Capítulo Três
Eles demoraram cerca de vinte minutos para alcançar o Impala. Ariane e Will entraram no carro enquanto Sam e Jesse pegavam o material do porta malas. Dean havia se separado deles dizendo que ia fazer xixi. A verdade no entanto é que ele queria quão ruim era o corte em sua perna.
Ele não podia se dar ao luxo de cortar a calça no meio da floresta então ele apenas a abaixou, não conseguiu evitar um palavrão quando a pele e o tecido se separaram. Ele olhou para o corte profundo na perna que ainda sangrava livremente. Não era fatal, mas precisava de cuidados, provavelmente pontos. Ele balançou a cabeça. Não havia tempo para isso. Ele ia ficar bem até que o caso tivesse acabado. Ele tateou o bolso a procura de algo que pudesse usar para fazer pressão sobre o ferimento, tudo o que ele achou foi a franela que ele usava para polir o Impala. Apesar do risco de infecção que o pano oferecia ele decidiu que era bem melhor do que sangrar até desmaiar.
Ele amarrou o pano em sua perna bem apertado, ergueu as calças e voltou para onde Sam e Jesse estavam.
-Cara tem certeza que você foi só fazer xixi?- brincou Sam.
-Na verdade estava pensando na garçonete de ontem - disse Dean forçando um sorriso - E você sabe, uma coisa leva a outra e... -Sam fez um gesto para ele parar.
-Cara, você é nojento. - disse ele.
-Que tal pararmos de discutir minha higiene e acharmos logo essa maldita casa?
Os outros dois concordaram e eles seguiram o caminho. Quando estavam na metade da trilha por onde eles haviam voltado, Jesse os guiou para fora dela. Era um lugar ainda mais difícil de andar. Para Dean era praticamente uma tortura porque a todo momento galhos de arbustos batiam em seu ferimento.
-Posso fazer uma pergunta?- disse Jesse.
-Acabou de fazer uma - disse Dean se esforçando para manter a dor fora de sua voz.
-Se aquele cara é um fantasma como ele não nos pegou na árvore? Ele poderia ter aparecido lá em cima e acabado com a gente.
-Não é tão simples assim. - disse Sam. - A maioria dos fantasmas seguem um padrão. E ainda tem a questão do solo sagrado.
-Como assim solo sagrado?
-Espiritos malignos não podem entrar em solo sagrado, igrejas por exemplo.
-Não era uma igreja era uma árvore - disse Jesse.
-Eu sei - disse Sam com um suspiro exasperado, como ele havia acabado em uma floresta com a versão adolescente de seu irmão? - Mas os povos indígenas acreditam que o lugar onde uma árvore é plantada é um local sagrado.
-Nesse caso como o fantasma pode estar na floresta? Com todas essas árvores por aqui ele não poderia...
-Talvez tenham esquecido de dizer isso a ele.- disse Dean - Agora quer fazer o favor de calar a boca? Minha cabeça está explodindo.- era verdade Dean sentia como se uma banda de heavy metal estivesse fazendo um show em sua cabeça, além disso estava se sentindo enjoado e com frio, sabia que devia estar com febre também. Droga de infecção.
-Você está bem? - perguntou Sam franzindo a testa. Ele não podia ignorar o fato de que seu irmão havia acabado de admitir que estava com dor de cabeça e que acabara de pedir "por favor" para eles se calarem.
Por um momento Dean considerou dizer a verdade sobre o ferimento em sua perna e a infecção que provavelmente estava causando tudo isso. Mas eles já estavam quase chegando então ele disse apenas:
-Tudo bem. Apenas calem a boca.- ele conseguiu soar como ele mesmo o suficiente para que Sam parasse de se preocupar. Secretamente ele desejava apenas tomar uma caixa de analgésicos e dormir por uma semana.
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