Tem que ser ela

Capítulo imenso, somente porque amei os comentários.😍

Thales

Depois que Becca me mandou procurar por uma possível irmã. Sorri imaginando alguém como Júlia, e ver aquela foto dela criança em sua casa me pareceu um sinal e isso aumentou ao ver uma pasta que minha mãe mantinha no orfanato com o nome dela. Com certeza minha mãe chegou até Júlia e sabendo que ela nunca foi leviana. Essa certeza tem crescido dentro de mim e não quero nem imaginar se fosse eu ou Thiago ter se apaixonado por ela. Mas também pode ser apenas porque resolveu saber como Júlia estava depois de sair de lá.

Não falei sobre minha pequena desconfiança com ninguém. Na certa me achariam louco por supor algo assim sem provas. No entanto, a parte que me surpreendeu, foi quando disse ao meu pai que minha mãe havia deixado 10% da empresa para o caso de eu encontrar minha irmã. Ele não se pronunciou, mas seu silêncio me pareceu uma confirmação.

Com isso em mente, sai da empresa na segunda após o almoço e fui ao encontro de Júlia. De longe vi Fabiano a abraçando e senti um pesar por Thomas. O destino parecia brincar especialmente com ele. Fabiano era o único amigo negro de Thomas e por anos eles foram quase inseparáveis. Um mal estar com meu pai os afastou um pouco, mas eles ainda mantinham contato.

Como me foi passado, sua loja estava indo bem. A indiquei de forma discreta para alguns clientes. Seus perfeitos coffe break eram maravilhosos.

De longe percebi que ela estava mais cheinha e isso me deixou feliz, já que da última vez que a vi, ela estava magra e parecia sofrida demais.

Pacientemente, esperei Fabiano se afastar, mas ao invés de ir ao encontro dela, me aproximei dele fingindo surpresa.

-Fala Fabiano! Quanto tempo cara. Nunca mais te vi com Thomas.

-Tudo bem Thales? Ando ocupado e nossas agendas não batem. Como ele está? -será que ele era inocente ou evitava Thomas por causa da Júlia?

-Está perdido por aqui?

-Não, tenho uma casa de festa à diante e aproveitei para ver alguém que me tira o sono por meses. -fechei os punhos e respirei fundo.

-Te entendo, não sei se soube mas me casei recentemente.

-Soube que sucumbiu também a uma linda negra e me parece que esta acontecendo o mesmo com Thiago.

-É cara, eu de verdade nunca poderia me imaginar tão feliz. -acabo esquecendo um pouco Thomas ao falar de Becca.

-Essa minha cor tem efeitos mesmo. Uma negra é uma negra -relatou com cara de apaixonado. -Manda lembranças a Thomas, vou ver se ligo pra ele para marcamos algo.

Ele se afasta dando um tapinha em meu ombro. Sei que eu deveria perguntar mais. Porém não temos intimidade pra tanto.

Mesmo Thomas sendo meu irmão, que amo muito por sinal. Saber que Júlia pode estar com Fabiano, me deixa confuso em meus sentimentos, pois sei que Fabiano é um homem íntegro e sem dúvidas será capaz de fazer Júlia feliz já que está, claramente tão apaixonado. Mal penso nisso, e um aperto me preenche ao pensar em Thomas. Porra de cara teimoso! Estou sempre lhe avisando que pode perder Júlia de vez e ele fica com aquela história de destino.

Caminho em direção a Doce Destino e acabo sorrindo ao ler o nome. Esse tal destino, parece mover os dois, ou talvez nós quatro.

-Boa tarde Júlia! -me debruço sobre o balcão e beijo seu rosto.

Sua cara de assustada ao me ver, me deixa quase certo do seu envolvimento com Fabiano.

-Oi Thales! Como tem passado? -tenta disfarçar.

-Estou ótimo! Viu como Becca esta linda grávida?

-Vi sim. Mas uma vez parabéns pra vocês. Um filho é sempre uma bênção. Mas, o que você deseja?

-Além de passar aqui pra te ver, queria uma torta de chocolate para levar pra casa e um pedaço da de nozes pra comer aqui.

-É pra já, acabei de fazer um cafezinho do jeitinho que você gosta.

-Aceito também Ju. -ela me olha surpresa pela forma carinhosa que lhe chamei.

Antes dela sair do balcão, uma senhora se aproxima e pede três fatias de torta e se senta com dois jovens na mesa ao lado da que acabei de me sentar. Uma outra jovem chega e passa para trás do balcão beijando Júlia e me olhando de uma forma bem engraçada.

-Deixa que aquele deus grego eu sirvo. -fala a jovem bem descarada me olhando.

-Aquele homem é casado com uma amiga minha, então sonega o facho e se orienta Larissa. -Júlia a repreende.

-Desculpa chefinha. Vai lá conversar que cuido de tudo aqui. -sem opção, Júlia vem me servir e se senta comigo.

-Como anda as coisas Ju? Vejo que os negócios estão fluindo e quero saber se está precisando de algum investimento. -o primeiro pedaço me faz fechar os olhos e ela sorri timidamente.

-Obrigada Thales! Thiago me ligou e perguntou o mesmo -desvia o olhar. - não quero ser grossa. Mas gostaria que se afastassem. Me desculpe, gosto muito de vocês dois e das meninas, mas a presença de vocês me incomoda bastante.

-Eu não sabia que te incomodava, mil perdões por isso. Pensei que éramos amigos ou algo parecido com família.

-Eu não sou da sua família.

-Nossa! Calma.

-Me desculpe Thales, mas ver vocês não me faz bem.

-Então ainda gosta dele?

-Eu amava seu irmão, sonhei com uma família ao lado dele e me iludi acreditando que isso era possível.

-Ainda pode ser Júlia, lembra-se como eu sofri pela Becca achando que tudo estava perdido?

-Não estou mais sozinha Thales e nem tenho tempo para desperdiçar com quem me colocou em segundo plano quando era o meu primeiro. -pareceu arrependida em dizer que não está só. Então realmente ela deve estar com Fabiano.

-Ele te ama Júlia. Saber que nosso pai não era o pai dele de sangue o deixou desestabilizado e achando que tem que ser grato a ele eternamente por isso. -ela não pareceu surpresa.

-Tem que ser grato mesmo. -falou simplesmente.

-Ju, sei que foi criada por sua avó, mas e seus pais? -resolvi ir direto ao ponto antes dela me expulsar daqui.

-Minha mãe faleceu quando eu tinha dois anos e eu nunca conheci meu pai.

-Então ele pode estar vivo?

-Não faço a mínima ideia. Soube que ele era o patrão dela, mas minha mãe trabalhou em tantos lugares que vai saber. -ela finalmente abaixa a guarda.

-Qual era o nome dela? -tento parecer tranquilo.

-Silvânia. Minha avó contava que ela não tinha muito juízo. -É ela, tem que ser ela.

-Talvez seria uma boa tentar saber de seu pai.

-Eu não. Se é ou era rico, vai achar que quero o dinheiro dele. Agora ele não me faz falta.

-Então já fez?

-Thales, fui levada para um orfanato e dê lá fui para uma família que me botou pra trabalhar em troca de um prato de comida. Claro que um pai me fez falta -fala com pesar. -mas agora não faz.

-Você pode ter irmãos ou irmãs. Não gostaria de conhecê-los? -seus olhos brilham.

-Claro que sim, mas isso não é possível, já reviramos tudo que era possível e minha mãe não deixou nenhuma pista de quem era ele.

-Eu posso te ajudar Ju.

-Eu falei sério ao pedir para se afastarem. Entenda que eu preciso seguir e conquistar meu espaço.

-Também posso te ajudar com isso.

-Eu não quero Thales. Na verdade só quero que me deixem em paz. Sigam com a vida de vocês e me deixe seguir com a minha.

-Quer provar o que com isso Júlia?

-Que eu consigo. Que tenho o meu valor.

-Você tem valor, nunca duvide disso okay? -ela assente. -Ele te magoou muito não é mesmo?

-Eu me magoei e agora preciso me curar. Respeite o meu espaço e pessa o mesmo para Thiago por favor.

-Fico preocupado com você.

-Eu estou bem Thales e não quero pensar em sair do Rio pra ter paz.

-Não precisa fazer isso, vou me afastar. Mas você sabe onde e como me encontra. Se precisar, não pense duas vezes.

-Obrigada Thales!

-Eu gosto de você menina. Tenho um enorme carinho por você e vou respeitar seu espaço. Por enquanto -ela retribui meu sorriso. -Sua torta é maravilhosa e sei que terá muito sucesso. Fique bem Ju. -me levanto e dou um beijo em sua testa e ela me abraça.

Ela me entrega a torta de chocolate e eu vou direto para o orfanato.

Entro no sistema com o nome da minha mãe e pesquiso sobre a reintegração de Júlia à família. Na tela sua primeira certidão aparece e ali leio o nome de Silvânia com outro sobrenome. Mas o que me chama a atenção e a data desses documentos. Eles foram anexados há onze anos. Depois de conversar com Becca por telefone. Ela me explica que provavelmente Silvânia trocou de nome com documentos falsos e por isso que a dona Cleuza, avô de Júlia. Teve que adotá-la como filha, para agilizar as papeladas.

Depois mexo nos arquivos impressos e por fim em uma enorme caixa de fotos. Depois de mais de uma hora, encontro um envelope com o nome de Júlia. No envelope tem fotos dela quando criança e parece ter sido separados por minha mãe, pois reconheci sua letra no envelope.
A primeira é de Júlia ao lado de Thomas, as outras são conosco e até uma com meu pai sozinho com ela. Será que meu pai sempre soube?

Guardo o envelope em minha pasta e vou direto para a casa de meu pai. Mas infelizmente não o encontro lá e ele também não atende ao celular.

Theodoro

Saí de casa e fui para a minha primeira consulta.

Já era quase noite quando deixei o consultório e depois de fazer varias perguntas que eu mesmo tive que responder, pedi ao motorista para me levar até a loja da Júlia.

Entrei como se eu estivesse passando por acaso e pedi um pedaço de torta de maracujá a uma jovem que estava no balcão.

Eu estava ali em resposta de uma de minhas perguntas. Estava ali para saber se ela me odiava. E se odiava, eu entenderia.

-Larrissa pode ir pra escola. -escutei sua voz e respirei fundo esperando esse primeiro contato.

-Já estou saindo chefinha. Vou servir a esse senhor.

Foi aí que ela apareceu e me olhou por um milésimo de segundo antes de olhar para meu o pedaço de torta na mão da adolescente.

-O senhor pode comer isso? -respirei aliviado e apenas balanceio a cabeça sinalizando que sim. -Ótimo! Não quero que digam que fui responsável por sua morte.

-Morte que você deve desejar.

-O senhor deseja algo para beber? -vi claramente que ela estava se controlando e bem desconfortável com a minha presença.

-Uma água apenas. -a mesma jovem me serviu e saiu.

Júlia ficou atrás do balcão fingindo que eu não estava ali. Confesso que imaginei ser encurraçado e mesmo sendo ignorado, me senti bem por ela não o ter feito.
Mas na hora que terminei e fui lhe pagar...

-Fica como presente e um pedido para que o senhor nunca mais volte aqui.

-Pensei que você era mais profissional.

-Eu sou, mas como o senhor deve ter notado, não é bem vindo e realmente não desejo olhar nunca mais para sua cara ou de seu filho babaca. Então se veio aqui para se certificar disso; pode sair tranquilo.

-Está certo Júlia. Qualquer dia a gente se esbarra por aí.

Saio dali com uma vontade de falar que sou seu pai e ao mesmo tempo ciente que ainda não devo.

Vejo em meu celular que estava no mudo, algumas chamadas de Thales. Quando retorno ele me fala que conversaremos em um outro dia.
*
Volto da fisioterapia e vou almoçar com Thomas. Meu filho tenta disfarçar seu sofrimento.

-Sente falta dela não é?

-Quer a verdade pai?

-Por favor meu filho.

-Sinto muita. Júlia era os motivos dos meus sorrisos e doi saber que ela não me quer mais.

-Por que se separou dela?

-Tivemos alguns desentendimentos e ela não quis nos dar outra chance.

-A culpa foi minha não foi?

-Não pai. Brigamos antes do senhor voltar de viagem.

-Não minta pra mim Thomas. Eu falei...

Antes que eu pudesse completar, uma jovem acompanhada de um senhor, se aproxima e beija rosto de Thomas. Ele retribui com um sorriso espontâneo.

Apresenta seu pai. Doutor Gilberto se apresenta. Michele, ambos obstetras.

Olho a jovem que encara Thomas encantada o deixando um tanto envergonhado, mas ao mesmo tempo parecendo feliz. Respiro fundo me condenando pelo o que eu fiz com meus dois filhos. Meu preconceito separou Thomas é Júlia e eu não sei como concertar isso sem deixá-los com mais raiva de mim.

A tal Michele é bem simpática, e sempre que sorri, olha com os olhos brilhantes para Thomas. Seu pai também observa tudo. E eu apenas consigo pensar na dor que causei em minha filha a separando do seu grande amor.

Thomas tem que voltar para a empresa, por ter uma reunião e o pai da jovem para um parto que surgiu de emergência. Assim ficamos eu e Michelle.

-Theodoro, é um prazer enorme conhecer você. -fala de forma bajuladora.

-Senhor. Me chame de senhor Theodoro.

-Me desculpe senhor Theodoro. Thomas me falou sobre sua saúde, está se sentindo melhor?

-Estou ótimo -sinaliso pedindo a conta. -Michele se pensa em me bajular para conseguir Thomas, desista. Ele ama outra e no que depender de mim, é com ela que ele vai ficar e se conheço bem meu filho, ele mesmo já deve ter te falado isso. Nossa família é de homens que só amam uma mulher na vida e quando ela é encontrada nunca será esquecida. Nunca outra poderá entrar em seu coração -ela me fuzila com o olhar. -Pode ocupar sua cama, mas nunca o lugar de sua amada. -Pago a conta e saio pedindo a Deus pra não ter feito outra merda.

Passo no cemitério para visitar o túmulo de Helena...

-Minha amada, o que eu fiz com nossos filhos? Me perdoe meu amor. Quero consertar tudo antes de me encontrar contigo. Tudo me leva a crer que Júlia é realmente minha filha e o destino resolveu brincar comigo fazendo ela e Thomas se apaixonaram. Eu estraguei tudo Helena. Fiz exatamente como você disse que eu faria se não mudasse meu jeito de ser -uma lágrima escorre em meu rosto. -Ela é tão independente. Tão linda e atrevida. Eu juro que não sabia que ela estava viva, eu nem sabia que era uma menina. Mas parece que você sentiu, parece que você sempre soube meu amor. Me ajude de onde quer que você esteja a conseguir ser menos odiado, me ajude a ser diferente desse homem que sou. Tenho medo de não amá-la, de não conseguir.

Me calo ao perceber um grupo passando...

-Amanhã nosso menino faz aniversário. Thiago vai completar 28 anos e dessa vez não estarei presente nem ao menos em um almoço. Ele está bem Helena. Está amando assim como Thales, que por sinal nos dará um neto que eu nem sei se poderei conhecer sem estragar tudo -me sento.  -Rebeca conseguiu amor, ela está fazendo nosso menino feliz e Graziela está fazendo o mesmo com Thiago. Eu consegui dizer a ele que o amo, consegui dizer o que apenas você me ouvia dizer sobre ele. Minha culpa me afastou do filho que mais tive medo de perder e com isso o perdi.

-Somente Thomas está sozinho. E pra não mentir para você. Admito que a culpa é minha; mas vou tentar consertar mesmo com medo de piorar mais as coisas. Tenho me sentido tão sozinho. Me perdi depois que você partiu e acabei perdendo a eles também. O medo de perder Thomas me paralisa. Eu te jurei cuidar dele e falhei miseravelmente amor. Ele vai me odiar, eu sei que vai e isso vai te deixar triste também.
Me prometa que quando eu resolver as coisas aqui, virá me buscar. Me prometa meu amor.

Um vento quente passou por mim e eu sorri quando uma borboleta pousou em minha mão, que estava apoiada em meu joelho.

Assim que cheguei na rua de casa, avistei o carro de Graziela. Eu sabia a placa de côr.

-Aconteceu alguma coisa com meu filho? -questionei assim que o motorista parou.

-Boa tarde sogrinho! Thiago está ótimo.

-Então o que quer aqui?

-Primeiro quero entrar, como manda as boas maneiras.

-Vamos entrar Graziela.

-Que fofo, ele sabe meu nome. -falou debochada e eu prendo o riso sendo seguido por ela pra dentro de minha casa.

A nova empregada nos serviu um suco.

-A que devo a honra?

-Amanhã vou fazer uma festa surpresa para Thiago e quero você lá.

-Obrigado, mas não acho uma boa Idéia.

-Por que não seria?

-Tivemos muitos problemas e meus  filhos...

-Deixe de ser covarde e enfrente seus medos Theodoro. Honre as bolas que tem ou eu mesmo as arranco fora se você não for.

-Você é doida? -questiono assustado com sua grosseria.

-Não, mas se essa for a única forma de meus filhos saberem de onde o pai veio. Não duvide que o farei sogrinho. -sorriu largo ao final.

-Esta grávida também? -perguntei olhando sua barriga.

-Ainda não, mas sua neta Malu estará lá. Então não se atrase e apareça com um sorriso no rosto ou eu mesma venho te buscar. Aqui ou em Vegas você não vai fugir de mim Theodoro. Seu filho sentiu durante anos a sua falta por uma merda que você cometeu e eu não vou permitir que você continue errando com ele.

-Compreendo.

-Ótimo! Seus filhos te amam velho, só estão um pouco magoados por suas cagadas, mas irão superar com o tempo.

-Você não me odeia?

-Não. Nem te conheço. Sei que é racista, mas respeite minha casa, meus filhos, meus amigos e estaremos bem.

-E se eu falhar?

-Você quer acertar?

-Muito Graziela.

-Já procurou ajuda psicológica? Porque sabe que racismo é doença. -revira os olhos.

-Já fui a duas consultas.

-Que bom! Você sempre foi racismo ou uma negra te abandonou?

-Por que todas acham que esse é o motivo?

-Sei lá velho.

-Não foi isso. Meu pai abandonou minha mãe para casar com a empregada. Eu tinha apenas oito anos.

-E de quêm você sentiu mais falta?

-Que pergunta é essa?

-Sou filha de rico e sei que passamos mais tempo com os empregados do que com os nossos pais Theodoro.

-Estarei lá amanhã Graziele. Passar bem. -encerro a conversa.

-Entendi o recado. Tchau sogrinho! -beijou meu rosto e saiu me deixando perdido em meus pensamentos.

Mas gostei dela.

Antes de dormir peguei a foto de Júlia ao lado de Thomas quando eram pequenos. Oh destino!

🌺🌺🌺

Espero não ter muitos erros.

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💋Beijos da Aline💋💋.

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