Capítulo 42 - A árvore da vida... de Nicholas

Olá xuxus do meu coração!

Mais um capítulo pra vocês antes do sábado. Comemorando 5.000 leiturinhas. 

Quero pedir desculpas a vocês por um erro que cometi no no capítulo 23, o nome do primo rabugento é FRANCIS e não ENZO como estava lá. Eu realmente me atrapalhei, porém já consertei.

REVISADO! 

Boa leitura!!!

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Eu, eu serei rei, e você, você será rainha. Embora nada os afaste, nós podemos vencê-los, apenas por um dia.

Heroes - David Bowie

Lívia

     Uma vez que saio a procura da cozinha vejo um pequeno bar montado lateralmente que não havia percebido antes. Dirijo-me até lá a fim de atender ao pedido do Nick. Solicito o suco ao bartender e o mesmo se põe a fazer.

     Não deixo margem para conversa ou qualquer outro meio de aproximação. Viro de costas para o profissional enquanto aguardo a finalização do suco e olho para a mesa embaixo da árvore quase do outro lado de onde estou.

     Nicholas está de costas e conversa com a família. Assim que o barman anuncia que o suco está pronto, me apresso em pegar um canudo e sair em direção ao meu príncipe. Cada minuto com ele é muito precioso pra mim!

     Se ele se permitiu ter uma aproximação tão grande a ponto de me beijar, mesmo que na testa, na frente de todos então acredito que estamos evoluindo e me encho de esperança.

     Eu quero saber tudo sobre ele, até mesmo que remédios que precisa tomar ou o que fazer para ajuda-lo em todas as situações. Eu mal poderia acreditar que ele finalmente cederia ou mesmo que ele gosta de mim, nem que seja apenas por empatia.

     Aproximo-me sorrateiramente e vejo o Dr. William sinalizando algo para o... Nick? Por quê? De qualquer forma não consigo compreender o que está sendo dito, exceto por uma única palavra que aprendi graças as minhas aulas caseiras, foi um movimento bem rápido, mas entendi: Mão com dedos mínimo, anular e médio apontados para cima, dedo indicador flexionado apontado para a frente e dedo polegar encostado ao lado do dedo indicador formando a letra "F" em libras e fazendo movimentos sinuosos com esses "efes".

     – FELICIDADE! – Falo sem perceber. Nicholas tenta se virar na mesma hora em que ouve minha voz, porém sei que ele não me verá, pois estou exatamente atrás da cadeira. Ponho-me ao alcance de seus belos olhos azuis e nossos olhares se cruzam.

     − Felicidade? – Ele questiona.

     − Acho pensei alto. Foi o único sinal que seu pai gesticulou que entendi; felicidade. – Queria um buraco pra enfiar a cara igual a um avestruz. Por que essas gafes só acontecem comigo e na frente do Nick?

     − Ah! – Sorri largamente. – E como descobriu que era esse o sinal correspondente a felicidade?

     − Eu estou estudando em casa, através de vídeos do YouTube. Eu fiquei alegre por reconhecer o sinal. – Expliquei.

     − E por que está aprendendo Libras? – Eu não lembro de ter visto o Nick tão curioso dessa forma.

     − Para aprender a falar com seu irmão, ué! – Respondo o obvio e ele assume seu semblante sério natural, em questão de minutos.

     − Bom. Se vocês não têm mais nada a acrescentar eu gostaria de ser levado para casa. – Ele desvia o olhar para a família na mesa.

     − O que!? A vovó disse que quer te ver, então eu vou te levar lá. – O gêmeo mais velho que conheci recentemente toma a decisão e percebo o Nick tentando disfarçar seu aborrecimento.

     − Por que ela não pode vir aqui? Na verdade eu falei com nossos avós assim que chegamos. – Falou visivelmente contrariado.

     − Estou falando da bisvovó Hebe, seu gigante bocó; temos que aproveitar que ela está lúcida e quer falar com você. – Ele torna a falar se pondo atrás da cadeira do meu príncipe antes mesmo de ouvir uma concordância. Entendo quando ele fala que não toma mais as próprias decisões.

     − Gostaria que fizesse um mais um favor, Lívia: vem junto comigo falar com a minha bisavó? Depois eu traduzo o que meu pai disse posso até te ensinar outro sinal além do "oi" e "felicidade". – Ele me pede gentilmente, e como não atender a um pedido desse se estar com ele é o que mais quero? Antes que eu responda ele se vira para a Marcela e fala. – Não se preocupe, ela vai para casa comigo e meus pais.

     Concordo eufórica em ir junto até onde está a bisa e largo o copo que ele não deu a mínima em cima da mesa. Pego sua mão sem pedir permissão e entrelaço nossos dedos. Caminho ao lado da cadeira em silêncio até próximo de outra cadeira de rodas onde uma senhorinha de cabelos brancos olha para a banda a no palco.

     − Bisvovó? – Ele chama com suavidade. A senhora grisalha vira a cabeça na direção do neto. Ela mede o Nicholas dos pés a cabeça com um olhar assustado. O Gabriel posiciona o irmão e pega uma cadeira para mim. Eu continuo segurando firmemente sua mão.

     − Mio bambino, o que houve contigo? – Nick suspira alto. – Por que está numa cadeira de rodas?

     − A senhora já sabe vovó. Já te contei umas cinco vezes e a mamãe também contou outras vezes. A senhora só esqueceu.

     − Pois então me conte mais uma vez. – Ela leva a mão enrugada até o rosto dele, graças ao fato de o Gabriel ter posicionado a cadeira quase colada com a da avó.

     − Isso é mesmo necessário? – Ele parece receoso e uma curiosidade que nunca senti antes me invade. Fico atenta ao que ele dirá. Encarando o olhar desafiador da bisavó ele cede. – Tudo bem então. Eu fui deixar a Camile, minha até então namorada, em casa durante uma noite de domingo. Já era muito tarde e a movimentação na rua era bem pouca. Brigamos na frente da casa dela e ela se foi, quando me voltei para ir embora dois caras me assaltaram e ainda não estando satisfeito com meu telefone e carro um deles me deu um tiro que pegou na coluna.

     − Oh, meu amor. Vai dar tudo certo, você vai se recuperar logo. – Eu estava comovida com o sofrimento da avó e absorta em pensamentos. Eu nunca imaginei que isso tivesse acontecido a ele. Eu estava agora em meu próprio inferno pessoal, um nó surgia aos poucos em minha garganta dificultando minha respiração. Eu queria abraçá-lo e protegê-lo de todo mal, apertei sua mão, mas ele não esboçou reação alguma – eu havia esquecido que ele não sente mais essa parte do corpo. Mesmo assim fiquei acariciando-a com o polegar.

     − Não tem jeito, bisvovó, enquanto eu viver dependerei de uma cadeira de rodas para me locomover e de outras pessoas para ter toda e qualquer tarefa que eu precise executada. – Ele fala com um fio de voz. A bile sobe na minha garganta e tenho vontade de colocar tudo que ingeri pra fora. A essa voz de tristeza dele só não me deixa muito mais quebrada que ele.

     Meu príncipe baixa a cabeça e encara a mão que acaricio, levanta os olhos para mim e apesar de não estar chorando eles estão vermelhos e brilhantes, certamente o choro virá quando ele se recolher sozinho no quarto.

     − E essa mocinha? – A avó me encara, e quando pisco para enxergá-la melhor por causa do acúmulo de lágrimas nos meus olhos as lágrimas descem sem permissão.

     − Hey! O que houve Lív? – Ele se mexe na cadeira, talvez querendo erguer o braço, mas eu o seguro firmemente. – Por que está chorando?

     − Como acha que eu me sinto em ouvir a sua injusta história, Nick? Eu não tinha ideia! Se eu pudesse te daria as minhas pernas. – Levo sua mão aos meus lábios e a beijo.

     − Suas pernas não são o meu número. – Ele esboça um sorriso fraco e se volta para a avó. – Essa é a Lívia, bisvovó. Ela é nossa vizinha no prédio em que nos mudamos após o meu 'acidente'.

     − É um prazer, senhora. − Estendo a mão e a cumprimento. Um pouco decepcionada constato a dura realidade de que ele não me apresentará mais como sua namorada. Ela sorri e segura minha mão enquanto um homem parecido com Nick beija a cabeça da senhora por trás da cadeira.

     − Nick! Tudo bem? –Ele senta do outro lado da avó. – O Francis falou que você trouxe a namorada. Não vai apresentar para a família?

      − Claro Enrico. Essa é a Lívia. Lívia esse é o irmão da noiva, Enrico, meu primo.

     − É um prazer mocinha, você canta bem pra caramba. – O homem sorri largamente e beija o dorso da minha mão com charme, que relutantemente tive que soltar a de Nick para cumprimentá-lo, pus sua mão delicadamente na perna dele. Em seguida o rapaz aponta para o meu príncipe perguntando. – Está tudo bem, ele está te fazendo chorar?

     − Nicholas só me faz feliz, eu apenas tenho problemas com coriza, só isso. – Encaro Nick que baixa a cabeça com minha resposta.

     − E tem problemas com mentira também, não é? Eu sou médico e sei que coriza não causa aspecto de choro.

     − Tudo bem Lívia, pode ser franca. – Ele fala a contragosto.

     − Olha, Enrico! Não quero ser indelicada, entretanto não estou pronta para falar do assunto agora. – Confesso.

     − Oh! Tudo bem, sem problemas.

     − Eita, reunião de família? – Outro mais jovem se aproxima perguntando, porém ignora a senhora. – Quem é a sua amiguinha cantora, Nicholas?

     − Lívia. – Ele se limita a falar parecendo não muito à vontade com a presença dele. Se vira a cabeça na minha direção e complementa. – Este é o Adam.

     − Oi Lívia. Então, vocês estão juntos? – Pergunta curioso.

     − Adam, vamos embora. Estou cansada. – Uma loira fala manhosa abraçando o pescoço dele pouco se importando com a presença dos demais. De qualquer forma fomos salvos pelo gongo. Não queria ficar sem jeito com essas perguntas de família.

     − Amor, fale com o pessoal. – O tal Adam sugere.

     − Oi sou Ivana. – Ela fala tão rápido e tão baixo que mal consigo entender. E sem esperar pela resposta de ninguém se vira pra ele novamente. – Vamos, logo!

     − Desculpe, eu não entendi. Você se chama Iguana? – Deixei sair antes que percebesse. Ela tinha mesmo cara de lagartixa, mas quem sou eu pra julgar o gosto das pessoas por nomes estranhos?

     − O que? – Ela finalmente deu real atenção pra mim – pelo menos –, pois me encarou com um olhar mortal e falou em alto e bom som – Você é surda por acaso? Achei que o único surdo aqui era o seu primo.

     Ela olha para o amor com um sorriso debochado. Eu não estava crendo nisso. O que o Rafa tinha haver com isso!?

     − Como é que é? – Pergunto.

     − O mudinho realmente encontrou mesmo uma parceira! Não ouviu o que falei? – Ela sorri como se fosse a piada mais engraçada do mundo.

     − Olha aqui sua lagartixa, tome cuidado com suas palavras! – Falo com o dedo na cara dela. Que desaforo ofender as pessoas dessa maneira, ainda mais o Rafa! 

     Não deixa por menos e agarra meu dedo encolerizada, machucando-o. Empurro-a para me livrar da dor de sua punição e ela cai com todo peso em cima de uma mesa virando-a de lado – não é pra menos já que as mesas são leves.

     − Lívia!!! – Escuto a voz de Nick de forma gutural enquanto tentava aliviar a dor do meu dedo. Ele parecia possesso. – O que você está fazendo?

     Droga! Droga! Droga! Tudo que eu não queria era ver o Nick irritado.

     − Ela estava falando mal do Rafael, o que esperava que eu fizesse? Ele não está aqui pra se defender. – Tento um argumento plausível.

     − Isso não é justificativa. Francamente, você e sua amiga sempre arrumam confusão por onde passam? – Ele continua enfurecido e eu até poderia dizer que sua voz grave estava sexy se não estivesse tão magoada pela repreensão injusta. Seu olhar de desaprovação doeu mais que esse dedo que quase foi quebrado pela fúria da lagartixa patricinha.

     Engoli em seco diante da reação dele quando percebi seu pai vindo em nossa direção para leva-lo e, consequentemente, a mim também. Não percebi quando o Adam foi ajudar a Iguana ou mesmo quando o Enrico cumprimentava o Dr. William com um "oi tio". Passei na frente da cadeira de rodas em direção ao estacionamento quando Giulia me interceptou.

      − Vamos conosco? – Aceitei a proposta sob os gritos de alegria da Anna.

      Passei todo o caminho ouvindo como a Alessa era bem próxima ao Nick, e o quanto o Enrico ainda se importava com o primo, enquanto que o Francis o detestava e o Adam, irmão deste, era apenas indiferente. Falou ainda que o pai do Francis e o Nick não se dava bem há muito tempo e que o pai da Alessa tinha vergonha do Rafael e posteriormente ficou com vergonha do Nick. A bisavó e a Avó eram italianas legítimas, apenas o pai da Dr. Helene, ela e os dois irmãos eram brasileiros. Eu não conheci os avós do Nicholas, mas torcia que fosse como a mãe dele.

     Apesar está ouvindo sobre a ascendência do meu amado, eu não poderia negar que mais um encontro com Nick acabou mal.

     Às vezes eu tinha a impressão que poderia fazer qualquer coisa ao lado dele, porém mais uma vez Nicholas D'amico me tornava a garota de coração partido.

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Não esqueçam de deixar sua estrelinha.

Já repararam como o Nick fala em perda da liberdade? Vocês ainda verão esse termo algumas vezes, pois é o foco do livro. A decisão dele de tirar a vida está baseada no fato de ter perdido a liberdade. 

Gostaria de saber uma coisa: Vocês irão ficar muito chateadas (os) se o Nick morrer? Ou somente um pouquinho? (Postei e corri).

Até o próximo capítulo.

Abraços!!!

#gratidãosempre

Capítulo publicado dia: 09/02/2021

Revisado dia: 10/02/2021

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