Capítulo 57
Voltei amores.
Vocês estão bem próximos de descobrir quem causou o acidente de Maya.
JULIA
Quatro meses depois
Quatro meses se passaram desde o nascimento de Benjamin, nosso pequeno cresce cercado de carinho e amor, quatro meses também se passaram desde o que aconteceu com meu pai.
Sem melhoras, os Médicos optaram por deixá-lo em coma induzido por cerca de um três meses e meio, e hoje graças a deus, meu pai está se recuperando em casa.
Nunca senti tanto alívio em toda minha vida, lembro bem de sentir todo o peso sair de dentro do meu peito quando recebi a ligação de minha mãe avisando que os Médicos tentariam retirá-lo do coma e quando ele conseguiu acordar eu estava lá, ao seu lado.
Com a experiência que comecei a ganhar com o andamento da faculdade de Administração, Gabriel me ofereceu um novo cargo dentro da Empresa, e com nosso casamento marcado para acontecer daqui poucos meses, eu aceitei sua proposta, deixei de ser Assistente Pessoal para me tornar uma CFO – Chief Financial Officer (Diretora Financeira do Ofício) responsável pelas finanças da Empresa, além de dirigir investimentos.
É um cargo de alto patamar em comparação a minha pouca experiência, mas Gabriel me passou total confiança prometendo me auxiliar como professor na área administrativa.
Sou retirada dos meus devaneios ao ouvir Gabriel praguejar alto no volante enquanto dirige de volta para casa depois de um longo dia na Empresa.
Levanto a cabeça da janela quando vejo que ele aumenta a velocidade do carro, encaro seu rosto que mantém uma expressão dura.
— O que está acontecendo? — ele me olha rapidamente antes de bufar e dizer:
— Estamos sendo seguidos! — arregalo os olhos virando a cabeça para trás encontrando um carro escuro que também aumenta a velocidade de acordo com Gabriel.
— Pelo carro preto? — ele concorda com a cabeça, mas o som de seu celular tocando me impede de perguntar mais alguma coisa.
— É o James, atende, por favor...— retiro o celular do seu bolso e atendo a ligação do nosso segurança colocando no alto-falante.
— Senhor Simon, vocês estão sendo seguidos, localizei o alvo e estou atrás dele, ainda não sei quem está dirigindo, mas recomendo aumentar a velocidade e trocar de percurso, não é seguro deixá-lo segui-los até o apartamento!
— Certo, fique atrás dele, James!
— Se segure, amor! — pede e logo obedeço firmando meu corpo no banco do passageiro quando ele acelera o carro.
Engulo em seco temendo que algo consiga nos atingir, estou com medo e mesmo sendo impenetrável vejo que Gabriel também está sentindo o terror, respiro fundo alguma vezes tentando normalizar a minha respiração e me acalmar.
Gabriel faz o recomendado, ele troca o percurso do apartamento, voltando para o centro da cidade passando pela ponte, a todo momento olho para trás percebendo que o carro que nos seguia desapareceu, suspiro me encostando no banco do carro.
— O carro sumiu, James deve estar seguindo-o. — aviso para Gabriel que levanta a cabeça para olhar pelo retrovisor.
— Sim, mas ainda temos que ficar em alerta! — ele olha para trás, mas o som de buzinas chama a minha atenção.
— Gabriel, cuidado! — grito quando um carro descontrolado vem em nossa direção, mas não há tempo, antes que Gabriel desvie do outro automóvel, nosso carro é atingido pela frente.
Grito quando somos atingidos, e mesmo pela rapidez consigo ver o carro virar e capotar, grunho de dor sentindo algumas partes do meu corpo doerem, bato a cabeça em algum lugar e logo a inconsciência me domina por completo.
Quando abro os olhos recobrando a consciência e entro em pânico ao ver que o carro está sendo afundado pela água, ainda sem entender levanto a cabeça com a visão turva vendo que caímos da ponte.
Toco minha testa que lateja vendo sangue em meus dedos, tremendo viro a cabeça encontrando Gabriel imóvel curvado sobre o volante, toco seu rosto o chamando antes que a água nos engula por completo, mas não obtenho resposta.
— Gabriel, acorda! — grito de pavor começando a sentir a água gelada entrar e nos atingir, tento abrir a porta do meu lado, mas o cinto de segurança me impede de sair, tento soltá-lo, mas também falho quando a água começa a chegar nas minhas pernas.
Respiro fundo pegando a maior quantidade de folego possível quando o carro é afundado por completo, retiro o cinto e tento abrir a porta do passageiro, mas está completamente amassada.
Sentindo a falta de ar em meus pulmões, destravo o cinto de Gabriel e tento o puxar para cima, o corpo dolorido que sentia a poucos segundos se torna totalmente dormente causado pela temperatura baixa da água.
Nunca consegui entender o motivo de muitos morreram quando o Titanic foi afundado, mas agora entendo perfeitamente, desejando não morrer afogada ou pela hipotermia, começo a chutar e bater nos vidros da janela e para-brisa com força e por puro azar eles não se quebram.
Ofego tentando buscar ar, mas falho apenas engolindo água cada vez mais, meu corpo treme sobre imersão, tento respirar, mas apenas início o processo de afogamento, sentindo a agonia como se estivesse várias facas entrando em meu corpo aos poucos vou perdendo a consciência.
Viro a cabeça e entrelaço minha mão na de Gabriel imóvel, desisto de lutar recebendo flash de vários momentos de minha vida, penso nos nosso filhos, mas não há nada que posso fazer, na escuridão enquanto o carro afunda cada vez mais, aperto a mão do homem que amo e sinto meu corpo estremecer, enquanto tusso tentando expelir a quantidade absurda de água que entra pelo nariz e boca, minha visão turva, fecho os olhos lembrando rapidamente dos momentos marcantes antes de minha trágica morte...
— Me ame Julia... — ele sussurra e digo:
— Está me pedindo para se apaixonar por você?
— Só estou pedindo para tentar...
— Você está apaixonado por mim? — pergunto surpresa por isso está acontecendo.
— Sim, confesso que estou me apaixonando por uma garota totalmente desobediente e que tem o poder de me irritar como ninguém nunca irritou.
— Não preciso que tente me conquistar... — me viro para encarar seu rosto.
— Por quê? — ele pergunta e me aproximo dele e o empurro, ele cede e se encosta na parede, aproximo nossos rostos e sussurro:
— Porque também confesso que estou me apaixonando por um CEO arrogante...
— Tudo, você e Eve são tudo para mim. — Ele se abaixa e aproxima seus lábios dos meus antes de me beijar.
— Promete não me abandonar? — ele pergunta com uma expressão dolorosa e logo me lembro de quando a mãe dele falou sobre sofrer por perder Maya.
— Eu prometo, não vou te abandonar!
— Parabéns papai! — exclamo abrindo um sorriso quando ele finalmente me olha.
— Você...você está grávida? — ele gagueja aumentando minha vontade de rir.
— Sim!
— Entendo que esteja nervosa e insegura sobre o nosso futuro, mas quero que saiba que estou aqui, e tenho certeza de que você será uma mãe espetacular para o nosso filho, do mesmo jeito que é para Eve.
— Quero construir uma família com você, desejo viver cada dia de minha vida sabendo que tenho alguém como você ao meu lado, afastando as tempestades que me assombram.
— E se você permitir, prometo tentar de fazer feliz todos os dias, prometo estar quando mais precisar de mim, e quando chorar sou eu que quero te embalar nos meus braços e nunca mais soltar. Porque eu te amo Julia, e amarei cada dia mais.
— Só falta uma coisa para que a felicidade que você me trouxe seja completa. Você quer casar comigo? — pergunta levando minha mão até seus lábios num beijo casto e carinhoso.
— Sim, claro que sim. — Digo.
— As outras crianças...disseram que não tenho uma mamãe de verdade...contei que Julia virou minha mamãe e que gosto muito dela, mas eles disseram que não tenho uma mãe de verdade...— arregalo os olhos enquanto Eve soluça.
— Eles disseram que Julia é apenas minha madrasta...disseram que as madrasta são malvadas e que quando o bebê nascer ela não vai mais gostar de mim e vai me deixar papai.
— Isso é verdade? Você vai me deixar algum dia? — ela pergunta chorosa, mas nego.
— Não é verdade meu amor, eu nunca vou te deixar, eu prometo! — beijo sua testa.
— Nunca vou te deixar Eve, porque eu te amo e mães nunca deveriam deixar os filhos.
— Nunca vou parar te amar Eve, meu amor por você cresce a cada dia, nunca serei malvada com você pequena, vou amar e proteger para sempre, porque é isso que as mães fazem, elas amam e protegem os filhos...
— Eu te amo mamãe...
— É um menino! — a médica diz emocionada e me olha encara.
— Bem-vindo ao mundo filho! — murmuro...
Querem o próximo ainda hoje ?
Votem e comentem ao máximo que puderem que eu volto com a continuação daqui a pouco.
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