Capítulo 35-Aquela noite
⚠️ALERTA, ESSE CAPITULO CONTÉM CENAS DE ABUSO SEXUAL.
Escrever esse capítulo foi difícil, pois é um tema pesado, que trás muitos gatilhos. E quem já passou por isso, sabe o quanto doloroso é. Tive que parar várias vezes de escrever, para respirar fundo e continuar, e infelizmente, é uma realidade que muitos vivem ou já viveram, e lidam com os traumas até hoje.
Não fiz esse capítulo para deixar ninguém desconfortável, apenas escrevi uma realidade dolorosa.
∆
Por que eu tinha que ser assim?.
Por que eu não conseguia ser, uma jovem normal?.
Vi Logan se aproximar, parecendo preocupado. Ele parecia confuso, sem entender o que estava acontecendo. Como ele poderia entender? Sendo que ele não fazia ideia, do que eu passei.
—Charlotte, Io fiz alguma coisa? Fui bruto? Fiz algo que no gostou?.—perguntou realmente preocupado, e sentou-se na cama, onde eu estava.
—Não, não é você.—respondi encolhida na cama.
—Então é o que?.—perguntou.
—E-eu...eu preciso ir.—tentei sair, mas ele segurou meu braço.
—No fuja, no dessa vez.—ele me olhou nos olhos.—Me conta, o que houve?.
—Por que quer saber?.—o encarei com lágrimas nos olhos.—Nem somos amigos, e nem nada...
—Charlotte, esqueça isso por uno minuto. E me conte, noi no precisamos ser Charlotte e Logan por alguns minutos.—se aproximou mais, e segurou meu rosto entre suas mãos.
—Você não se importa.—falei e ele suspirou.
—Io me importo, e por isso, quero saber. No perguntaria, se no me importasse.—admitiu e vi sinceridade nos seus olhos.—Esqueça que somos noi aqui, e me conte, o que houve con você. Io vou te ouvir e no irei zombar de você ou algo do tipo. Esqueça que Io sou o Logan, e pelo menos una vez, me vejo como amigo.—pediu e ele suspirei e fuguei.
—Está bem.—concordei e deslizei para fora da cama, encostando minhas costas nela, sentando no chão, e agarrei meus joelhos com as mãos.
Logan deslizou também, sentando-se ao meu lado, me olhando. Esperando que eu começasse a contar. Fechei os olhos com força, me preparando para contar, a parte mais terrível da minha vida. Abri os olhos, e olhei para estante a nossa a frente.
—Era meu aniversário de quinze anos...
•
Hoje era meu aniversário de quinze anos, e pela primeira vez em muito tempo, eu estava realmente empolgada, para alguma coisa. Peyton, minha melhor amiga, queria fazer uma festa para mim, só com nossos amigos, sem adultos, apenas os jovens. Ela disse que seria animada, e seria a melhor noite da minha vida. E eu acreditava nela, afinal Peyton fazia de tudo por mim, sempre me animava nos dias ruins, e eu a amava por isso.
Peyton era uma das pessoas mais importantes pra mim, ela foi uma das primeiras amigas que tive, e que sempre a priorizei. Tudo o que eu fazia, ela estava no meio. Era como uma irmã.
—Garota, você precisa usar esse vestido!.—Peyton correu até mim, com um vestido preto em mãos.—Será perfeito, para sua noite!.
—Ah, não sei não Peyton. Não acha muito vulgar?.—perguntei e ela revirou os olhos.
—Claro que não, é sua noite. Você tem que vestir algo chamativo!.—deu o vestido pra mim.—Agora vista.
—Ok, senhora.—brinquei e ela riu.
Vesti o vestido curto, e colado no meu corpo, tomara que caia. Quando me olhei no espelho, me achei linda nele. Mesmo ele sendo curto demais. Mas não me importei, era meu aniversário de quinze anos.
—Wow! Você tá fantástica!.—Peyton falou atrás de mim.
—Não acha exagerado?.—perguntei em dúvida.
—Claro que não, você tá ótima.—agarrou meus ombros.—Acho que o Max, vai babar por você hoje.
—Não fale besteira.—sorrir corada.
—Não é besteira, ele gosta de você.—piscou.—E se depender de mim, vocês ficarão juntos.
—Não apronte nada.—a repreendi e ela fez cara de inocente.
—Eu? Nunquinha!.—brincou e eu revirei os olhos rindo.—Bom, sua maquiagem já está pronta, cabelo, vestido. Só falta os sapatos.—correu e pegou um par de saltos pretos, não muito altos.
—Eu preferiria tênis.
—Você não vai usar tênis, com esse vestido. E os saltos, nem são tão altos assim. Você aguenta.—os entregou pra mim.
Bufei, e sentei-me na cama, para calçá-los, enquanto Peyton retocava o batom. Já prontas, me despedi da minha mãe, que ditou o horário que eu deveria estar em casa. E corremos para fora, onde o carro de John estava. Ele tinha dezessete, então poderia dirigir. No carro também estava Joe e Milo. Eles eram meus amigos, e tínhamos quase a mesma faixa etária de idade. Joe e Milo, tinham dezesseis e Peyton também, eu era a mais nova entre eles.
—Boa noite, aniversariante!.—Milo sorriu.
—Tá animada para sua festa, nada surpresa?.—Joe perguntou.
—Estou!.—sorrir animada.
—Era para ser surpresa, mas Peyton tem a boca grande!.—John reclamou.
—Eu não aguentaria a semana inteira!.—se defendeu.—E não teria graça, se ela não soubesse.
—Teria um pouquinho.—provoquei e ela me deu um leve empurrão.
—Você tem que concordar comigo, poxa.—dramatizou e eu rir.
Os garotos riram e ela deu um tapa em cada um. Logo em seguida ligaram o som do carro, e fomos o caminho todo cantando. Chegamos em uma das casas, onde havia festas. Eu estava nervosa, tinha gente demais, e eu pensei que era só para os amigos íntimos.
Quando entramos e me viram, todos gritaram falando parabéns, e bateram palmas. Todos pareciam bem animados, e alguns vieram me abraçar, desejando muitos anos de vida.
—Você não disse que, era apenas para os amigos íntimos?.—perguntei à Peyton.
—Acho que o Max, exagerou.—fez careta.
—Charlotte!.—Max gritou e veio ao meu encontro, e me abraçou.
Levantando-me do chão.
—Parabéns!.—falou e se separou de mim.
—Obrigada, você chamou muita gente, né?.
—Foi mal, a notícia se espalhou.—deu de ombros.—Espero que não seja um problema.
—Ah, não é. Eu agradeço pelo que fizeram.—sorrir.
—Olha, a aniversariante aí!.—Dylan se aproximou e me abraçou.—Espero que goste da festa, Peyton exagerou na decoração.
—Eu fiz meu serviço, muito bem feito.—se gabou.—Vem Charlotte, vamos aproveitar a festa.—me puxou.
A cada passo que eu dava, adentrando mais na festa, as pessoas falavam comigo e me davam parabéns. Eles me conheciam, afinal, eu era amiga dos populares. E está com eles me tornava popular também. Eu me sentia importante com eles, alguém realmente, por quem os outros desejariam ter perto. Ao decorrer da noite, dancei, rir, conversei, comi e bebi. Eu estava animada, me sentia alguém livre e com os amigos envolta. Eles riam comigo, dançavam comigo, e me faziam sentir bem.
Fui para cozinha em busca de água, pois estava morta de sede. Tinha acabado de dançar, e meus cabelos estavam grudando na nuca. Bebi a água quase toda da garrafa, me encostando na bancada, descansando um pouco. Vi Peyton entrar pela porta animada, e sorrir pra ela.
—Tá fazendo o que aí?.—perguntou.
—Descansando.—dei de ombros.
—Aqui.—estendeu o copo vermelho.—Eu estava te procurando, pra brindarmos juntas.
—Acho que já bebi o suficiente.—fiz careta.
—Qual é, só esse copo. Por mim, vai.—insistiu e eu suspirei.
Pus a garrafa de água na bancada e peguei o copo.
—Um brinde a você.—sorriu e estendeu o copo.
E eu fiz o mesmo, estendi e brindamos. Beberiquei o licor doce, que tinha sabor de morango, e ela fez o mesmo.
—É bom.—falei sorrindo.
—Muito.—sorriu.—Vamos dançar, vem.—me puxou e eu a segui com o copo na mão.
Paramos no centro e Peyton, começou a se movimentar e fiz o mesmo, enquanto bebia. A cada minuto que passava, minha visão começava a ficar turva, e minha cabeça zonza. Pisquei os olhos várias vezes, os sentindo pesados.
—Charlotte? O que há?.—Peyton perguntou.
—Eu não sei, estou meio zonza.—cambaleei e não cai, graças à ela.
—Ai merda, você deve ter bebido demais.—disse.—Vem, vou te levar lá pra cima, te tirar no meio dessa gente.
—O que há com ela?.—Max apareceu, em nossa frente.
—Bebeu demais, pode me ajudar a levá-la?.—Peyton pediu.
—Claro, eu posso levá-la nos braços, é melhor.—sugeriu.
—Perfeito.—respondeu e Peyton tomou o copo da minha mão.
—Eu ainda posso andar.—falei um pouco lenta.
—Mas está lenta.—Max curvou-se, e passou um dos braços pelas minhas costas, e o outro nas minhas coxas, e me levantou.
Suspirei e apoiei a cabeça em seu ombro e ele caminhou em direção às escadas. Lutava contra meu cérebro, para não dormir. Mas meus olhos estavam tão pesados, e meu corpo tão cansado. Mas mesmo assim, eu lutava para ficar acordada. Vi de relance Peyton abrir uma porta e entramos. Ergui a cabeça um pouco, vendo que John, Milo, Joe e Dylan, estavam aqui, e eu não entendia o porquê.
Senti a cama fofa, e meu corpo não aguentou, acabei me deitando, porém, ainda olhos abertos.
—Já está fazendo efeito?.—a voz de Dylan soou.
—Sim, ela já está ficando grogue.—Peyton respondeu.
—Ei, psiu.—Joe deu tapinhas no meu rosto e eu o olhei, mas seu rosto, parecia dois e voltava para um.—Tá me ouvindo?.
—Sim.—falei fraca.
—Ela ainda tá consciente.—Max reclamou.
—Por enquanto, dá para começarmos.—Milo disse.
—Peyton, você já fez sua parte, pode sair.—Dylan falou.
—E meus quinhentos dólares?.—perguntou.—Não fui amiga dela atoa, tive que aturar essa garota por muito tempo!.
Quinhentos dólares? Ela teve que me aturar? Mas o que estava acontecendo? Do que eles estavam falando.
—Daremos quando acabarmos, não se preocupe, terá sua grana.—Max respondeu.—Agora vá!.
—Bom, divirtam-se!.—debochou e eu ouvi a porta se fechando.
Mas que raios estava acontecendo?.
—O que... O que tá acontecendo?.—perguntei baixo.
—Nada demais.—Dylan respondeu.—Quem começa?.
—Eu!.—a voz de Max soou.
O senti se aproximar de mim, e deslizar suas mãos por minhas coxas. Tentei me mover, mas eu não tinha forças para detê-lo.
—O que tá fazendo?.—perguntei.
—Apenas me divertindo.—escutei seu riso.
Ah não, não!.
Suas mãos ásperas apertaram minhas coxas, e o senti pegar a barra do meu vestido e o levantar. Tentei empurrá-lo, mas não tive forças, e fracassei miseravelmente.
—Não, por favor não.—choraminguei, sentindo as lágrimas se formarem, no canto dos meus olhos.
—Não chore, odeio gente sensível.—Milo reclamou.
—Você irá sentir prazer.—Max falou e o senti arrancando minha calcinha, sem delicadeza.
Não, não, não!.
Eu gritava internamente, sem parar.
—Só vamos nos divertir, lindinha.—ouvi John dizer.
—Eu achei que eram meus amigos.—chorei e os ouvi rir.
—Escutaram galera? Ela se achou realmente importante, para ser algo para nós.—Dylan zombou.
Senti alguém puxar meus cabelos e eu chorei por conta da dor, olhei para cima, e Dylan estava lá.
—Você não é importante para nós, nunca foi! Só estávamos usando você, e você como uma completa idiota, acreditou!.—Dylan soltou meu cabelo bruscamente.
—A-a Peyton...—tentei falar, mas invés disso solucei.
—Ela nunca foi sua amiga.—John completou.—E nós também não.
—Por que? Por que eu?.—falei entre soluços.
—Porque seria a vítima mais fácil. Inocente, boba e idiota!.—Max respondeu.
Deus, como fui tão idiota. Como pude acreditar que, eles gostavam de mim? E a Payton? Ela era minha melhor amiga, e nem gostava de mim de verdade. Todo esse tempo, eu era motivo de chacota no meio deles, todo esse tempo, eles me desprezavam as escondidas.
—Olha como ela é gostosa, vou adorar enterrar meu pau, nela.—a voz de Joe soou.
—Por favor, não.—eu implorei em meio o choro.
Eu queria espernear, bater neles, gritar. Mas eu não tinha forças, a única coisa que eu sabia fazer, era chorar e implorar que, não fizessem isso comigo.
—Será só uma rapidinha, você irá sentir prazer.—Max disse.
—Ande logo com isso, já estou quase me masturbando aqui.—Milo reclamou.
—Não, não, não, por favor não!.—tentei gritar, mas não saiu nada.
—Ela é forte, tá resistindo até agora.—Joe disse.
—A merda da Peyton, deve ter colocado pouco. Ela ainda consegue falar.—John reclamou.
—Por favor não...e-eu sou virgem.—falei na tentativa de comovê-los, e verem que aquilo, era loucura.
—O que torna tudo melhor.—Max riu.—Que pele macia, vou adorar te marcar.—senti a boca de Max, tocar minha coxa.
—Para.—pedi em prantos.—Por favor, para.
—Segurem ela, já que a merda dessa droga, não surgiu o efeito, que nós queríamos.—Max pediu e vi Joe e Milo virem para meu lado, e segurarem meus braços.
—Me soltem.—eu pedia baixo, porém minha mente gritava.
Pai! Cadê você? Me salva, por favor!.
—Ela implorando fica tudo melhor.—John riu.
Ouvi um zíper sendo aberto, e tentei mexer, mas estava fraca e sendo segurada. Eu negava com a cabeça, enquanto chorava, orando para que alguém, aparecesse e os parassem. Ouvi o som de um plástico sendo aberto. Meu corpo entrou em pânico, quando senti os dedos de Max, tocarem minha parte intima. Tentei me remexer, e afastá-lo de mim, mas foi em vão. Chorei com a dor, dele enfiando seus dedos em mim. Aquilo doía e ardia, e eu queria que parasse, que a dor parasse, que eles parassem.
—Para, por favor, para.—implorei, e as lágrimas quentes, escorriam pelas laterais do meu rosto.
—Só são meus dedos, não seja difícil, eu sei que você quer.—Max me penetrava sem dó.
E aquilo doía muito, eu era virgem, não estava acostumada com essa sensação. Eu nunca imaginei que minha primeira vez, fosse assim. De modo violento e tirada de mim a força.
Me tirem daqui, por favor! Alguém? Alguém me salva!.
Eu gritava na minha mente, querendo que Deus me ouvisse.
O grito ficou entalado na minha garganta, quando Max veio por cima de mim, e o senti entrando de uma vez, dentro de mim. Fechei os olhos com força, sentindo a dor me invadir, como uma faca cortando. Max empurrava contra mim com força, sem delicadeza. E cada estocada dele, a dor aumentava.
Às lágrimas não paravam, e eu soluçava sem cessar, a dor era imensa, e eu só queria que tudo isso acabasse.
—Para...—pedi quase sem voz.
—Isso, eu sei que você tá gostando, não é pessoal?.—Max falou e todos eles riram.
Eles estavam se divertindo com minha dor, com o que estavam fazendo comigo. Senti uma outra mão me tocar, e com aspereza, descer meu vestido, expondo meus seios, e tocá-los. Vi que era Dylan, e sua boca começou chupar meu seio, e eu fechei os olhos com força, tentando colocar minha mente em outro lugar. E esquecer que isso estava acontecendo.
O sons dos gemidos de Max, ecoavam pelo espaço, assim como a cama batendo contra a perede, e as chupadas de Dylan no meu seio.
Por favor Deus, faça isso acabar logo, por favor!.
Pai!.
Onde o senhor está?.
Eu estou precisando de você, estou precisando do meu herói, por que o senhor não vem me salvar?.
Por que foi embora, e me deixou?.
Por que isso está acontecendo comigo?.
Eu só queria uma vez na vida, me sentir importante para alguém.
Mas não sou, nunca fui, é por isso que o senhor me deixou, e é por isso que eles estão fazendo isso.
Como sempre, eu sou abandonada, deixava, quebrada, pelas pessoas que eu amo. Pelas pessoas que eu acreditei, me amarem.
—Porra, isso!.—Max grunhi.
—Vai logo porra, eu quero ir também!.—John reclamou.
—Que boceta gostosa.—Max gemeu.
A dor, ia ser algo que iria me perseguir aonde eu estivesse.
Max parou e saiu de mim, mas a dor continuava aqui. Em seguida, outro veio, mas não sei quem era. Ainda estava de olhos fechados. Outro saco foi aberto, e as lágrimas ainda caiam sem parar.
—Agora é a minha vez.—a voz de John soou.
E ele entrou em mim, com brutalidade. E eu gemi pela dor. Ele se movimentou, de maneira áspera, apertando minha coxa com força, soltando seus gemidos de satisfação. Eu queria gritar, mas não conseguia, apenas gritava internamente.
Alguém me salva!.
Alguém me tira desse pesadelo!.
Mãe!.
Pai!.
Chloe!
Alguém!.
Mas não tinha ninguém.
—Porra!.—John xingou.
—Ei caralho!.—gritaram e bateram na porta.
Me salva!.
Gritei internamente.
—O que é porra?.—Dylan gritou.
—Chamaram a polícia, por causa da festa!.—gritou.
E comecei ouvir serenes de longe.
—Merda!.—John gritou e saiu de cima de mim rapidamente.
—Temos que sair daqui, não vou em cana!.—Milo falou.
—E ela? Ela pode abrir a maldita boca!.—Dylan disse.
—Ninguém vai acreditar nela, certo?.—Joe falou.
—De qualquer modo, temos que nos proteger.—Dylan disse e senti sua mão puxar meu rosto com força, e ele me olhou nos olhos.—Se você abrir a sua maldita boca, vamos atrás de você, da sua mãe, e da sua queria irmãzinha. Aposto que ela serve de puta, assim como você!.
—Elas não, a Chloe não.—pedi com a voz fraca.
—Então o que aconteceu aqui, fica aqui. Se contar, já sabe.—Dylan soltou meu rosto com brutalidade.
—Se a polícia subir e a encontrar nesse estado?.—Max falou.
—Dane-se, já não temos nada haver. Vamos sair daqui!.—Dylan falou e ele se afastou de mim.
Meu corpo estava com dor e com meu vestido levantado e a parte de cima abaixada. Eu me sentia suja, culpada, envergonhada. Eu deveria saber que, pessoas como eles, não se importariam comigo. Me sentia em um rio, sem poder voltar para superfície, a dor que se instalou na minha alma, nunca poderia ser curada.
Depois que eles saíram, não sei quantos segundos fiquei ali, mas meu corpo estava cansado, dolorido, e minha parte intima ardida e doía. E eu chorava constantemente, sem parar. Querendo que alguém me tirasse dali.
—Ai meu Deus!.—a voz de um garoto soou, e meu corpo tremeu.—O que fizeram com você?.
—Me ajuda.—pedi e o vi se aproximar.
—Vou te tirar daqui.—ele abaixou a parte de baixo do meu vestido, e ajeitou a parte de cima.—O que fizeram com você?.
—Me-me estruparam.—a palavra saiu amarga na minha boca.
—Ai porra!.—o menino esbravejou perplexo.—Vem, vou te levar ao um hospital, dá queixa na polícia.
—Por favor, não...—pedi com a voz sonolenta, e quando ele me pegou, eu não aguentei.
E apaguei.
•
Logan ficava em silêncio, apenas me encarando. Sua expressão era de horror, pânico, indignação, raiva, todas que você possa imaginar.
—Eu fingi não saber quem havia me estuprado, por medo do que aconteceria com minha mãe, com Chloe.—falei olhando fixamente para a estante.—Eu tive que contar a minha mãe, que não lembrava quem eram os culpados. E quando a ficha caiu, eu tentei me suicidar. Várias e várias vezes. Remédios, estiletes, facas, até tentei me afogar. Quis ser atropelada propositalmente, mas nunca deu certo.—apertei meus joelhos com força.—Então, comecei a beber escondida. Assim, eu esquecia a dor, por alguns estantes. Estando bêbada, eu não lembrava, não sentia, não chorava ou tentava me matar.
Senti as lágrimas descerem, e pingarem na minha roupa.
—Minha mãe descobriu sobre isso, tentou me deter, mas era perdido. Eu bebia escondido, e raramente vivia sóbria. Cogitei em use drogas, fumar. Assim, eu sairia daquela realidade, e não precisava me lembrar de nada.
—E suo padre? Ele no tentou procurar os culpados?.—perguntou.
—Meu pai?.—o olhei.—Meu pai me abandonou, quando eu tinha dez anos.—desviei o olhar.—Ele me deixou, e nem sequer olhou pra trás. Nunca me procurou, ou ligou, nem ao menos soube do que houve, e se soube, não se importou.—encarei meus pés.—O abandono do meu pai, se juntou com o abuso, e virou uma bola de neve, dentro de mim. Sabe o quão é difícil, uma criança de dez anos, entender que seu pai, não se importou com ela? Que nunca ligou pra ela, para perguntar pelo menos estava bem.
—Eu sei, o que é ter uno pai fodido.—ele respondeu e eu o olhei.—Nunca imaginei que, você teve que passar por coisas assim.
—Eu sei esconder a dor.—fuguei.—Ela é minha companhia por muitos anos.
—Io sinto muito, de verdade, Charlotte. Você no merecia, ninguém merece passar pelo que passou. O abandono, o abuso, as tentativas de suicídio, o alcoolismo, a depressão. Essas coisas que aconteceram, no foram culpa sua, nada disso foi culpa sua.—pegou na minha mão.
—Foi sim, talvez se eu tivesse sido melhor, meu pai não teria me abandona, talvez se eu tivesse implorado mais, ele teria ficado. Talvez se eu não tivesse bebido, ou confiado na Peyton ou neles, não teria acontecido.—falei em meio o choro.—Eu me senti importante demais, acreditei que eu poderia ter pessoas que me amassem, eu que fui a idiota, eu...
—Chega!.—esbravejou, parecendo irritado. E segurou meu rosto, entre suas mãos.—Nada, nada do que aconteceu, foi culpa sua! Tuo padre te abandonou, porque ele foi uno covarde, egoísta, que só se importou consigo mesmo. Você no tem culpa, do que ele fez. Você no tinha que implorar para ele ficar, ele tinha que ficar, porque era o dever dele. Ele era suo padre, padre da Chloe, se ele as amava, ele ficaria. E ele provou que no as amava, isso no foi culpa sua, foi dele, somente dele!.—falava tudo, e eu via seus olhos brilhantes, parecendo cheios d'água.—E o estrupo, no foi sua culpa, e nunca mais repita isso. Eles que são os monstros, nunca mereceram você, nunca enxergaram, como você realmente é. Você no foi idiota, você só é buona demais, e confiou neles. O que fizeram, foi monstruoso, foi nojento, foi horrendo, Charlotte. Ninguém deveria passar por aquilo, principalmente você Fragola.—fiz menção de abaixar a cabeça, mas ele não deixou.—E sì, tem pessoas que te amam, se importam con você. Io vejo como a Molly, o Tate, a Riley, Piper, se importam con você. Você é importante e amada, então, no coloque na sua cabeça que merecia, aquela atrocidade, porque você nunca mereceu, e nunca vai merecer. Ninguém merece. Vem cá!.—me puxou.
E eu não hesitei. Logan envolveu meu corpo, trazendo-me para seu colo. Agarrei seu pescoço e ele apertou seus braços a minha volta. Afundei minha cabeça em seu ombro e desabei, colocando tudo para fora.
—Isso, coloque para fora, la mia fragola.—senti sua mão acariciar meus cabelos.—Nunca mais vão te fazer mal, Io prometo.
Sua voz era firme, porém, ele falava de maneira carinhosa. E pela primeira vez na vida, eu queria estar aqui, junto dele. Não me sentia desconfortável, por ter me aberto. Logan agiu totalmente diferente do que pensei. A forma como me abraçava, era como se quisesse me proteger, do mundo. E eu não queria que ele me soltasse, tão cedo.
Até o próximo capítulo 💔
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