Capítulo 34: Uma seção terapêutica
Larissa Rafaely
Ao amanhecer, despertei no sofá, estando com a cabeça em um travesseiro macio, e uma coberta.
Larissa:(Por que ele não me acordou?)- pensei. Me sentei sentindo meu corpo ainda sonolento. Pego o travesseiro e a coberta e entro para terminar minha soneca na cama. A casa estava bem silenciosa, ainda era 05:30. -(Obrigada Bruce, graças a você somos obrigados a incomodar o senhor Paulo.)
O senhor Moreira tinha os cabelos castanhos claro, olhos verdes, pele clara, tinha um pouco de músculo e era muito educado.
Larissa:(Parece que saiu de um livro.)- vendo sua foto. Logo olho no espelho, o vermelho em meu pescoço estava saindo. Me recordo da cena.
Larissa:(O Léo é igual o seu chefe...)- pensei. -(Mas parece que após a morte do Adam, ele ficou mais sério...)- bebendo um pouco de água. -(Acho que todos lamentam da sua forma... mas não sei dizer se é o caso de Harris...)
???: Larissa.
Ao escutar meu nome, meu corpo estremeceu. Olhei para a direita avistando ele.
Larissa: Bruce.
Não dizemos uma palavra sequer, não sabia se a luta havia terminado, e se Richard havia ganhado.
Bruce: Você é cheia de surpresas. Uma hora morta e outra hora viva.
Larissa: A sua luta acabou?
Bruce: Não, pedi um tempo para poder resolver um assunto.
Larissa: Esta bravo comigo?- percebendo.
Bruce: Você é inacreditável, depois de tudo que fez, acha que não estou bravo?- indo na minha direção. Quando tentou me atacar, eu o chutei para o lado , o fazendo bater no armário de ferro.
Larissa: Eu não te amo, por que insiste em me perturbar?
Se levantou ficando de costas.
Larissa: Você é obcecado, precisa parar com isso antes que acabe machucando alguém.
Bruce: É tarde para se importar.
Ele se virou para apontar a arma contra mim, num reflexo consegui segurar sua mão e desviar a bala, que acertou a parede, dou um soco em seu tórax e chuto sua arma para o corredor.
Mas num descuido, ele grudou suas mãos em meu pescoço.
Larissa:(Ele é forte demais.)- tentando me soltar, o homem me ergueu com um ódio no olhar.
Bruce: Farei com que dessa vez fique no caixão. Se você não quiser esse fim, basta aceitar minha proposta.
Larissa: Jamais me terá!
De repente, sentindo minha consciência pesar, escuto um barulho e Bruce me soltou, meu corpo caiu no chão, estava com dificuldades para respirar, quando alguém me tocou, e eu reconheci sua voz, era Richard, ao abrir meus olhos, fiquei feliz por vê-lo. E receber seu abraço, sentindo sua preocupação, não pude deixar de me sentir culpada por tudo isso.
•••
Em meu quarto, deito na cama , mas não conseguia descansar, estranhava o lugar.
Larissa: Mas, se eu ficar com sono... não vou prestar atenção.
Quando vejo que o relógio ia dar 06:00, sabia que não poderia dormir mais, escuto o celular do Harris tocar e logo do Richard e assim por diante.
Larissa: Isso não é justo.
Resolvo ir me arrumar antes deles saírem, e conseguindo, ao sair com uma camisa branca, saia rosa bebê e uma sapatilha preta, vejo Harris aguardando.
Larissa: Bom dia.
Brandon: Bom dia.
Saio do caminho e resolvo tomar café da manhã. Para a minha alegria, Paulo já estava começando.
Larissa: Precisa de ajuda?
Paulo: Larissa, a cozinheira da equipe.
Larissa: Não é pra tanto.
Paulo: Como você está? Passou por várias adrenalinas.
Larissa: Parece que sai de um pesadelo.- me sentando.
Paulo: Lamento que tenha passado por tantas coisas.
Larissa: Eu também lamento, nunca deveria ter me relacionado com o Bruce. Teria me poupado tantas coisas. Mas, não se pode controlar tudo.
Paulo: Isso é verdade.- coando o café.
Larissa: Paulo, faz tempo que conhece o Harris?
Paulo: Não, soube dele no início do ano, através de fontes confiáveis, desde então estivemos conversando sobre negócios, e como tudo estava indo bem, vocês vieram para cá.
Eu até poderia perguntar mais sobre isso, porém, era uma coisa deles e sinto que já tive o basta nessa semana.
O homem coloca café em uma xícara na minha frente, sorrindo gentilmente.
Larissa: Obrigada.
•••
Eu estava vendo as notícias no celular, enquanto conosco estavam, Richard, Chaya e Léo. Rolando o polegar na tela , algo me chamou a atenção, e eu olhei para Emanuel, mas repensei.
Larissa:(Melhor não...)
Paulo: Algum problema Larissa?
Todos me olharam.
Larissa:(Caramba...)- pensei.
Richard: Está com algum problema?
Léo: Tem outro ex nessa história?- pegando um vaso.
Larissa: Ex? Léo, guarda esse vaso!
Assim fez revirando os olhos.
Larissa: Cadê o Harris?
Paulo: Na sacada.
Eu agradeci e me levantei. Andando pelo corredor, avisto ele em silêncio.
Larissa: Brandon...
Me olhou desinteressado.
Larissa: Chegou a ver os noticiários?
Brandon: Sim. Hoffmann queimou a casa.
Larissa: Deve ter algo que possamos fazer.
Brandon: Isso não é importante, Larissa.
Larissa: E se ele nos achar?
Brandon: Esta perfeitamente segura nessa casa.
Larissa: Não é só a minha segurança.
A minha mão começou a tremer, e eu sabia que era por causa da arma, a qual tirei a vida do homem.
Larissa: Isso não vai parar?
Brandon suspirou e se aproximou, parando na minha frente.
Larissa: Que foi?- esperando uma discussão.
Brandon: Requer terapia para que possa ser curada.
Larissa: Quê?- estranhando.- Vai ser meu terapeuta?
Brandon: Não tenho nada de importante para fazer agora, minha agenda esta vazia, por enquanto. Me acompanhe.
Larissa:(Não é normal ele ser bonzinho... deve ta nas últimas... ou achou uma namorada...)- o acompanhando. Fomos até a área do fundo, me deitei no sofá e ele em uma cadeira.
Brandon: Não me veja como seu chefe, apenas como um terapeuta.
Larissa: Quando você se tornou meu chefe? Achei que estivesse mentindo pro Bruce.
Brandon: Podemos conversar sobre isso em outro momento. Podemos começar?
Larissa: Sim. Eu nunca fiz isso... então... não sei o que dizer... além de que... você sabe tudo sobre mim...
Brandon: As informações que tenho é apenas o necessário, você não é um robô, contém sentimentos, gostos, coisas que não gosta, sonhos.
Larissa: Tentei seguir em frente, achei que poderia ter uma vida feliz com Bruce, parece que a palavra "felicidade" não existe na minha árvore genealógica.
Brandon: Por quê?
Larissa: Alguns dos meus parentes não tiveram uma vida fácil, minha avó materna teve cinco filhos e só a minha mãe sobreviveu. Minha mãe engravidou três vezes mas das três perdeu e na quarta quase me perdeu também. Em relacionamento, o meu avô paterno foi infiel a minha vó.
Brandon: O passado não te define, Larissa, cada um fez a sua escolha.
Larissa: Mas não sinto que fiz uma boa escolha, ter entrado no carro foi uma má idéia, e independente de qual lado eu fosse, não evitaria a minha angústia.
Brandon: Está olhando para sua história com um olhar negativo.
Larissa: Que lado positivo tem?
Brandon: É o que te pergunto. É fácil olhar os nossos erros, mas e as nossas conquistas e lembranças felizes?
Larissa:(É tão anormal escuta-lo assim...)
Brandon: Não pense que tudo é uma catástrofe.
Larissa: Talvez... eu não sei... - olhando para a minha mão. -... depois que meu irmão e minha família morreram diante dos meus olhos... era impossível ver coisas boas... foi só ladeira a baixo.
Não via outra coisa, essa nova vida era perigosa, e eu não queria fazer parte dela, queria voltar para casa , queria ver a minha avó, mas era impossível, enquanto Hoffmann estiver a solto será impossível.
Continua...
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top