Uma carta escrita em tinta de pranto


"Se o meu coração já não estivesse reduzido a cacos e pó, teria se estilhaçado naquele instante. Não pude fazer nada quanto ao tremor que sacudiu meus ossos dentro da carne, como se eu fervilhasse, mas a sensação era fria e excruciante. Eu queria gritar. Gritar a plenos pulmões até aquela dor passar."

 (Destinado – Carina Rissi)


Querida Violeta,

Obrigado por ter me contato seu segredo. Agora finalmente entendo tudo que esta se passando dentro de vosmecê. Mas não consigo evitar! A tristeza e a revolta me invadiram de tal forma, que sua dor ricocheteou em minha face, em meu coração e eu, em choque, não a tratei como deveria.

Felipa veio conversar comigo sobre isso, pois tenho estado triste como nunca em minha vida, depois do que me contou. Minha irmã, obstinada como sabe, me fez enxergar o quão fraco acabei sendo, quando não compreendi de imediato o que está passando. Meu corpo todo doí como se sangrasse, imaginando-a presa a tamanho sofrimento e vejo que essa tristeza agora está em nossos dois corações.

Percebo agora, que toda essa historia de convenção social é uma completa tolice. Mais tolo ainda fui eu, por não tê-la abraçado naquele momento. Quero por favor, que me perdoe, pois nunca foi minha intenção entristecê-la ainda mais, estando já tão abatida. Se eu estou em pedaços, imagino como esteja sua alma.

Se houver uma maneira de cicatrizar seus machucados, quero ser o remédio que irá ajudar a curá-la. Saiba que não irei desistir, mesmo se meu pai se opor. Só espero que ainda pense em mim tanto quanto ainda penso em vosmecê, e que eu possa te fazer acreditar na felicidade outra vez.

Seu fiel,

Tomás.

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