CAPÍTULO 14

Há muito barulho do lado de fora da minha sala, tento me concentrar mas a confusão parece estar se intensificando então me levanto e ao abrir a porta vejo minha mãe e a recepcionista discutindo.

_ Que bagunça é essa aqui?_ as duas me olham assustadas e Margareth passa a mão sobre os cabelos caminhando até mim.

_ Sua assistente não queria deixar com que eu falasse com você_ disse ela_ ligaram da escola da Amara, parece que ela se meteu em confusão no colégio.

_ Espera ai_ entro em minha sala e pego minha bolsa._ Vamos.

Saímos do prédio e dirijo pelas ruas até o colégio. Assim que entro vejo minha filha sentada no banco do corredor com os braços cruzados e a expressão emburrada.

_ O que houve Amara?_ ela dá um pulo assustada e sei que é culpada.

_ Nada mãe, eu só falei a verdade e eles acharam ruim_ a porta da direção é aberta e uma garotinha gordinha e muito bonitinha sai de lá com os olhos vermelhos acompanhada de uma mulher que me olha com raiva.

_ Se você fez o que estou pensando Amara McCartney, vamos ter uma conversa não muito agradável_ entro na sala da direção e a diretora sorri para mim.

_ Bom dia Senhorita, Amara contou o que fez?_ nego e ela suspira_ Bom, hoje mais cedo sua filha fez bullying com a colega dela, por ser mais gordinha, e se me lembro das palavras exatas foram, rolha de poço, pobretona e sem classe, apenas por que a coleguinha é bolsista e gordinha.

Cerro meus punhos e respiro fundo para me acalmar, essa não é o tipo de coisa que ela ouve de mim e desde que começou a frequentar a casa dos Flynn ela tem agido como uma mimada, mas isso vai acabar hoje.

_ Eu sinto muito mesmo, isso não é o tipo de coisa que ensino para ela_ a decepção evidente em minha voz_ prometo dar um jeito nessa situação.

Nos despedimos e assim que saio apenas seguro na mão de Amara e a arrasto até o carro. Começo a dirigir e ela fica inquieta pois sabe que está encrencada.

_ Mamã..._ a olho furiosa e ela fica quieta no mesmo instante.

_ Não precisa ficar assim com ela_ Margareth diz e reviro os olhos.

_ Não venha com essa, o que você sabe de educar alguém?

_ tá bom, não está mais aqui quem falou._ diz.

Estaciono em frente a casa e Amara corre para o quarto. Vou até o meu e pego uma foto minha fé quando eu era criança, gorda e desajeitada, vou até o quarto dela e jogo a foto ao lado dela que está sentada na cama com os olhos cheios de lágrimas.

_ Pegue_ ordeno e ela o faz_ essa daí sou eu, a rolha de poço, gorda desajeitada!

_ Mas você é magra!

_ Amara a questão não é essa, a questão é que eu odiava os apelidos que me davam, odiava ser rebaixada e excluída, nunca me encaixei e nunca tive amigos até entrar na faculdade!

Minha voz sai alterada mas nesse momento não estou a fim de ser boazinha. Está na hora dela aprender alguma coisa, dinheiro não é tudo na vida e beleza acaba.

_ Eu estou tão decepcionada com você Amara, por anos tentei te educar, te mostrar as coisas boas do mundo, mas foi só Flynn aparecer para você se tornar fútil e mimada._ ela se encolhe diante de minhas palavras.

_ A vó Sarah disse que eu não devia me misturar com pessoas como a Jenny, ela é pobres e eu sou rica, somos diferentes.

_ A sua vó Sarah não sabe de nada da vida, se você se cortar vai sangrar assim com aquela garota, ser rico não significa ser fútil e mimado_ grito_ a partir de hoje Amara você vai ter limites, aquela sua viagem com Flynn esquece, aquela sua boneca da última coleção esquece, ir a casa da sua avó Sarah? Adivinha, esqueça também.

_ Mas mãe...

_ Mais nada Amara, e vou te colocar em uma escola pública, nada de mimar você até que aprenda a ser mais humilde,_ ela me olha com raiva  e arremessa o travesseiro em mim._ Sem celular também mocinha.

Recolho tudo e ela me encara com raiva.

_ Prefiro mil vezes a vó Sarah, eu te odeio mãe!

Aquelas palavras doeram e segurei as lágrimas. Sei que isso é passageiro mas vai ser um modo de mostrar a ela que o mundo não gira em torno do umbigo dela e que Sarah não é a pessoa que manda, sou eu.

Limites é do que ela precisa.

Saio do quarto  dela e tranco a porta, ela só sairá para ir a escola, para comer e mais nada. Dou as instruções para a babá dela e caio na cama chorando de raiva. Pego meu telefone e disco número de Flynn, preciso estabelecer alguns limites.

O que você quer Luara?

Precisamos conversar sobre Amara.

O que houve com ela?

Pode vim aqui?

Claro.

Obrigada.

Desligo e tomo um banho rápido. Me visto com uma calça jeans e uma blusa preta de manga longa. Pretendo deixar claro as coisas antes que piorem.

ERICK POV

Estaciono em frente a casa de Luara e para minha surpresa ela está sentada no jardim, seus cabelo soltos brilhavam com a luz do sol, mas o que me chamou atenção foi seus olhos vermelhos acompanhados de lágrimas que ela tentou disfarçar quando me viu.

Sei que agi como um idiota, nas não pude suportar ver ela ofendendo minha mãe por mais que ela merecesse não posso deixar de pensar que ela é minha mãe.

_ Flynn_ ela faz sinal para se levantar mas me sento ao lado dela._ obrigada por vir.

_ Se trata da nossa filha_ ela assente abrindo um pequeno sorriso._ o que houve com ela?

_ Não posso mais deixar que ela veja sua mãe.

_ vai começar com a implicância?_ a raiva começa a dar sinal.

_ Não é por isso seu idiota,_ revira os olhos_ o problema é que Amara cometeu bullying com uma colega na escola e deixou bem claro que sua a incentivou a separar classe social._ suspiro.

_ É bem a cara dela fazer isso,_ ela me olha surpresa por eu concordar_ _ Olha eu sei a mãe que eu tenho tá, mas eu não achei legal você fazer aquilo.

_ Mas achou legal ela ter, tentado me expôr? Já pensou se eu não usasse um nome falso? Eu estaria na cadeia e acredite aquela era a intenção dela_ sua voz saiu calma demais e me afastei um pouco do alcance de suas mãos.

Eu conheço esse jeito dela, quando está calma demais está pronta para matar e quando está furiosa pode esperar o pior também.

_ Eu não pensei por esse lado._ resmunguei.

_ Claro que não, a cobra sou eu não é?_ ela se levanta e estende a mão_ vamos, precisamos conversar com ela.

Seguro em sua mão e quando levanto fico a poucos centímetros dela que recua engolindo em seco com o rosto tomando uma cor avermelhada.

A sigo para dentro com um sorriso discreto ao perceber que talvez ela não seja tão imune assim, talvez eu a afete de alguma forma.

Eu só preciso persistir um pouco e a terei novamente, mas dessa vez não vou a deixar escapar da minha vida novamente!

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