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*Melanie*

Daqui de cima parece tudo tão calmo e sereno. Ando pelo terraço do prédio, observando a cidade apagada.

Igual o restante do edifício, aqui não tem basicamente nada além de umas caixas enormes de ferro.

Encosto na parede, sentando em uma delas.

O que será que tá acontecendo lá em casa?

Fecho os olhos por um segundo, deixando a brisa bater no meu rosto.

Por incrível que pareça, eu gosto bastante de ficar sozinha pra pensar, e esfriar a cabeça.

_ o que tá pensando?

A voz rouca de Shane me faz abrir os olhos, assustada. Eu estava tão presa em meus pensamentos que nem o escutei subindo, que estranho.

_ você deveria estar descansando. __ vou mais pro lado, deixando um espaço pra que o policial sente.

_ sinto como se tivesse dormido uma semana inteira. Acho que nunca dormi tanto na minha vida. __ ele encosta a cabeça na parede, assim que se senta.

Sorrio ao escutar essa frase completamente dramatizada.

_ você só dormiu algumas horas, para de drama. __ o olho, e ele faz uma careta. __ como se sente?__ pergunto, apontando para a barriga.

_ digamos que alguém fez um bom trabalho em mim. __ ele pisca com um olho, de um jeito charmoso.

_ você é um bobo.

_ morava aqui né? Antes ?

_ sim. __ respiro fundo quando as lembranças tomam minha mente.

Eu não demonstro mas tá sendo bem difícil voltar pra cá.

Ele apoia a cabeça nas mãos e não fala nada.

Eu já imaginava isso. Na maioria do tempo eu falo demais, mas referente a coisas que me incomodam, ou magoam, eu guardo pra mim.

_ nasceu aqui?

Estreito os olhos, em resposta a pergunta de Shane.

_ porque quer saber?

_ eu não sei quase nada sobre você, talvez possa me contar. Ou tem algo que eu não possa saber?__ ele finge se magoar, fazendo cara de choro.

_ não, eu não nasci aqui. __ falo, apertando os lábios.

_ você é de onde?

_ South Shields. __ digo, e faço uma careta, ao ver que ele me olhou surpreso.

_ espera ai, ta dizendo que você nasceu na Inglaterra?

Levanto a sombrancelha.

_ qual o problema?

_ você não tem sotaque. __ ele passa a mão na cabeça.

_ eu fui perdendo com o tempo, me mudei pra cá eu tinha uns 10 anos.

_ fala alguma coisa com sotaque pra eu ver?

Dou risada alto.

_ Shane você tá muito estranho ultimamente não tô entendendo.

_ só tô tentando te ajudar a distrair a cabeça.

Nossos olhos se encontram.

_ por favor? __ o policial pede.

Como negar isso Deus? Nunca negaria nada pra esse homem.

O problema é que eu nem sei mais direito falar com sotaque, faz tanto tempo.

Balanço a cabeça, rolando os olhos.

_ só uma vez.

Fecho os olhos me concentrando.

_ você deveria estar descansando. __ digo, com o sotaque mais puxado que consigo.

Ele ri alto, e fico com vontade de dar uma pedrada nesse rosto perfeito.

_ pediu pra eu fazer isso pra rir de mim né filho da puta.

Nossos olhos se encontram novamente, mas com uma pequena diferença, os dele estão bem mais profundos, e me olham de um jeito estranho, como se tivesse enxergando minha alma.

_ você é perfeita. __ ele diz, aproximando o rosto do meu.

Sinto minha boca seca e passo a língua no lábio, tentando melhorar a situação.

_ eu não vou mentir não Melanie. Eu quero muito você, e entendo se não quiser nada comigo. Realmente entendo. Mas preciso que você me fale porque as vezes eu fico meio loco, tipo agora. Sei que não foi legal eu ter te beijado enquanto tava com o Daryl, me desculpe por isso. Prometo que vou me desculpar com ele tambem.

Seu olhar fita minha boca, e sinto sua mão tocando meu rosto. Um toque leve e gostoso, que me faz arrepiar só um pouquinho.

Só um pouquinho nada, não consigo mentir nem pra mim mesma. Me faz arrepiar pra caralho esse desgraçado.

_ por favor, diz alguma coisa.

Abaixo os olhos para o chão, procurando palavras.

_ eu não sei o que dizer.

_ tudo bem. __ ele diz, tirando a mão do meu rosto e indo até a escada pra voltar lá pra baixo.

Que droga Melanie. Que porra você tá fazendo?

Você gosta dele, ele gosta de você, o que aconteceu no passado, não importa mais, e você nem tinha nada com o Daryl, então ta tudo bem.

Meus pensamentos só me deixam mais confusa ainda.

_ Shane. Espera.

Vou até ele e pego em sua mão, sorrindo.

_ eu nunca disse que era um não. __ sussurro na ponta dos pés, no seu ouvido.

_ você é doida. __ fala sorrindo, antes de me beijar.

Seus lábios enlaçam os meus com vontade, fazendo uma corrente elétrica se manifestar dentro de mim.

O vento frio também não ajuda, deixando meu corpo ficar nessa mistura louca de frio e calor, com todos os sentidos aguçados.

Estremeço quando ele passa os dedos na alça da minha blusa, a abaixando pra beijar meu pescoço, e seguro em seus ombros, tentando apoiar em algo.

_ hey... Tá frio aqui. __ sussurro , assim que ele volta a me beijar.

_ vamo lá dentro. __ um sorriso safado brota em seus lábios e sorrio, envergonhada.

Shane pega minha mão e descemos as escadas juntos até chegar nas nossas coisas.

Tem alguns colchonetes no chão, no meio de várias cobertas, ao lado das mochilas.

É isso oque tem pra hoje. Sem cama, sem travesseiro.

Sorrio, debochando da minha própria situação. Que desgraça de vida.

Ele solta minhas mãos, se abaixando para sentar no colchonete duro.

_ vem cá. __ sorri, enquanto me fita de cima a baixo.

Shane está tão fofo que eu poderia tirar uma foto dele assim, agora, mas obviamente, primeiro precisaria de uma câmera.

Mordo o lábio, pensando no que estou prestes a fazer. Respiro fundo e agacho, ficando de joelhos .

Me movo até suas coxas, sentando ali.

_ Mel. __ ele toca meu queixo, o erguendo um pouquinho.

_ quero que você saiba que eu não vou te obrigar a nada. Nunca. A gente pode ir devagarinho, ou podemos só ficar assim, juntinhos mesmo. Você que sabe.

Sinto meu coração acelerar, parece que vai quase sair do peito. Eu sabia que ele não me obrigaria a nada. Essa fala foi tão perfeita, meu Deus, que homem.

Pego suas mãos e as coloco em minha cintura, debaixo da blusa. Sua pele ainda está fria, devido ao vento de la de cima, e em contato com a minha quente causa um arrepio, no meio das costas.

Junto nossas bocas em um beijo fraco e romântico que muda de forma assim que ele sobe as mãos, alcançando meus peitos. Sua respiração pesa, fazendo seu peito vir até mim e voltar a parede, algumas vezes seguidas.
Sem pensar movo os dedos até a barra da sua camisa, puxando o tecido sobre ele, que estremece com o meu toque.

Me separo do homem a minha frente, o fazendo encostar na parede pra que eu possa visualizar esse corpo.

Novamente vislumbro sua tatuagem acima do peito esquerdo, com uma palavra meia esquisita que não consigo identificar. Um pouco mais pra baixo o curativo branco se sobressai sob sua pele queimada, me fazendo sentir um aperto no peito.

_ eu não quero te machucar. __ digo.

_ você nunca faria isso.

_ mas tô falando dos pontos. E se você sentir dor? Tenho certeza que não vai me avisar.

_ Claro que vou ruiva.

Ele me abraça, e encosto a cabeça em seu peito , passando a mão pela tatuagem enquanto ele sorri com cara de bobo.

_ o que foi?__ sorrio também, ao ver sua cara.

_ sua vez. __ ele fala.

Provavelmente fiquei vermelha, porque ele inclina o corpo até mim e me beija de um jeito super fofo.

_ okay. __ digo, assim que consigo me desvencilhar de sua boca, e levanto os braços, pra ele tirar minha blusa.

O tecido cai no chão também, e por um segundo, desejo que não tivesse tirado.
Não consigo decifrar seu olhar sob mim, o que me irrita bastante.

_ achei que fosse maior.__ sussurra, apesar de seus olhos mostrarem surpresa ao me ver sem nada.

Sorrio e dou um tapa no seu peito, tento, na verdade. Antes que minha mão chegue ao destino ele segura meu pulso, me puxando pra si. Nossos peitos se encontram, nossas respirações coladas.

_ eu to brincando ruiva.

_ vá se fuder Shane. __ sussurro em sua boca.

Ele aproveita que estou presa pra chupar meu pescoço, fazendo meus peitos ficarem mais sensíveis ainda, devido ao arrepio.

A sensação de ter sua barba roçando contra minha pele é simplesmente espetacular.

_ vem comigo?

Inclino a cabeça pra trás, conforme ele chega até meus mamilos com a boca.

De repente, sua boca se afasta de mim e abro os olhos, estranhando a ação.

Agora que estava bom, que droga Shane.

__ tira o resto? __ pergunta.

Suspiro, aliviada. Achei que ele não queria mais. Ia ser horrível ter que dormir nesse estado, meu Deus.

Fico de pé e tiro a calça, que por sinal já estava me incomodando, ta fazendo calor aqui dentro.

Não posso evitar sentir vergonha ao olhar a cara do policial, me observando atentamente. Ele estreita os olhos na minha coxa, sorrindo de leve.

_ não sabia que você tinha tatuagem. __ leva a mão até minha perna, dedilhando o desenho.

_ você não sabe muitas coisas sobre mim Shane.

_ acho que a gente precisa mudar isso né? __ nossas mãos se encontram, e me puxa pra cima dele. Meu rosto queima com a proximidade, e por tanta pele exposta.

_ não precisa sentir vergonha.

Aperto os lábios, e observo seus olhos escuros e profundos.

_ ta esperando oque homem? Tira essa calça, euem.

Ele solta uma risada alta, balançando a cabeça.

_ você adora estragar climas né?

Me levanto um pouco, para esperar que tire a roupa.

_ quem disse que estraguei?

Suas mãos apertam meus seios doloridos, e olho para o meio de suas pernas, observando essa coisa dura de pé pra mim.

_ achei que fosse maior. __ sorrio alto.

Me vinguei. Ninguém mandou falar dos meus peitos.

_ isso é jogo sujo__ diz, me aproximando de seu corpo e apertando minha bunda, ainda coberta por uma calcinha preta.

Suas mãos me levantam e tiram o única cobertura que ainda havia em mim. Braços me puxam de encontro com sua boca novamente, me envolvendo em um beijo molhado e cheio de desejo.

_ shane.. __ sussurro em seu ouvido assim que finalmente nos encaixamos.

Apóio os braços na parede, enquanto ele movimenta minha cintura, dando estocadas profundas. Sinto meu corpo derreter varias vezes seguidas, enquanto ele geme meu nome.

.......

Caio ao seu lado, totalmente esgotada. Limpo o suor que escorre da minha testa e me aconchego em seus braços.

_ devíamos fazer isso mais vezes. __ ele sussurra, se aninhando a mim.

Sorrio, puxando seus lábios até mim.

_ quem sabe policial...quem sabe. __ sussurro, ao sentir seus braços me envolvendo.

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