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capítulo 37 , começo da segunda temporada.

Eu sai do carro e bati a porta com pressa, puxei todo o fôlego que tinha e caminhei até o escritório do senhor McCall, ele tinha voltado de Nova Iorque hoje e parecia que já tinha planos pra todo o mês. Cumprimentei alguns estudantes enquanto passava, alguns faziam perguntas e outros apenas davam um 'oi' simples.

Subi aquela escadaria infinita, e assim que cheguei em frente a sala coloquei um sorriso doce no rosto, ajeitei a bolsa sobre o ombro e dei duas batidas na porta.

-Pode entrar.- A voz dele soou. Eu fiquei um pouco nervosa, mas me recuperei rápido pois notei ele desligando uma ligação que estava assim que entrei naquele enorme escritório.

-Olá senhor McCall, bom te ver, bem vindo de volta.- Eu falei agradável. Ele sorriu e apontou pra cadeira em frente sua mesa. Me sentei e coloquei minha bolsa no colo, olhando fixamente pra ele afim de saber o motivo de me ligar aquela tarde.

-Obrigado, Cossford. Você está bem?- Ele perguntou. Eu afirmei e finalmente colocou vários papéis em cima da mesa. -A melhor atriz da minha faculdade, única a conseguir três papéis principais numa das mais lotadas peças de Miami.

Uau! Aquilo sim era notícia boa.

-Qual indica pra eu aceitar?- Fiz a pergunta que ele mais gostava de responder.

McCall sorriu satisfeito, ele se endireitou na cadeira e juntou as mãos, analisando as fichas nelas. Ele sempre gostava de falar em qual eu me sairia melhor, e todas as vezes acertou.

-Bem, você nem se quer olhou as fichas, deveria ver essa daqui.- Ele estendeu uma das três. Meu coração deu um salto agitado de felicidade.

O Teatro Principal de Nova Iorque, peça de Robin Hood. Suspirei impressionada, sem palavras a dizer sobre aquilo. 

-O senhor conseguiu um papel pra mim lá.- Eu comentei, McCall confirmou com um sorriso, faria o papel ao lado do Robin. Peguei as outras duas fichas e dei uma olhada, uma de papel principal também me chamou atenção.

Ao perto de acabar aquela tarde eu tinha assinado pra o papel da peça de Robin e da outra. Conseguiria lidar com as duas muito bem, sem contar que conhecia alguns do outros atores que estavam ali.

-Eva, não queria ser inconveniente, mas tenho notado que a quatro anos você não sai da Faculdade em nenhum feriado. Entendo que goste do seu trabalho, que ama a faculdade que faz, mas tem uma família também.- Ele toca na minha ferida aberta. Então fico calada e junto as fichas colocando elas dentro da bolsa no meu colo. 

-Me desculpe, senhor, mas a quatro anos tenho dado o meu melhor pra meu próprio futuro. Diferente de muitos jovens aqui que a cada final de semana saem pra ver seus pais do outro lado do estado, eu não tenho uma família que vai me acolher de braços abertos caso eu volte.- Respondi sem chance nenhuma de ter uma resposta dele, coloquei a bolsa de volta no ombro e caminhei até a porta do escritório.

-John Peter ligou pra mim, ele que me pediu pra falar com você.- Wesley McCall e John Peter era melhores amigos, apesar da distância e por não se verem a anos eles sempre mantinham contato, e eu não tinha dúvidas que John sabia que eu trabalhava pra Wesley agora.

-Falar o quê exatamente?- Perguntei voltando na direção dele.

-Que te ligou mais você não atendeu, mandou recado por Brian mas ele disse que você negou ouvir, então me ligou pra eu mesmo te convidar pro dia de Ação de Graças com a família dele.- McCall respondeu minha pergunta. Engoli seco, tensa imediatamente.

Eles sentiram minha falta, aquelas pessoas que nem eram minha família de sangue sentiram minha falta e minha família de verdade não, aquilo era mais trágico do que pensei.

-Diga a ele que não vou poder ir.- Declarei, recebendo um olhar frustado dele.

-É um único feriado Eva, só vai durar uma semana.- Wesley tentava me fazer mudar de ideia.

-Peço desculpas mas eu vou está ocupada, tenho duas novas peças pra ensaiar, e ainda organizar minha agenda pra minha viagem de Nova Iorque.- Insisti naquela mentira. Que não era totalmente uma mentira assim, eu realmente tinha que ensaiar, mas não era esse o verdadeiro motivo.

A porta foi aberta de novo, sem batidas, fazendo com que meu chefe fizesse uma cara feia, mas logo sumiu, dando lugar a um sorriso. O rapaz dono de belos olhos azuis abriu a porta e apontou pra fora dela, como se avisasse que estava na hora de eu sair. E realmente estava.

-Oi linda, vamos?- Ele me perguntou estendendo o braço.

Me despedi de Wesley, que sorriu ainda mais ao ver eu juntando meu braço ao do seu filho. O ruivo fechou a porta e ficamos nós dois no corredor da faculdade.

-Qual o restaurante dessa vez, ruivo?- Perguntei a ele curiosa.

-O melhor restaurante de Miami.- Eu confirmei animada com a notícia. 

Sabia bem onde iríamos dessa vez. E era mesmo melhor restaurante.

Música de hoje: White Flag - Sabrina Carpenter.

Levo, levo tudo embora
Salvo meu coração por mais um dia
Eu estou acordada até tarde no telefone
E eu estou sozinha com a chamada de discagem
Espero, espero até o sol nascer
Afogo meus sonhos em um copo de café
Mãos para cima, quero pedir sorte
Mas eu sou muito orgulhosa, nunca desisto.

Oh, algo vai acontecer
Alguém vai ter que ceder e algo vai ter que quebrar
Eu sei, algum dia isso vai acontecer
Algum dia terei ceder, não pode ser sempre desse jeito.

E se a correnteza vier me pegar
E me puxar para baixo, não vai me chatear, já vou estar no chão
E eu vou erguer a bandeira branca e me render
Me derrubará, mas não para sempre, apenas agora.

Dou, dou tudo o que tenho
Fora de alcance, mas vou ser atingida
Chuto pedras no estacionamento
Sinto vontade de desistir, mas nunca vou parar
Corro, corro, correndo como uma louca
Você nunca ganha, se nunca perde
Encontro esperança e um pouco de verdade
Vou aprender novos truques, tenho que vencer obstáculos.

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