O Mistério do Bosque do Silêncio

Capitulo com 2237 palavras

Lucky ainda estava correndo em direção às colinas de onde supostamente vieram os gritos que ela ouviu. Caio a seguiu, chamando-a insistentemente na intenção de pará-la, mas não obteve êxito.

— Droga — murmurou — vocês dois sabem o que fazer — falou, voltando-se para a Nubia e o Escanor, que os acompanhavam pelas águas. Eles, consentindo, mergulharam e saíram em alta velocidade.

Enquanto mantinha a corrida, Lucky se viu obrigada a recuar ao se deparar com uma parede de gelo com estacas afiadas que surgiu à sua frente. Trombar no chão foi a única saída que ela encontrou para evitar o fenômeno. Apoiando-se em suas mãos, pode sentir o rastro de gramado e barro em suas palmas.

— Lucky, você está bem? — Perguntou Caio ofegante enquanto se aproximava dela, ajudando-a a se levantar.

— Acho que sim, de onde surgiu isso? — Perguntou atônita. Caio a olhou sem graça enquanto fez a parede se tornar água novamente, a direcionando de volta para o lago.

— Foi mal. — Se desculpou, coçando a cabeça.

— Foi você que fez isso? — exasperou a menina atônita — poderia ter me matado.

— Não, isso jamais, eu sabia que de algum modo você ia conseguir desviar a tempo, e foi a única maneira que achei para te impedir.

— E por que você queria me impedir? — Perguntou desconfiada.

— Foi um pedido da sua mãe, por algum motivo ela sabia ou ao menos desconfiava que você ia querer ir para lá e me pediu pra te impedir a qualquer custo.

— Por quê? — insistiu — o que tem além das colinas?

— O bosque do silêncio.

— E o que tem de especial nesse bosque?

— Nada de especial, é exatamente o oposto disso — disse Caio com receio. — Lembra que eu te disse que houve um tempo em que os bosques foram separados por espécies? — Ela consentiu — então o bosque do silêncio era e ainda é o principal lar de todos os duendes.

— E o que tem de anormal nisso? — questionou a confusa.

— Simples, os duendes foram os únicos que até hoje não aceitaram a aliança, os que aceitaram foram expulsos e banidos. Vai por mim, você não vai querer caçar assunto com os duendes, eles podem ser bem sinistros e perigosos quando querem.

— Mas tem alguém precisando de ajuda. — Insistiu a garota.

— Lucky, me escuta, não tem ninguém precisando de ajuda, eu não sei o que você acha que ouviu, mas não é nada, vamos prosseguir para o bosque cristal.

— Então, se não é nada, o que custa irmos lá conferir? — sugeriu.

— Não, não-não-não-não, você não escutou nada do que eu disse? Os duendes são perigosos. — Alertou novamente.

— Ah, qual é? Há pouco, você mencionou um pouco do que vivemos nos últimos meses, o que pode ser mais perigoso? E como a Luci sabia que eu ia querer ir para o bosque do silêncio? O que você não está me contando? — Perguntou desconfiada.

— Nada — respondeu mais rápido do que planejou. Lucky franziu a testa e cruzou os braços, o encarando desconfiada.

— Caio! — repreendeu astuciosamente — o que realmente tem no bosque do silêncio?

— Nada — respondeu com uma falha na voz. Lucky o encarou com sagacidade, Caio, engolindo em seco, logo previu qual seria o próximo passo da amiga. — Lucky, não — advertiu, ela arqueou uma sobrancelha e, sacando sua varinha, gritou em um salto.

— Vassoura — sua varinha se transformou em vassoura, na qual ela montou em cima e saiu voando em alta velocidade em direção ao bosque do silêncio.

— Lucky não! Droga — nesse momento, ele ouviu o relinchar do seu companheiro Escanor, o que foi música para seus ouvidos. Ele sorriu aliviado e, montando em disparada, ambos começaram a perseguir Lucky pelas águas. Logo, a menina se viu obrigada a desviar de vários jatos da água que eram lançados nela.

— Está brincando? — ela questionou, incrédula — me parece que ele está levando o pedido da Luci um pouco a sério demais. — Enquanto ainda voava, uma lembrança lhe veio em mente, uma que ela nem sabia que existia.

Lucky se viu voando na vassoura do mesmo jeito e no mesmo destino, porém estava no corpo de seu pai Reink quando era mais novo. Ele gritava para outro que estava voando mais à frente.

— Acron, para, está indo longe demais — bradou em advertência.

— Ah, para de bancar o irmão mais velho chato. — Vociferou em resposta.

"O que é isso?" — pensou Lucky, completamente confusa.

— Acron, cuidado! — bradou Reink.

Ao mesmo tempo em que ouviu seu pai gritando, ela também ouviu Caio a alertando.

— Lucky, cuidado!

— O quê? — questionou ela, voltando a si, espantou-se ao avistar na sua frente uma grande árvore antiga, desviando no último minuto, perdeu o controle da vassoura e caiu cambaleando no chão. Uma sombra a cobriu. Ao olhar para cima, avistou um homem alto, com orelhas pontudas, nariz achatado e pele completamente enrugada. Ele parecia uma mistura de elfo com duende. Lucky se levantou com cuidado e, dando dois passos para trás, o encarou completamente atônita.

— O que é você? — Ele a encarou.

— Lucky... Buckland... — O ser sussurrou, ela o olhou confusa, ainda o encarava quando ouviu Caio chamar por ela.

— Lucky, não, se mexa! — alertou pausadamente. A menina então olhou à sua volta e se viu cercada por duendes que começaram a se aproximar.

— Lucky Buckland, Lucky Buckland — murmuravam em coro, como se estivessem clamando ou amaldiçoando. Ela ficou completamente perplexa com a cena, temia ao mesmo tempo em que sentia que eles queriam dizer algo ou a culpavam por algo, ou quem sabe as duas coisas?

Desviando seu olhar da cena que mais parecia um cenário de um filme de terror, buscou com o olhar o primeiro ser que encontrou, mas ele já havia sumido da vista. Enquanto o procurava, avistou uma rocha pouco à frente e nessa rocha havia um símbolo que lhe chamou a atenção. Era um símbolo de uma mão plana e aberta com um triplo círculo ao centro dela. Seus devaneios foram interrompidos pela murmuração dos duendes que aumentou. Lucky os encarou atônita e bradou.

— O que vocês querem de mim? — Um silêncio incomum predominou, até que um dos duendes se manifestou com uma voz rouca e apática.

— É tudo por sua causa.

— O quê? O que foi que eu fiz? — Perguntou confusa.

— Você precisa resolver isso, antes que seja tarde demais.

— Resolver o quê? Do que está falando? — questionou, confusa e assustada. Antes que pudesse obter respostas, uma voz familiar lhe tocou os ouvidos.

— Lucky, Caio, o que estão fazendo aqui? — Questionou Alberico, sua voz foi como música para os ouvidos de ambos. Mesmo prevendo que receberia uma grande bronca, Lucky sentiu-se aliviada por ele estar ali.

A presença de Alberico fez os duendes recuarem, ele fez um sinal com a cabeça chamando Lucky para perto, ela olhou para os duendes receosa e esgueirou-se entre eles para chegar até o Alberico. Quando ela e Caio se encontraram com Alberico, começaram a caminhar com cautela, permaneceram em silêncio até estarem a uma distância segura dos duendes e Alberico os impedir de continuar.

— Achei que tinha sido claro quando te alertei para ficar longe de encrencas — repreendeu Alberico.

— Desculpe, é que eu ouvi um grito, presumi que alguém podia estar em perigo, não podia ignorar isso. — Retrucou ela.

— Só que eu te disse que era coisa da sua cabeça. — Advertiu Caio.

— Não era coisa da minha cabeça, Caio — retorquiu Lucky — Eu sei o que ouvi, primeiro foi uma mulher e em seguida foi um homem, eu escutei o grito deles alto e claro e pude sentir o desespero em suas vozes, como se eles estivessem em perigo ou algo assim.

— E depois que você entrou no bosque, ouviu mais alguma coisa? — Perguntou Alberico, demonstrando um interesse incomum.

— Não, mas eu vi, bom... — interrompeu a fala, olhando para os lados desconfiada.

— Não se preocupe — interveio Alberico — eles não podem nos ouvir aqui, o que você viu?

— Tinha um homem diferente — começou Lucky —, ele tinha a aparência de um duende, mas era alto e forte como os elfos e tinha algumas cicatrizes, como se estivesse sido maltratado ou coisa do tipo.

— Isso é impossível — declarou Caio. — Ou se é um duende ou um elfo, as raças não se misturam, bom, exceto no seu caso.

— Eu sei, mas foi o que eu vi e vi um símbolo estranho.

— Um símbolo? Como ele era? — perguntou desconfiado.

— Era uma mão aberta, na palma havia uma espécie de três redemoinhos. — respondeu, tentando ser o mais clara possível.

— É o triplo círculo. — Respondeu Alberico, demonstrando grande aflição.

— O que isso significa? — perguntou Lucky, confusa.

— Que temos que sair daqui imediatamente — sacando sua varinha, transformou-a em uma vassoura de madeira branca maior e mais resistente que as normais, após montar nela. — Subam! — disse para Lucky e Caio, que subiram sem hesitar. — Segurem firme — declarou e assim que eles fizeram como ele pediu, arrancou com a vassoura em alta velocidade. Lucky nunca havia o visto voar tão rápido.

— Se é tão urgente, por que não usa a magia transporte? — questionou Lucky com um misto de preocupação e confusão.

— Magia transporte não funciona aqui, isso porque ninguém entra ou sai do bosque do silêncio sem autorização. — Esclareceu Alberico.

— Pensei que o senhor era o único que tinha autorização para entrar aqui. — Se manifestou Caio.

— Eu costumava ser — retorquiu Alberico — mas as coisas estão mudando.

— Tá brincando? Então nós vamos morrer? — Caio questionou atônito.

— Morrer? — questionou Lucky, incrédula — do que está falando? — Logo Lucky viu vários raios de luz sendo lançados na direção deles, acompanhados de jatos da água, chamas e pedaços de terras. Alberico tentava a todo custo fazer o possível para conseguir desviar de todos, alguns passavam de raspão.

— Isso não é bom, desse jeito não conseguiremos chegar na saída a tempo. — Afirmou Alberico.

— Eu não sabia que os duendes podiam controlar um dos elementos da natureza ou usar esse tipo de magia. — comentou Lucky, perplexa.

— Eles não podem — respondeu Alberico.

— Então, o que ou quem está nos atacando?

— É o que estamos tentando descobrir — respondeu Alberico.

— Então por que não paramos de fugir e contra-atacamos? — questionou Lucky, parecendo óbvia.

— Péssima ideia — interveio Caio — estamos em território inimigo.

— Estamos chegando — declarou Alberico ao avistar a saída, que logo foi se fechando como um portal feito com árvores.

— Droga, não vamos conseguir. — Bradou Lucky em aflição enquanto uma magia de raio passou de raspão à sua direita.

— Se eu já fosse um mago, poderia abrir um portal — comentou Caio.

— É isso, você é um gênio, Caio! — exclamou Alberico.

— Obrigado, por quê?

— Como não pensei nisso antes? — Alberico tirou uma pedra amarela de seu casaco e a apontou para a frente, logo um portal se abriu.

— Legal — disse caio e Lucky em uníssono, com a abertura do portal os ataques começaram a ficar mais ferozes, quando estavam se aproximando do portal Lucky viu de relance vários mantos vermelhos e em cima de uma das arvores, viu dois pequenos olhos brilhantes a seguindo, esse também usava um manto vermelho e pela a pouca aparência exposta, era fácil afirmar que se tratava de uma criança, está não atacava como os outros, apenas observava a Lucky com esperança no olhar, ela ficou completamente confusa ao presenciar essa cena, antes que pudesse ter qualquer reação, a forte luz do portal incomodou lhe o campo de visão a fazendo colocar uma das mãos sobre os olhos, quando a luz se dissipou ela se viu de volta a casa dos Grunnions. Alberico pousou com a vassoura, logo os três desembarcaram no jardim da casa, transformando a vassoura de volta em varinha, voltou-se a eles.

— Vocês estão bem?

— Acho que sim, mas isso foi... — começou Lucky, que foi imediatamente interrompido por Caio.

— Incrível! Onde conseguiu uma pedra lunar? — questionou Caio, empolgado — elas são extremamente raras.

— Foi um presente de um amigo — respondeu Alberico, dando as costas e caminhando em direção à porta de entrada da casa.

— Me apresenta esse amigo? — questionou Caio, correndo para o lado de Alberico.

— Diria que você o conhece muito bem — respondeu Alberico, girando a maçaneta da porta. Ao entrar, caminhou diretamente para a sala, com Lucky e Caio em seus calcanhares.

— Tá legal — se manifestou Lucky — incrível, conseguimos escapar com vida, mas que loucura toda foi aquela?

— Algo me diz que a loucura ainda não acabou — comentou Caio, engolindo seco ao entrar na sala e avistar o que nela havia. Lucky a olhou confusa até voltar seu olhar para o local.

— Ah, não — suspirou Lucky —, o que aconteceu?

Eita que a situação não ta boa pro lado da Lucky não em, eai o que estão achando? fique a vontade para comentar muito o que esta achando da história e não esqueça de levitar a estrelinha, bjs e até o próxima

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