Capítulo 15

Isabella








       Abri meus olhos, o vento balançava meu cabelo, e as ondas do mar mechiam meu corpo.

   Olhei para trás rapidamente.

  Miguel não estava lá. Eu não tinha saído daqui. Eu nunca o abracei. Nunca dançamos. Nunca nos beijamos.

  Que será que foi aquilo?

   Parecia tão real.

    Eu só fechei os olhos e vivi tudo aquilo.

    Pode ter sido um aviso.

    Só sei que eu prometi, e não vou me matar. Eu vou ser feliz. Feliz por Miguel!

   

                             [...]


       Quando cheguei em casa, minha mãe me olhou aterrorizada. Era madrugada, eu tinha saído há duas noites atrás.

     Era a noite do baile, o que era para ser perfeito, mas o desastre aconteceu. Depois tive que passar a madrugada e o dia inteiro no hospital.

___ Eu soube o que aconteceu... - minha mãe falou baixo.

___ Oh, mãe! - falei com a voz embargada enquanto me aconchegava em seus braços. Fazia de seu abraço o de Miguel.

   Ainda presa em seu abraço, fomos em direção ao sofá, mamãe se sentou, e eu aconcheguei minha cabeça em seu colo, enquanto ela emaranhava meus cabelos.

    Papai dormiria de novo em seu quarto, já que eu tinha adormecido no sofá.

   Meu sono foi pouco e rápido. Tive vários pesadelos, os quais me faziam reviver aquela drástica noite. Até nos sonhos eu havia perdido o meu amado.

    Me acordei naquela manhã, sem estímulo para nada. Fui para cozinha, sentei na cadeira e fitei a xícara com café que repousava sobre a mesa.

___ Quando será o enterro? - mamãe perguntara enquanto lavava a louça.

___ Teremos daqui a pouco um breve velório, e em seguida será o enterro... - meus olhos já estavam rasos d'água outra vez.

  Era tão esquisito pensar que não mais o veria, que a terra sucumbiria a pessoa que eu mais amava nesse mundo.

     Depois do café, subi como uma lesma a escada em direção ao meu quarto.

    Tomei um banho demorado. E por obrigação, vesti um vestido preto, justo ao meu corpo, não usava nenhuma maquiagem, só calcei meus saltos e me perfumei.




                            [...]






     Em poucos minutos já estávamos dentro da casa que um dia foi de Miguel.

    Poucos familiares existiam ali, e eu era o centro das atenções. Segundo o que dona Laura - mãe de Miguel - me contara, ele tinha bebido muito antes de ir ao baile, dizia que queria me esquecer, que o nosso romance tão curto não havia passado de uma mentira. Eu o havia trocado por outro. Não pensei duas vezes antes de lhe contar toda a verdade. Porém, nem todos ali a sabiam.

   E pouco me importava o que quer que fosse que eles estivessem pensando. Eu só queria vê-lo de novo.

   Sai caminhando à procura do caixão, o silêncio ensurdecedor fez com que cada passo que eu dava se transformasse em um eco. Os olhares curiosos iam de encontro à mim.

    Minha família continuava perto da porta, e eu segui para o fim da sala.

   O caixão longo e preto se destacava, meus olhos já estavam banhados em lágrimas antes mesmo de o vê-lo. Laura estava debruçada sobre ele, e ao me ver, correu para me abraçar. Por instantes, nossos soluços foram os únicos sons daquele lugar. Depois que ela finalmente me soltou, segui para mais perto. Ele vestia um terno branco, estava tão lindo, mesmo com o rosto pálido, continuava lindo. Os cabelos castanho e lisos quase escondiam seus olhos. E mesmo sem respirar, ele continuava sendo Miguel. O meu Miguel.

    Minha mão seguiu ao contorno de seu rosto, meus dedos roçaram em seus lábios e um breve sorriso surgiu nos meus, só de relembrar dos nossos beijos... Então, esse sorriso se esvaiu, pois uma nuvem de lágrimas estavam em meus olhos.

    Fiquei em pé ali, com minha mão presa a dele por longas três horas.

___ Temos que enterra-lo agora, Isabella... - Laura se pronunciou com a voz embargada enquanto colocava sua mão direita em meu ombro.

   Assenti com um sorriso forçado.

    Muitos dizem que devemos seguir nosso coração, e não sei se isso é certo ou errado, mas agora eu iria segui-lo, iria fazer uma coisa inexplicável, mas necessária.

   Minha cabeça desceu levemente em direção a de Miguel, meu coração batia desconpassado, e minhas mãos agora tremiam, pouco me importa o que vão pensar, só preciso suprir meu desejo.

    A respiração se tornara ofegante, mas não impediram que meus lábios tocassem o seu.

   Sim! Eu o beijei e não me arrependo disso!

    Mesmo vendo os olhares chocados em minha direção, não hesitei.

     Quando nossos lábios se separaram, lágrimas tomavam conta de mim.

    Olhei seu rosto uma última vez, levei minhas mãos até sua bochecha, e a acariciei como ele acariciava as minhas.

    O caixão foi fechado, e todos estavamos seguindo em direção ao cemitério.

   Na entrada do cemitério, uma senhora vendia flores, em sua mão, uma única rosa vermelha. Sem pensar duas vezes a comprei.

    O caixão foi depositado no buraco, a areias que o cobriam estavam levando uma parte de mim. Me sentia incompleta. Ele era o sal que dava sabor a minha vida. Ele surgiu tão rápido, e se foi da mesma forma. Nunca será esquecido. Sempre será o grande amor da minha vida, o meu Príncipe protetor. O anjo enviado para mim.

    Depois de todas as flores serem colocadas em seu túmulo, foi a minha vez. Me ajoelhei no chão, delicadamente coloquei a linda rosa vermelha, enquanto meus olhos me traiam outra vez, dando lugar as lágrimas.


___ Você foi na minha vida, a coisa mais linda que já existiu. Você foi o homem dos sonhos de toda mulher. Fez dos nossos momentos preciosos e divertidos. Poderia ter escolhido qualquer uma, mas escolheu à mim, e eu muito grata por isso. Que a sua alma descance em paz, meu amor! - ainda consegui dizer, mesmo com a voz embargada.







   
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Hey😭

Novo capítulo para vocês!
Por conta do meu problema com a internet, já irei postando o tanto de capítulos possíveis.

   Por favor, comentem o que acharam, e votem por favor. Eu passei a noite toda escrevendo. Cliquem na estrelinha, e depositem alegria em meu coração!
   

    

   

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