Paola voltou para o quarto do filho:

- Aquele papai feio foi embora?

O menino perguntou.

- Olha aqui, '' bonitinho'' eu estou muito triste com você, ouviu? Quando sair daqui vai ficar uma semana de castigo sem sair para brincar por causa desse seu comportamento feio com o papai Douglas... Poxa, meu filho, ele estava com saudade de você e a gente já tinha conversado sobre você ter dois papais... Porquê tratou ele assim?

A mãe de Caio perguntou.

Eu gosto mais do papai Henrique... Ele é muito mais legal... O papai Henrique fica aqui comigo, brinca comigo e cuida de mim.

O outro papai não ficou muito tempo aqui, não brincou comigo e também tem o " homem grande" que vem com ele.

- Pois enquanto você não pedir desculpas para o seu pai, Douglas, eu não vou deixar o Henrique vir.

Paola respondeu.

- Ah não, mamãe... Por favor deixa o papai Henrique vir... Eu gosto muito dele e ele é muito legal.

Caio justificou.

- Eu só deixo se você tratar o seu pai Douglas melhor quando ele vir aqui.

Paola disse.

- Tá bom, mamãe... Eu prometo que da próxima vez que ele vir aqui eu peço desculpas, mas você promete que o papai Henrique vai voltar daqui a uns dias?

O menino perguntou.

- Isso não posso dizer porque quem decide se vem ou não vem te ver é o próprio Henrique.

Paola disse e o filho não disse nada. Já casa de Rita e Mário havia chegado o dia da audiência de divórcio de Eduarda e André:

- Como você está?

Rita perguntou.

- Bem.

A irmã respondeu sem olhar nos olhos da outra.

- Eu sei que só está falando isso da boca para fora. Você tem certeza que é isso mesmo que você quer?

A mãe de Otávio e Estevão perguntou.

- Porquê a pergunta?

Eduarda devolveu.

- Porque eu te conheço muito bem. Com os dias dessa audiência se aproximando você ficou muito estranha. Não faça as coisas de forma preceptada... Se você ama esse homem de verdade, tente reconsiderar e recomeçar, esquecer de tudo o que passou e olhar para frente.

A irmã deu o conselho.

- Não, Rita. O meu casamento com o André não passava de um jogo de interesses a muito tempo.

Não existia amor entre nós dois a muitos anos e nenhum dos dois quis admitir e se abrir para um adeus.

Só fui me dar conta disso quando percebi que dava preferência a ele em relação a Nicole. Ao invés de ficar do lado da minha filha, eu decidi ficar em cima do muro.

Se você soubesse o quanto me dói perceber isso... Eu não fui mãe para Nicole... Fracassei demais nesse papel.

- Olha só, agora não tem mais como voltar no tempo... Se você soubesse o quanto eu também queria ter voltado no tempo e impedido o Otávio de viajar, mas assim é a vida...

Pelo menos nos sobraram os nossos netinhos e eles têm que ser o nosso maior motivo de alegria.

Pelo menos eles são as partes dos nossos filhos que ficaram aqui para que a dor e a saudade não nos matassem.

A mulher disse tentando consolar a irmã.

- Mas não é só a saudade que me mata dia após dia... É o remorso. Eu tenho muito remorso de mim mesma em relação a Nicole... Eu não fui mãe para ela a tempo.

Passei a ser mãe para ela nos últimos momentos de vida dela e eu mal poderia saber que isso estava prestes a acontecer e eu não pude fazer nada para impedir.

Eduarda lamentou.

- Pelo menos você pôde se despedir da sua filha de uma forma digna. Eu não tive isso com o meu filho e pior ainda:

Soube que ele pode ter morrido queimando. É uma dor que não tem fim. Dia após dia pensando e despensando em possibilidades do que pode ou não ter acontecido com ele...

Essas coisas aconteceram para provarmos nossa força, eu tenho certeza. Não tem outra explicação.

Rita disse.

- Eu sei. Também acho isso.

A irmã concordou.

- Por isso mesmo que eu já disse e repito:

Pensa direito. Talvez tenha outra forma de agir.

A mãe de Estevão e Otávio disse

- Não, Rita. O meu casamento com André já não passava de um "jogo de interesses" a muito tempo. Não existia amor e nenhum dos dois quis se abrir para um adeus.

- E você acha mesmo que André queria um adeus amigável. Com tanto homem no mundo você me escolhe o mais interesseiro possível. Me desculpe, mas a verdade é essa.

Rita respondeu.

- Eu sei que errrei, mas infelizmente não se pode mandar no coração e eu me apaixonei... Me apaixonei por um homem cordial, elegante, bondoso e carinhoso. O oposto do que ele se tornou.

Infelizmente só fui perceber isso depois de muitos anos quando já estava prestes a perder Nicole... Eu a perdi em vida quando não apoiei ela a seguir o próprio sonho.

A abandonei e voltei minha atenção para nossa empresa e nossos interesses financeiros e o que devia ser o meu maior interesse ficou de lado: a minha filha.

- Agora lamentar não vai adiantar de nada e o que nos resta é desejar que nossos filhos descansem em paz.

Rita disse.

- Pois é. Eu preciso ir. Não quero me atrasar.

Eduarda disse a irmã.

- Tá bom. Boa sorte.

A mãe de Otávio e Estevão desejou.

Obrigada. Acho que vou precisar.

A mãe de Nicole respondeu e saiu de perto de Rita. André por outro lado estava confiante:

- Mal posso esperar para ver a cara de derrota de Eduarda... Mal posso esperar para ela vir se arrastando aos meus pés me pedindo perdão por tudo.

Eu por outro lado vou estar me liberado de uma dondoca que só fez usufruir do meu dinheiro e do meu sobrenome todos esses anos em que minha vida empacou em todos os sentidos... Chega! A partir daqui Eduarda pode se considerar minha inimiga e ela sabe muito bem o que faço com meus inimigos: Acabo com eles.

O homem disse e foi até o fórum. Ao chegar lá encontrou o advogado:

- Nicolas, lembra de tudo o que combinamos, não é mesmo?

Para todos os efeitos, Eduarda nunca fez nada para me ajudar com relação as nossas empresas, certo?

O homem perguntou.

- Senhor eu já o alertei e volto a alertar que o que o senhor deseja não será possível. Não será possível deixar dona Eduarda sem nada uma vez que ela era a imagem da empresa de vocês e tem provas disso.

O homem explicou.

- Oh, meu Deus...

- Eu não quero chateá-lo. Apenas mostrar uma coisa que será inevitável.

O homem disse. Eduarda também encontrou seu advogado na porta do fórum:

- Boa tarde, dona Eduarda. Como vai?

O homem perguntou.

- Estou bem, apesar de nervosa.

A mulher confessou.

- Eu compreendo, mas não fique assim...

O homem disse e olhou para os lados:

- É praticamente impossível que a senhora saia perdendo nessa audiência. Você tem trabalho e provas que comprovam sua versão. Confie.

O homem pediu e Eduarda assentiu. Os dois entram no fórum. André e seu advogado também. Alguns minutos depois o juiz disse:

- Boa tarde a todos. Vamos dar início a audiência de divórcio entre Eduarda Nascimento e André Romantinni.

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