18.

— Senhora Hwang? — Brinquei, lançando um olhar de lado para Yunjin.

— Foi o que me veio à cabeça na hora. — Respondeu, colocando minha bolsa no chão acarpetado e se deitando no mesmo. — E achei que Sra. Huh seria muito óbvio se o cara tivesse visto as notícias.

Abri a porta do banheiro, surpresa por encontrá-lo limpo — um contraste inesperado com a aparência de filme de terror do motel.

Quando fui me sentar na cama, Yunjin me interrompeu com um agudo "Espere!"

Ela tirou o lençol e examinou o colchão. Satisfeita com sua inspeção, ela deu um sorriso lento. — Insetos. Nunca se sabe que tipo de criaturas se escondem em lugares como este.

Suspirei em concordância.

A realidade se impôs sobre mim.

Havia apenas uma cama de casal no quarto.

De repente, uma agitação nervosa se instalou em meu estômago ao pensar em compartilhar uma única cama.

Meu coração acelerou, lembrando-me do ensino médio, quando o professor me pediu para sentar ao lado do garoto de quem eu gostava.

Yunjin me olhou com desconfiança, como se pudesse ler meus pensamentos. — Eu fico com o sofá. Você pode ficar com a cama.

— Não! Você pode dividir a cama comigo. — As palavras saíram apressadas, talvez um pouco desesperadas demais.

O olhar de Yunjin fixou-se no meu, inabalável.

— Prometi que manteríamos distância, e dividir a cama não me parece uma boa ideia. — Comentou, com um tom resoluto.

Respirei fundo e balancei a cabeça. — Você tem muitas horas de condução pela frente, portanto, precisa descansar bem antes de dirigir novamente. Podemos simplificar as coisas: uma noite, você fica do seu lado e eu fico do meu.

Sua expressão séria se transformou em um sorriso. — Tem certeza, enfermeira Chaewon? Eu não sou exatamente do tipo certinha. Você pode confiar em mim para ficar do meu lado? Você está disposta a correr o risco?

Era como se eu estivesse pensando se deveria embarcar na montanha-russa mais emocionante e aterrorizante do parque de diversões.

Sem entender completamente o que me possuía, respondi. — Sim.

— Se você está concordando em dividir a cama comigo, Chae, então talvez eu tenha que jogar toda aquela regra de 'manter distância' pela janela.

Assenti com a cabeça. — Tudo bem.

— Tudo bem, então. — Disse ela, apontando para o chuveiro. — Se importa se eu for primeiro?

— Sem problemas. — Respondi.

O som do chuveiro encheu o quarto enquanto eu me acomodava na cama. A chuva forte lá fora parecia implacável, ecoando o ritmo da água caindo.

Inicialmente hesitante em ficar com a Yunjin, os dias que passavam lentamente me atraíam para o conforto do mundo dela. Acordar do meu jeito, cozinhar nossas refeições favoritas e desfrutar da companhia uma da outra sem o peso do trabalho ou das preocupações — quase parecia...

Como se fôssemos um casal.

No entanto, a culpa me atormenta por desejar essa vida com ela.

Quem eu estava traindo?

Eu não conseguia imaginar uma vida feliz com uma criminosa — uma famosa assassina em série.

No fundo, eu sabia que não era ela, mas uma pequena voz insistia que Yunjin poderia ser a assassina.

E se Hanni estivesse certa? E se Yunjin fosse de fato uma mestre da manipulação? Se fosse esse o caso, a fachada de Yunjin como uma mulher encantadora, jogando bem suas cartas, poderia esconder uma verdade mais sombria — uma psicopata habilidosa em fazer as pessoas dançarem conforme sua música, mantendo uma fachada inocente. Por dentro, ela poderia estar zombando de nós por nossa ingenuidade e cegueira, escondendo a verdadeira natureza da mulher que ela era.

Liguei a pequena e velha televisão apoiada na mesa, a incerteza das intenções de Yunjin passando pela minha mente. Alguns minutos depois, o chuveiro parou e Yunjin apareceu, vapor envolvendo-a e uma toalha enrolada em seu corpo. Seu cabelo encharcado emoldurava seu rosto.

Meu olhar desceu involuntariamente, revelando um corpo que eu raramente havia notado antes. A parte desanimadora foi que ela me pegou olhando.

— Chae, se você quiser, eu posso tirar a toalha. — Ela provocou.

Minhas bochechas coraram de vergonha. — Eu vou tomar banho.

Ela riu. — Vá em frente.

Depois de um banho completo (esfregando cada centímetro do meu corpo, só para garantir), encontrei Yunjin do seu lado da cama, com os olhos fechados, roncando levemente. Uma sensação de decepção surgiu.

Apagando a luz, deitei-me no meu lado, a incerteza nublando meus pensamentos.

Quando fechei os olhos, a voz rouca de Yunjin quebrou o silêncio.

— Chae, você está acordada? — Ela perguntou, seu tom duvidoso, como se antecipasse minha rejeição.

— Sim. — Eu respondi.

— Posso pedir que você me prometa uma coisa?

— O quê?

— Quando você chegar a casa, me prometa que ficará segura.

— Eu prometo. — Assegurei. Virando-me para encará-la, percebi o quão próximos nossos corpos estavam. O calor que irradiava dela tinha um efeito inexplicável em mim. O cheiro do perfume dela me enfeaquecia.

Seus olhos se fixaram nos meus.

Ela gentilmente afastou meu cabelo, algo intenso brilhando em seus olhos.

— Vou sentir a sua falta, Chae.

Aproximei-me, encontrando seus lábios suavemente com os meus, incapaz de resistir ao desejo. Quando ela se inclinou, uma faísca brilhou entre nós, aumentando quando nossos lábios se juntaram num beijo apaixonado. O vínculo entre nós ficou mais forte, como se nossos próprios seres ansiassem por este momento especial que compartilhamos.

Enquanto nossas línguas se entrelaçavam apaixonadamente, um gemido suave escapou dos meus lábios e eu não pude deixar de passar os dedos pelos fios sedosos de seu cabelo loiro. Ela gentilmente se afastou dos meus lábios, deixando uma série de beijos carinhosos ao longo da curvatura da minha mandíbula e descendo até minha clavícula.

Seus olhos se fixaram nos meus. — Você tem certeza disso?

Concordei com a cabeça. — Eu tenho certeza.

Com um toque gentil, ela tirou minha blusa enquanto dava beijos calorosos em minha barriga. — Uma vez que você se entrega a mim, não há como voltar atrás. Não pode haver ninguém além de mim.

— Não haverá mais ninguém. — Eu disse com um sorriso.

— Bom, então. — Ela respondeu, também sorrindo.

Acariciei o corpo de Yunjin enquanto ela levantava a camisa sobre os ombros e a jogava para o lado.

Ela arrancou meu sutiã rapidamente e agarrou meu peito com força. Minha atenção se voltou brevemente para o braço dela, coberto com tatuagens.

Eu podia sentir sua grossura através do tecido fino de sua cueca boxer. Yunjin pressionou-se contra mim, emitindo um arfar baixo.

Enquanto nos despiamos, seus beijos se aprofundaram em paixão.

Nenhuma de nós disse as palavras 'eu te amo', mas as nossas ações falavam mais alto.

— Eu quero te sentir. — Eu disse.

A fome por Yunjin que eu suprimi surgiu.

Eu deveria ter vergonha de mim mesma.

Avisos de todos no hospital ecoaram em minha mente, me dizendo para ficar longe dela. No entanto, aqui estava eu, pronta para me render a ela.

A culpa e a vergonha não atormentavam mais minha consciência.

— Tanta vontade que eu tenho de fazer isto com você desde o dia que você entrou no meu quarto, Chae. — Ela murmurou, beijando meu peito.

— Não posso culpar você. Eu queria que você fizesse isso desde o primeiro dia também. — Eu admiti.

Ela riu. — Enfermeira Chaewon, aproveitar-se da sua paciente assim vai contra as regras do hospital.

— Então talvez devêssemos parar. — Provoquei.

— Eu nunca disse que tinha problema com você se aproveitando de mim.

Eu ri enquanto Yunjin se aproxima da escrivaninha, abriu a gaveta e pegou um pacote quadrado e brilhante. — Eu gosto deste lugar. Ele está bem preparado.

Minha risada se transformou em gemidos apaixonados enquanto um desejo irresistível me consumia.

Nosso ato foi incrivelmente intenso e lindamente puro.

Finalmente, ambas atingimos o nosso clímax.

[...]

À medida que a intensidade desaparecia, lágrimas brotaram dos meus olhos.

Yunjin parecia confusa. — Eu machuquei você?

Balancei a cabeça, enxugando as lágrimas. — Não, não é isso. Sou muito sensível, eu acho.

— Não, você não é. — Ela insistiu, inclinando a cabeça, o olhar fixo no meu. — Você está pensando em outra coisa. O que é?

Hesitei com um pouco de medo de falar.

— Não é nada.

Yunjin se aproximou, me beijou e roçou suavemente seus lábios na minha mão. — Me fale, Chae.

Olhei para ela, as lágrimas ainda brilhando em meus olhos. — Você não é uma psicopata, é?

Ela sorriu docemente. — Se eu soubesse que ter você na minha cama faria você perceber isso, eu já teria você aqui antes.

— Ah, Jin. Eu sinto muito; Eu não acreditei em você.

— Você não precisa se desculpar. — Ela disse beijando minha testa.

— Eu quero ajudar você.

— Me ajudar? — Ela ergueu uma sobrancelha.

— Vou te ajudar a pegar o assassino.

— Eu não posso colocar você em perigo. Quem está atrás de mim conhece claramente as pessoas que eu me importo e eu não posso deixar você ficar presa nessa bagunça. Você pode me ajudar ficando longe de problemas, Chae. — Ela disse com um tom autoritário, tornando difícil para mim discutir. — Quando você voltar ao trabalho, eles farão perguntas. Não vou culpar você por contar a verdade, porque se você disser que eu sou inocente, vão pensar que manipulei você, ou pior. Se você esconder minha localização, eles pensarão que você está apoiando uma criminosa.

— O que você quer que eu faça? — Perguntei.

— Dê-lhes o que eles querem. Conte a eles sobre a casa; deixe-os procurar.

— E para onde você iria?

Ela encolheu os ombros. — Sou boa em me esconder; Eu me viro

Toquei seu queixo. — E quanto a nós?

— Nós? — Ela riu, me beijando. — Uma enfermeira e uma criminosa procurada não podem ter um futuro, Chae. Nem agora, nem nunca.

Meu coração se partiu. — Talvez seja possível. Depois de você limpar seu nome, podemos ficar juntas.

— Gosto de como 'nós' soa, mas no meu caso, prefiro morrer do que ver algo acontecer com você. Eu nunca me perdoaria.

— Você não matou sua mãe, matou?

Com a menção de sua mãe, sua mandíbula cerrou.

— Ela desapareceu um dia e uma semana depois a polícia iniciou a investigação. Antes disso, eu encontrei a mala. Uma mala encharcada de sangue.

Ela recitou calmamente, causando arrepios em minha espinha.

— As partes do corpo dela estavam lá dentro. Abri e obviamente minhas pegadas e impressões digitais estavam por toda parte. Eu não matei minha mãe, Chaewon.

Não consegui expressar arrependimento ou oferecer palavras de conforto. Ela não conseguia compreender a escuridão que guardava dentro de si, tendo passado por algo tão traumático.

— Depois disso, não fui mais eu mesma. Já fui violenta no passado, mas nunca machuquei ninguém. Se fosse esse o caso, eu me trancaria no meu quarto ou me internaria no hospital quando a situação ficasse fora de controle. Mas eles acham que fui eu. Acham que eu sempre fui louca, que eu perdi a paciência e matei a minha própria mãe.

Ela enterrou o rosto entre meu ombro e meu pescoço.

Senti a umidade de suas lágrimas na minha pele.

O silêncio permaneceu.

Em um sussurro angustiado, ela disse. — Eu nunca iria machucá-la. Eu não a matei. Você acredita em mim, Chae?

— Eu acredito em você, Jin. — Eu disse.

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