Capítulo 11

  Atenção

Esse capitulo contem temas, que podem ser sensíveis para algumas pessoas, como por exemplo: menção a morte, doença, abuso psicológico, e uso de drogas, por favor se responsável, se achares que tens alguma sensibilidade com esses temas citados acima por favor não leia.

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"E se eu te mostrar meu lado sombrio
Você me abraçaria, todavia, esta noite?
E se eu abrir meu coração para você
E se te mostro meu lado fraco
O que você faria?"

—Pink Floyd

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Sven

Ficamos uns minutos perdidos em pensamentos olhando em direção a fonte de agua por onde a desconhecida passou a alguns minutos

—Você não sabe com quem me topei quando pisei aqui—digo sem dar muita importância enquanto elimino a fumaça por minha boca

—Quem? —pergunta Tom curioso

—Matthew—digo seu nome com nojo

—Aqui? —diz surpreso—Não vou com cara desse tio desde aquele da...— fala mais interrompe sua frase e sinto seus olhos na minha direção

—Do dia que quase morri de overdose—digo com um sabor amargo na boca

—Sim isso— diz com um suspiro e passa a mão no rosto— Esse dia foi muito merda nem sei como descrever quando te vi naquele estado no chão do banheiro—vejo como seu semblante muda para um triste

—Uhum—digo tentando mudar de assunto já que não quero recordar esse acontecimento tão doloroso

—Ele te vendou alguma coisa? —me pergunta já com um olhar de reproche

—Que? —digo surpreso

—Sim ou não—me diz serio

—Não, claro que não—digo me sentindo uma criança de cinco anos quando é pego fazendo algo errado

—Se eu olhar no seus bolsos não vou encontrar nada? —me pergunta ainda desconfiado

—Eu já disse que não—digo impaciente com sua insistência—A Ellie ainda estuda na escola? —pergunto tentando mudar de assunto

—Ellie? —me diz divertido e vejo seu olhar malicioso—Claro ela a menina que você sempre fala—fala como se fosse obvio

—Eu não vivo falando de ninguém—digo rapidamente e dou um trago no meu cigarro

—Você gosta dela—afirma e dá um largo sorriso

—Que? —falo surpreso—Ela não faz meu tipo—digo em tom casual

—Nenhuma mulher faz seu tipo—responde como se fosse obvio—Até pensei que você fosse homossexual

—Que?— digo incrédulo—Não sou—digo olhando para ele

E começo a sorrir pela situação, sinto como me invade uma crise de riso, e se sente tão bem, me sinto leve, olho para meu amigo que me olha sem entender minha reação

—Então você, não é? —pergunta ainda com dúvida

—Não tenho nada contra os que são homossexuais mais isso não é meu rolo—digo encolhendo os ombros e com a voz entrecortada pela crise de riso

—Hm... você é tão complicado—diz ele um pouco distante—Então, tenho que avisar ao Dante que você não é gay—diz naturalmente

—Espera...foi você? —digo confuso e me coloco na sua frente

E quando ele vai responder, uma voz irritante começa a gritar nas minhas costas, vejo como meu amigo empalidece, e me viro lentamente em direção a dona da voz, o primeiro que vejo é a sua altura é quase do meu tamanho, tendo em conta que tenho um metro e noventa, ela é bem alta, tem o cabelo na altura dos ombros, na cor preto e é cacheado, de pele morena, e tem os olhos verdes, é bonita vejo como sua boca se move me trazendo de volta a realidade

—Sven—diz com raiva

E quando vou responder o Tom se adianta

—Eu posso explicar—responde nervoso

E olho para ele confuso, e sinto como jogam algo nos meus pés olho para baixo e vejo as roupas que suponho que sejam do Tom

—Sou todo ouvidos Sven—responde ela fazendo ênfase no seu nome

—Sven? —digo incrédulo—E eu que sou o complicado ne?!— falo com um sorriso malicioso

Viro para garota e estendo a mão

—Prazer eu sou Sven—falo apertando sua mão

—Louise—responde com uma cara de confusão—Isso é tão estranho por acaso vocês são um casal ou algo assim? —diz apontando para nós dois

—A verdade, Ise posso te chamar assim não? —pergunto e ela faz um gesto de afirmação, me aproximo um pouco dela— Somos um casal—falo baixo como se tratasse de um segredo e vejo sua cara de absoluto horror—Acabo de saber que ele me traiu com você—digo e faço uma cara triste quase me escapa um sorriso mais tento me mante firme no papel

Observo como meu amigo me olha com cara de poucos amigos, e já sei que alguém não vai fazer sexo hoje e lhe dou um sorriso malicioso e me aproximo dele

—Isso que dá querer se meter em todas as calcinhas—digo no seu ouvido e lhe dou um tapa no ombro

—Você pode ir embora—me diz a garota impaciente

—Claro que sim—digo levantando as mãos em sinal de paz

Vejo o olhar aflito que o Tom me dá e acho que sinto pena dele, olho para a garota que me olha irritada e volto a olhar para meu amigo na verdade não, não sinto pena dele

—Sven, esqueceu que tenho que ir contigo imbecil—diz nervoso quando dou as costas—Estou sem carro—me diz com um olhar de súplica

Olho para ele e me sinto como naqueles filmes em que aparece um anjo e um demônio no ombro do personagem, o anjo diz para fazer o certo e ajudar, o outro quer que mundo queime, olho para ele uns instantes e algo me comove

—Seu não está aqui—digo mais para mim que para ele—Então...

Dou a volta e caminho na sua direção ele quando vê minha reação parece se sentir aliviado e quando estou próximo a ele ponho a mão no decote do seu vestido ajustado e tiro as chaves do carro

—Heyy—diz ele irritado tirando minha mão—Não toque no meu seio, seu pervertido

—Então...—repito—Essas devem ser a do meu carro—digo com sarcasmo

—É...você encontrou—diz desconcertado e reviro os olhos

—Nos vemos por aí Tom trata de ficar vivo—digo e inclino a cabeça para a garota

—Quero que fique claro que isso é traição—diz em sussurro—E se eu morrer que não tenha dúvida que a culpa é sua—responde me apontando o dedo índice

Dou as costas para o casal que estava do meu lado a poucos minutos, e caminho em direção a entrada da casa paro em seco quando percebo que não tenho mais nada que fazer, e que o mais provável é que vá para casa descansar, já que sinto dor por todo o corpo por conta do tratamento, estou tão distraído que nem percebo que alguém fala comigo até sentir que tocam no meu braço

—Que? —digo bruscamente quando vejo de quem se trata

—Calma cara, estou aqui por negócios—responde

—Não estou interessado Matthew—digo firme

—Sven o que tenho é coisa nova você vai gostar—fala tentando me convencer

—O que é?—pergunto curioso

—Toma—responde me dando um cigarro na minha mão

—E quanto isso vai me custar?—falo desconfiado e coloco o cigarro no bolso da calça

—Digamos que é uma oferta da casa, para meu cliente favorito—diz com sarcasmo

Apenas balanco a cabeça em sinal de afirmação, e sigo meu caminho para a entrada principal da casa, quando estou quase próximo ao meu carro escuto um ruido pouco agradável como se alguém estivesse vomitando, noventa por cento me dizia para que continuasse meu trajeto, e quem quer estivesse passando um mal bocado que se virasse, entretanto, essa pequena parte boa que me restava me paralisou por completo e me odiei por isso

—Droga—resmungo

Dou a volta tentando encontrar o suposto ruido que ouvi, e não acredito no que estou fazendo reviro os olhos incrédulo quando meus olhos observam nada mais nada menos que Ellie

—O que está olhando estupido?—me pergunta irritada quando vê que a observo

E acho engraçada sua reação, quem diria que a pequena Ellie a garota perfeita diria, más palavras, vejo o quanto ela mudou durante todo esse tempo

—Está mais bonita do que me lembrava—diz minha consciência

Balanço a cabeça afastando esses pensamentos, já que uma garota como ela jamais olharia para mim, lembro do seu estado e ponho as mãos nos bolsos procurando umas toalhitas de papel que tinha pego no banheiro do hospital

—Toma—digo entregando alguns lenços

—Obrigado—responde timidamente

—Você está melhor? —pergunto casualmente

—Sim—fala duvidosa—Acho que devo ter passado da conta

E a olho incrédulo, com cara de você acha, ficamos em silencio por alguns segundos, e confesso que estava me sentindo um pouco incomodo, já que não sou do tipo que gosta de socializar

—Bom, tchau—digo dando as costas

—Você seria capaz de me deixa aqui sozinha?—me pergunta com a voz arrastada

—Sim—respondo como se fosse obvio

—Você é um péssimo cavalheiro—diz desapontada—Bonito mais pouco romântico—fala e põe a mão na boca

Olho para ela e dou um sorriso malicioso, enquanto ela parece estar envergonhada com o que disse, e a vendo assim me parece bastante terna

—Você me acha bonito? —pergunto curioso

—Si...não—fala desengonçada o que torna mais divertido

—Ellie? —diz uma voz preocupada as nossas costas

Damos a volta e aí está a garota de antes

—Você?

—Você?

Dissemos juntos

—O que você está fazendo com minha amiga? —me pergunta irritada

—Eu nada—respondo confuso

—Ele te fez algo Ellie? —fala examinando sua amiga

—Ei vai com calma, que o inimigo aqui não sou eu—digo ofendido—Só estava tentando ajudá-la—me defendo

—Sim Ise, fica tranquila só sair para tomar um pouco de ar—se explica

—Suponho, que você fara cargo da sua amiga—pergunto para a Ise

—Obvio—diz cruzando os braços

Assinto com a cabeça em um gesto afirmativo a dupla de amigas, mas antes de caminhar meu olhos viajam na direção daqueles olhos acinzentados que me deixam louco desde que era uma criança, só que a garotinha irritante que conhecia, mudou e se tornou na mulher mais bonita que conheci, dou as costas para elas e volto para o estacionamento, vejo como o carro do Tom dobra a esquina da rua, entro no carro e me sentindo fraco e cansado, ligo o carro e dirijo pela via principal, lembro que provavelmente em casa não terá nada para comer, e lembro de um café que minha me trazia quando era pequeno e que sei o caminho de cabeça.

Dirijo por alguns quilômetros até que vejo um outdoor em formato de seta na cor vermelha escrito café, diminuo a velocidade e estaciono, o lugar já esteve melhor, as paredes estão desgastadas do que antes era um verde escuro, o lugar fica no meio de uma autoestrada, tem janelas amplas ,que dá para ver a parte de dentro, ponho a carteira no bolso e desço do carro e caminho em direção a entrada, assim que passo pela porta meu olfato é brutalmente atacado com o cheiro dos Cinamon rolls, escuto como toca um sino avisando que entrou gente no café, olho ao meu redor, vejo que as mesas estão praticamente vazias, digamos que este não seja um lugar que os jovens da minha idade frequentariam, e os que vem por aqui estão sempre de passagem, são visitantes ou motoristas, ou são velhos amigos do dono.

—Sven—diz uma voz masculina atras de um balcão

—Mark

Respondo e caminho até ficar próximo do balcão branco que tem de apoio uns bancos altos na cor vermelha, aperto sua mão que estava estendida em forma de saudação, minha mãe trabalhou um tempo para o senhor Mark, lembro quando ela dizia que precisava juntar dinheiro, não entendia o porquê já que meu pai nos dava tudo, que estupido somos quando crianças que não enxergamos maldade ao nosso redor, hoje sei que ela queria que fugíssemos de casa, ela queria fugir do meu pai e eu não enxerguei isso, me sinto culpado por seu sofrimento penso em como poderia ter feito mais por ela.

—Parece que adivinhei que você viria hoje—diz ainda sorrindo—Fiz aqueles bolinhos que você tanto gosta

Olho para o Mark, penso que deve ter quase cinquenta anos, é alto, parece que está frequentando uma academia já que aparenta estar mais forte do que eu me lembro, tem a pele bronzeada, seus cabelo é loiro, e acho que se esqueceu de fazer a barba, ele é viúvo e tem uma filha chamada Julieta, é mais nova que eu dois ano ou três não lembro

—Ótimo, porque me sinto faminto—digo olhando para montra

—Me dá um minuto —responde secando suas mãos numa toalha, e passando pela porta que dá para a cozinha

Vejo como desaparece pela cozinha, dou a volta no banco e olho para mesa do fundo, onde tem uma mesa branca velha com um sofá de coro vermelho, onde me sentava para pintar enquanto Dulce trabalhava, gostava de ficar aqui esse lugar me parecia feliz, mamãe sempre estava feliz aqui, e não chorando como fazia quando estávamos em casa.

—Sven? —falam nas minhas costas

—Juli—digo sorrindo

Juli é minha única amiga, ela é ruiva, baixinha e magra, me pergunto como é ruiva já nenhum de seus pais são, mistérios da natureza, Julieta e tom são os únicos com quem posso contar, ela é muito especial para mim digamos que você conhecer alguém que já perdeu alguém ente querido, igual a mim me aproximou muito dela, já que incansáveis vezes ela foi meu ombro amigo, assim como o Tom, só que a ela conheci primeiro, já que ele não morava por aqui

—Você está tão diferente —fala divertida —Você está precisando de dinheiro ou algo assim? —me pergunta

E a olho com cara de confusão ela passa a mão pelo meu cabelo desarrumando-o se isso é possível

—Ahh...—digo sorrindo e passo a mão no cabelo — Deixei crescer e o resultado foi esse —digo encolhendo os ombros —Mas não sou o único diferente que merda é aquilo no rosto do seu pai

—Me respeita moleque —diz Mark atravessando a porta — Estou deixando crescer barba, e a juli disse que estou bonito

—Claro que esta pai —diz Juli beijando a bochecha do seu pai

—Que seja —digo revirando os olhos — Me dá minha comida —digo estendendo os braços em direção ao prato de hamburguer que Mark tem em mãos

—Não—responde afastando o prato—Diz que eu sou bonito e que minha barba está maravilhosa—fala erguendo e abaixando as sobrancelhas divertido

—Você tem autoestima baixa ou algo do tipo—digo em forma de brincadeira—Da isso que estou faminto

Ele finamente me dá o prato e como com tanta vontade, fazia séculos que não comia uma comida decente, mesmo quentão seja a comida mais saudável do mundo mais com certeza é melhor que aqueles macarrão instantâneo feito em três minutos no microondas

—Pensei que tinha perdido nosso melhor cliente—diz Juli brincando

—Jamais—digo rapidamente—Eh...estive ocupado por esses dias

—Meses você quer dizer—diz ela girando os olhos

Lembro como estive por esses últimos dias, e de novo sinto esse sabor amargo na boca, desvio meu olhar que estava na sua direção, e olho para o hambúrguer que tenho nas mãos, sinto como o apetite que tinha a pouco, é substituído por um enjoou, como digo que a poucos meses quase morri de uma overdose por conta de uma briga que tive com meu pai

—Estou de volta—digo elevando os ombros dando pouca importância a situação

—Certo—diz ela percebendo meu incomodo

Ficamos uns minutos em um silêncio incomodo, e olho para as rosquinhas de canela que são meus preferidos, e peço uma ao Mark, e ele me serve com um café, Mark me contou as novidades disse que conheceu uma mulher, e fala como a observar de longe, é por um instante lembro que fazia o mesmo quando era pequeno e observava a Ellie.

Ela sempre se sentava com o Rick, confesso que morria de inveja dele, e quando ela chegou atrasada e estávamos fazendo um trabalho, no qual ela foi minha dupla lembro que esse foi o dia mais feliz da minha vida que patético eu era, já passou umas horas desde que estou aqui, e peço para o Mark me preparar um hambúrguer para levar, junto com uma rosquinha e dois cafés.

—Dois cafés?—diz Mark incrédulo—Como você consegue dormir com dois cafés—fala sorrindo enquanto prepara minha encomenda

—Ah...Mark se você soubesse que meu intuito é justamente esse—penso

—Isso é para ele?—diz apontando para a comida

—Sim—digo em um suspiro

—Ele não merece é uma merda de pessoa—diz baixinho negando com a cabeça

—Ele é meu pai Juli—respondo em um sussurro

—Está tudo aqui Sven—responde me entregando duas embalagens de papel

—Obrigado—falo pegando os pacotes—Quanto fica tudo?—digo pegando a carteira no bolso traseiro

—Que?—fala confuso—Eu jamais te cobraria alguma coisa filho—responde Mark

—Não é justo que eu coma aqui e não pague nada Mark, você precisa do dinheiro para pagar as contas

Ponho uma nota de vinte dólares no balcão e guardo a carteira

—Bom eu vou indo, já que ainda tenho um longo caminho até chegar em casa

—Obrigado—diz Mark pondo a mão no meu ombro e dando um ligeiro aperto

—Obrigado você por me aturar todos esses anos—falo sorrindo

Julieta dá a volta ao balcão e me dá um abraço

—Por favor não demore tanto como dessa última vez—fala baixo—Senti tua falta

Nós afastamos e ponho uma mecha ruiva atrás da sua orelha, ela é como se fosse minha irmã pequena

—Não se preocupe—respondo acariciando sua bochecha—Eu também senti sua falta

—Claro que me preocupo Sven você é muito importante para mim

Puxo ela novamente para um abraço e dou um beijo na cabeça, finalmente me despeço e subo no carro começo a dirigir em direção a minha casa, já que o café está um pouco distante do centro da cidade, depois de quarenta minutos no volante estaciono em frente de casa olho com receio para minha casa suspiro aliviado quando vejo que a luzes estão apagadas.

Desço e caminho por um pequeno caminho de pedras que dá a porta principal, abro a porta e parece que não tem ninguém em casa

—Pai?

Não ouço sua resposta ou algum ruído que identifique que ele esteja em casa, sinto como um peso sai dos meus ombros e suspiro aliviado, fecho a porta da entrada e acendo a luz da sala, o ambiente está um caos, a televisão está no chão, o sofá tem algumas roupas espalhadas, no tapete tem uma mancha que parece reste de comida ou vomito, sinto como a comida do meu estômago sobe e desvio a vista, caminho para a cozinha e o cheiro de comida estragada é insuportável, ao tanto que tenho que tapar o nariz

—Que nojo—resmungo

Esses dias estive na casa do Tom, já que estava evitando meu pai, ponho a comida na mesa na parte que parece estar um pouco mais limpa, pego um saco de lixo e começo a recolher os pratos descartáveis e por dentro da bolsa, faz anos que essa casa não tem pratos de vidros, ou copos de vidros, não quando meu pai chega com raiva e começa a jogá-los na parede ou em o que ele ver primeiro, depois de me ameaçar e de me fazer algumas cicatrizes foi o lugar das facas serem substituídas por plástico, uma pena que não posso substituir seus preços por plástico assim me recuperaria mais rápido dos seus golpes

Tento por tudo os mais depressa possível no saco de lixo, e quando a cozinha já está mais organizada, passo um pano humedecido com um detergente de limpeza, repito o mesmo na sala e quando termino pego minha rosquinha com um café e subo para o meu quarto, e ponho a comida na mesa do meu computador, que tem a tela rachada, resultado de um murro do meu pai, encosto a porta e começo a tirar a camisa para entrar no banho, olho para porta debatendo se devo fechar com chave ou não já que estou sozinho

—Fecha com chave—diz minha consciência com medo

Passo a chave pela por com a falsa ilusão de me sentir mais seguro já que das outras vezes ele derrubou a porta porque tinha trancado, troto em direção ao banheiro e abro o registo de água, molhando meu corpo e meu cabelo, me arrepio com a temperatura da água que está gelada

Depois de alguns minutos saiu do box, e vou para o lavatório escovar o dentes, assim que fecho o chuveiro escuto como uma porta e fechada agressivamente na parte de baixo, e me tenso por completo, meus ouvidos parecem ficar em alerta acredito que se caísse um alfinete no chão seria capaz de escutá-lo, me apresso em escovar os dentes, e corro para vestir uma roupa

—Sven—escuto que me chamam na parte de baixo

E fico em silêncio no meu quarto

—Responde estupido—grita

Escuto passos pesados vindo da escada, uma voz na minha cabeça pede para não falar, grita que me esconda, que me proteja sinto como entro em pânico, meu coração está tão acelerado como se estivesse corrido dez minutos, sinto como me falta ar, e rapidamente ponho a mão no peito, me lembro do exercício que a Ellen fez comigo mais cedo, tento inspirar e solto o ar com dificuldade

—Eu vou morrer—penso—Eu estou morrendo—digo em um sussurro

—Sven—diz agora batendo na minha porta

—Não, não, não por favor—digo baixinho encolhido no chão

—Se não abrir agora mesmo você vai ver—responde com raiva do outro lado e escuto o barulho do cinto

—Papai por favor hoje não, por favor eu não estou me sentindo bem—digo com a voz entrecortada por conta do choro.

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