Capítulo 7
Na manhã seguinte, Scott estava em sua sala quando viu a tela de seu celular brilhar. Ele olhou e não reconheceu o número, mas decidiu atender, poderia ser alguma coisa importante, alguma denúncia. Alguma informação sobre os dois crimes que ele estava investigando.
— Alô!
— Olá, detetive! — no mesmo instante Scott reconheceu a voz de Suzy. Uma voz que o fez lembrar da última vez em que os dois estiveram juntos, na cena do crime. Quando Suzy por descuido ou por querer deixou mostrar parte de sua calcinha.
— Olá, aconteceu alguma coisa?
— Tenho uma coisa para mostrar para o senhor, tenho certeza de que vai gostar do que verá.
— É sobre a morte de seu marido? — perguntou na esperança de que a mulher tivesse alguma informação relevante, algo que o levasse ao culpado pelo crime. Pois até o momento não havia nenhum suspeito na mira da polícia.
— Sim, tenho.
— Então me diga logo — falou o detetive ansioso pela informação.
— Não, detetive. Não posso falar por telefone, tenho que mostrar pessoalmente. Quero que venha até o apartamento em que estou, aquele mesmo onde o senhor esteve outro dia. Venha, mas não traga ninguém. Quero mostrar isso apenas para o senhor.
Scott achou aquilo muito estranho. Estaria Suzy sofrendo alguma ameaça, estava com medo de alguma coisa?
— Tudo bem! Pode deixar que irei sozinho.
O detetive apenas comunicou ao chefe que iria até a casa de Suzy, em busca de novas informações. Ele pegou seu carro e saiu em seguida. Esperava que não estivesse perdendo seu tempo. Suzy não pediria que ele fosse até lá por algo banal, ou será que sim?
Scott chegou na portaria e pediu para ser anunciado, logo em seguida teve a autorização concedida. Ele caminhou até o apartamento onde a amiga de Suzy morava e tocou a campainha. Não demorou nem dois segundos para que ela abrisse a porta. Até parecia que estava ali, do outro lado apenas esperando a sua chegada.
— Olá, detetive. Como vai?
— Tudo bem!
— Pode entrar, fique à vontade — disse com um sorriso, não parecia alguém que estava preocupada, prestes a contar algo importante à polícia.
Suzy usava um vestido leve e solto, relativamente curto e sem sutiã. Era possível ver os bicos dos seios que formavam duas leves saliências no tecido. Scott sentou-se no sofá e Suzy sentou no outro à sua frente.
— Alguma novidade sobre o caso, do assassinato de meu marido? — perguntou enquanto cruzava as pernas. Scott olhava atentamente para a mulher e não teve como não ver aquilo. Ou estava enxergando coisas, ou Suzy estava sem nada por debaixo do vestido, estava sem calcinha. Ele desviou o olhar e perguntou:
— Disse que tem alguma coisa para me mostrar, é por isso que estou aqui. A senhora descobriu algo sobre a morte de seu marido? — perguntou tentando se concentrar no que realmente importava.
— Sim, tenho algo para lhe mostrar. Aguarde um momento que já volto.
Scott estava sem jeito, Suzy estava começando a passar dos limites. Veria o que ela tinha para mostrar a ele e deixaria o local em seguida. Esperava que não precisasse ficar a sós com ela em outra oportunidade.
O sofá em que Scott sentou-se ficava do lado oposto ao quarto aonde Suzy foi supostamente buscar algo. Ele estava de costas e não viu quando ela retornou. Apenas escutou a voz de Suzy dizendo:
— Aqui está, Scott!
Ele virou-se e quase teve um troço ao perceber que Suzy estava completamente nua em sua frente. Ela tinha tirado a única peça de roupa que vestia, seu corpo quase perfeito, do jeito que Scott imaginava, mas que não esperava que veria algum dia.
— O que é isso? — perguntou assustado com a atitude dela, mas era apenas uma pergunta retórica. Scott sabia muito bem o que aquilo significava.
Suzy se aproximou com seu corpo nu, parando na frente do detetive que já se encontrava em pé.
— É o isso o que eu tinha para lhe mostrar. O que achou?
— Suzy, você é muito bonita, mas acho que está confundindo as coisas — falou tentando se desvencilhar.
— Quer dizer que não desperto desejo em você, que não está excitado olhando para meu corpo?
— Não, não é isso o que estou dizendo. Sou casado e jamais trairia a minha esposa. Posso sentir desejo por outra mulher, mas isso não significa que cometerei uma traição.
Suzy se aproximou ainda mais, encurralando-o contra a parede.
— Scott, se transar comigo ninguém vai ficar sabendo, muito menos a sua esposa, a menos que você mesmo diga a ela.
— Não! Eu não saberia lidar com isso, não conseguiria olhar para ela sabendo que fiz algo tão baixo — disse tentando afastar as mãos dela, precisava ter cuidado para não a machucar. Não queria ser acusado de agressão, quem sabe até de uma tentativa de estupro.
Suzy se afastou e começou a chorar.
— Foi por isso que John me traiu. Não sou capaz de seduzir um homem mesmo estando completamente nua.
— Não diga isso. Você é muito bonita. Eu faria amor com você. Isso se eu fosse um homem livre, solteiro. Sei que não posso me envolver com vítimas, testemunhas, mas eu estaria com você na cama agora mesmo, isso se eu não fosse casado e não amasse minha esposa e a respeitasse. Nunca a traí e essa não será a primeira vez.
— Desculpa, detetive! Pensei que todos os homens fossem iguais. Eu também queria provar que ainda sou capaz de seduzir alguém. Estou envergonhada, por favor, não conte isso para a sua esposa — falou cruzando os braços, numa tentativa inútil de esconder os seios.
— Então aquela história de que tinha algo para me mostrar era tudo mentira?
— Sim, eu queria lhe seduzir. Onde eu estava com a cabeça.
— Suzy, você poderia responder a um processo por causa do que fez. Me tirou do trabalho alegando que tinha uma informação importante. Mas não vou fazer nada contra você. Só peço que não faça mais isso. Espero que não conte a ninguém o que aconteceu aqui, também não vou contar. Posso confiar em você?
— Sim!
— Ótimo! Até mais — falou o detetive olhando uma última vez para Suzy que ainda estava completamente nua. Ele abriu a porta e foi embora. Por um momento pensou que não resistiria à tentação. Certamente que poucas pessoas acreditariam que ele não tinha ido para a cama com ela, se contasse o que aconteceu. Só quem conhecia o caráter de Scott não duvidaria de sua história.
Quando retornou para o departamento, Alfred quis saber o que ele havia descoberto durante a conversa com Suzy. Precisava inventar uma desculpa convincente, jamais contaria aquilo para o chefe.
— Suzy me chamou apenas para que eu pudesse confirmar que não há perigo em ela retornar para a casa. Que a morte do marido não tem nada a ver com alguma atividade ilícita, drogas, coisas do tipo. Respondi que não, afinal as investigações comprovaram que John não era usuário, nem estava envolvido em nada que pudesse ter causado a morte dele — era uma mentira, mas aquelas informações sobre John eram verdadeiras.
— Sim, mas o caso continua sem solução. Não temos sequer um suspeito pela morte dele. O que pensa em fazer de agora em diante?
— Quero esperar os resultados da perícia, descartar que a morte de David tenha qualquer ligação com o caso anterior. Não parece ter, mas quero ter certeza antes de prosseguir.
Ao final do dia, Scott ligou para a esposa e avisou que sairiam para jantar fora naquela noite. Ele ainda estava com peso na consciência, não fez nada de errado, mas acabaria contando tudo para Eve.
Pouco depois das vinte horas eles deixaram o apartamento e seguiram até ao restaurante que costumavam frequentar. Um lugar agradável e de boa comida. Ideal para relaxar e esquecer um pouco os casos em que trabalhava. Ao menos por algumas horas.
Eles estavam terminando o jantar, diferentemente de outros dias, não havia realmente nada para falar sobre corpos esquartejados, mutilados ou crimes bizarros. Mesmo assim, Scott não conseguia parar de pensar no que aconteceu mais cedo.
— Parece pensativo, querido. Aconteceu alguma coisa?
— Sim, aconteceu. Prometi a pessoa que não contaria isso para ninguém, mas preciso contar a você, Eve.
— Nossa! Nem imagino o que seja, mas se quer contar para, pode confiar em mim que essa conversa morre aqui.
Scott olhou para os lados, confirmou que as mesas ao redor estavam vazias e que não havia nenhum risco de outras pessoas ouvirem aquela conversa.
— Lembra daquele primeiro homem assassinado, encontrado em casa?
— Sim, aquele que teve o pênis decepado e enfiado na boca.
— Esse mesmo. Já fui no apartamento onde a esposa dele está morando desde o ocorrido, também a acompanhei até a casa para que ela pudesse buscar alguns pertences pessoais. Notei alguns comportamentos estranhos, parecia que ela estava querendo me seduzir.
O coração de Eve ficou apertado, ela tinha medo do que poderia ouvir em seguida.
— Hoje pela manhã, Suzy ligou no departamento e pediu que fosse até lá, sozinho. Alegando que tinha algo importante para me dizer sobre a morte do marido. Fui acreditando que isso era verdade, mas não era.
Eve já imaginava o que tinha acontecido a seguir, mas esperou que Scott contasse para depois tirar as suas conclusões.
— Ela me convidou para entrar, sentamos nos sofás que há na sala e logo perguntou o que ela queria me mostrar. Ela pediu licença dizendo que iria no quarto para buscar. Pouco depois, Suzy retornou e quando me virei, deparei-me com a mulher totalmente nua em minha frente.
— Ó meu Deus! Não me diga que...
— Não, Eve. Nada demais aconteceu, claro, foi inevitável ver Suzy completamente nua em minha frente, querendo transar comigo. Mas eu não fiz nada, disse o quanto amo a minha esposa e que aquilo nunca aconteceria. Ela viu que não adiantava insistir e no fim acabou se desculpando. Era tudo mentira, não havia nada que ela quisesse me contar. Pediu que eu fosse até lá para fazer isso, tentar me seduzir. Você acredita em mim, querida?
— Scott! Quando começou a me contar, pensei que tivesse acontecido o pior. Claro que acredito em você, nem foi sua culpa. Essa mulher deve estar mesmo muito carente ou achou você irresistível. Imagino como foi difícil se sair dessa, os dois sozinhos e ela nua em sua frente. Sei que você não é de ferro, se ela é bonita, você deve ter ficado excitado, qual homem não ficaria? Só que poucos teriam o sangue frio para não caírem na tentação.
— Eu precisava me abrir com você, não aconteceu nada, mesmo assim fiquei com peso na consciência.
— Tenho orgulho do marido que tenho. Você é maravilhoso, Scott — falou se aproximando e dando um leve beijo em seus lábios.
Mais tarde, já no apartamento. Scott estava na sala olhando em seu celular para ver se havia alguma mensagem importante. Eve foi até o quarto para trocar de roupas.
— Querido! Pode me ajudar a abrir o vestido — falou ao se aproximar do sofá por trás.
Scott virou o pescoço e se deparou com Eve completamente nua. Com um sorriso malicioso nos lábios. Ela se aproximou e sentou em seu colo.
— Nossa! Já estou sentindo que está excitado. Sei que vou envelhecer, que talvez algum dia não sentirá mais atração por mim. Quero aproveitar enquanto tenho esse poder sobre seu corpo.
— Eve, eu vou sempre lhe desejar. Não importa o tempo que passar. Você sempre será a mulher dos meus sonhos, aquela que me satisfaz plenamente. Te amo!
Scott se despiu com a ajuda de Eve e eles fizeram amor ali mesmo, sobre o tapete da sala, como um casal de adolescentes. Nada poderia ser mais verdadeiro do que o amor que existia entre eles.
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