Prólogo
Em um segundo eu estava fodendo com meu namorado.
Em outro, fui obrigada a terminar com ele e abandonar tudo.
Droga.
Eu esqueci de novo que tinha que arrumar as drogas das minhas malas. E se eu esquecesse de fazer isso, meus pais fariam picadinho da minha carne para dar aos abutres. Dei vários suspiros fundos e coloquei a mala de frente ao guarda roupa de comecei a jogar tudo dentro de uma vez só, estou atrasada. Logo a metida a madre Tereza estará aqui pra me levar pra morar com ela. Puta que pariu, vou ser obrigada a morar com a santa da família.
Palavrões de mais: Negligência dos meus pais que deixaram o mundo me criar.
Dona Themmy, minha mãe, se recusa a me dizer que diabos está acontecendo, mais eu nem quero saber também. Afinal eles fingem que to falando com porta. Parei de frente ao espelho pra arrumar a calça. Sou eu mesma. Como sempre. Cabelos compridos jogados na frente do corpo emoldurando o rosto que esta a pele e osso, estou tão branca que se porem de frente a parede eu vou sumir. Bem isso deve ser porque eu não saio muito de casa. Fico com a cara nos livros noventa e cinco por cento do meu dia. Consegui até uma bolsa em uma faculdade depois que terminei a escola. Sim estou de férias e meu aniversário de 18 anos é daqui a 4 dias, o que deixa essa historia dos meus pais mais louca ainda, ou eles finalmente entenderam que eu odeio festas.
Ajeitei uma toca no cabelo e escondi as gordurinhas por debaixo do tecido da calça, enquanto fitava aqueles olhos vermelhos. Mais uma coisa que me deixava com uma aparência estranha, meus olhos vermelhos com tom de azul por dentro. Sim. Eu sou a representação da feiúra em pessoa, mas não estou nem ai. Não vou me casar mesmo, não nasci pra isso. Com esse pensamento acabei rindo por um momento, enquanto meu irmão pegava a mala e ia levando pra baixo aos poucos. Eu fui parando de rir devagarinho, bem lerda e já fui descer também porque meu pai vai fazer o louco e vai dar na minha cara, ou melhor na minha bunda, né? Ri de novo e num piscar de olhos, já estava lá, parada,olhando pra todo mundo no sofá ainda boiando sem entender porque estão me mandando pra lá tao perto do meu aniversário. Se seria porque eu reclamo de ganhar presentes, ou seria porque eles não me aguentam mais, e querem que eu vá morar longe agora que atingi a maior idade?
Minha mãe se levantou de sofá e veio em direção a mim, me abraçando forte e beijou minha testa.
— Querida...eu quero que se empenhe durante as férias em ser bem legal com sua prima mesmo ela sendo bem diferente de você. OK ?
— Ta Mãe.
Agora foi a vez do eu pai, Jamiel.
— Espero que não fique zombando os costumes dela, nem que tente dar na cara dela, ou embebeda lá, ou vender drogas, ou..
— Ja entendi pai — Tive que interromper —Não farei nada, ta?
Sorri e ele retribuiu simplesmente , então eu fui na direção do meu irmão que estava com um iPad em mãos, só deu para mim conseguir dar um beijo na testa dele como uma boa irmã. Sim só fiz isso naquele dia, e jamais farei de novo.
Peguei a mala e fui arrastando ela pra fora, mordi o canto de meu lábio inferior segurando entre os dentes, ergui o olhar vendo o tempo e já estacionado estava ali, um carro, acho que me esperando.
Andei em passos rápidos ao som de minha mãe falando pra ter setecentos mil cuidados, desde sexuais, a uso de drogas. Se minha mãe soubesse que eu sou a verdadeira doente sexual...acho que ela teria dado esses conselhos antes. Deixei ela falando sozinha lá e entrei no carro rapidamente antes que o sol conseguisse me tocar e sentei no banco de trás , o do passageiro, com a mala no colo. A coloquei de ladinho e Cruzei as pernas me despedindo pela janela.
Depois de o carro arrancar que fui notar que não era minha prima dentro do carro e sim um carinha sério que estava batucando os dedos no volante.
— Então...é namorado da virgenzinha ? — Falei tentando não rir.
— Sou amigo dela, ela pediu que eu viesse buscar você porque estaria ocupada com as coisas da casa, já que você vai ficar em um canto mais separado.
— Como assim?
— Ja reparei no seu estilinho, e ela te conhece bem, então deixou um espaço só pra você ficar. Cheio de livros, um violão, piano... Coisas de "Let"
— Ela disse isso ? — Desculpa mais eu ri alto
— Coisas de "Let"? Sério isso? Bom...é bem a cara dela mesmo.
— O quê tem contra ela? Só por que ela pensa diferente?
— Não, porque eu nem sei que diabos ta acontecendo. De um dia pra outro vou me mudar, ninguém me diz porque, ninguém fala o que houve, sei lá... Parece que um assassino está atrás de mim.
Foi só eu falar isso que ele ficou quieto e pude ouvir ele engolindo saliva, não respondendo, apenas ficou olhando pra estrada e foi assim o caminho todo.
Ótimo.
Será que tem mesmo um assassino atrás de mim? Por que e ele reagiu desse jeito?
— Você não fala muito não é?
Ele balançou a cabeça em negação e foi assim a viagem todinha. Um silêncio.
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