Capitulo 82
Pedro e Cecília não podiam aceitar no que achavam de ouvir da boca de Luísa:
- Você não pode estar falando sério.
Pedro disse.
- Eu estou, pai. Por mais que me doa muito, eu não tenho outra escolha se não recomeçar em outro lugar.
Só cabe a vocês dois respeitarem porque ela já está tomada.
A namorada de Otávio disse.
- Filha, pensa direito, esfria a cabeça. Está tudo muito recente. Deixa os dias passarem. Refresca a mente. Não tome essas decisões precipitadas.
Cecília disse.
- Não adianta tentar me manipular, mãe. Eu não estou pedindo autorização para vocês... Estou comunicando.
Eu vou embora. Não aguento mais ficar pensando e repensando em tudo que eu e o Otávio poderíamos estar vivendo e que não vivemos por causa daquele acidente.
Luísa disse.
- Agora tudo que acontecer de ruim entre nós três vai ser em razão da morte desse rapaz?
Pedro perguntou.
- Tudo começou a desandar a partir do dia em que você fez aquele ultimato para ele. Você tem noção de tudo que isso gerou?
- Tenho e por isso mesmo eu já disse e repito que se pudesse voltar no tempo jamais mandaria ele para aquela viagem.
O pai respondeu.
- Agora não adianta nada pensar em feitos e não feitos. O que me importa agora é que vocês respeitem a minha decisão, por mais que não concordem com ela.
Luísa disse.
- Tá bom, minha filha. Você já é adulta. Faça o que quiser.
Pedro disse por fim.
- Lu, e o seu resguardo? Não pode passar sozinha. Quer que contratemos alguém?
Cecília perguntou.
- Quero que a Carmem vá para a minha casa. Eu prefiro passar com alguém que já conheça e que eu tenha confiança.
Luísa disse.
- Tudo bem. Vou falar com ela.
A mãe respondeu.
- Qual o nome da bebê?
Pedro perguntou.
- Mariana.
- Espera aí, mas o nome pai do Otávio não é Mário?
Pedro perguntou.
- Sim. E daí?
A filha perguntou.
- Porque você está fazendo homenagem só para ele?
- Agora pronto. Até com o nome da minha filha você vai implicar?
Fala sério!
- Tá bom. Não tá mais aqui quem falou.
Uma enfermeira chegou na porta do quarto:
- O tempo de visitas permitido pelo obstetra terminou. Eu vou precisar que se retirem.
A moça disse.
- Tudo bem. Amanhã voltamos para te buscar caso receba alta.
Cecília disse.
- Tá bom.
Luísa respondeu.
- Tchau, filha. Fique bem.
Pedro se despediu e junto com a esposa saiu do quarto da maternidade.
- Oh, meu amor... Ajuda a mamãe. Ajuda a mamãe a seguir em frente.
Luísa pediu olhando para a filha.
Ao chegarem em casa Pedro e Cecília viram o carro de Ruth estacionado:
- Parece que minha mãe já chegou.
- Ainda bem que minhas malas já estão prontas.
Pedro disse.
- Calma, meu bem. Não é caso para tanto. Daqui um tempo as implicâncias dela vão cessar... Não tem condições dela te atazanar tanto a troco de nada.
Cecília disse.
- Eu não quero pagar para ver, Cecília. Situações piores do que a que ela armou naquele almoço podem vir a surgir e eu não quero pagar para ver.
Pedro disse e saiu de perto da esposa.
Ao chegar na sala de estar, ele não cumprimentou a sogra e se dirigiu a Carmem:
- Cadê o Henrique?
- No quarto desde que a... Essa senhora chegou.
A empregada respondeu.
- Ele não desceu em nenhum momento?
Pedro perguntou.
- Não senhor.
Carmem respondeu.
- Que estranho...
- Não sei o porquê estranha... Henrique não tem modos assim como você também não tem. A fruta realmente não cai longe do pé.
Pedro se virou para a sogra:
- Te perguntei alguma coisa?
- Não respondi uma pergunta. Foi uma opinião e até onde eu sei opinião não se pede, se dá.
- Oh céus... Eu só posso ter jogado pedra na cruz.
Pedro disse e subiu a escadaria que dava para os quartos da mansão.
- E você, serviçal? Vai ficar aí parada?
Ruth perguntou.
- O que a senhora deseja?
Carmem inquiruiu.
- Um café.
Ruth respondeu.
- Vou buscar.
Carmem disse e saiu de perto da mãe de Cecília, mas a mulher a chamou:
- O que mais a senhora deseja?
Carmem perguntou já impaciente.
- Minha querida, eu não quero o café que vocês passam sei lá que dia e em não sei em quais circunstâncias... Quero que passe um café agora para mim. Com filtro de papel, com quatro gotinhas de adoçante e de acompanhamento pode trazer uns biscoitos sem adição de açúcar ou de gorduras.
Ruth disse.
- Com todo o respeito, a senhora está sonhando? Todo esse trabalho por causa de um lanchinho?
Camem perguntou.
- Só faça o que mandei. Você não tem nada que ficar me questionando.
Ruth disse. Cecília chegou perto das duas:
- Ei, o que está acontecendo aqui?
A mãe de Luísa e Henrique perguntou.
- Essa sua empregada que não sabe qual o lugar dela.
Ruth disse.
- Não, dona Cecília. É essa senhora aí que não está sabendo qual é o lugar dela.... Mal chegou e já está achando que tem empregados partichmares. Pelo amor de Deus... Eu tenho mais coisas para fazer do que ficar servindo ela.
Não tenho que ficar andando para lá e para cá só servindo ela, a não ser que a senhora peça.
Cecília olhou para as duas:
- Serve Carmem. Pode servir ela. Não se preocupe com os outros serviços.
E você mãe, diga logo tudo o que quer porque aqui não temos empregados partichmares para cada um.
Cecília disse.
- Como foi a senhora que pediu eu vou servir. Com licença.
Carnem pediu e saiu de perto das duas.
- Essa casa realmente está de pernas para o ar, heim?
Meu Deus, eu tenho muito o que mudar nessa casa... A começar pela demissão dessa empregada petulante...
Cecília interrompeu a mãe:
- Me desculpe, mas você não está na sua casa... Aqui você não coloca ordem nenhuma.
A Carmem está com a gente há anos e não vai ser você que vai demitir ela e nem nenhum funcionário dessa casa.
Cecília disse.
- Claro, né, minha filha? O Pedro não deixa, né? Você só vive e faz o que ele permite. A sua submissão é ridícula, mas real.
A mulher disse com desprezo.
- Eu não vou levar em consideração o que você está falando... Dá licença.
A filha disse e saiu de perto da mãe. Enquanto isso, Pedro estava conversando com o filho:
- Eu vou passar um tempo em um hotel.
Pedro disse.
- Por que? Você e a mamãe brigaram de novo?
Henrique perguntou aborrecido.
- Não, filho. Eu e sua mãe não brigamos. É só até sua avó arrumar outra empregada.
Você sabe que eu e ela não nos damos nada bem.
- Mas então quem tem que ir embora é ela e não você. Essa casa é sua e não dela.
Henrique disse.
- Eu sei, mas de qualquer forma ela é a mãe da sua mãe. Não tem como fugir disso.
Pedro respondeu.
- Eu posso ir com você?
O filho perguntou.
- Não, filho. Eu sei que vai ser difícil para você ficar aqui com sua avó te atazando, mas você precisa muito da sua mãe e também não vai ser por muito tempo.
Pedro respondeu.
- E você vai comigo no hospital ver o Caio?
Henrique perguntou.
- Claro que sim. Não se preocupa, tá? As coisas vão se ajeitar.
Pedro prometeu ao filho, mas disse em pensamentos:
" - Assim espero."
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