Capitulo 85

- O que pretende com essa conversa? Me atazanar?

Cecília perguntou irritada.

- Eu prentendo que você acorde, isso sim.

Pedro nunca prestou e não vai ser agora que vai prestar. O tanto que seu pai tentou me convencer a te mandar para um convento de uma vez... Se tivesse feito isso não teria tido todas essas dores de cabeça.

Mas eu fui idiota. Pensei que seria infeliz lá e descidi te deixar livre - até demais - na primeira oportunidade saiu com o pé rapado do Pedro e já voltou dizendo que estava "embuchada" .

Naquele dia você assinou com suas próprias mãos o atestado de óbito dele. Se soubesse do ódio que eu e ele ficamos quando te levamos para o altar para entregar aquele aproveitador não teria se casado.

Mas fazer o que? Pelo jeito você é extremamente desprovida de inteligência.

Eu não permiti que você fosse para um convento porque no fundo do meu coração eu acreditei no seu potencial de escolher um bom marido... Um homem de "berço", mas não... Parece que só para me empirraçar escolheu um coitado... Um homem que não tinha onde cair morto que não queria nada com você a não ser dinheiro.... Mas pelo jeito isso aí é de família, não é mesmo?

Luísa foi pelo mesmo caminho e se entregou para o primeiro aproveitador que apareceu... Mas essa aí teve sorte... O destino mesmo se encarregou de livrar ela daquele estorvo.

Ruth disse.

- Eu não adimito que fale uma coisa dessas ainda mais de uma pessoa que faleceu, que fez a minha filha tão feliz e que não está mais aqui para se defender.

Cecília disse.

- Goste ou não goste, essa é a verdade. Você é uma tonta e sua filha é uma tonta... E quer saber de uma coisa? Amanhã de manhã eu vou juntar as minhas coisas e ir para um hotel de luxo. Não preciso ficar em um lugar onde não sou bem-vinda. Com licença e boa noite.

Ruth saiu de perto da filha que disse a si mesma:

- Por mais que me doa me afastar dela, eu não tenho outra escolha. Embora seja minha mãe, não me faz bem, não me quer bem e não suporta me ver bem.

Não há mais como mantê-la aqui. Pedro tinha razão quando disse que ela não gostava de nenhum de nós.

Uma lágrima escorreu nos olhos da mãe de Luísa e Henrique, mas sua conclusão já estava tirada:

Ruth não se sentia bem com a sua felicidade. No dia seguinte no hospital uma enfermeira chegou com uma bandeja de café da manhã para Caio que ainda dormia. Henrique também dormia em uma cadeira ao lado do filho:

- Senhor...

A moça chamou e Henrique acordou assustado:

- Oi.

Ele respondeu.

- O café da manhã do menino é daqui a meia hora ou quarenta minutos no máximo o médico passa para avaliar ele

A mulher disse.

- Ok.

Henrique respondeu e a enfermeira saiu de perto dele. Um tempo depois Pedro chegou no hospital:

- Bom dia, meu filho.

Ele cumprimentou.

- Bom dia, pai.

- A Paola não chegou?

Pedro perguntou.

- Não. E tomara que não chegue tão cedo.

O filho respondeu.

- Mesmo que ela chegue você não precisa ir embora, a menos que queira.

O pai respondeu.

- Você não entende, pai. Eu não quero estar no mesmo ambiente que ela porque ela me causa medo. Eu tenho muito medo dela. Para mim ela pode me atacar a qualquer momento.

Henrique disse.

- Que isso, meu filho? Que horror. Não pense assim. Ela não vai fazer nada com você enquanto eu e sua mãe estivermos aqui para cuidar de você.

Mas na verdade eu vim aqui para te convidar para ir buscar a Luísa e a bebê dela na maternidade daqui a pouco.

Pedro disse.

- Eu tenho que esperar a Paola chegar. Estou com pena de deixar ele sozinho aqui com a enfermeira.

Henrique disse.

- Tem certeza?

Pedro perguntou.

- Tenho. Sabe? Em três anos essa é a primeira vez que eu tenho o prazer de ser pai. Só eu sei o quanto sonhei com isso.

Henrique disse.

- Tudo bem. Eu respeito. Mais tarde te levo lá para ver sua irmã. Até mais tarde.

Pedro se despediu.

- Até.

O filho respondeu e Pedro saiu de perto dele. A mãe de Paola havia acabado de ser enterrada:

- Por mais que me doa eu tenho que seguir frente. Já não tenho mais minha mãe aqui.

A moça disse a si mesma e foi para casa tomar um banho antes de voltar para o hospital. Ainda estava se arrumando quando o celular tocou:

- Ah, mas se for aquela enfermeira dizendo que o Henrique foi embora ele me paga e me paga caro.

Ela disse a si mesma e ao ver que se tratava do advogado de Douglas seu coração disparou:

- É o doutor Timóteo. O que será que aconteceu?

Ela se perguntou e atendeu a ligação.

- Bom dia, doutor.

Ela cumprimentou.

- Bom dia, dona Paola. Como vai?

O homem perguntou.

- Levando a medida do possível. Novidades?

- Sim senhora. O habeas corpus do Douglas foi concedido. Em uma semana está em liberdade.

O homem disse e Paola gritou:

- O senhor está falando sério?

- Seríssimo. Ele poderá aguardar o julgamento em liberdade.

O homem disse.

- Mas essa liberdade não anula a condenação que ele pode receber no dia da sentença?

Paola perguntou.

- Não senhora. É por isso que chamamos de liberdade provisória.

Timóteo explicou.

- Doutor, não há como o senhor argumentar com o juíz para que o Douglas não seja condenado?

A mãe de Caio perguntou.

Como assim? Especifique o que quer dizer com argumentação.

O homem pediu.

- Eu queria que de alguma forma o senhor colocasse a culpa da invasão e do assalto no Henrique. Quero que o Douglas saia como vítima na história e não como culpado.

Paola disse.

- Senhora, eu como advogado não posso lhe fazer alimentar falsas esperanças... O que está me pedindo é praticamente impossível... O Henrique é a vítima e isso é um fato. A vítima nunca tem culpa perante o juiz.

O advogado respondeu.

- Doutor Timóteo, o senhor não está entendendo:

O Douglas não pode ser condenado. Isso é um fato. Nós temos um filho para criar. Um filho que precisa do pai e da mãe perto dele.

Foi para isso que eu te contratei. Não tenho mais ninguém com quem contar. Eu preciso do meu namorado aqui... Nosso filho precisa dele. Condenação não é uma opção.

Paola disse.

- Eu lamento o sofrimento de vocês. Farei tudo o que estiver ao meu alcance para ajudá-los. Esse é o meu trabalho. Porém volto a ressaltar que o que a senhora me pediu será impossível de conseguir.

Timóteo disse.

- Faça o que tiver que fazer. É para isso que estou gastando o que tenho e o que não tenho... Para ver o homem da minha vida em liberdade. Junto comigo. Criando nosso filho. É uma criança, doutor. Só uma criança... Uma criança que como todas as outras precisa de um pai e merece ser feliz ao lado dele.

Paola disse.

- Ok. Como disse, eu vou fazer o que estiver ao meu alcance. Confie no processo. Era só isso. Temos que comemorar essa conquista. Pense pelo lado bom. Aguardar o julgamento em liberdade é um grande passo.

- O senhor tem toda razão. Passar bem.

Paola disse e a ligação foi interrompida.

- Pelo menos uma coisa boa aconteceu. Agora só falta o Henrique assumir o Caio e voltar a me bancar com tudo do bom e do melhor.

A mulher disse a si mesma e voltou para o hospital.

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