Só uma breve explicação, seja no POV do Logan, ou mensagem de texto. Logan não usará seu vocabulário, apenas nos ✨diálogos✨. Pois, mensagem de texto, não vejo necessidade de usar às palavras, em italiano, por ele está escrevendo, e não falando. Então não estranhem.

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Claro que Molly não deixaria de fazer perguntas, sobre o que houve comigo. Mas a deixei ciente de tudo, e a mesma se revoltou, até quis ir atrás do Brad. Mas eu nem sabia sobre ele, depois que Logan, o bateu e mandou levá-lo. Mas eu também não me importava, queria distância de Brad.

Molly alertou para que eu não me envolvesse com Logan. Ela sabia que ele era o dono da boate, a deixei ciente disso desde o começo. Desde a festa, tive que dá uma explicação para ela, e para os outros inventei qualquer coisa, o que eu acho, que não caiu bem, mas dane-se, eu não devia explicações a ninguém. Molly insistiu para que eu ficasse de repouso e não fosse a aula, eu até tentei lutar, mas meu corpo pedia cama, então cedi dessa vez.

Dormi até não consegui mais, e quando olhei às horas, já passava do meio dia. Porém me sentia revigorada, e com energia. Olhei no meu celular e tinha algumas mensagens da minha mãe, do Instagram, algumas notificações dos outros apps, e de Logan.

“Não à necessidade de aparecer na boate hoje, nem amanhã e nem nunca mais!.”

Termino de ler a mensagem, um pouco atordoada. Ele tava me demitindo? Era isso mesmo? Talvez por causa do que fiz ontem?.

“Tá me demitindo?.”

Respondi impaciente. Depois de alguns segundos, ele retorna.

“Achou que depois de ontem, iria continuar na boate? Sonha! Não quero você mais lá!.”

Abri a boca incrédula e irritada. Como alguém demite uma pessoa por mensagem? E eu precisava desse emprego, até tava gostando de lá.

“Bem profissional, me demitir por mensagem! Não esperava menos de você!.”

Respondi irritada, quase mandando ele tomar no cu.

“Não me importo com o que você espera de me! Apenas não irá mais trabalhar lá!.”

“No preciso de você na minha boate, qualquer funcionária é melhor que você!.”

“Você não vale a pena, tenho funcionárias de sobra, não preciso de você e nunca irei precisar! Resolva seu pagamento com Carlos, o quanto antes possível!"

Apertei o celular nas mãos, sentindo o ódio subir em meu peito apertar. Eu não valia a pena? Eu estava trabalhando duro, sendo competente, e agora ele me diz que eu não valia apena?. Não, eu não ia deixar isso me abalar. Se ele quis me demitir, ótimo! Acharia outro emprego. Melhor do que esse, e provaria a ele e a mim mesma, que eu valia apena.

Respirei fundo, antes de entrar na clínica, e o ar frio tomar conta do meu corpo. Eu faria isso, por mim e pela minha mãe. Eu continuaria minhas sessões, mesmo que começasse tudo de novo. Caminhei até a recepção, ansiosa.

—Olá, como posso ajudá-la?.—a recepcionista educada pergunta.

—Eu queria saber como faço, para ter sessões terapeutas?.—perguntei educada.

—Certo, você terá que preencher uma ficha. Com seus dados pessoais, entre outros. Você já teve sessões antes?.—perguntou.

—Sim, mas foi em San Francisco.—respondi.

—Quanto tempo faz?.

—Quase dois anos.

—Certo.—ela pegou uma folha grande e me entregou, junto com uma caneta.—Preencha a ficha, e depois me entregue. Pode sentar-se no sofá, fique a vontade.

—Obrigada.—agradeci e caminhei até um dos sofás.

Suspirei e comecei a preencher a ficha, sendo o mais sincera possível. E colocando meus dados pessoais. E por fim a entreguei,  e minha consulta ficaria para a semana que vem, quinta feira ás quatro.

Fiquei contente comigo mesma, por conseguir fazer isso. Eu voltaria a fazer tudo de novo, tinha parado por que vim para cá. E decidi que não precisava mais, mas acho que me enganei. Eu precisava, e sabia disso, só queria negar a mim mesma e dizer que eu estava curada. E eu não estava.

Caminhei um pouco pela calçada, sentindo o frio bater contra meu rosto, era novembro, e o inverno estava chegando. Ficaria muito frio aqui. E eu ainda estava na dúvida, se viajaria na ação de graças. Não sei se estava pronta para enfrentar San Francisco novamente. Mas eu poderia tentar, pela minha mãe e pela Chloe.

Parei ao olhar pela janela de vidro, um estudio de ballet. E ver algumas garotas rodopiando pelo espaço amplo. Eu costumava dançar com a Chloe. Ela adorava quando eu a ensinava algum passo novo, e ela sempre aprendia rápido. Eu gostava de ballet, foi como uma terapia para mim, por muito tempo. A morte da minha avó, o abandono do meu pai, o ocorrido comigo, tudo foi algo que me destruíram. E eu procurava conforto em tudo que me fizesse esquecer.

—Vai entrar?.—uma moça vestida de bailarina passou por mim, abrindo a porta.

—Ah não, só estava passando.—sorrir levemente.

—Se sente vontade, ainda tem vagas, garotas novas são sempre bem-vindas.—sorriu e entrou, fechando a porta atrás de si.

Eu não teria tempo para ballet, e também, fazia tempo que eu não dançava, com certeza estava enferrujada. E não seria a mesma coisa sem a Chloe. Meu celular tocou e eu o peguei, vendo o nome de Molly piscar na tela.

—Hey...

—Charlie alguém invadiu nosso quarto, e quebrou algumas das suas coisas.—Molly falou rapidamente.

—Como assim, Molly?.—meu coração acelerou.

—Quando eu entrei, suas coisas estavam jogadas no chão. Cadernos, livros, sua escrivania quebrada, seu despertador também.—falou preocupada.—Precisa vim pra cá, rápido!.

—Ok, ok, estou indo!.—desliguei e corri para pegar um táxi.

Ao entrar no meu quarto, vejo que Molly e às garotas estão recolhendo meus livros, cadernos, canetas, do chão. E minha linda escrivania está aos pedaços, junto com a cadeira, e meu despertador esmagado, como se tivesse sido pesado.

Logan.

Mas é claro, ele não deixaria barato o que eu fiz ontem.

—Charlie, não sabemos quem fez isso.—Molly se levantou e pôs algumas das minhas coisas, encima da cama.

Eu sei.

—Isso tá uma bagunça.—falei e comecei ajudá-las.

—Você fez algum inimigo recentemente?.—Piper perguntou.

Fiz.

—Não, vocês me conhecem. Não me meto em confusão.—menti mais ou menos.

Eu não queria que elas soubessem quem fez isso, teria perguntas demais.

—Bom, alguém realmente parece não gostar de você.—Riley disse.

—Precisamos descobrir quem fez isso.—Molly retrucou.

—É, e como?.—Piper perguntou.—Não tem pistas de quem fez isso.

Meu celular vibrou e eu o peguei, vendo uma mensagem de Logan.

“Olho por olho, dente por dente”.

Cerrei os dentes e apertei o celular na mão. Eu odiava esse garoto, com todas as minhas forças. Tudo que aconteceu ontem, eu jogaria no precipício e esqueceria. Eu pensei que Logan, poderia ser legal, que no fundo ele era uma boa pessoa e menos odiável e insuportável, mas me enganei.

—Sei lá, não acho que consigam. O que acha Charlie?.—Riley perguntou me tirando do trans.

—Hein? O que?.—a olhei.

—Sobre os meninos descobrirem quem fez isso.—Piper falou.—Tava no mundo da lua?.

—Só pensando...

—Então, o que acha? Sobre os meninos descobrirem?.—Molly continuou no assunto.

—Acho melhor deixarmos para lá.—suspirei na força do ódio.

—O que? Como deixar pra lá? Destruíram suas coisas!.—Riley respondeu indignada.

—Algumas, eu não vou atrás de confusão.—menti, eu iria atrás.

Logan que me aguardasse!.

—Então, você vai deixar a pessoa que fez isso, se safar?.—Molly perguntou incrédula.

—Só vamos esquecer, se acontecer de novo, aí podem fazer o que quiserem. Só me ajudem a arrumar essa bagunça, por favor.—choraminguei.

—Você é boa demais, e esse é seu defeito.—Molly suspirou.

Não sou.

Ela continuou me ajudar com as meninas, e graças a Deus, não tocaram mais no assunto, de irem atrás da suposta pessoa.

O Uber parou de frente ao portão enorme, da casa de Logan, e eu esperava que ele estivesse aqui. Ele ouviria poucas e boas, se ele achava que eu ficaria quieta, estava redondamente enganado. Sai do carro e fui até um pequeno aparelho de voz, era uma campainha.

—Tem alguém aí?.—apertei o botão, esperando alguém responder.

—Ora, ora, senão é a garotinha.—era voz de Gabriel.—O que quer?.

—Quero falar com o Logan!.

—E o que te faz achar que, ele quer falar com você?.—zombou.

—E por que ele não falaria? Ou é tão covarde assim?.—respondi sua pergunta com outra, escutando seu riso.

—Vou liberar sua entrada, só pela sua ousadia.—riu e ouvi um clique no portão.

Liberei o Uber, e entrei pelo grande portão, que se fechou atrás de mim. Andei em passos rápidos pela passarela, até chegar na mansão. Eu estava decidida a enfrentar Logan, e dá um fim nisso. Eu não aguentava mais ele, eu queria distância. Queria poder voltar a minha vida normal, sem ele nela.

A porta se abriu antes mesmo de tocá-la, e Kai apareceu por ela.

—Olá, fofa.—sorriu de lado.

—Vocês gostam de me apelidar, não é?.—fui sarcástica e ele riu.

—Você é fácil de apelidar, entra.—deu espaço para mim e eu passei.—Se tá procurando o Logan, ele tá no escritório.

—Ele tem um escritório?.—franzi a testa.

—Claro que tem, Logan é um homem de negócios.—deu de ombros.

—Não fale demais Kai.—Dixie apareceu.—Que bom te ver, soube do que aconteceu com o Brad, você tá bem?.

—Estou sim, obrigada.

—Que bom, Brad mereceu a surra que teve.—ela sorriu de lado.

—Sabem o que aconteceu com ele?.—perguntei e eles se olharam.

—Logan o despachou.—Gabriel disse vindo até nós.

—Gabriel!.—Dixie o repreendeu.

—O que quer dizer com, despachou?.—o encarei e ele riu.

—Ele tá morto.

—O que?.—arregalei os olhos.

—Gabriel tá brincando.—Kai foi para o lado do amigo, dando um tapa nele.

—Claro que estou, só queria assustá-la.—riu e eu relaxei os ombros.

—Não ligue para o Gabriel, ele é impossível!.—Dixie o repreendeu com o olhar, e depois me olhou.—Vem, vou te mostrar onde é o escritório do Logan.

Concordei e a segui pela sala, não precisamos subir às escadas, fomos em direção a ela, mas passando reto, por uma porta, que dava para o corredor. O sons do saltos da Dixie, ecoavam pelo espaço. Ela estava todo de preto e calça de coro, e um cropped, que mostrava suas tatuagem no braço.

—Aqui!.—paramos em uma porta, e Dixie bateu nela, escutando um grave "entre".—Agora é com você.

—Espera, você não vai avisar? Sobre eu está aqui?.

—Não, sei que você é capaz de lidar com ele.—piscou e saiu.

Mais um capítulo, só pq amo vocês 🌹♥️