Capitulo 86
Ruth acordou ainda cedo. Carmem já estava na cozinha:
- Bom dia, dona Ruth. Devo servir o seu café?
A empregada perguntou.
- Porque toda essa continência comigo? Eu sei muito bem que não me suporta.
Ruth disse.
- Eu estou aqui a mando da dona Cecília e a pedido dela que eu estou tratando assim.
Carmem respondeu.
- Muito bem. Faça um café com algumas gotinhas de adoçante, traga uns biscoitos e um chá. Depois vá até o motorista dessa casa e peça para ele me ajudar com minhas malas e me levar até minha mansão, que obviamente é dez vezes melhor do que esse casebre de quinta categoria.
Ruth disse com desprezo.
- O Hiago está de folga hoje, madame. Vai ter que pedir um táxi.
A empregada disse.
- Eu? Ruth Morgado andando de táxi? Nem em sonhos.
Cadê a Cecília?
A mulher perguntou impaciente.
- Ainda está dormindo.
A empregada respondeu.
- Está não.... Estava.
A avó de Henrique disse e saiu de perto da empregada, indo até o andar de cima da casa onde ficavam os quartos. Abriu um por um até achar o que sua filha ocupava. Cecília ainda dormia. A claridade bateu em seu rosto:
- Pedro, fecha a porta... Ainda está muito cedo...
Ela disse.
- Cecília, acorda. Não se trata do imprestável do seu marido, se trata da sua mãe.
Ruth disse impaciente.
- Mãe? O que aconteceu para você acordar tão cedo?
A mãe de Luísa perguntou assustada.
- Não se faça de desentendida. Deve estar morrendo de alegria porque vou embora. Eu Só vim aqui porque o mínimo que espero de você é que mande seu motorista me levar até a minha mansão.
Ruth disse.
- Você vai ter que pedir um táxi. Hoje é o dia de folga do Hiago.
A filha respondeu.
- Você acha mesmo que eu, Ruth Morgado sou mulher de andar em táxi sei lá de quem? Se acha que sou está muito enganada vejo que não me conhece direito.
A mulher disse.
- Eu não te conheço mesmo. Quem eu conheci foi a minha mãe a muitos anos atrás, mas essa aí me abandonou a muito tempo. Hoje o que vejo na minha frente é uma mulher indiferente que não mede esforços para ter o que quer. Que faz os outros sofrerem e não se importa com isso.
Cecília disse.
- Isso mesmo. Pisa em mim mesmo. Faz isso com a sua mãe. Depois reclama que eu só vivo na minha casa e quase não tenho contato com você e nem com ninguém daqui.
Se faz de sonsa, desentendida, mas compreende muito bem que teve que fazer uma escolha e a fez sem muita dificuldade....
Escolheu um homem qualquer com quem construiu uma família chucra. Ficar nessa casa foi minha última tentativa de te fazer acordar para a vida de uma vez por todas, mas meu esforço foi em vão.
- Quer saber, mãe? O melhor que você faz é ir para sua casa. Contratar uma nova empregada e viver a sua vida do seu jeito sem interferir na minha e na minha rotina.
Cecília disse.
- Ok, Cecília. Eu já entendi que está muito feliz porque vou embora. O mínimo que espero é que providencie um motorista para me levar até minha casa.
Ruth disse.
- Ah, mãe eu a levo lá, ok? Só espera um pouco que eu vou me arrumar.
- Ok, minha querida. Só espero que não demore uns dez anos para se arrumar, porquê nós duas sabemos muito bem que meu lugar não é aqui.
Ruth disse e saiu de perto da filha fechando a porta do quarto.
Ah, meu Deus que sono.... Se ela pudesse esperar pelo menos mais um pouco....
vou....
Cecília começou a dizer a si mesma, mas decidiu:
- Melhor não pedir para ela esperar.... Ela já demonstrou muito bem que não quer ficar aqui... Também a casa dela não é tão longe daqui. Melhor levar até lá logo.
A mãe de Luísa e Henrique disse a si mesma e foi se arrumar para levar sua mãe até em casa.
No hospital, Caio acordou e o café da manhã já havia sido servido:
- Oi, papai.
Ele cumprimentou sonolento, mas soria.
- Bom dia, meu amor. Como dormiu?
Henrique perguntou sorrindo também.
- Foi legal. Eu sonhei com a minha vovó " estrelinha" e ela me disse que me amava e que era para eu me comportar e cuidar da minha mamãe.
Caio disse.
- E você prometeu se comportar?
Henrique perguntou.
- Sim, mas eu posso fazer um pouquinho de bagunça de vez enquanto, né? É que é divertido.
Caio justificou.
- Claro que pode bagunçar um pouquinho. Só não pode estressar sua mãe porque ela não gosta.
Henrique disse
- Você é mais legal do que a minha mamãe. Eu queria morar na sua casa. Lá deve ser legal.
Caio disse.
- Daqui um tempo você pode passar uns dias comigo e aí vou conversar com a sua mãe sobre seu cachorro.
- Sério?
Caio perguntou.
- Sim.
O irmão de Luísa respondeu. Paola chegou no quarto do filho:
- Oi, meu amorzinho. Como passou a noite?
A mulher perguntou.
Foi legal. Sonhei com a vovó.
Caio disse.
- E foi um sonho legal?
Paola perguntou.
- Foi sim. Ela mandou eu me comportar direitinho.
O menino disse.
- Pode ir embora. Tchau. Vaza.
Paola disse grosseiramente se dirigindo a Henrique.
- Eu posso, mas não quero.
Henrique respondeu.
- Mas você está atiradinho, hein? Perdeu o medo de mim?
Paola perguntou.
- Para o seu azar sim.
Rapaz respondeu.
- Pois eu acho muito bom voltar a ser aquele medroso da clínica porque eu não tenho medo de nada nem de ninguém. Sd eu quiser o ter em minhas mãos novamente eu terei.
Acho bom que não queira que eu te prove isso porque se não o que tiver que sair de ruim vai sair para você.
Paola disse.
- Você tem noção que está me ameaçando e isso é crime? Acorda, Paola. A parte ruim tem muito mais probabilidade de sair para você. Acorde. Pense bem antes de me ameaçar.
Henrique disse e a mãe de Caio se assustou. Nunca tinha visto o ex-namorado daquele jeito. Sem sentir medo ou sem se sentir intimidado:
- Tchau, meu amor. Amanhã eu Volto para te ver de novo.
Henrique disse a Caio.
- Que pena que você vai embora, papai. Vou sentir saudades.
O filho respondeu.
- Eu também, meu amor, mas preciso ir. Se comporte, tá bom?
O filho de Pedro e Cecília pediu.
- Tá bom.
Caio respondeu.
- Eu posso falar com você?
O ex-namorado de Paola perguntou a ela.
- Fala.
A mulher respondeu sem interesse.
- Longe dele.
Henrique disse baixo e Paola revirou os olhos:
- A mamãe vai ali no corredor, meu amor. Já volto.
Ela disse e junto com o Henrique saiu de perto do menino.
- O que você quer?
A filha de Neide perguntou.
- O Caio me pediu um cachorro e eu....
- Negativo.
Henrique não deu importância e continuou:
- E como eu ainda não dei nada a ele depois de grandinho eu disse que ia falar com você e comprar um filhotinho de cachorro para ele.
O irmão de Luísa disse.
- Ah, mas você só pode ter ficado louco, Henrique.... Você acha que eu tenho tempo - ou melhor aínda - disposição para cuidar de cachorro? Se acha que é sim está muito enganando.
Se quiser mesmo dar esse cachorro ele vai ter que ficar na sua casa.
- Ninguém lá tem tempo e também o Caio mora com você e o cachorro vai ser dele. Melhor que fique com você.
- A minha resposta eu já dei. Passar bem.
Paola disse e saiu de perto de Henrique. O homem chegou perto da enfermeira que Pedro contratara e pediu:
- Você pode ligar para o meu pai por favor?
- Posso sim. Só um minuto.
A mulher pediu ligou para Pedro que logo estava a caminho do hospital. Enquanto isso, Cecília pegou o carro e junto com Ruth estava seguindo para a mansão da mãe.
O sono era grande e ela mal conseguia manter os olhos abertos. O sinal fechou. Cecília dormiu e Ruth não teve tempo de dizer nada antes da colisão com um carro de porte muito maior.
Apreensivos? Eu também. Não se esqueça de comentar e deixar seus votos.
Obrigada por ler até aqui.
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