Extra
Olá, meninas! Bem, aqui, como última coisa extra para vocês, postarei um trecho do meu próximo livro – este será autoral –, e gostaria de reencontrar todas vocês lá... Posso contar? Beijinhos e espero que gostem... ❤
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Em breve no Wattpad:
PIRATE – A VINGANÇA
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A capitã ergueu seu olhar para admirá-lo. As mechas louras caindo em torno de seu rosto pacífico, mas sensual o bastante para fazê-la estremecer; e seus inquietantes olhos azuis lhe observando com atenção. Ele conseguia acendê-la de alguma forma hedionda que ninguém mais conseguia; ficar perto dele era tão intenso que mal podia sentir suas próprias pernas, o seu próprio poder sobre os homens. Ele era diferente e ela sabia disso. E ele sabia que ela sabia. E nunca deixou de atiçá-la, consterná-la, confundi-la. Ele sempre soube como ver através dos olhos dela, daquelas profundas alcovas azuis marinhas; sempre soube admirá-la além de seu corpo escultural, além de seus gloriosos seios fartos e, contudo, vê-la bela através dos carnudos lábios pequenos. Ele sabia enxergá-la, melhor do que os outros, e sempre, mais atencioso do que qualquer um que já deitou em sua cama. Seduzi-la parecia ser um jogo que ele gostava de jogar, e não se cansava, mesmo ela levando outros até sua cabine, seu leito, e deitando sobre ou sob eles, enroscando seus dedos em seus cabelos e delirando com o prazer que a proporcionavam. Mesmo com tudo que ela lhe dizia a respeito do amor, ele parava para observá-la e sorria, conseguindo arrepiá-la e chama-te-ei sua atenção.
E ela odiava o quanto ele era persistente naquilo, e o quanto ela queria ceder. Mas recuava, vendo nele o mesmo tipo de rigor e sedução que o Inimigo possuía, e que a destruiu no passado. Seus cabelos louros eram dourados, diferentes dos dele, que se assemelhavam a areia seca. Os olhos de seu imediato eram azuis turqueza, e os olhos dele eram negros como piche. Will era sedutor, mas Hayer foi devastador.
Ela o observou através da lupa e sorriu, não secamente e tampouco indiferente, mas de modo que conquistava o coração dos homens. De modo tão intenso e sensual que mexia no sexo deles, e muitos quase perdiam o controle. Alguns não se seguravam e ela lambia os próprios lábios. Mas não com William Scott Kennedy. Ele era esperto e irritante, mas quase nunca caía em seus truques de sedução.
Naquele momento, Will franziu as sobrancelhas louras e retraiu os lábios, um tanto zangado.
— Não ria, capitã. — ele estava sério — Não teve graça, tampouco. Você poderia ter sido capturada.
Ela suspirou mais uma vez e colocou a lupa sobre os mapas, bufou e voltou a encará-lo.
— Se eu tivesse sido capturada — sua voz aveludada enchia a cabine em direção a ele do outro lado da mesa de cedro —, não seria um problema.
— Ma certo — ele balançou a cabeça e remexeu os ombros —, mas certamente nós teríamos que voltar e resgata-te-ei. Isso que ainda estivesse viva.
— Basta!
Foi o suficiente! Ela bateu com o punho na mesa e ficou perigosamente séria, fitando-o com fogo nos olhos. Zangada, ele viu isso, ergueu-se da cadeira e apoiou-se na mesa. Will engoliu em seco deixando seu rosto encher-se de confusão e medo. Ele sabia até onde ele poderia ir. Até onde lhe era permitido opinar.
— Senhor Kennedy — ela estava realmente zangada — Você por acaso sabe o que eu passei?
Ele engoliu a saliva com dificuldades e ela viu o quanto conseguia assustá-lo – e não certamente só ele, mas sim, todos que a cercavam. Ela só precisava esboçar uma reação, um aceno de cabeça ou levantar uma única sobrancelha. Ela era uma mulher em meio a homens, uma fêmea em meio a machos com suas próprias necessidades, uma gata em meio a leões. Ela aprendeu a se impôr; eles ajudaram, a vida a ajudou. Não deixaria qualquer um tomar o lugar pelo qual ela duramente lutou para conseguir, seja qual for essa pessoa.
— Sim — a voz dele, que costumava ser tão macia e perfeita, estava cheia de receio. — Eu sei pelo que você passou.
— Ah — ela suspirou — então sabe que eu sei me cuidar?
Will a encarou como se fosse discordar, mas ela ergueu seu queixo e ele abaixou o nervosismo. Engoliu as próprias palavras.
— Eu sei, capitã. — disse.
Soltando a mesa, ela se sentou novamente e sorriu. — Então sabe que eu sairia da prisão e encontraria meu navio, sem maiores problemas. — indagou, orgulhosa de como poderia ser forte e destemida.
Will a observou e esboçou aquele sorriso que ela odiava. Ficar perto dele a deixava excitada, confusa, com sentimentos estranhos. E vendo aquele sorriso encantador, tudo que ela pensava era em jogá-lo em sua cama, rasgar suas roupas e prová-lo. Vê-lo contorcer-se no toque macio de sua língua, na natureza salgada de seus lábios e no afiar delicado de suas unhas. Ela o queria e ele sabia disso, mas sentia que não era a hora certa. Aquele medo devastador de se machucar estava lá como sempre – um fantasma em meio as sombras largas de sua cabine. Em meio as chamas das velas que estavam acesas naquele lugar, naquela noite de lua crescente, enquanto que todos brindavam nos bares de Nápoles, ou contarolavam nas areias das praias. Ela estava ali com ele e os fantasmas, em uma cabine capitaneana e uma cama macia logo a sua direita. Tinha que se concentrar para não avançar um caminho que não teria mais volta, pois ele a chamava, mas seu medo era tão desconfortável que ela tremia e doía por inteiro. Ela o queria em meio as suas pernas, mas também o queria longe daquele lugar. Como conseguiria viver daquele jeito? Seu primeiro imediato devastando tudo que ela conhecia sobre si mesma, sobre o amor entre um homem e uma mulher. Se é que existisse amor naquele século.
— Você nos encontraria, commandante. — Ele estalou os lábios ao pronunciar seu sutaque tão bem elaborado. Will não era italiano. Ele era inglês. — E nós sempre nos surpreenderíamos.
Ela sorriu, deixando seus desvaneios para a outra noite, quando ele viria conversar com ela novamente. Pegou a taça de vinho sobre a mesa e bebericou um gole.
— De fato.
Will gargalhou baixinho e se sentou na cadeira em sua frente, no outro lado da mesa de cedro. Seus olhos, entretanto, observavam a cidade litorânea de Nápoles pelas janelas. Os telhados roseos brilhando na luz da noite, os fogos acesos aqui e acolá, iluminando as paredes de tijolos brancos. Então, após um momento, suspirou.
— Itália — disse, baixo. Ele não esperava que ela ouvisse, mas ouviu. — Tão bela e decadente, após o passar dos anos em meio ao fogo e as intrigas que outrora governavam suas ruas. Terras de Leonardo da Vinci.
A capitã olhou por sobre os ombros para a cidade, fulgindo ao longe, e molhou os lábios.
— Esse tal de Leonardo era bonito? — perguntou, levianamente.
Will a olhou e gargalhou mais uma vez. — Se fosse não seria muito útil. Da Vinci tinha uns gostos peculiares. — ele enfatizou.
Ela mordeu a boca e bebeu mais vinho. — Veio para dormir comigo? — disse, propositalmente, revelando a ele uma parte de seu gracioso pescoço.
O pirata sorriu e balançou a cabeça. — Dio mio! — e riu — Não vou nem falar o que seria interessante fazer na sua cama, capitã, mas não. Não vim aqui para isso.
Ela deslizou os dedos pelo topo da taça. — Então, por que veio?
— Eu sempre venho para cá a noite, exceto, porém, quando você está brincando. — ele lhe pareceu confuso — Por que faria diferente hoje?
— Estamos na Itália.
— E daí?
— Deveria sair por aí com os outros e ir se divertir com alguma meretriz de seios voluptuosos. — ela gesticulou — E cabelos da cor de fogo.
Will sorriu e a observou calado por um longo tempo. — Nenhuma mulher como essas poderia me fornecer prazer o suficiente, capitã. — flertou ele — Eu poderia, facilmente, envolver-me em seus braços, encaixar-me em suas pernas e puxar seus cabelos, mas ainda não seria totalmente excitado com o ato.
Ele sorria, tão sensual que ela teve receio de olhá-lo, mas o fez. Will se apoiava no tampo da mesa e sorria para ela; seus fios louros dançavam na brisa.
— Ah — ela piscou, bebendo mais um gole — E quem te excita, Will?
O pirata molhou os lábios. — Você, capitã.
Ela teve que olhá-lo, mas se arrependeu do que fizera.
Após vê-lo brilhando na luz da lua, ela se ergueu e contornou a mesa em direção a ele. Will não a parou de olhar, tampouco piscou. Ela precisava controlar o sangue que corria latente e suas mãos que formigavam para deixá-lo sem roupas, mas se inclinou na direção dele e sorriu.
— Como posso excitá-lo? — sua voz aveludada estava lá novamente, seduzindo-o mesmo que inutilmente — Nunca dei razões para ter esperanças em ir para cama comigo um dia.
Will passou as mãos nos cabelos e riu. — Sim, capitã, mas isso não significa que você não mexe comigo. — ele se levantou, lentamente, aproximado-se dela com cuidado. Ela pôde sentir sua respiração quente tocando sua pele. — Na verdade, você sempre mexeu. Desde aquele dia.
Ela ergueu o olhar para encarar o dele e tremeu. Pela primeira vez em muito tempo ela estava com medo de ceder. Medo que ela podia estar sentindo por ele, medo de se entregar novamente a um homem que poderia amá-la, e ser traída por ele. Medo de voltar a passar tudo denovo. Entretanto, aquele perfume intenso que ele exalava a deixava bamba, zonza de tanto nervosismo. Ele estava muito próximo. Ela poderia colar-se nele e invadir suas calças com as mãos, era habilidosa a esse ponto, mas não queria sucumbir a terrível e temível sensação. Queria prová-lo, mas não podia.
Engolindo em seco a saliva salgada, suspirou e o viu sorrindo, tão gloriosamente quanto naquele dia.
— E eu sei que também mexo com você, capitã. — Sua voz marcante flutuou até ela, seduzindo-a.
Todavia, ela soltou uma gargalhada. — Quem te iludiu? — disse, indiferente.
Ele estalou os lábios. Will avançou mais uma vez em sua direção. — Ninguém precisou. Eu vejo em seus olhos, capitã. — e então molhou a boca.
Ela era uma mulher poderosa, excêntrica, inteligente, que tinha como passatempo favorito o sexo. Ela sobreviveu ao Inimigo, às maldades que ele lhe proporcionou, aos cortes que a dilaceraram mais interna do que externamente. Ela era forte, bela e humana, mas com feições sobre-humanas, sedutora e fatal; e apesar de tudo que ela tinha, que ela era, ceder aos encantos dele parecia uma boa ideia.
— Diga que não me quer. — Ele mordeu o lábio — Diga que não me deseja na sua cama, e eu saio daqui.
A capitã molhou os lábios.
Ela queria dizer “não”.
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Esse capítulo continua... Gostaram? Então fiquem atentas. Vejo vcs em PIRATE – A VINGANÇA. Vai ter isso e muito mais.
Beijinhos....
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