Para: R. Amanda

De: Mario Antônio Ramazzini

Depois de receber o seu e-mail eu fui conversar com minha avó e tirar essa história a limpo.

Realmente ela escreveu uma carta no verão de 69 e junto colocou uma foto tirada no dia do reveillon tudo dentro de uma garrafa, com seu endereço. Lançou-a ao mar. Ela conta que já não lembra o conteúdo da carta, mas que dizia procurar um amor verdadeiro para casar e morar no litoral, pois amava o mar.

Porém Amanda, essa história começa um pouco antes, quando meus bisavôs se conheceram num navio vindo da Itália para o Brasil. Eles passaram muitos dias olhando o mar. Decidiram que quando se casassem iriam morar perto do mar. Mas, chegando no país, foram para Minas Gerais trabalhar nas lavouras de café. Então mudaram a promessa, teriam um filho ou filha que se chamaria Mar. Quando por fim casaram, não conseguiram cumprir com o tratado, pois no cartório não aceitaram o nome escolhido por eles: Mar. Decidiram então por Maria Aparecida Ramazzini, que as iniciais significariam M.A.R.

Por esse motivo minha avó amava o mar.

Mas não morou nenhum dia perto deste amor que tanto desejou. O mar.

Mario.