Mereço ser feliz

Hoje tenho mais uma consulta com doutor Gilberto. Estou no sétimo mês de gestação ou melhor, 30 semanas.

Pela primeira vez tia Cida não vai me acompanhar. Ela viajou no fim de semana para a Itália com um grupo da terceira idade e ficará fora por vinte dias.

Fabiano tem se tornado mais que um amigo. Ele é como um irmão protetor que Deus enviou para mim.

Faltando uma hora para minha consulta, ele me liga avisando que já está chegando. Passo as coordenadas para Larissa e sua tia cuidarem da loja e espero por ele do lado de fora.

-Vamos mamãe gata! -As vezes ele me chama assim.

-Sabe que esta cedo dindo. De carro levamos menos que 10 minutos.

-Eu sei, mas é melhor chegar cedo, que atrasado.

Como sempre, ele abre a porta do carro pra mim e antes que eu me sente. Vejo Cátia, o amor do meu amigo nos olhar a distância. Não sei o que ela pensa e já tentei saber se é feliz no casamento. Mas ela não me dá entrada. O que me deixa com a sensação de que não vive bem com o marido. Posso pensar errado, porém , queria ver Fabiano feliz.

-Cátia estava nos olhando.

-Onde ela está? -questiona olhando em todas as direções.

-Estava virando a rua quando entrei no carro e depois de nos ver, deu  meia volta.

-Eu não a entendo Julinha. Muitas vezes a pego me olhando, mas quando me aproximo, ela estremece e foge. Já tentei de tudo para esquecê-la. No entanto, nada tem funcionado.

-Sei bem como é isso. Mas um dia você consegue.

-Esqueceu o traste?

-Estou quase lá.

-Juro que se um dia eu descobrir quem ele é. Lhe darei uma surra.

-Não vale a pena amigo. Eu já te falei que estou melhor sem ele.

-Resolveu quando vai contar sobre o bebê?

-Não.

-Não consigo te entender. Amo ter vocês por perto e criei um carinho por vocês enorme. Já te ofereci para ir pra Sampa e cuidar das duas casas de festa que pretendo abrir lá e você negou. Se o odeia, porque não aceita minha proposta?

-Não o odeio. No fundo fiquei por aqui na esperança dele mudar e ser homem de me assumir. Mas o tempo passou e ele nunca propôs o que eu queria ouvir. Cresci sem pai, avô ou tios. Por muitas vezes necessitei de uma presença masculina e não tive. Meu bebê será forte como eu tentei ser. Mas não vou negar essa parte da familia a ele.

-Entao por que não conta logo?

-O tempo foi passando e a coragem diminuindo. Sei que os tios irão acolher meu bebê, mas o avô e o pai... Eu não sei dizer. Tenho medo amigo e ao mesmo tempo sei que não estou fazendo certo em esconder.

-Por que sempre insiste que ele irá rejeitar o bebê?

-Racismo.

-Então não tenha mais dúvidas, não conte nunca. Eu registro meu afilhado ou afilhada e assumo tudo ao seu lado. Você não precisa desse idiota nojento.

Durante todos esses meses evitei falar de Thomas. As coisas que Fabiano sabe é por Tia Cida contar, na minha frente mesmo. Entretanto. hoje eu senti essa necessidade de falar.

-Ele dizia me amar e quer uma família comigo. Mas bastou o pai aparecer que eu fiquei em último plano.

-Ele te ofendeu?

-Fez pior. Me pediu um tempo juntamente no dia que descobri minha gravidez. As vezes acho que se eu contasse ele me acusaria de ter engravidado de propósito e o pai me chamaria de golpista, tratando meu bebê como uma fatalidade. Isso se não tentassem me fazer abortar. -meus olhos se enchem.

-Ainda o ama não é?

-Amo mais meu bebê. O difícil é saber que se minha condição financeira fosse outra. Ele provavelmente não teria me deixado tão rápido. Mas foi melhor assim.

-Acho que não foi dinheiro. Foi covardia e falta de amor.

-Verdade. Ele nunca me amou -as lagrimas escorrem. -agora vamos deixar o traste pra lá e vamos ver se conseguimos ver o sexo do meu amorzinho que está sempre de perninhas fechadas.

-Desculpe-me por tocar nesses assuntos.

-Tudo bem. Eu senti vontade de falar.

Chegamos ao hospital e a sala de espera estava cheia. Minha barriga é relativamente pequena para sete meses, mas pesa como se eu estivesse com nove.

Fabiano me conduz para a recepção com tanto cuidado, que chego a me sentir uma inválida.

Assim que nos sentamos, Michele sai da sala do pai sorrindo ao telefone. Apenas ao vê-la meu sangue ferve e automaticamente coloco as duas mãos sobre minha barriga. Fabiano ao notar meu ato coloca a mão sobre a minha e a aperta com carinho.

-Boa tarde casal! -cumprimenta com deboche e eu nem me dei ao trabalho de responder.

-Sempre achei aquela história de Cota uma perda de tempo e espaço -aproximou o rosto do meu. -quem nasce pra fracassada, morre fracassada.

-Ai Michele! É impressionante como minha vida sempre te incomodou. Acho que você é a pessoa que mais pensa em mim no mundo. O que é isso. Um amor platônico ou inveja mesmo?

-Eu com inveja de você? Que piada! -se afasta um pouco sorrindo e olhando para Fabiano. -Até que em fim o pai da criança apareceu. Pensei que nem sabia quem era o pai do neguinho. -destilou seu veneno falando baixinho de frente pra nós dois.

-Doutora Michele Gutiérrez. Quanta falta de profissionalismo de sua parte. Vou apresentar uma queixa contra você. -falei sorrindo e alisando minha barriga.

-Tenta a sorte. Meu pai e diretor desde hospital. -Falou debochada com um sorriso no rosto.

-Melhor ainda. Doutor Gilberto não deve conhecer a filha ridícula que tem. Mas pra seu governo. Seu pai é o diretor e meu padrinho o dono. Eu duvido, que a partir de hoje você trabalhe novamente aqui. - Fabiano intervém pegando o telefone.

Michele arregala os olhos na mesma hora que seu pai sai da sala e vem sorrindo em nossa direção.

-Que surpresa maravilhosa Fabiano, não imaginava que você conhecesse Júlia. -fala abraçando Fabiano que se levantou para cumprimentá-lo.

-Meu querido amigo, surpresa foi a minha em saber que essa aprendiz é sua filha.

-Sim, Michele está passando um tempo comigo e veio fazer residência aqui.

-Creio que puxou a mãe. Não na beleza e sim no caráter. Não é a primeira vez que ela insulta Júlia, mas hoje deu o azar de eu estar presente.

-Meu Deus Michele! Você é uma vergonha mesmo. Vamos agora pra minha sala antes que eu perca a razão na frente de todos. Nos acompanhem por favor e me perdoem por isso. -se dirigi a mim e a Fabiano.

Na sala, ela tentou argumentar. Disse que me odiava porque eu implicava com ela na faculdade. Mas doutor Gilberto parecia conhecer a cobra e apenas tentava lhe dar um voto de confiança. Ele falou que sabia bem o que ela fazia comigo na faculdade. A acusou de racismo e falou da forma como ela tratava a madrasta. Que acabei de saber ser negra. E para azar dela, a madrasta tinha telefonado a poucos minutos relatando a vergonha que Michele a fez passar no shopping na hora do almoço. Roubando um perfume e colocando na bolsa dela para incriminá-la acusando de roubo em alto e bom som.
Foi a gota d'água para Doutor Gilberto. Que a expulsou no consultório deixando claro que a partir daquela data, ela estava por conta própria. Confesso que até senti um pouco de pena da infeliz ao ver seu desespero. E quando ela saiu ele deixou claro que Michele não tinha um centavo e que escolheu obstetrícia para tentar agradá-lo e assim continuar recebendo sua gorda mesada.

Doutor Gilberto mesmo quis fazer a ultrassonografia e para nosso deleite, minha princesinha estava de pernas abertas mostrando bem seu hambúrguesinho. Chorei feito doida e Fabiano o tempo todo sorria segurando minha mão. Com certeza minha filha tinha o melhor padrinho do mundo.

-Nossa pequena Juliana resolveu se mostrar mamãe gata. Agora podemos começar de verdade o enxoval. -beijou minha testa.

-Parabéns papais, a filha de vocês está saudável e...

-Ele não é o pai. -corrigi

-Sou o padrinho. -Acrescentou Fabiano sorrindo.

Doutor Gilberto se desculpou e saímos direto para o shopping. Sentada na Praça de alimentação, devorando o segundo milk sheike de ovomaltine. Decidi que estava na hora de contar para Thomas sobre minha gravidez e deixar que ele resolvesse se queria ou não fazer parte da vida da minha menininha.

Compramos banheira rosa, saída de hospital branca com salmão e muitas outras coisas, incluindo o berço.

Cheguei em casa muito cansada e nem desci pra fechar a loja.
Contei à Fabiano sobre minha decisão e marcamos dele me acompanhar no final de semana. Mas o fiz jurar que me esperaria no carro.

Dormi um pouquinho e sonhei com Thomas sorrindo feliz. Tomei um banho e chamei um carro pelo aplicativo. Eu não queria esperar e acabar desistindo. Pensando assim, segui em direção ao apartamento dele.

Quando o carro parou e eu ia descer, mas seu carro saia da garagem e uma mulher com uma mochila na costa se aproximou. Thomas desceu e a abraçou. Um farol de um carro que se aproximava revelou quem era a visitante. Michele. Fiquei sentada dentro do carro ignorando as reclamações do motorista. Vi ele abrir a porta do carro para ela e voltar pra garagem com o mesmo.

Senti uma dor tão grande que até mesmo minha filha reclamou me chutando forte. Pedi que o motorista me tirasse dali, mas ele disse ter encerrado a corrida. Desci de seu carro e contei até dez antes de chamar outro. Que por ironia era o mesmo e eu cancelei. Lógico que eu sabia que Thomas não ficaria sozinho. Mas tinha que ser justo Michele? Atravessei a rua e me sentei na cadeira de um trailer qualquer. Olhei por horas para sua parede de vidro e lá de baixo pude ver eles conversando. Ela parecia agitada e ele a consolava. Depois os vi abraçados e saindo do meu campo de visão.

Eu podia até arriscar saber a reação de Thomas com a minha gravidez, mas jamais deixaria minha filha próxima a alguém como Michele. Agradesci ao meu impulso. Pois somente assim descobri sobre ele e ela.

Quando me levantei já estava mais calma e decidida a deixar que o destino se encarregasse de revelar o que eu não tinha coragem de falar. O Rio de Janeiro é grande e não posso virar as costas pra o pouco que estou conquistando. No entanto, pra todos os efeitos. A partir de hoje. Esse bebê pede ser de qualquer um, até mesmo de Fabiano. Thomas talvez nunca saiba.
Ao mesmo tempo as palavras duras de Cesar vieram a minha mente. Seria uma maldição de família as mulheres serem mães solteiras de filhos de homens ricos e brancos?
Não. Minha filha não era uma maldição. Ela é uma bênção em minha vida e é por ela que levanto cedo todos os dias em busca de algo melhor pra nós duas.

Cheguei em casa e já era começo da madrugada. Entrei no meu e-mail e aceitei as encomendas da semana. Tia Cida tinha me oferecido várias vezes, parte do seu apartamento para trabalhar. O apartamento dela era o único que dominava todo o primeiro andar, referente aos oito conjugados. Mais que a metade dele ela não usava e já estava separado do restantes imóvel.

Tomada por uma determinação de sucesso. Logo pela manhã, contratei um empresa para a limpeza e depois de abastecer a Doce Destino. Chamei o pedreiro do prédio e pedi para colocar mais duas pias e quatro bancadas no espaço. À noite tirei fotos e enviei pra tia Cida. Ela ficou tão feliz que eu relaxei por não ter lhe comunicado anteriormente. Ela alegou saber que em breve eu o faria, e por isso mesmo me entregou as chaves no mês passado. Tudo ocupou menos que o referente a um conjugado. Começei a pensar em sua sugestão de me mudar pra lá também.

Eu estava tão animada que passei a noite fazendo tortas e planejando a reforma. O espaço já.estava dividido em dois quartos com uma suíte, sala grande e uma cozinha moderna. A área de serviço ainda tinha um espaço aberto pros fundos do prédio, que eu poderia colocar uma rede e ter espaço para Juliana brincar. E o que sobrava serviria para iniciar a fábrica.

Apesar de tudo, eu dormi sorrindo. Mesmo tão cansada.
*
Exatamente dois dias após ter visto Thomas com Michele. Os vi juntos novamente quando estava no ônibus que passou em frente ao prédio dele. Vi seu carro sair da garagem com ela sentada sorridente ao seu lado. Era noite e eu estava indo entregar a última encomenda do dia. Doeu, mas não o suficiente pra afastar a felicidade que eu estava sentindo em começar uma nova etapa. Eu merecia ser feliz e estava determinada a ser.
*
Depois de contar meus projetos para meu amigo, ele se ofereceu para financiar toda a reforma. Aceitei desde que ele aceitasse que eu lhe pagasse em prestações. Eu estava muito confiante quando aceitei seu cartão de crédito.
*
Tomei um banho gelado e tentava uma posição confortável pra me deitar e comprar pela internet todo o maquinário que eu precisaria para aumentar minha demanda. A maquina de salgados fazia até 10.000 salgadinhos por dia, isso imediatamente me levou a compra dos freezeres e assim sucessivamente. Uma coisa sempre puxando a outra e no fim a fatura do cartão Internacional de Fabiano estava enorme e eu senti medo por derrepente ter agido por impulso. Liguei pra ele na mesma hora falando o quanto gastei e ele achou pouco para o que ele tinha em mente. Isso depois de me falar que todo o gasto batia imediatamente no seu celular.

-O que seria isso? -Quetionei ainda fazendo as contas mentalmente.

-Quero que você fique com todo o serviço de buffet das minhas casas de festa e ainda posso te recomendar para amigos da área, e... Aquela sua ideia de kit festa escola, parece ser a cereja do bolo. Julinha se prepara para ficar rica e famosa. Você vai dominar o Rio de Janeiro com suas delícias.

Gritei ao telefone. Não tinha mas nada que me impedia de ir adiante.

Chamei Fabiano para uma sociedade e tia Cida também. Ambos aceitaram. Tia Cida apenas aceitou 5% e Fabiano 10%. Amigos loucos e fiéis que Deus me deu de presente.
*
Essa segunda eu não abrirei. Vou fazer entrevista com cinco possíveis funcionários. Por isso me dei ao luxo de dormir um pouco mais.

Acordei com a insistência do interfone.

-Hum! -esboçei sonolenta tirando o aparelho do gancho.

-Anjo! -gelei. -Me dá mais uma chance. -despertei.

-Me chamo julia Thomas. E não tenho absolutamente nada para falar com você no momento. -meu peito doía, mas era o certo a se fazer. Amor próprio em primeiro lugar.

-Ao menos vai pensar?

-Posso pensar em um dia conversar com você. Apenas isso.

-Me deixa subir. Quero tanto te ver.

-Passar bem Thomas. -me afastei deixando o aparelho fora do gancho.

-Será que ele não estava mais com ela? Isso não tem a menor importância agora Júlia. Mas pode ser importante para minha filha. -pensei minutos depois.

Às 17:00 horas, eu já tinha contratado um confeiteiros e uma cozinheira e três ajudantes. O serviço de garson continuaria nas mãos de Fabiano, que estava criando com todo o luxo nosso site.
*
Talvez temendo a aparição de Thomas. Deixei a loja aos cuidados de Larissa e sua tia Cintia. Cintia também cuidaria das entregas dos Kits festa, já que ela tinha carteira de motorista e Fabiano resolveu comprar um carro popular de segunda mão e adesivar com a logo da empresa. Que ele estava criando. Era uma menininha pretinha sentada se lambuzando de torta. Assim como também disponibilizou uma van da sua empresa para ser adesivada também.

Em dez dias, começariamos a todo vapor. Pedi a Larissa que se algum homem diferente procurasse por mim. Era pra dizer que fui pra Manaus.

Thomas

Grazi resolveu fazer uma despedida de solteira, enlouquecendo Thomas. Acabei acompanhando meus irmãos ao bar em frente a boate GG. Disfarço bem minha infelicidade em ter perdido a mulher que me amava por não ter tido coragem de enfrentar meus medos. Devo mesmo ter puxado a Ivan. Já que entre nós três, apenas eu, fui um covarde. Ivan se aproveitou do momento de fraqueza de minha mãe e eu do de Júlia. A única diferença é que eu não quero nada dela, apenas ela. Ivan sempre quis dinheiro. Aquele miserável teve a audácia de me procurar e querer me aproximar de sua família. Michele até se aproximou de Érika. Minha odiavel meia irmã. Michele é a única que conhece meu sofrimento e parece ter finalmente entendido que entre nós será apenas amizade. Depois da briga dela com o pai, eu lhe consegui um estágio em um hospital público na Barra, ela disse que o pai cortou sua mesada quando ela o questionou sobre a amante e se separou deixando ela e a mãe quase sem nada. Elas moram em um apartamento na Tijuca e depois dela tanto reclamar, lhe chamei a atenção por reclamar de barriga cheia. Até acho ela legal, mas jamais darei meu dinheiro para alguém que já se mostrou tão fútil que lembrava claramente as amantes que já tive.

Thiago enlouquece ao ver Grazi dançando na filmagem. Thales faz o mesmo ao ver Becca. E eu não ligaria a mínima se Júlia estivesse ali com elas e depois viesse feliz ao meu encontro. Tenho tanta saudades que chega doer. Júlia era meu raio de sol e hoje percebo que ele não brilha mais para mim. Me tornei um homem vazio que nunca sorri. Como fui capaz de lhe propor algo tão idiota como tempo? Como fui capaz de ficar tanto tempo longe dela achando que a estava protegendo de insultos quando na verdade deveríamos ter enfrentado qualquer coisas juntos?  Assim como Thales e Becca. Thiago e Grazi. Mas não, o covarde aqui, preferiu se afastar. Grazi estava certa em tudo que me disse. Menos em eu não amar Júlia. Mas se eu mesmo duvidei, imagino o que meu anjo pensou. Duvidei por não entender esse sentimento. Por nunca ter sido tão dependente de uma mulher. Por achar que era paixão e não amor. Todos julgam, mas na verdade não acho fácil detectar o amor verdadeiro quando seus sentimentos e certezas de vida estão tão confusas. Eu me perdi com a volta do meu pai doente e me perdi ainda mais em saber que fui enganado por anos e ainda ter sido moeda de troca para o canalha do Ivan. Me perdi tanto que não percebi que feria a pessoa que é tão importante pra mim. Achava ela frágil e ao mesmo tempo forte pra esperar por mim. Escondo pra mim a decepção com a atitude de minha mãe, escondo pra mim o fato de não entender o amor de meu pai por mim. Escondo principalmente o meu medo de ser muito parecido com Ivan.
Meu mundo se tornou uma desordem interna que eu não conseguia ter controle.
*
Thiago transbordava felicidade em seu casamento. Thales sorria alisando a barriga de Becca. Algo inexplicável vibra dentro de mim e uma certeza que também serei feliz me invade.
Fiz tanta merda com meu amor. Mas também mereço um dia ser feliz ao lado dela.

Michele até quis me acompanhar ao casamento

Quase todos os dias eu apareço na loja de Júlia. Acabei pegando alguns panfletos e distribuindo para amigos. Eu mesmo não resisto aos seus doces, tornando assim minha saudade suportável. Nenhuma dessas tentativas me permitiu vê-la. Todos os dias toco seu interfone sem resposta e para piorar, a adolescente que trabalha em sua loja me falou que Júlia viajou hoje cedo para Manaus. Apenas Ela e Cesar vieram em minha mente. Será que Júlia foi embora de vez? A dor me deixa acordado e de manhã contrato um detetive para encontrar o endereço de Paula e Roberto em Manaus e saber se Julia realmente está lá. Já perdi tempo demais dando chances ao destino que não quer cooperar conosco. Vou buscar minha mulher em qualquer lugar que ela esteja e se ela precisar de tempo para me aceitar novamente. Eu lhe darei todo o tempo do mundo permanecendo ao seu lado nem que seja como amigo. Apenas imploro a Deus que ela aceite.

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💋Beijos da Aline💋💋.

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