Sopro de Vida

Nunca fui flor
Nunca fui lar
Nunca fui céu
Nem mar a navegar

Não sou andorinha
Por aí sozinha a voar
Não sou coração partido
Que vive a noite há chorar

Não sou terra
Nem vento
Que folhas há de arrastar
Não vou ave
Com um voo
A realizar.

Não sou  nada
Só poeira
Que um dia
A vida há de levar.

Sou somente nada
Talvez  semente
Desta vida sofrida
E amarga que uma
hora há de findar.

Sou meio
Fim e nada
Vazio do espaço
Pingo d'água
Que ainda está por virar
Mar e inundar.

Sou somente existência
Procurando um rumo
Um sentido pra me completar.

Sou somente palavras
Poesia que há de falar.
Sou certeza, verdade
Tristeza e mocidade
Sopro de vida
Galáxia de identidade.

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