"19 de outubro, Londres.

   Querido... Diário?

   É detestável o fato de ter que escrever eventos do meu dia em um caderno estúpido. Não o faço senão pela minha esposa. Mas por mais questionável que seja, preciso concordar com ela em relatar todos esses acontecimentos estranhos. Cada vez mais frequentes. Cada vez mais perigosos."

"23 de outubro, Londres.

   Querido diário estúpido,

   Aconteceu de novo. NEVOU de novo, no meio da sala de estar. Felizmente, estava apenas eu e meu filho de um ano. Ele ficou extasiado e a disse sua primeira palavra "neve".

PS. Acho que estou sendo seguido."

"02 de novembro, Lugar Estranho.

   Finalmente consegui que me permitissem escrever. Um sinal de que estão confiando mais, creio eu.

   Boa notícia: descobri o motivo de toda minha vida ser tão estranha. E fria.

   Má notícia: me captaram por causa disso!

   Eu estava, de fato, sendo seguido. Quando estava a caminho do trabalho dois homens apareceram. Eles eram tão  estranhos quanto personagens de contos de fada. Os rostos eram como de um homem viril, embora verde. Folhas escapavam para fora do capuz e me demorei perceber ser cabelo. O mais fascinante e assustador, eram os olhos, completamente amarelos com uma fenda castanha no meio. Um olho de réptil. Eu não sei quanto tempo fiquei analisando as criaturas, mas quando dei por mim, estava correndo pelo centro de Londres.

   Tudo o que eu conseguia pensar era que aquela tinha sido a última manhã que me despedi de meu filho e minha esposa. E eu estava certo.

   As criaturas me capturaram e tudo o que eu lembro depois do escuro foi o mar. A água tão azul que a linha do horizonte fluía com a cor do céu. A areia era branca e confortável, repleta de conchas das mais variadas formas. Perto de mim havia uma espécie de pássaro de bico longo e olhos curiosos, de pelagem verde. Me entristece ainda mais saber que nunca voltarei a ver uma vista tão estonteante.

   Do meu outro lado, estavam os meus raptores.

   Eu não falo a língua deles, eles não falam a minha. Então nesses últimos dias, sou minha única companhia.

   Viajamos por muito tempo por esse mundo estranho. Cada vista estonteamte lembrava minha amada Denise, cada criatura inofensiva me lembrava do meu pequeno Johan. Até que me levaram para o chefe deles, Koni, um Nobre Trevore. Ele por sua vez me apresentou a um Luzente, de nome Parius.

   Foi assim que descobri a suspeita deles sobre eu ser um Filho do Gelo. O filho da profecia.

   Mas caso eu não seja, serei nada mais do que um filho morto."

Olá Flocos de Neve!

Capítulo bônus para vocês. Eu não me esqueci dos meus leitores, mas espero que entendam que o momento em que estou passando é muito difícil.

É um breve recadinho mesmo. Amo e aprecio muito vocês.

Votem, comentem e não se esqueçam:

VOCÊ É INCRÍVEL!