30

- Mara, você está escondendo algo?- Lucas perguntou

- Não... Porque eu estaria? Jurei contar toda a verdade para você!

- Vai terminar mesmo com o seu namorado?

- Sim. Pode me deixar bem aqui.- Ela sorriu- Eu tomaria cuidado com as câmeras da delegacia.

Ela saiu deixando Lucas confuso. Mara nunca achou que fosse ela a terminar com Augusto, gostava tanto dele, desde o primeiro dia que o viu, não só porque ele era bonito ou mais velho, porque ele era fácil de entender.

- Sabrina!- Mara disse vendo uma mulher

Assim que ela se aproximou da mulher o carro saiu e ela revirou os olhos. A mulher ainda a encarava sem entender nada quando ela deu as costas e começou a seguir o carro do detetive, Lucas dirigiu por mais algumas ruas e parou em frente a um prédio, um pequeno hotel, ela tirou fotos do prédio e mandou as fotos para o mesmo número que horas antes havia a incumbido a missão.

"Mostre-me onde o investigador passa as noites."

E ela tinha feito o que o mestre havia mandado, não sabia o que aconteceria a partir dali, mas mandou as fotos para o unicórnio junto da localização de onde estava, respirou fundo mais uma vez, antes de fazer o caminho da casa de Augusto, ela não tinha mentido por completo, ia sim terminar com ele.

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- Opa!- Índia sorriu afastando a mão de Mateus do short dela

- Eu acho que fomos rápidos, quando chegamos no seu quarto?- Ele sorriu e a soltou, se deitando ao lado dela

- Mateus, você é um cara legal.

Ele soltou uma gargalhada, o jeito dela de trata-lo era muito distante do que ele estava acostumado. Índia, gostava de fazer as coisas andarem, não havia enrola, depois que entregou os DVDs a ela, Mateus achou que a garota ia sair correndo mas ela continuo ali conversando com ele, entre gargalhadas, eles notaram que realmente tinha algo mais acontecendo ali.

- Esse assunto que vocês tanto debatem, você, Wagner e os outros, tem haver com o Halloween?- Ele riu como se estivesse fazendo a pergunta mais idiota do mundo- Eu sei que é sobre, mas o que exatamente? Eu seriamente posso ajudar!

- Você não gosta de falar sobre isso, lembra?- ela o analisou

- Com você eu posso falar e principalmente se isso tiver haver com os machucados do Wagner, nas costas e aquele assalto mal contado, vocês precisam me contar.

- Não é nada...- Índia riu e se sentou- Os DVDs estavam arranhados e não rodaram, eu realmente só queria me lembrar da festa, parece que eu estava muito bêbada.

- Esse não foi o grande ponto da festa.- Mateus se sentou e a encarou- Eu e Augusto, nós fechamos a sala do beijo por um bom tempo, com várias pessoas dentro, nós dirigimos bêbados e eu incentivei uma briga! No outro dia eu acordei e descobri que eu tinha largado o Wagner na festa... até hoje eu sinto muito por tudo isso.

- Me ajuda então.- Ela pegou o celular  mas o guardou, não mostrando a foto em que todos estavam junto do unicórnio- Quem está por trás da fantasia de Unicórnio?

- Bem...- Ele a analisou- Um esquisitão,  qualquer um até mesmo alguém de fora, eles não proibiram ninguém de entrar na festa.

- Para de se fazer de inocente!- Índia gritou não se mantendo mais sobe controle- Como você sabe do Unicórnio?

- Você falou pra mim...

- Não, nem eu, nem Wagner! Você sabe quem está por trás disso?

- Não!- ele se levantou

- Então é você? Por isso me entregou as filmagens, roubou meu caderno na sua casa, machucou o Wagner...

- Não Índia, nunca machucaria vocês! Eu preciso ir.

Assim que Mateus cursou a porta da rua, Índia sentiu algo apertar em seu peito, em sua cabeça rodavam teorias, ela salvaria Suzana ou então seria uma grande armadilha para que ele matasse todos de uma vez, afastou aqueles pensamentos e encarou o teto por um momento e então viu uma câmera, o mesmo ponto preto no teto como na casa de Wagner. Merda, resmungou enquanto procurava um jeito de arrancar aquilo do teto, andou pelos cantos da casa, havia uma no corredor e uma em seu quarto.

- Saiba eu vou te destruir! Você não está acima de todos!- Índia gritou para com todo ódio que gritava em seu peito - Suzana, nós vamos te salvar!

Ela arrancou a câmera e a encarou, deveria ter algum sistema... algo para rastrear... Leo... o primo era muito bom em computadores, talvez entendesse de coisas como aquela, guardou em seu bolso e ainda tinha aquele que descobrir o que Augusto queria com ele, arrumou uma mochila com as coisas que talvez fosse precisar quando achassem Suzana, curativos, água, dinheiro e uma faca, esperava não precisar daquilo e partiu em direção a casa da tia, por mais que fosse uma ideia horrível ir a casa de Luciana, precisava de Leo.
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- Você ouviu isso!?- O unicórnio riu para Suzana- Índia me ameaçou!

Suzana nada respondeu, estava deitada imóvel no colchão, seu corpo doida e sangrava, os cortes variavam de profundidade, as palavras de Índia a aqueceram um pouco, precisava disso, precisava ser salva. Ele havia passado alguns instantes no telefone e continuava com o sorriso doentio no rosto mas logo colocou a máscara, desaparecendo com sua aparência humana e se tornando o Unicórnio.

- Bem...- Ele olhou o horário em um dos telefones- O que você acha de ficar só? Não tão só!- Ele puxou notebook, colocou o vídeo de Suzana com Joseph e se ajoelhou perto dela- Tente fugir e eu quebro cada um dos seus ossos antes mesmo que os outros apareçam...

Barulho de passos, Suzana levantou os olhos vendo as botas idênticas ao que Unicórnio estava e logo a figura se abaixou, outro unicórnio. Não havia só um, as coisas começaram a fazer sentido, era a explicação perfeita para o ataque de Mara e o sequestro de Pablo no mesmo dia.

O Unicórnio soltou uma risada abafada e saiu, deixando Suzana ali, vigiada pela cópia dele.
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- Oi pai!- Índia não sorriu quando encarou o homem, ela havia corrido da casa e simplesmente voltado como se nada tivesse acontecido

- Minha menina!- Ele estava transbordando amor não parecia com raiva- Onde você esteve? PORQUE SAIU DAQUI CORRENDO?

- Eu... Eu...

- Oi.- Luciana a encarou analisando-a- Bem, Antônio e eu estávamos de saída, não era?

- Sim, temos uma encontro com Tereza Albuquerque. Foi da empresa dos Albuquerque que partiu minha proposta de emprego.

- Sou muito amiga de Tereza.- Luciana arrumou novamente o cabelo- Planejamos tanto para que Leo e Mara fossem um casal...

- Falando no Leo, ele ta lá em cima?- Ela a encarou desconfiada mas apenas concordou- Já que vocês vão sair, eu vou falar com ele rapidinho!

- Eu ainda preciso conversar com você Índia!- o pai a advertiu

Índia nem esperou muito, subiu as escadas e abriu a porta do quarto do primo que quase caiu de susto.

- Ei, fica tranquilo, eu preciso da sua ajuda!- Ela disse puxando a câmera do bolso- Com isso!

- Bem... É uma câmera.- Ele disse encarando a câmera enquanto analisava

- Isso eu sei, preciso saber como funciona, conectado a alguma rede, se dá pra rastrear.

- Mas porque...- Índia balançou a cabeça- Mistérios como sempre.

Ela deixou escapar um gritinho de felicidade, Leo ainda a olhava, tentando entender o que estava acontecendo mas deu de ombros. Por mais que grande parte de sua família desgostasse de Índia, ele não havia herdado esse problema familiar e agora ela o devia uma.

- Eu posso dormir aqui?

- Que...- Ele a encarava surpreso, não era o tipo de coisa que faziam quando criança muito menos agora

- Eu sei Leo, eu sei. Olha, isso que aconteceu com o Augusto mais cedo...- ela notou o olho roxo nele- Eu só não quero voltar pra casa.

- Seu pai vai achar uma maravilha, é claro que pode! Eu vou trabalhar na câmera e você pode ficar ai, não tem muito o que fazer aqui...

A noite chegou e Leo continuava focado na câmera, Índia sentada na cama pensava em como tirar Suzana daquele lugar, será que Lucas era uma ajuda mesmo? Seu pai ainda não havia voltado, talvez voltasse só de madrugada, não queria acabar com a felicidade dele, não podia falar nada sobre o segredo... Não ainda.

- Onde conseguiu essa câmera?- Leo a perguntou

- Por ai.- deu de ombros- Porque o Augusto te bateu?

- Nós nos exaltamos um pouco por causa do Raphael.- Leo largou o computador e se inclinou para ela- Ele queria que eu rastreasse alguém morto e depois surtou! É ele que ta matando o pessoal!

- Não... Não acho que seja ele... mas você conseguiu rastrear o número?

- Não.- Leo voltou ao computador impedindo que Índia visse seu rosto

Ele era um péssimo mentiroso e não podia deixar que Índia soubesse que havia sim rastreado o celular de um dos mortos, nem o próprio Unicórnio podia saber disso. Era a vez dele jogar.
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Suzana se perguntava quanto tempo havia se passado, o vídeo ainda se repetia intensamente, o Outro Unicórnio estava sentado no chão, hora ou outra encostava perto dela e a chutava de leve para ter certeza que estava acordada.

- Por favor, me ajude a ir...

O Outro Unicórnio se levantou e andou até ela, mãos inquietas refletiam desespero de quem quer que estivesse debaixo daquela máscara mas antes que fizesse algo o Unicórnio voltou apontando uma arma para sua cópia mas logo abaixou a arma e estendeu outra coisa, um pendrive!? Suzana mal entendia o que estava acontecendo e se conteve em fechar os olhos e deixar o corpo dormir.

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