conversar e descobrir se é realmente isso que queremos.

-Eu sei que é isso que eu quero. Quero te conhecer de verdade e começaremos hoje.

-É mesmo?

-Sim, chega de jogos de palavras e acusações, vamos jantar juntos. Você escolhe o restaurante.

-É muito audacioso mesmo.

-Se com isso quer dizer, persistente e apaixonado. Sim eu sou.

Olhei um tempo em seus olhos, tão somente para fazer um charminho.

- Eu topo. Vou tomar banho.

-Não quer companhia?

-Não abuse da sorte Thales Parker.

-Está certo Rebeca, Rebeca de quê?

-Rebeca Werner Baptista. -Respondi entrando no corredor de acesso ao meu quarto.

-Filha de Luíza Werner e Igor Batista? -Perguntou aumentando a voz.

-Isso. -Respondi entrando no meu quarto e fechando a porta atrás de mim.

Por mais que eu desejasse demorar bastante no banho, minhas boas maneiras não me permitiram e ainda de roupão escutei ele bater na porta.

-Ainda não estou pronta. -Repondi sem abri-lá.

-Eu sei, Vou em casa trocar de roupa também e volto para te buscar.

-Okay, não me faça esperar muito.

-Amor, quem demora é você.

-Vai logo Thales.

-Te amo. -Gritou ele do outro lado.

-Eu também te amo. -sussurei somente para mim.

Ele saiu e eu liguei na portaria liberando sua entrada para quando ele retornasse.

Enquanto eu me arrumava todas as dúvidas me perturbavam. Sempre soube que a maioria dos homens não pensavam com a cabeça de cima, mesmo assim saber que ele esteve com tantas outras mexia com minha segurança e me sentir insegura me tirava o sossego. Sei que não estávamos mais juntos, mesmo assim eu me sentia traida dá mesma forma. Fato que também me fez entender como ele deve ter de sentido ao descobrir daquela forma sobre meu noivado. Seu erro foi somente não ter me dado a chance de me explicar e o meu de ter protelado por medo de perdê-lo.

Quando a campainha tocou eu tinha uma única certeza.
Eu tenho que tentar. Eu quero meu homem devolta.

THALES

Cheguei em casa cantando e me arrumei na velocidade da luz. Saber que ela não é casada e como ter a melhor segunda chance do mundo e farei o que for preciso para reconquistá-la.

Durante meu banho percebi o papel ridículo e infantil que eu estava fazendo, também me fez questionar que tipo de mulheres eu tive ao lado depois dela, mulheres que se sujeitavam a usar o sabonete íntimo dela e não se importavam nem um pouco quando seus nomes eram trocados durante o sexo, sendo esses atos a única forma de eu conseguir estar com elas. Uma dúvida me invade. Será que eu continuaria por toda a minha vida assim? Graças aos céus eu não vou precisar descobrir.

Parado em frente a porta do seu apartamento me senti como um adolescente no primeiro encontro quando meu dedo nervoso tocou a campainha.

Como se fosse a primeira vez, me senti enfeitiçado com aquele sorriso largo nos lábios dela, aqueles olhos amendoados castanhos escuros me prenderam tempo suficiente para recuperar meu fôlego.

-Você está fascinante.

-Obrigada, Você também está. Vamos.

Durante o percurso que nos levava para um restaurante em Copacabana ela foi calada e me olhava as vezes de lado.

No Restaurante fui o mais cavalheiro possível e me senti feliz cada vez que com intenção, ou não. Nossas mãos se tocavam sobre a mesa ou um sorriso  brotava em seus lábios. Sorriso nunca antes visto por mim.
Um sorriso leve, que eu entendi ser pelo fato dela não ter mais nada a esconder.

-Então você trabalha para seu pai?

-Não, papai se aposentou e eu fiquei no lugar dele.

-E é isso que você quer?

-Agora sim, antes eu achava ser uma obrigação. Depois que ele me deixou à vontade para decidir, percebi que nasci verdadeiramente para isso e ouso até dizer que sou boa no que faço.

-Modesta.

-Não, verdadeira.

-É bom poder ser verdadeira, é visível o peso que não se encontra mais sobre seus ombros.

-Me desculpe Thales, Eu não estava brincando com você, eu somente tive medo de te perder e também de magoar meu pai.

-Ele aceitou bem  término?

-Sim e até quis ir te interrogar por não ter me esperado para conversar.

-Tenho que me desculpar com ele também.

-Ele não sabe que é você, não tive coragem de dizer.

-Pelo passado dele com meu pai?

-Não! Porque eu achei que não tinha necessidade partindo do princípio que não estamos mais juntos.

-E agora que estamos?

-Estamos nos conhecendo, não se esqueça disso Thales.

Como posso esquecer se pela primeira vez ela se mostra como realmente é.

-Saiba que estou mais apaixonado ainda.

Os olhos dela vacilam, fogem dos meus. Sei que ela não acredita por causa de toda babaquice que eu fiz para tentar esquecê-lá. Por este motivo complemento:

-Não acho correto tocar neste assunto com você. Porém, para que talvez você consiga entender quero te pedir que após o jantar me acompanhe até meu apartamento.

-Eu não quero mais entrar lá. -Falou sem pestanejar.

-Por favor, não vai levar nem um minuto.

-Não sei se consigo, eu achava que aquele lugar era especial assim como o que tínhamos.

Ela falar no passado me dói e vê-la ficar com a postura de defesa me destrói.

Durante o jantar falamos também sobre minha mãe e Becca não escondia o amor que sentia por sua tia Helena, também explicou o porquê de não terem ido ao enterro e eu contei o porquê que eu também não fui.

Mesmo um pouco à contra gosto, me acompanhou até o meu apartamento.

Entrou rígida e ficou de pé perto da porta.

-Venha até o banheiro comigo. -Falei lhe estendendo à mão e temeroso pelo o que eu ia fazer.

Receiosa ela se pôs ao meu lado sem me dar a mão, passou por meu quarto sem olhar para os lados e até mesmo sua respiração ficou mais pesada. A culpa por sua dor me consumia da mesma forma que meu medo de estar pondo tudo a perder.

No banheiro abri o armário antes que eu vacilasse. Os olhos dela foram dos frascos para os meus e a interrogação era presente.

-Tive sim muitas na merda daquela cama. Entretanto, nenhuma se deitou sem o seu cheiro ou sem me ouvir chamar seu nome.

Ela virou as costas e saiu comigo em seu encalço.

Na sala...

-Isso era para me deixar feliz?

-Não, isso era para você tentar entender que eu em momento algum deixei de pensar em você.

-Somente me leve para casa por favor.

-Fiz tudo errado não é mesmo?

-Não sei ainda, somente quero sair daqui.

-Sei que não conta mais se errei foi tentando acertar.

-A desculpa favorita de todo réu.

-Estamos na merda de um tribunal? -Perguntei perdendo o controle.

-Somente me leve para casa ou então vou com Renan.

-Renan é o caralho! Eu te trouxe, eu te levo. -Comuniquei abrindo a porta para ela passar.

O medo me acompanhou por todo o caminho, por este motivo eu sabia que eu precisava de mais tempo com ela.

Como eu imaginava. Na portaria mesmo ela tentou me dispensar.

-Obrigada e boa noite Thales.

-Eu te peguei na sua casa e é lá que vou te deixar.

-Tudo bem.

Entramos no elevador em silêncio.

Quando ela abriu a porta, eu entrei sem esperar por um convite.

-Pronto estou entregue.

-Que bom amor, agora me diz aonde eu vou dormir? -Falei fechando a porta.

-Como é que é?

-Onde vou dormir?

-Mais você é muito abusado mesmo. Você vai dormir na sua casa.

-Acho que não, não pretendo sair daqui até conversarmos.

-Já conversamos demais por hoje.

-Ótimo! Então amanhã de manhã continuaremos.

-Então amanhã você volta.

-Deixa de ser medrosa Becca.

-Não sou, quer ficar, que fique.

-Ótimo. -Concordei tirando meus sapatos.

Ela ficou à uma certa distância, parada me olhando com uma cara de mal.

Resolvi provocar e tirei minha camisa, pude ver ela prender a respiração mesmo tentando disfarçar.
Quando abri o cinto ela saiu da sala e eu segurei meu riso de vitória.

Deitado no sofá com a luz apagada, escutei seus passos ao se aproximar.
Meu pau endureceu na hora ao ser tão minuciosamente observado por ela.

-Pode tocar se quiser. -Falei fazendo ela pular de susto.

-O quarto de hóspedes está pronto, durma lá ou então acordara com dor na costa.

Agradeci me levantando somente de cueca. Passei por ela, que depois de bufar, passou minha frente para me indicar o caminho.
De frente a porta dei um beijinho em seus lábios e entrei deixando ela parada do lado de fora.

Foi difícil conseguir dormir tendo ela tão próxima a mim sem poder tocá-la.
Depois o sono veio com a certeza de que o domingo seria nosso.

                           🌸🌸🌸
                         
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💋Beijos da Aline💋💋.

Volto quarta-feira ou antes😊😉😘

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