Capítulo 120 - Deve ter sido amor
Olá, xuxs!
Beeeeem pertinho do final!
Boa leitura!!!
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"Parte de mim é parte de você, então segure minha mão eu quero que você sinta as palavras que você não pôde ouvir. Eu te amo tanto e você também me ama, então me diga, por que me sinto assim como se estivéssemos separados por milhas e milhas?
Para melhor ou para pior você estava ao meu lado, sempre encontrou uma maneira de não desistir de mim. Lembra quando você costumava dizer: Você sabe que nosso amor pode salvar tudo! Nós estivemos juntos por tanto tempo, portanto, não desista de quem somos. As coisas vão se resolver com o tempo, você sabe que uma palavra pode mudar tudo.
Eu tinha minhas dúvidas, mas agora eu sei, eu quero você na minha vida a cada dia e todas as noites.
Porque o nosso amor pode salvar tudo!"
Love Can Save It All – Andra
Lívia
As coisas não ficaram nada bem depois disso. Ele falava com ironia e o buraco em meu coração só crescia. Apesar de tudo, aos "trancos e barrancos" nós ainda éramos um casal.
Várias semanas tinham se passado e eu sentia falta do Nick e da minha filha, apesar disso ignorei todas as suas ligações e visitas, não era hora de encará-lo ainda. Eu só esperava que ele me compreendesse ou que me dissesse o que deveria ser dito.
Eu sentia que deveria ficar com ele, mas parece que o destino dizia o contrário, eu só queria estar feliz, sem toda essa dor que sinto, queria que ele soubesse do meu sofrimento e que me ajudasse de alguma forma, mas aparentemente o Nick só queria me impor suas regras ou simplesmente não está interessado no que eu penso.
Eu queria fazer dar certo, mas era impossível!
Tinha me acostumado com ele, aprendi a gostar do Nicholas e estava mais dependente dele do que eu gostaria. Estava tão envolvida com ele que seu perfume era meu oxigênio.
Depois do episódio com o meu colega eu procurei o meu professor orientador e afirmei que poderia até tentar criar um pequeno projeto, mas não participaria daquele, não mais. Para minha surpresa recebi a oportunidade que estou segurando agora em minhas mãos, ou melhor, amassando o papel de tão firme.
Eu precisava ter uma longa conversa com o pai de minha filha, mas só em pensar no que ele poderia falar já ficava ansiosa. O problema é que mesmo ainda sendo um casal e mantendo as aparências, nos bastidores nós só brigávamos. Resolvi que faria isso de uma vez; peguei meu telefone e liguei, ele atendeu no quinto toque.
− Oi, Lívia! – Disse secamente.
− Eu quero conversar!
− Agora estou ocupado!
− Pode ser hoje à noite em seu apartamento.
− Hoje, como você bem sabe eu tenho hidrogi...
− F**a-se a hidroginástica! – Falei ríspida. Eu não estava mais aguentando esse tratamento. Ele sempre tinha uma desculpa para qualquer coisa, então, bem ali na frente do espelho do meu guarda-roupa vendo o meu reflexo frustrada pelo meu relacionamento eu percebi que já tinha acabado há muito tempo, embora houvesse um resquício de amor. – Você precisa tomar uma atitude e te darei a oportunidade para isso hoje a noite. Cancele a hidroginástica!
Falei o que precisava e desliguei o telefone jogando o aparelho em cima da minha cama, as primeiras lágrimas caindo. Como chegamos a esse ponto? Em vão tentei desamassar o papel que mudaria o curso da minha vida.
Coloquei um vestido colado, fiz a melhor maquiagem que eu conseguia, queria estar apresentável para o homem que eu amava, com sorte nos acertaríamos. Para contrariar um pouco decidi pranchar os cabelos e deixa-los lisos, pois sabia que ele amava meus cachos.
Subi à cobertura antes de ele chegar e aguardei em seu quarto. Pouco tempo depois ouvi o ruído que já me era comum: a cadeira de rodas se aproximava. Nick entra em seu quarto e me lança um olhar jactancioso quando o elogio:
− Você está lindo! – De fato, apesar de estar aparentemente cansado ele estava deslumbrante.
− Pode prosseguir! – Falou dando as costas para mim e seguindo para a lateral da cama.
− Celso, quero conversar com o Nick em particular. – Falei quando vi o cuidador adentrando o cômodo.
– Ele já está habituado às nossas confusões, não tem com o que se preocupar.
− Celso, eu disse que quero conversar com o Nick a sós. – Insisti e percebi que ele saiu apreensivo sem dar importância aos protestos de seu chefe.
− Celso... – Nick tenta.
− Nicholas, eu vou embora! Não dava para falar isso por telefone. – Decido ser direta, não era possível eu criar um contexto antes expondo os meus argumentos como eu tinha feito em minha cabeça. Ele era uma pessoa difícil e seu ressentimento dos últimos tempos, desde o dia que foi me buscar e eu estava com o Rick, só piorou nossa relação.
− Acabou de chegar e vai embora? Fez-me dispensar meu exercício que sabe que é fundamental para minha condição física. – Ele passa em rosto. – E está agindo como uma garota mimada, não quer me ouvir, apenas falar.
Estava ficando cada vez magoada com sua rispidez, eu esperava o mínimo de atenção.
− Estou indo para os Estados Unidos, seu idiota! – Dessa vez ele me olhou assustado.
− De onde tirou essa ideia?
− Se estivéssemos mantendo algum diálogo saberia que tranquei a faculdade. – Dei uma pausa para que ele pudesse dizer algo, mas ficou calado então continuei. – Recebi uma proposta do coordenador e aceitei, quando fiz o teste, aqui mesmo do Brasil, passei e agora vou estudar lá.
− Como nós ficaremos? – Questiona-me, agora parece mais preocupado.
− Você quem pode me dar essa reposta, só sei que levarei a Estela, não quero ficar longe dela. – Despejei a bomba em seu colo e esperei a reação.
− Como pode fazer isso comigo? – Sua expressão era de dor, será que me pediria para ficar? – A Estela fica, isso é indiscutível! Se quer viver suas aventuras vá em frente, eu não vou te prender, sei que é difícil ficar preso a alguém como eu.
Mas o que esse idiota está dizendo?
− Do que está falando? Eu achei que nós poderíamos resolver isso afinal somos noiv... – Tento lembrar-lhe de que ainda podemos chegar a uma solução.
− Acho que não! Nosso relacionamento está baseado em um alicerce de areia. – Minha garganta estava quase se fechando de tanta ansiedade quando ouço suas palavras.
− Isso é tudo que tem a dizer? – Eu explodiria em lágrimas a qualquer momento, mas não queria dar a ele o gostinho de me ver chorar.
− Você está indo embora, não eu. Diz-me, o que você quer fazer? Não posso viver minha vida do jeito que você quer. Eu tenho que chorar por você? – Nesse minuto todo o meu orgulho foi para o ralo e as lágrimas rolaram para quem quisesse ver.
− Não acredito que está me dizendo isso! – Falei aos prantos.
− Eu tenho que dizer que não vou te deixar ir a lugar algum? Já disse que não te prenderei a mim, você está livre para fazer suas escolhas. A escolha é sua!
– Eu escolho não ser mais magoada! – Retirei o belo anel do meu dedo e o coloquei sobre a cama a frente do Nick. Simplesmente dei as costas e saí, já que eu estava "liberta" não seria mais magoada.
Passei no quarto da minha filha e dei um beijo em sua testa, minhas mãos tremiam e tive receio que meus soluços a acordasse. Dei adeus sofrido à minha boneca com a promessa interna de que tentaria tirá-la desse advogado inteligente.
Cruzei com o Celso na sala que me olhou com uma mistura de surpresa e compaixão, mas não disse nada. Saí rumo ao meu objetivo: ir para bem longe do Nicholas em outro continente.
Nicholas
Cada palavra que a Lívia dizia era como uma adaga enfiada em meu coração. E quando ouvi seus passos descendo as escadas pude desabar.
− Nick, a Lívia... – Celso entra no quarto falando, mas interrompe quando vê meu próprio estado e provavelmente o anel em cima da cama. Estava perdendo a Lívia pela terceira vez e agora era sem volta, pois vi a determinação em seu olhar. Embora ela estivesse triste sua dor não era o suficiente para fazê-la ficar.
Vi as lágrimas mancharem minha calça Brunello Cucinelli cinza, o que demonstrava que eu a tinha perdido novamente. O que eu poderia fazer de diferente? Será que ela não percebeu que eu também estou magoado?
A Lívia não quis conversar, tomou sua decisão baseada apenas nela, talvez fosse isso mesmo, ela já estava se considerando livre.
O meu único problema é que eu a amava demais e não consegui dizer isso a ela mesmo que eu tenha prometido a mim mesmo que nunca deixaria uma briga entre nós se agravar a esse ponto e que se houvesse eu interromperia com um "eu te amo".
− Eu... preciso tomar um banho e também de um analgésico, minha cabeça vai explodir! – Quase sussurrei para meu cuidador, a dor emocional estava se tornando física.
Consternado ele apenas me pegou no colo e foi para o banheiro.
Lúcia
Ouvi sem acreditar no que a Lívia me contava com a voz chorosa do outro lado da linha telefônica. Eu tinha acabado de jantar então fui depositar tudo no vaso sanitário assim que ela encerrou.
Tudo que eu fazia pela Lívia era com base numa promessa idiota que fiz de nunca abandoná-la, mas eu não contava que ela sofreria esse impasse na vida e acordaria como uma bruxa. Eu não estava reconhecendo essa Lívia que só pensava nela. Minha amiga Lívia sempre foi boba e altruísta.
Qual seria sua façanha ulterior?
Eu estava com meus pensamentos a mil, sentada no chão do banheiro praticamente abraçada ao meu novo companheiro, o vaso sanitário.
− Lú, o que aconteceu? – Virei-me para ver a bela figura do Samuel parado no vão da porta estreitando os olhos, pois estava sem óculos, com uma expressão preocupada e enojada. O Sam estava mais forte depois que começou a praticar exercícios físicos na academia; jamais se aproximaria vendo o sanitário do jeito que estava.
− A Lívia vai embora estudar nos Estados Unidos. – Falo dando descarga, limpado minha boca e levantando. Eu já estava acostumada a fazer as coisas sozinhas sem a ajuda do Sam para que ele não se contaminasse com os germes.
− Quando será isso? – Ele questiona estendendo a mão como se quisesse me ajudar, mas com medo que eu aceitasse.
− Amanhã à tarde! – Respondo ignorando sua mão e passando por ele para ir deitar, já passava das vinte e duas horas.
− Oh! Sinto muito por isso, eu sei o quanto gostaria que sua amiga estivesse presente em sua gravidez. – O olho com derrota porque isso era verdade, acho que nossa amizade nunca mais seria a mesma. Quando estou quase alcançando o edredom meu maravilhoso marido quase grita: − Espere! Não é melhor você trocar de roupa antes de deitar?
− É verdade! – Abro um sorriso amarelo. Que merda! Tudo que eu queria era ir deitar e esquecer essa angustia que estava crescendo em meu coração.
Voltei para dentro do banheiro, escovei bem os dentes e entrei no chuveiro quente, aproveitei para deixar as lágrimas rolarem. Pobre Nick! Imagino o quanto ele deve estar sofrendo. A diferença entre a nova Liv e a antiga é que a antiga não esperava o Nick em toda sua glória, orgulho e idiotice tomar alguma decisão. Ela tomava as decisões e enfrentava a arrogância do namorado, isso sempre curava a relação.
Apoiei as mãos na parede, eu só queria colocar a tristeza pra fora, não era bom para o bebê. Senti duas mãos quentes acariciando minhas costas e descendo para as pernas, o Samuel estava passando sabonete. Sorri em meio às lágrimas, parecia que ele nunca perderia essa mania de limpeza, ou melhor, superaria seu trauma.
Ele me abraçou forte quando terminou a limpeza!
− Ssshhh! Ela voltará quando concluir os estudos!
− Ela já foi embora há muito tempo, amor! Ela se foi no dia que a bala penetrou sua cabeça. – Ficamos abraçados por um tempo com a água do chuveiro caindo sobre nós e molhando toda a roupa do Sam.
Fui até o aeroporto na hora combinada e lá estava ela abraçada ao pai e a Sandra. Aproximei-me cautelosa e soltei a mão do meu marido para abraçá-la. Senti a dor da perda emanar por todo meu corpo.
Quando nos separamos a encarei e vi que seu semblante espelhava o meu.
− Isso é tudo culpa da porra das palavras não ditas, você sabe disso, não é? – Quando ela fez menção de falar coloquei o indicador em seus lábios. – Ssshhh! Não fale, eu não preciso de suas razões.
Peguei a caixa vermelha das mãos do Samuel que estava comigo desde que a Lívia ficou em coma, o seu pai tinha permitido que eu escolhesse algumas coisas, mas isso eu nunca tinha devolvido. Era uma espécie de segredo entre a antiga Lívia e eu.
− Só abra essa caixa nos dias difíceis, acredite eles virão! Adeus Lívia! − Apenas fui embora, não queria sofrer mais com a despedida desnecessária.
− LÚCIA! – Escuto a Lív gritar, então paro para ouvir, mas sem encará-la. – EU SÓ QUERIA QUE ELE ME PEDISSE PRA FICAR OU QUE VIRIA COMIGO!
Ela ainda não entendeu que o amor pode doer, mas nunca deixará de ser amor. Essa viagem pode ser a solução para sua memória retornar.
Lívia
Olhava pela janela do avião minha cidade que ficava cada vez mais longe e que abrigava o amor da minha vida então lhe disse a última frase a mesma que eu deveria ter dito presencialmente porque eu não queria partir, só espero que ele ouça:
− Diga alguma coisa estou desistindo de você, eu serei seu amor se você quiser. – Balbuciei para as nuvens com as lágrimas rolando livremente!
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Se gostar do capítulo deixa sua estrelinha.
Abraços!!!
Até breve!
#gratidãosempre
Capítulo publicado e revisado dia: 03/10/2022
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