Capítulo I

N/A: Salve, salve, galera!

Sejam bem-vindas a esta minha mais nova fanfic Sariette. Já aconselho de antemão a prepararem o coração e ter em mãos uma caixa de lenços, porque vem drama pela frente (principalmente nesses capítulos iniciais). Mas também vai ter momentos fofos e românticos.

As postagens serão todas às segundas, quartas e sextas-feiras.

Agradeço aos votos e views do capítulo anterior. E espero que curtam acompanhar essa fic tanto quanto eu tenho curtido adaptá-la.

Sim'bora sofrer! 🥺

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Fazia uma noite quente no Rio de Janeiro. Na cozinha de sua casa, Juliette Freire terminava de preparar o jantar antes que sua esposa Sarah Andrade chegasse do trabalho. Enquanto a mulher dividia sua atenção entre olhar a comida que estava no fogão e pôr a mesa, seus ouvidos eram agraciados pelas risadas gostosas e contagiantes que o filho mais novo, Thomás, de quatro anos, soltava enquanto assistia desenho animado no sofá da sala.

Thomás foi gerado por Sarah e por isso é sua cópia fiel. Pele clara, cabelos lisos e de um castanho claro quase loiro, e olhos esverdeados. Risonho e muito falante o pequeno é a alegria da casa por conta de seu jeito extrovertido e tagarela.

Além de Thomás ainda tem também Beatriz. A adolescente de catorze anos, foi fruto de uma única noite de transa que Sarah teve com um sujeito desconhecido após uma bebedeira em uma balada, poucas semanas antes de conhecer Juliette. O pai de Beatriz até hoje é um total desconhecido, porque Sarah nunca fez questão de saber, até porque mal lembrava dele. Mas ele nunca fez falta na criação de Bia, já que a menina foi criada com todo amor pelas duas mães.

Juliette quando soube da gravidez da até então namorada, quase dois meses depois delas já estarem juntas, não pensou duas vezes em propôr a Sarah de assumir o bebê, dando-lhe seu sobrenome e assim ser a segunda mãe daquela criança. A princípio Sarah rejeitou a proposta, alegando que Juliette não tinha qualquer obrigação. Mas a morena bateu o pé dizendo que queria aquilo e que não seria uma obrigação e sim, uma alegria sem tamanho ser também mãe do bebê da mulher que ela já amava com todo seu coração. Esse 'argumentou' quebrou Sarah e ela se viu concordando com a proposta da namorada. Assim quando Beatriz nasceu foi batizada com o sobrenome Andrade-Freire, exatamente assim. Anos depois a família aumentava com a chegada de Thomás Andrade Freire. Mas ao contrário de Tom, que se parece fisicamente com a mãe Sarah, Bia herdou poucos traços da mesma (apenas a cor dos olhos, o sorriso e as unhas assimétricas tanto das mãos quanto dos pés), de resto Sarah e Juliette deduzirem que a adolescente carregava as características físicas do pai desconhecido.

Ao passar em frente a porta da cozinha, Juliette parou por uns instantes e ficou dali observando seu "pequeno astronauta" como Sarah costuma chamar carinhosamente o filho mais novo por conta do fascínio do garotinho por naves e tudo mais, que tenha a ver com esse mundo espacial.

Desde que Thomás começou a entender as coisas ao seu redor e a ver TV, Juliette e Sarah notaram o grande encantamento que o menino tinha por naves, estrelas, planetas e principalmente pela lua. Inclusive, o quarto de Thomás é todo decorado com essas coisas que ele tanto gosta, e quem cuidou de deixá-lo assim foi Sarah. A mãe coruja foi quem pintou as paredes, colou adesivos de estrelas fluorescentes que brilham no escuro, uma bonita lua e ainda se deu o trabalho de pendurar no teto, bem sobre a cama do garoto, réplicas de todos os planetas em sua ordem natural. Tudo isso para agradar o filho e fazê-lo se sentir como se estivesse no espaço como ele queria.

Quando se trata dos filhos, Sarah é uma mãe que não consegue dizer "não" a nenhum dos dois rebentos. Bastava um deles vir com seus olhos pidões e fala manhosa, que a mulher se desarmava toda e cedia a qualquer pedido dos filhos. Às vezes, Juliette tinha que controlar a esposa senão Sarah era capaz de fazer TODAS as vontades das crianças e assim, acabar estragando-os e mimando-os demais, coisa que Juliette não queria.

Thomás riu um pouco mais alto e fez Juliette despertar de seus pensamentos e lembrar-se da comida que estava no fogo.

❤️❤️❤️

Sarah entrou em casa e encontrou Juliette e Thomás acomodados no sofá, vendo TV. O garotinho quando viu a outra mãe chegar, correu para abraçá-la. Thomás sempre foi agarrado mais a Sarah, enquanto que Bia era mais com Juliette.

- Mamãe!

Agarrou-se as pernas de Sarah, que se abaixou e pegou o menino no colo após deixar sobre o aparador sua bolsa e a pasta com alguns documentos que trouxe do trabalho.

- E aí meu pequeno astronauta.

Ela encheu o rosto e o pescoço do filho de beijos, arrancando risadas gostosas de Thomás.

- Mamãe, pára... Faz cosquinha! - pedia ainda aos risos.

- Está bem. Parei!... Agora, me diz... Melhorou?

Logo que acordou naquela manhã para ir a escola, o garotinho reclamou para Juliette que sentia dores na barriga. Sarah que passava na frente da porta aberta do quarto de Thomás, escutou a reclamação do filho e no mesmo instante disse a esposa que achava melhor não mandar o menino assim para a escolinha. Juliette concordou e assim, Tom ficou em casa aquele dia.

Durante o dia todo, Sarah ligou diversas vezes para casa querendo saber se o filho havia melhorado. Era sempre assim, se um dos filhos ou a esposa caíam adoentados, a mulher ligava inúmeras vezes para saber como estavam, se melhoraram e tudo mais.

Extremamente preocupada e zelosa com sua família, Sarah não era de descuidar nenhum instante sequer dos seus, mesmo não tendo muito tempo para ficar em casa por conta do trabalho. E sempre quando tinha folga ou um tempo mais livre, aproveitava para passar cada minuto do seu dia de descanso ao lado de seus "três amores" como costuma se referir a esposa e aos dois filhos.

- Eu já tô melhor, mamãe. A mãe me deu um remédio e fiquei bonzinho de novo.

O garoto deu um sorriso travesso, que tranquilizou o coração de Sarah. Era sempre uma angústia para a loira quando um dos filhos caía doente.

- Que bom! Assim que a mamãe gosta de ver o pequeno astronauta dela, bonzinho! - beijou a ponta do nariz do garoto.

Com o filho em seus braços, a mulher se dirigiu até o sofá de onde Juliette observava o tempo todo a interação da esposa com o filho, ostentando um sorriso enorme nos lábios. Quando Sarah descobriu a gravidez de Beatriz, ela confessou a Juliette sentir muito medo de não ser uma boa mãe. Admitiu que jamais se viu naquele papel de mãe, nem mesmo quando tivesse com 30 anos, quanto mais aos 19 e cursando uma faculdade. Mas olhando hoje para a esposa, Juliette viu o quão errada estava Sarah de anos atrás. A loira nasceu para aquele papel de mãe, assim como para o de esposa. Na verdade, ela perfeita em ambos os papéis!

Sentando-se ao lado de Juliette, Sarah deu um beijo nos lábios da esposa e ambas ouviram na hora a risadinha abafada de Thomás.

- Como foi seu dia? - Sarah quis saber da esposa assim que seus lábios se afastaram.

- Tranquilo. Já o seu, pela sua cara cansada não deve ter sido dos melhores.

A morena sinalizou com as mãos para o filho vir para seu colo e o menino assim o fez, deixando o colo de Sarah para se aconchegar ao de Juliette sem deixar de tirar os olhos da televisão.

- As coisas no escritório foram bastante puxadas, minha vida! Tantos relatórios de balanços, que se eu fechar os olhos só consigo ver números e mais números. - contou, deslizando carinhosamente uma das mãos pela extensão da perna do filho que se encontrava jogada sobre suas coxas enquanto o pequeno estava com a atenção total na Tv.

Formada em Economia, com MBA em Finanças Empresariais, Sarah trabalha em uma multinacional privada como Gerente Financeira.

- E a Bia, onde está?

- No quarto estudando pra prova de História amanhã. Ela acha que tirou uma péssima nota na avaliação passada. Agora está lá estudando mais pra melhorar a nota da primeira avaliação.

- Mas ela não havia tirado um 9? 

Juliette fez que sim com a cabeça.

- Isso não é uma nota ruim.

- Não é, e eu disse isso a ela, mas a Bia quer um 10 sempre.

Sarah balançou a cabeça em negativa.

- Ela se cobra demais.

- Igualzinha a alguém que eu conheço e que por sinal está bem diante de mim.

Juliette provocou a esposa que apenas riu. Sarah tinha consciência de que era assim mesmo e não tinha como negar. Ela cobrava e exigia demais de si mesma desde que se entende por gente. No tempo da escola e, principalmente da faculdade a cobrança passou a ser maior. Ao longo desses 15 anos que já estava junto com Juliette, Sarah ouviu a esposa chamar sua atenção diversas vezes por causa dessa cobrança demasiada sobre si. A loira aos poucos conseguiu ao longo dos anos melhorar isso de maneira considerável, não exigindo tanto assim de si.


O casal trocou mais algumas conversas triviais e depois Juliette mandou que o filho menor fosse ao quarto da irmã chamá-la para jantarem. Durante a refeição, Sarah comunicou a família que conseguiu acertar suas férias para começarem dali a cinco dias. Deste modo, as férias dela iam coincidir com as dos filhos que também começariam no mesmo período que as suas e com as que Juliette havia tirado recentemente da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a UFRJ, onde leciona Literatura.

A família toda comemorou a novidade de poderem passar aquelas férias juntos. Logo estavam planejando coisas para fazerem durante esse período. Uma viagem foi sugerida e o restante do jantar foi sobre isso. Depois que acabaram a refeição, Sarah foi para a sala com o filho que saiu lhe puxando para verem desenho. Ele amava desenhos! Juliette ficou com Beatriz arrumando a cozinha e logo foram se juntar aos outros na sala.


Já passava um pouco das onze da noite, quando Sarah foi ao quarto dos filhos para dar uma olhada neles e dar-lhes um beijo de boa noite. Ela tinha por hábito fazer isso. E estranhamente naquela noite a necessidade em fazer aquilo bateu com muito mais força.

Não quis comentar nada com Juliette, mas desde que a família se reuniu na sala em frente a tv após o jantar, a loira passou a sentir uma inquietude. Mal prestou atenção no programa que estavam vendo. Vez ou outra se pegava olhando com discrição para a esposa e depois para cada um dos filhos. Aqueles três eram sua vida. Se um dia alguma coisa acontecesse a qualquer um deles, ela não saberia o que fazer. Não conseguia se imaginar sem nenhum dos seus três amores e também nem queria imaginar.

Era feliz demais com a família que tinha construído ao lado de Juliette, a garota com cara de nerd em quem esbarrou num dos corredores da UFRJ, derrubando os livros e apostilas que a outra garota carregava. Foi amor a primeira vista, ou como Juliette gostava de dizer... Ao primeiro esbarrão.

Ao longo de uns bons minutos, Sarah ficou no quarto de cada um de seus filhos, velando o sono deles. Depois de acalentar um pouco seu coração com a imagem de seus bens mais preciosos dormindo serenos como dois anjos que eram, a mulher foi para seu quarto onde Juliette a esperava para dormirem abraçadas como costuma ser em quase todas as noites desde que se casaram (exceto nas noites em que dormiram brigadas, o que foram poucas ao longo desses anos de casamento).

❤️❤️❤️

Era madrugada, quando Sarah acordou com vontade de fazer xixi. Sentou-se sobre a superfície macia a qual estava deitada antes e que parecia ser de uma cama.

Onde seria o banheiro?

Ela não sabia!

Confusa, a loira olhou para o lado e na pouca claridade do ambiente, não reconheceu a mulher que ressonava ao seu lado. Sequer tinha ideia de quem ela fosse. Mesmo assim, Sarah chamou a desconhecida e pediu a ela para lhe guiar até o banheiro, pois não lembrava onde ficava.

Juliette meio sonolenta pensou que a esposa talvez estivesse em estado de sonambulismo. Assim resolveu fazer o que Sarah pediu sem contestar. Levou a mulher até a porta do banheiro anexo ao quarto delas e esperou-a sair dali.

Após Sarah ter saído do banheiro, ambas as mulheres retornaram para a cama e voltaram a dormir normalmente (pelo menos Juliette). Já Sarah ainda custou um pouco para adormecer, porém acabou sendo vencida pelo sono um tempo depois de tanto pensar onde estava e tentar lembrar quem era aquela mulher com quem dividia a cama.

❤️❤️❤️

Já ia dar dez horas da manhã, as crianças já tinham ido para a escola faz tempo e nada de Sarah acordar. Juliette já estava até estranhando um pouco tal fato, porque pelo que se lembre sua esposa não comentou nada ontem a respeito de não ir para o escritório hoje.

A morena terminou de trocar as roupas de cama de Thomás e resolveu ir até seu quarto chamar Sarah para saber se a mulher não ia trabalhar hoje e também, para comentar com ela sobre o ocorrido da madrugada o qual Juliette ainda não tinha entendido bem.

Chegou ao quarto e por alguns segundos parou ao lado da cama e se permitiu observar Sarah dormindo de bruços. Os longos e sedosos cabelos loiros, cobriam parcialmente a tatuagem que ela tinha nas costas; o rosto sereno repousava sobre uma das mãos enquanto a outra se escondia sob o travesseiro o qual sua cabeça descansava; uma de suas pernas estava esticada e coberta, já a outra flexionada e escapando para fora do lençol de cetim.

Como amava aquela mulher!

Amava cada pedacinho de seu lindo corpo; amava seu jeito intenso de ser; amava a força que ela tinha; amava sua alma bondosa; amava suas qualidades e até mesmo seus defeitos e manias chatas; amava Sarah por completo. Amou-a desde o exato instante que a conheceu, mesmo sem sequer saber nada a seu respeito. Bastou olhar para aquela galega e a mágica aconteceu.

Sarah era seu porto seguro, seu lar, seu esteio, sua vida... Seu amor! Um amor que nem dos livros de romances que a morena adorava ler aos montes.

Com delicadeza a mulher sentou-se ao lado do corpo de Sarah e começou a chamar bem devagar pela esposa para não assustá-la.

- Sarah já está na hora de levantar dorminhoca. Vamos lá acorda, meu amor! - ela chamava enquanto deslizava com suavidade uma de suas mãos pela extensão das costas da mulher.

Sarah se mexeu de leve na cama, mas não acordou. Então Juliette chamou de novo pela esposa.

- Sarará acorda! Você não vai para o escritório, não?

Dessa vez, a esposa acordou e virou o rosto na direção de Juliette.

Sarah encarou por segundos a mulher que lhe despertou, para então lhe disparar:

- Quem é você?? E que nome é esse pelo qual está me chamando?

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