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*melanie*
Judith está em meus braços, cantando algo indecifrável, quando Rick chega, me agradece, e volta lá fora.
Minha cabeça dói um pouco, então decido deitar em minha cama, pra descansar. Ainda é bem cedo, provavelmente umas 10 horas da manhã, não sei porque minha cabeça quis doer.
Acordo com um estrondo imenso, e uma gritaria absurda, tem fumaça por tudo lado e me pergunto se algo pegou fogo.
Pego minha faca, como de costume, nunca se sabe o que pode acontecer, talvez tenha sido outra invasão dos mortos, mas a única coisa que não se encaixa é a explosão que me acordou, seguida de fumaça. Zumbis não explodem coisas.
Ando pelo bloco C, tentando entender o que se passa mas ninguém me explica nada. Só consigo ver pessoas correndo de um lado pro outro, no meio da fumaça acinzentada.
Assim que saio no pátio, a luz do sol invade minha visão. Leva alguns segundos pros meus olhos se acostumarem com a fumaça cobrindo tudo, mas logo consigo ver mais claramente. Daryl, Sasha, Maggie e Carl atiram em algo do outro lado da cerca, e os inimigos revidam, acertando um tiro perto da minha cabeça.
Que droga é essa? Que porra tá acontecendo? Desço a escada em direção aos atiradores e Sasha me joga uma arma.
__ é o governador! __ ela grita, apontando pra onde os tiros vêm.
Não acredito que esse desgraçado voltou querendo tomar o que é nosso. Filho de uma égua.
-- vai procurar o restante do pessoal! - Maggie grita pra mim, e eu obedeço.
Vou por todos os blocos e aviso pra ir ao ônibus a qualquer pessoa que eu encontre.
Vejo Glenn correndo com algumas bolsas e ele para na minha frente, tentando recuperar o fôlego.
-- cadê a Maggie?
Aponto para a direção dos tiros, ele faz uma cara de preocupação e logo sai de perto, trombando na grade.
Depois de rodar o lugar todo volto para frente da prisão, porém zumbis me cercam, e não vejo ninguém do meu pessoal.
Não é possível que morreram todos.
Deixo os pensamentos pessimistas para outra hora, não dá tempo pra isso agora.
Saindo pela área administrativa da prisão, corro até ficar sem ar, até sentir que se eu não parar realmente vou morrer.
Começo a pensar na minha situação, que droga. Joguei pedra na cruz, só pode.
Tudo oque eu tenho é uma pistola e 4 balas.
Sem comida
Sm água
Sem família.
Com uma faca no cinto.
Dá pra piorar?
Descanso um pouquinho, só pra não morrer de falta de ar, mas logo volto pra minha corrida.
Odeio correr.
Depois de horas correndo, eu não faço idéia de onde estou. É como se tivesse corrido em círculos, porque nunca chego a lugar nenhum.
Fodase, vou descansar de novo. Minhas pernas já estão bambas, eu não aguento mais. Encosto em uma árvore e fecho os olhos, tentando recuperar o fôlego que foi todo embora.
Abro os olhos assustada, com algo arranhando minhas costas. Que porra é essa? Eu fechei os olhos por alguns segundos e já escureceu, não é possível que eu tenha dormido. Não pode ser.
Mas claramente é.
Parabéns melanie você é muito burra.
A coisa raspando minha costa é simplesmente um zumbi, dos mais feios que já vi. Um de seus olhos, que está saltado para fora, balança batendo em seu rosto enquanto ele tenta me alcançar, com as mãos. Com "a" mão, porque seu braço direito está cortado na metade, provavelmente alguém achou que poderia mata-lo assim.
Criatura estúpida.
Enfio minha faca em seu crânio, fazendo o sangue podre escorrer pelo seu rosto deformado. Apesar de tudo, tenho dó dessas coisas. Deve ser horrível andar e andar e andar e andar sem parar. A única coisa que eles querem é comida, e matam pra isso.
Não são muito diferentes de nós humanos, que matamos por muito menos que isso. O que nos diferencia realmente são os sentimentos, lembranças, e principalmente o fato de sermos racionais. Quer dizer, alguns não muito, mas todos deveriam ser.
Me levanto e começo a andar devagar, devido ao formigamento em minhas pernas que só piorou por ficar horas sentada. Seguro em cada árvore que passo, tentando encontrar algum apoio que realmente ajude, já que as bonitas decidiram agir por conta própria, me deixando na mão.
Meu ouvido detecta um grunhido ao longe, mas imagino que seja coisa da minha cabeça, já que não enxergo nenhuma ameaça por perto. Alguns passos depois o som aumenta, e claramente está mais perto.
Eu preciso ir mais rápido. Vamos lá pernas, preciso de um lugar seguro. Vamos lá!
Os sons aumentam cada vez mais, além do fato que agora, também consigo sentir seu cheiro se empreguinando no ar.
Eu vou morrer, tenho certeza. Nem a pau que um zumbi só faria esse alarde todo, devem ser no mínimo uns 20. Ou mais. Mesmo assim não olho pra trás, não tem necessidade de ficar mais apavorada do que já estou.
Sinto que minhas pernas já estão melhores e decido força-las um pouco mais. Não me notaram ainda, se não já estariam aqui, mas não significa que preciso esperar que me notem. Eu preciso é correr.
Porém não posso fazer barulho.
Tomo fôlego e começo a dar passos maiores e mais rápidos, tomando extremo cuidado para não fazerem barulho algum. Até agora tudo certo.
Essa floresta não acaba nunca não? Puta que pariu.
Por um segundo, não presto atenção no chão e tropeço em uma raiz bem alta, a minha frente. Meu joelho se choca com ela fortemente, me fazendo cair estirada no chão.
A não, não pode ser. Bem agora você decide parar de novo?
Com certeza eles me escutaram, pois os grunhidos aumentaram ainda mais. Dou uma rápida olhada pra trás e paraliso. Até onde minha visão alcança só vejo zumbis. Seus corpos desengolçados andando com as mandíbulas mechendo, em direção a mim.
Fodase você joelho, eu vou correr.
Levanto rapidamente e ignoro a dor. Só preciso achar abrigo. Corro como nunca antes com minha respiração falhando miseravelmente em cumprir seu papel. Sinto o suor escorrer na minha testa, os cabelos voando contra meu rosto, sendo levados pelo vento.
Meu Deus, por favor, me ajude.
Subitamente a floresta acaba e meu corpo se choca com algo extremamente duro. Por favor, que seja uma casa.
Mas não, não é. Na verdade eu estou em uma estrada, e a coisa em que bati é um carro. Bato no vidro do carona com tanta força que fico com medo de até quebrar.
__ por favor, me ajude! __ continuo batendo mas sem nenhuma resposta.
Se não ia me ajudar por que parou? Que droga.
Os barulhos começam a ficar próximos novamente, deixando meu coração quase sair do peito de tanto nervoso.
Esse otário do carro estava super devagar, por isso não passou por cima de mim mas por um lado, era melhor que tivesse. Iria ser uma morte muito mais pacífica que ser comida viva por essas coisas.
Os zumbis chegam na borda da floresta, e encosto no carro, tentando ficar o mais longe possível, mas é quase desnecessário. Um deles já está em cima de mim praticamente, puxando meu braço com força.
__ ei! Entra no carro!
Quando acho que tudo está perdido, esse sonso me salva. Por que não fez isso antes caralho?
Hesito por um segundo mas o faço. Abro a porta rapidamente, e a fecho no exato momento em que um dos mortos se aproxima pra me pegar, o que faz com que sua mão seja cortada, caindo sob meu colo.
Eca.
Jogo aquilo no chão do carro, e logo saimos daquele lugar, em disparada. Respiro aliviada finalmente, e olho para o banco no motorista, vendo pela primeira vez quem foi o meu "salvador".
Sinto um arrepio correr por todo meu corpo, indicando que algo está errado. Eu devo estar vendo coisas, não pode ser. Provavelmente minha pressão caiu, porque tudo o que consigo ver é a escuridão.
--não é possível. - Digo assustada.
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