VI

Primavera

O vento trasparente
traz-me
um aroma doce
de uma flor qualquer
que está largando pétalas
por alguém.

Sento-me no chão
no meio desse mar
de grama alta,
de grama baixa,
de pétalas caidas,
de pegadas amaldiçoadas.

A grama faz-me
cócegas sujas.
Quase insignificantes.
Só fiquei com as marcas,
riscos de terra enlameada.

O sol saiu das nuvens
me tirando,
desconcentrando,
das minhas sensações
e situações.

O modo que o pincel
pintou o céu
me lembra do jeito,
natural,
que pinta um sorisso em ti.

Sinto o vento trazendo-me
o aroma da flor,
que agora está
sem suas pétalas.
Fecho meus olhos sabendo
que a verei completa
na próxima primavera.

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