Meu corpo traidor.
Cansada da bagunça que se instaurou em minha vida. Decretei que já passava da hora de eu deixar esse amor de lado e seguir meu caminho.
Eu não era mais uma adolescente e viver novamente este amor platônico estava fora de cogitação. Principalmente depois de tudo que eu ouvi quinze dias atrás.
A novidade é que Bruno aos poucos está cedendo e pelo que vejo não vai resistir por muito tempo as investidas de Laura.
Meu pai está fora do Brasil com a minha mãe e eu estou conseguindo tocar muito bem tudo aqui. Lógicamente que com ajuda de Bruno.
Quase não vou ao tribunal, sou mais uma consultora e orientadora, somente aceito casos quando o cliente se nega a ter outros advogados. Mesmo o nome do meu pai ainda sendo referência, e a mim que eles agora procuram.
Hoje é sábado e eu vou cair na noite com meus amigos, eu preciso esquecer o que não tem mais jeito.
Preferi ir a uma casa de show. Hoje de manhã no hospital, Grazi me entregou quatro pulseiras Vips.
O lugar está lotado. Vim à convite de dela, que se tornou uma colega devido as nossas visitas ao hospitais para levar alegria as crianças internadas. Participamos de um projeto lindo! Projeto este que me salvou mais de uma vez de uma possível depressão.
Assim que cheguei ao camarote. Estaquei!
Ali agarrado na cintura dela estava ninguém menos que Thiago, o irmão de Thales.
Grazi assim que me viu se soltou e me abraçou com todo o carinho que ela tem.
-Que bom que você veio Rebeca. -Disse ainda agarrada comigo.
Meu pensamento era somente saber se Thiago sabe quem eu sou e se não sabia, Grazi poderia dizer. Depois relaxei um pouco me lembrando que Grazi não sabe que sou advogada e muito menos meu sobrenome.
Assim que fui devidamente apresentada, Thiago me encarou por um tempo e depois sem nada dizer balançou a cabeça, parecendo afastar algum pensamento.
Mal comecei a dançar junto com Clara e Grazi, e vejo Thomas chegar acompanhado.
-Puta que pariu! Será que aquele traste também vem? -Me quetionei com o coração batendo a mil por hora.
Depois de ser novamente apresentada, recebi quase o mesmo olhar, porém Thomas parecia me avaliava mais à fundo.
Pensei em ir embora. Entretanto, antes chamei Grazi em um canto e perguntei se o outro irmão também viria.
-Que nada bebê! Aquele lá essa hora já deve estar fodendo meio mundo. -Me respondeu sorrindo.
Em vez de alívio, senti dor. Mas, não me permito abater. Eu sempre soube que ele era assim e mais uma vez percebi que devo fazer logo meu exame de sangue para descobrir se minha inresponsabilidade não me trouxe alguma doença sexualmente transmissível.
Não resisti quando Grazi subiu ao palco como a DJ convidada da noite e liberou o Funk.
Dancei como louca!
Um carinha lindo do camarote ao lado babava sobre mim, eu não queria nada, somente dançar até o dia clarear. Definitivamente eu estava fechada para qualquer envolvimento, superficial ou não.
Quando Grazi voltou me retirei para ir ao toalete e senti um calafrio passar por todo o meu corpo.
Na volta do banheiro no corredor, o cara do camarote ao lado me imprensou na parede de acesso e tentou me beijar.
Mesmo eu o empurrando ele forçou e botou uma mão por baixo do meu vestido e a outra sobre meu seio. Sem aguentar tal desaforo desferi um soco em seu estômago e uma bela ajoelhada no meio das suas pernas, com ele abaixando devido a dor dei uma cotovelada na sua costa e cometi o erro de me virar para sair. Golpes aprendidos com Adriano e Renan.
Ele me puxou pelos cabelos, fazendo assim meu corpo envergar para trás e eu cair sentada de bunda no chão, quando ele levantou a mão para bater em meu rosto, outra mão forte o segurou e com um soco muito bem dado quem intervia gritou:
-Bata em mim seu covarde! -Falou com fúria tornando a bater no homem.
Somente agora os seguranças do local apareceram e enquanto eu me levantava eles dois eram arrastados para fora.
Nervosa e de volta ao camarote, percebi que Bruno e Laura haviam sumido e olhando meu celular vi uma mensagem dela dizendo que sequestrou Bruno e que o devolveria na segunda inteirinho. eu já estava me despedindo quando Thales apareceu com uma mulher ao seu lado.
Meus olhos foram de encontro aos seus e até minha saliva estava difícil de engolir.
Nos meus: um misto de dor e mágoa, nos dele: ódio e indiferença. Porque é tão difícil para mim entender esse ódio que vejo nos olhos dele?
Nos encaramos por um milésimo de segundo antes de Grazi que nós apresentar.
-Deveria ter deixado você apanhar, assim nunca mais sairia com esse tipo de roupa outra vez. -Falou no meu ouvido enquanto fingia beijar meu rosto.
-Deveria mesmo, era mais fácil receber um tapa em minha cara do que olhar novamente para a sua. - Respondi no mesmo tom, Sabendo que qualquer tapa doeria menos que as palavras que ele me disse naquela última noite.
Clara bababa em cima de Thales e este aproveitava para jogar todo o seu charme, mesmo estando acompanhado.
Minha vontade era sair logo dali. Mas eu não daria este gostinho a ele. Com a dor bem guardada em meu peito e cabeça erguida me sentei novamente e sorri forçado com as histórias de Grazi.
Ele nem mesmo me olhava e quando o pagode novamente deu lugar ao funk. Desta vez, não comandado por Grazi.
Ela me chamou para dançar e me puxou junto com Clara e Júlia para a área da frente do camarote. Fui com champanhe e tudo.
Julia não nos acompanhou e a "amiga" dele também se levantou.
Fiquei um pouco contida enquanto Grazi, Clara e a tal amiga davam um show. Isso até a música mudar e a voz sexy de Beyonce invadir meu corpo.
Clara de sentou junto com a loira e o espaço ficou para Grazi e eu.
Virei a champanhe e deixei a música conduzir meu corpo enquanto minha mente me lembrava do estriptise que fiz uma vez para ele. Essas lembranças me tiraram do ar porque eu sentia os olhos dele me queimando as costas. Isso me deixava ridiculamente mais ousada. Somente voltei ao tempo real quando uma mão forte me segurou pelo braço me virando abruptamente.
-Para com essa porra! Caralho! -Gritou ainda segurando meu braço.
-Por que? Uma puta como eu não pode mais dançar? - Gritei de volta olhando em seus olhos
-Caralho mulher você está brincando com fogo.
-Vá para o inferno e deixe a puta aqui se divertir em paz. -As mãos apertaram mais o meu braço e o encarando continuei. -O que foi? Além de me humilhar agora quer me bater também?
Olhos atentos não desgrudavam de nós, mesmo eu sabendo que pouco eles ouviam devido ao barulho. Foi Thomas quem veio e com a mão no ombro dele, pareceu o chamar a razão.
Me afastei e chamei Clara para irmos embora. Ela escolheu ficar por estar paquerando agora, um DJ amigo de Grazi que acabou de chegar.
Saí sozinha e antes de por meus pés fora da boate fui novamente jogada contra a parede e me entreguei aqueles beijos. Por eu estar saindo pela saída exclusiva dos camarotes o corredor estava um pouco escuro e sem ninguém. Eu acho.
Mãos e beijos não paravam e nem mesmo era possível para mim respirar. Que dirá pensar. Meu coração batia acelerado e meu corpo estava em chamas. A luxúria se apossou do meu ser.
Suas mãos me suspenderam e minhas pernas por vontade própria se enrolaram em volta da sua cintura, gemidos e mordidas nos lábios, brigavam entre si em busca das nossas línguas.
Enlaçada em seu pescoço, eu puxava os seus cabelos. Me levantado um pouco, ele abriu o zíper da propria calça e entre os dentes, rouco falou:
-Aprendeu. -Proferiu enquando rasgava minha minúscula calcinha de renda e continuava a me devorar com sua boca de encontro a minha.
Quando ele me penetrou eu gemi alto e foi acompanhada e calada por ele, o que me fez morder forte os seus lábios.
Meu corpo tremia junto ao dele. Meu coração parecia querer sair do peito.
Quatro, seis, oito ou mais estocadas violentas fez meu corpo se rendeu ao estase quando seu leite quente esporrou dentro de mim me fazendo entrar em total ebulição, lágrimas de felicidade e total satisfação escorriam em meu rosto. Ele não parou e continuou até que um segundo jato me levou novamente a loucura. Meu corpo foi feito para o dele, nunca alguém conseguiu me ter assim.
Minha alma ainda nem tinha voltado ao meu corpo e eu o abraçava contendo tanta saudade, quando ele saiu de mim. Com nosso gozo escorrendo entre minhas pernas, me olhou com os olhos em brasa.
-Era isso que você procurava? Espero que esteja satisfeita agora. Fique longe de mim, você é tóxica.
Ali de pernas bambas e coração mais uma vez dilacerado, acompanhei ofegante ele de costas voltando para onde nem deveria ter saído.
Lágrimas carregadas de dor e ódio rolaram em meu rosto. Reunindo meus pedaços, caminhei alguns passos para fora dali.
Parei ainda tremendo, procurando alguma coisa na minha minúscula bolsinha, para que eu pudesse me limpar. Minhas lágrimas não cessavam, mesmo assim consegui avisar a Renan onde me buscar.
O choro era por ódio de mim e do meu corpo traidor, que depois de tudo que eu ouvi, me comportei exatamente como ele falou que eu era. Uma puta! Me entregando a quem me odeia em um lugar público para depois ser descartada como lixo.
Saindo do inferno, ele parou na minha frente, eu não tive forças para encara-lo até que ele retirou a camisa e a estendeu para mim.
Levantei meus olhos e muda, desferi um tapa em seu rosto bem na hora que Renan se aproximava.
Este que ao ver meu estado, simplesmente me pegou no colo e me tirou da li. Não evitando que eu olhasse novamente para Thales, deixando ele ver toda a dor e ódio que me causou.
-Pois bem! Quem te odeia agora sou eu. -Pensei.
THALES
Eu estava de boa com uma safadinha, parado fazendo hora em um quiosque na Barra, quando em meu celular junto a uma mensagem de Thiago apareceu a imagem de Becca.
VENHA AQUI. TENHO UMA REBECA PARA TE APRESENTAR, ESTA COM CERTEZA TE FARÁ ESQUECER BECCA.
Eu já tinha as pulseiras Vips, que ele mesmo me entregou a pedido de Grazi. Eu não tinha ido por não querer ficar mostrando as suas respectivas acompanhantes que eu no momento não era uma boa influência para seus pares.
Porém, mediante a tal informação, entrei em um táxi e voei para lá, hoje eu esfregaria mais uma vez em sua cara o que ela havia perdido.
Thiago me esperava no corredor de acesso aos camarotes e assim que me viu falou que ela tinha ido ao banheiro. Larguei minha acompanhante com ele e fui atrás dela, sem nem saber ainda o porquê.
Quando vi aquele homem a puxando e a fazendo cair, corri a tempo de evitar o pior e cego de ódio eu o agredi. Sorte a dele que os seguranças chegaram, ou então ele estaria morto uma hora dessas.
Depois a maluca abusada, ficou me provocando com aquela porra de vestido colado vermelho e aquela dança que ainda me tirava o sono. A vaca mal tinha se casado e já estava na noite se oferecendo para qualquer um.
Quando ela saiu, eu juro que tentei não ir atrás. Todavia, me preocupei com sua segurança, já que à amiga não a acompanhou e o cara poderia ter entrado novamente, assim como eu, na casa de show.
Quando ela se virou, eu perdi o controle e mandando o bom senso pro caralho, me apossei daqueles lábios carnudos que tanto amei e sem volta me perdi naquele corpo que se encaixa tão bem ao meu que tremia de encontro ao dela.
Foi perfeito como sempre havia sido, meu corpo traidor parecia nunca se cansar dela. Uma potência que somente existia com ela.
Tentando voltar a lucidez. Arrependido do meu momento de insanidade, eu quis feri-lá ao botar para fora o ódio que eu sentia por ela ser casada e estar ali tão entregue. Mesmo que comigo. E principalmente por saber que meu ódio por ela não foi capaz de diminuir o que eu achava estar morto.
Nem cheguei ao camarote e voltei sem saber o que eu diria. Eu tinha que voltar. Eu precisava voltar.
Ver seu estado e o ódio nos seus olhos me destruiu pela terceira vez.
Ela me agredir não foi pior do que vê-la partir nos braços daquele homem que ela dizia ser um amigo e segurança.
Ela partiu e eu fiquei ali inerte, até ser despertado por um telefonema de Thomas.
Onde eu avisei que estava indo embora.
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🌹Por favor nao esqueçam de votar e comentem à vontade.
💋Beijos da Aline💋💋.
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