Por meses me fiz de idiota e tentei tapar o sol com a peneira pensando que ele realmente iria voltar, eu iria contar sobre a gravidez e nós poderíamos encontrar uma solução para cuidar dela. Mas em parte a culpa foi totalmente minha, pois deixei claro que se transassemos não passaria disso, mas tudo mudou quando engravidei. Mas o que me deixa tranquila foi que eu tentei, nas ele não me deu resposta.

__ Boa noite.__ ele diz e logo uma mulher loira está ao seu lado com um sorriso que me deixa irritada. Por acasa ela está vendo graça em alguma coisa?

__ Essa é a esposa dele, Hanna.

Ela sorri e bufo de raiva, ainda por cima trouxe a esposa. A loira parecia ter saído de uma revista de moda. Charlotte se aproxima e me encara envergonhada.

__ Desculpa eu não sabia.__ Diz e dou de ombro procurando minha filha.__ Ela está dormindo com Thomas no andar de cima não se preocupe.

__ Não quero que ela o veja,__ resmungo.__ Ele perdeu essa chance a muito tempo atrás.

Desde que descobri a gravidez tentei falar com ele. Mandei cartas, ligava e não recebia respostas, fui ignorada até que desisti. Eu jurei que seria suficiente para minha filha, eu seria pai e mãe e tem dado certo até hoje.

__ Vou conversar com o cabeça dura do meu marido.__ suspira.__ Como padrinho dela ele deveria ser um pouco mais consciente.

__ Não precisa, é seu dia, e ele não sabe quem é o pai da Amara, sei que não fez por mal.__ resmungo bebendo o vinho de uma vez.

__ Tem certeza? Eu posso bancar a louca e mandar todos irem embora.

Solto uma risada e nego com a cabeça.

__ Eu tenho certeza sim, afinal ele já sabe da existência dela, só não quero que chegue perto da minha menina.

Dando de ombro fomos todos para a mesa de jantar e para o meu azar me sentei ao lado do cretino e da esposa. Fiquei em silêncio observando todos a mesa conversar, eu estava louca para ir embora, mas não podia fazer isso com a Charlie, ela foi a que mais me ajudou, mesmo sabendo tanto quanto eu.

__ Com licença.__ pedi me levantando e segui para o corredor querendo um pouco de paz que só minha filha me daria.

Caminhei lentamente até o quarto de Thomas e quando abri a porta Amara estava sentada na cama coçando os olhos. Me aproximo e ela ainda sonolenta me abraça.

__ Ainda está com sono meu amor?__ pergunto e ela deita a cabeça em meu ombro.__ Daqui a pouco iremos para casa.

A deito novamente quando percebo que caiu no sono. Mas quando saio do quarto sou encostada na parede e mãos fortes seguram minha boca, quando vejo quem é chuto o meio de suas pernas e o imobilizo rapidamente.

__ Achei que tivesse perdido a prática depois que virou mãe.__ falou gemendo com dor e apenas ouvir sua voz me fazia sentir coisas da qual eu não queria.__ Sua filha é linda.

Minha filha! Como se eu tivesse feito sozinha.

__ O que quer?__ pergunto.

__ Conversar.__ falou e torci um pouco mais seu braço.__ Por que não me contou que tínhamos uma filha? Se a sua mãe não me conta eu nunca saberia.

Maldita hora que contei para minha mãe quem era o pai!

O soltei com raiva e ele se levantou arrumando o paletó. Eu não contei? Mas que filho da puta desgraçado.

__ Eu não contei?__ me segurei para não gritar e chamar atenção.__ Eu liguei, mandei cartas, tentei todos os tipos de comunicação, mas foi como se você tivesse sumido do mapa, agora aparece casado e me perguntando por que não contei? Vá se foder Flynn, eu não quero mais olhar na sua cara. Não ouse chegar perto da minha filha.

Caminhei a passos largos até a sala de jantar e a mulher dele sorriu para mim de forma amigável.

Ela não cansa de sorrir não?

Ignorei seu sorriso e respirei fundo. Minutos depois ele apareceu e se sentou novamente.

Eu precisava sair dali. Olhei para Charlotte que apenas assentiu e me levantei me despedindo de todos e fui até o quarto buscar minha filha. O que era para ser uma noite tranquila acabou de se transformar numa noite cheia de tempestades que estava dentro de mim guardadas a muito tempo.
A peguei no colo e sai da casa finalmente soltando o ar que nem sabia que estava prendendo. Dentro do carro e acelerei até nossa casa que ficava a poucos quilômetros dali.

Eu teria uma conversa bem seria com Margareth McCartney.

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Posto mais ou não?
Acho que sim