Lauren William's| Los Angeles

- Ir embora? Que droga Williams! - Bieber diz enquanto puxa seus fios loiros de forma nervosa.

Continuo colocando algumas roupas que me foram dadas por eles, não sabendo nem sequer se devo e posso levá-las, eu só queria me focar em algo que não seja ele.

Seus olhos cor de mel tentam captar os meus olhos azuis, mas continuo fazendo as malas sem coragem de olhar ele nos olhos.

- Aqui é tão ruim assim? - ele pergunta,  fazendo meus olhos arderem em frações de segundos. - É pior do que aquela boate?

Quero debater e dizer que não,  que aqui é o paraíso comparado a aquele lugar, mas a minha garganta arde,  e nenhuma palavra sai por meus lábios.

- Me diz, eu te coloquei tanto medo assim? - ele segura meu rosto, me obrigando a encara- lo. - Aqui é pior?

- Você tem permissão pra me usar da forma que quiser, e ainda sim foi o primeiro homem que respeitou o meu corpo, e pensou nos direitos que eu nem sequer tenho. - limpo a lágrima que escorre enquanto falo.

- É claro que você tem seus direitos!

- Não quando se é uma prostituta. - O calo com minhas palavras.  - Eu não posso nem sequer escolher com quem eu durmo, e sei que deve me achar ridícula, pois essa foi a vida que eu escolhi levar!

- Tenho certeza que não escolheu isso. - E novamente ele me surpreende, não me culpando pela vida que leva.

- Entendo que tenha nojo de mim e não queira tocar em mim,  mas eu não tinha segundas intenções quando toquei seu rosto ontem.  - digo ao lembrar a forma que ele gritou pra eu me afastar dele.

- Nojo? Eu nunca sentiria nojo de você. - ele se afasta parecendo atordoado. - Eu só não queria fazer as coisas dessa forma errada que meu pai quer fazer, eu só quero ter escolhas.

- E eu não sou uma delas, então me deixa ir.

- Aqui você não é obrigada a transar, eu pensei que você gostaria.

E eu gosto,  gosto que ele não me trata como merda e nem me obriga a ir pra cama com ele, mas o desprezo que vi em seus olhos ontem a noite,  me fez desejar voltar pra aquele inferno de lugar.

- Eu sou grata por toda a sua gentileza,  mas sei que não estou aqui por vontade sua. - digo olhando nos seus lindos olhos caramelados,  sentindo um frio na barriga que eu nunca havia sentido na vida.  - Sei que estou aqui porque seu pai ordenou que eu estivesse.

- Você está aqui porque eu quero que esteja . - ele se aproxima tocando meu rosto - No começo você estava aqui porque ele quis, mas ele não manda nas minhas escolhas e eu posso muito bem te mandar embora quando eu quiser, mas... eu não quero que você vá.

E mais uma vez parece ter uma imensidão de borboletas na minha barriga.

Sei que Bieber poderia muito bem me expulsar, sei que ele é poderoso o suficiente pra mandar o pai dele pastar, mas eu ainda não entendia o que eu ainda estava fazendo ali.

- Aqui você vai poder fazer o que quiser,  só não vai poder sair sem segurança porque não é seguro.  - sorrio pela forma doce que ele diz, por mais que ele seja um mafioso perigoso, nunca me desrespeitou ou me tratou de forma ruim.

- Obrigada,  senhor... - ele me olha com uma careta, sei que não gosta que eu o chame de senhor, mas também não gosta de apelidos. - Justin.

- Agora venha jantar, sei que não comeu nada hoje! - ele olha seu relógio que custa mais que meu rim, e olha pras malas atrás de mim. - te espero na mesa de jantar.

Sorrio boba, logo bato na minha testa tentando afastar esses pensamentos bobos que insistem em entrar na minha cabeça. 

Lembro da foto da loira que vi na sala, o mesmo que não está mais lá. Penso em ser a mulher que ele ama, e logo suspiro,  sem saber o motivo do incômodo no meu peito.

- Não se iluda.  - digo a mim mesma enquanto me olho no espelho, querendo a todo custo matar essas malditas borboletas que habitam meu coração.

Depois de colocar um vestido leve e florido, decido descer pra jantar. Desço a escada e logo escuto a voz de Bieber gritando no celular.

- Merda, Jeremy - ele quase grita. - Ela não é problema seu!

Meu corpo gela em pensar que o ela que ele disse sou eu. Penso em sair dali, mas seus olhos encontram os meus,  e ele logo desliga a ligação.

- Vem, vamos jantar.  - ele dá um meio sorriso pra mim, e meu corpo quase entra em combustão.

Um arrepio me percorre, e sinto que logo terei motivos pra chorar.

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