Escrevo em meio à bagunçada e aglomeração de coisas que formam meu quarto. Confesso que sou daquelas que vai do oito ao oitenta e de um quarto repleto de pôsteres de rock da adolescência, acabei em um rosa, cheio de coisas fofinhas e nerds, que confesso, amo colecionar. Pra falar bem a verdade, sou uma eterna criança.

Chamo-me Taylla, mas desde que existo, todos me conhecem apenas por Tay, o que não vem ao caso agora. Sou uma pessoa bastante controladora, me irrito fácil, odeio quando as coisas não saem do meu jeito e se quiser comprar briga, pague pra ver, mas se prepare para perder.

Os entendedores de horóscopo diriam que são características mais do que comuns em quem nasce regido pelo signo de Áries, ou "satanáries" como gostam de nos chamar.

Tenho que admitir é bem difícil de lidar comigo e pra conviver ao meu lado tem que ser corajoso. Não me enquadro no gênero bonequinha, sou temperamental e desde sempre, meu lema é "minha vida, minhas regras!".

Apesar de tudo, minha adolescência não foi das piores e sempre cultivei bons amigos, ao longo dela, alguns deles carrego comigo até hoje, apesar da vida adulta nos limitar os encontros.

Como a grande maioria, meu primeiro beijo foi esquisito, muita língua e pouca prática. Sabem o que eu quero dizer, não é? Mas por ter sido com um dos meus melhores amigos, não houve constrangimentos e seguimos como antes, sem maiores imprevistos.

Depois vieram os beijos apenas para anotar naquelas famosas listinhas de "quantos garotos você já pegou" que costumávamos fazer para causar inveja nas inimigas ou naquelas amigas que no fundo não passavam de "falsianes" e nós, mesmo sem conhecer esse adjetivo, sabíamos identificar de longe quem merecia ostentá-lo.

Não posso dizer que era o patinho feio, sempre tive meus atributos, embora eles tenham vindo a crescer somente lá no ensino médio, se é que me entendem (emoticon chorando de rir).

Matei aula, saí de casa escondida, (espero que meus pais não leiam isso) bebi álcool antes dos dezoito anos e curti, curti muito a fase de descobrimentos e inconseqüência que todo mundo, do seu próprio modo, já viveu ou ainda vai viver.

Como eu já havia dito antes, eu aproveitei. Tive minha primeira paixão, a primeira relação amorosa, o primeiro show de rock com as amigas e as baladas regadas a álcool que se meus pais sonharem, mesmo já sendo adulta, corro o risco de levar umas boas chineladas. Mas com o passar do tempo, essas coisas deixaram de ser importantes e a vida deixou de sorrir, ou talvez, eu tenha deixado de achar graça.

A crendice de encontrar o príncipe encantado já havia se esvaído e na altura da vida que eu estava, nenhuma pessoa parecia capaz de preencher o vazio gigantesco que existia em meu coração.

Eu já havia desistido, acreditava que não tinha espaço para mim nesse negócio que se chama amor, mas é aí que se inicia a história que vou lhes contar. A história de como eu conheci o amor da minha vida!