Capítulo 67

Eduarda chegou com a irmã no hospital e pediu a recepcionista:

- Pelo amor de Deus, chame um médico para dar um calmante para a minha irmã.

- Sim senhora. Só um minuto.

A mulher pediu e logo mandou que um dos enfermeiros levassem Rita para um dos quartos da enfermaria do hospital.

Eduarda ligou para Mário que atendeu no terceiro toque:

- Alô!

O homem cumprimentou.

- Mário, eu preciso que você pegue o Estevão no colégio e venha para o hospital. Faz isso rápido.

Eduarda pediu.

- É muito nescessário? Eu estou no meio de um dia de trabalho...

Mário disse a cunhada que não esperou que concluísse sua fala:

- Mário, eu acho que você ainda não entendeu:

É urgente. Faz o que eu pedi pelo amor de Deus.

Eduarda pediu, desligou o celular e Mario ficou sem entender, mas fez o que a cunhada pediu, mas em sua mente havia uma duvida:

- O que ela quer comigo e com Estevão afinal de contas?

Ele se perguntou e buscou o filho no colégio:

- O que foi, pai? Por que veio me buscar?

- Não sei do que se trata, mas a sua tia estava com uma voz estranha. Estou preocupado.

Opai respondeu e junto com Estevão foi até o hospital:

- O que houve?

Mario perguntou a Eduarda.

- Cadê a minha mãe?

Dessa vez foi a vez de Estevão perguntar.

- A sua mãe está lá dentro tomando calmante.

A tia respondeu.

- Calmante por que? O que houve
afinal de contas? Eu já estou agoniado.

Mário disse.

- Sentem aqui, vocês dois.

Eduarda pediu.

- O Otávio sofreu um acidente grave na viagem.

A mulher contou com cuidado.

- Mas tá tudo bem com o meu filho, né? Ele está voltando para casa.

Mário deduziu.

- Não, Mário... Eu preciso que vocês sejam fortes... O Otávio faleceu. A Rita acabou passando mal quando soube disso.

Eduarda explicou.

- Eu... Eu não quero saber. Eu quero meu filho aqui agora. Agora!

Mário disse e começou a quebrar tudo o que via pela frente.

Alguns seguranças o conteram e o levaram para a enfermaria.

- Tia, por que isso tinha que acontecer? Me explica. Porque o Otávio tinha que morrer desse jeito?

Estevão perguntou chorando.

- Meu filho, tem coisas que nós na nossa fraqueza de humanos somos incapazws de compreender, mas para isso existe o tempo, ele sim é capaz de colocar as coisas no lugar e nos dar explicações para o que passamos, até mesmo as dores e os momentos incertos como o que estamos passando, mas olha, é melhor ter fé em Deus e acreditar que tudo vai dar certo. Confia em Deus.

- Tia, me desculpa se isso te ofender, mas me responde:

Cadê Deus?

Por que Ele deixou isso tudo acontecer com a gente?

Num dia a Nicole e no outro o Mathias?

Por que Deus permitiu que isso acontecesse com a nossa família? Será que uma morte já não é o suficiente?

O rapaz perguntou e Eduarda pegou em sua mão:

- Meu filho, deixa eu te dizer uma coisa:

Por mais difícil que seja não questione os desígnios de Deus...

Eu sei que está difícil ver uma luz no fim do túnel, mas tudo tem um porquê...

Perder a Nicole não foi nem está sendo nem um pouco fácil, mas pior ainda seria ver ela definhando dia após dia em cima de uma cama...

Ver o filho dela crescer presenciando ela chamar por Mathias ou mesmo presenciando o " pé de guerra" que ela vivia com o André... Foi melhor ela ter ido.

Eduarda disse.

Eu sei, mas não é a mesma coisa. Me desculpa, mas uma coisa não tem nada haver com a outra...

A Nicole estava doente. O Otávio não. Foi muito inesperado. Não consigo me confirmar.

Estevão disse.

- Filho, se apegue as boas lembranças do seu irmão e tudo de bom que ele fez para você.

A tia pediu.

- Mesmo que eu faça isso a dor nunca vai cessar.

O rapaz disse e a tia o abraçou.

Luísa foi até a casa dos pais para pegar algumas coisas que havia esquecido lá:

- Tomara que meu pai não esteja em casa...

Ela desejou e foi até seu antigo quarto. Ao chegar lá pegou algumas coisas. Cecília chegou atrás dela:

- Oi, filha. Que bom que você veio.

A mulher comemorou.

- Eu não vim para demorar. Só vim pegar umas roupas que se ficassem aqui iam ficar sem uso.

Luísa disse.

- Você não pretende mais voltar aqui?

A mulher perguntou.

- O mínimo possível, pelo menos por enquanto.

A filha de Cecília disse.

- Minha filha, eu sei que você está aborrecida e não tiro sua razão, mas infelizmente aconteceu essa tragédia porque tinha que acontecer...

A mãe da moça tentou explicar.

- Você sabe muito bem que isso poderia ter sido evitado.

- Mas, Minha filha...

Pedro chegou atrás da esposa:

- Eu não sei por que você perde seu tempo com essas explicações. Já dissemos mil vezes que não tivemos culpa do que aconteceu...

Quanto mais você tentar explicar, mais terrorismo emocional ela vai fazer com você... Acorda.

- Quem te chamou na conversa? Faz o de sempre:

Se esconde no seu escritório e se enterra em trabalho que você ganha muito mais.

Luísa disse. Na cozinha Carmen disse:

- Agora a 3ª guerra mundial está formanda.

- Você abaixa a bola. Lembre-se que você está debaixo do meu teto.

Pedro disse.

- Tá vendo por que eu queria ir embora rápido, mãe?

Para evitar essa situação.

- Calma, minha filha. Você não pode se estressar.

- Mais do que eu já me estressei?

Minha vontade é pegar minhas coisas e sumir do mapa.

A filha de Pedro e Cecília disse.

- Deixa eu te dizer uma coisa:

Todo mundo sabe que seu problema é comigo, então o que tiver que falar fale diretamente a mim. Não fique usando sua mãe para me atingir.

Pedro pediu a Luísa.

- Ok. Eu digo:

Como vou seguir a minha vida sem o Otávio?

A moça perguntou.

. Do mesmo jeito que seguia antes dele.

O marido de Cecília disse.

- Monstro! Asqueroso!

Luísa gritou.

- Esse mostro asqueroso aqui já fez muita coisa por você, minha filha. Já sofreu coisas que você não tem nem noção, mas ok. Espero que um dia possa compreender que eu não tive culpa do que aconteceu...

Pedro respondeu.

- Só me tira uma dúvida:

Você não vai se mexer para trazer o corpo do Otávio para cá para ter um velório minimamente digno?

Luísa perguntou.

- Filha, essa é outra questão que temos que tirar a limpo:

Infelizmente o corpo dele não foi encontrado.

Pedro disse.

- Isso quer dizer que ele pode estar vivo?

Luísa perguntou com um fio de esperança.

- O caminhão pegou fogo, minha filha. É muito provável que o corpo dele tenha carbonizado.

Pedro disse.

- Não... Não pode ser... Isso não pode ser verdade!

Nem um velório digno o pai do meu filho poderá ter.

Luísa disse apertando os lados da cabeça.

- Filha, calma.

Cecília pediu.

- Mãe, você já parou para pensar que você não tem opinião?

Parece mais um peixe boiando do que uma mulher... Por que não se opôs a essa ideia idiota?

Que inferno!

Agora me diga: como eu vou chegar para os pais do Otávio e dizer que o filho deles morreu?

A moça perguntou.

- Eu já disse isso a eles. Com isso você não precisa se preocupar.

Pedro disse.

- Com que direito você fez isso?

Luísa perguntou irritada.

- A mãe dele foi lá na empresa hoje querendo saber o porquê dele não dar uma única notícia e aí eu fui até lá e acabei contando.

Pedro disse.

- A dona Rita deve estar me odiando... Que vergonha! Como vou olhar para a cara deles agora?

- Eu não fiz com má intenção, filha. Só queria te poupar dessa situação.

O pai da moça disse.

- É impressionante, pai. Você está sempre bem internado.... Só que nos últimos tempos essas suas boas intenções andam custando muito caro e atraindo problemas demais...

A sua primeira boa intenção foi mandar o Henrique para outro país para aumentar seus lucros e no que deu?

Nun monte de problemas que quase resultaram na morte dele... Mas como sempre você foi bem intensionado, não é mesmo?

- Filha, eu...

A moça interrompeu o pai:

- E não foi só isso... Quando eu comecei a namorar Mathias você nunca se opôs e sabe por que?

Por que na sua cabeça ele era o homem perfeito...

Mathias era um homem tóxico, mas já tô vendo que você consegue ser bem pior do que ele...

- Cala a sua boca! Eu tô na minha casa e não sou obrigado a ficar ouvindo essas coisas... Tudo o que fiz foi para te proteger e é assim que você me paga?

Pedro perguntou.

- O que eu estou te dizendo não é nem a metade do que você merece ouvir.

Eu fiquei infeliz durante muito tempo só para agradar vocês dois e manter as aparências.

Quando encontro a pessoa que tenho certeza que acontece uma coisa dessas e a culpa é toda de vocês dois.

A moça disse e Pedro se impacientou:

- Faz um favor:

Pega seu caminho e vai embora. Não sou obrigado a ficar ouvindo essas coisas... Eu tô na minha casa.

A morte desse rapaz vai ser exclarecida e pode ter certeza que você se arrepender de me crucificar desse jeito.

Pedro disse.

- Assim espero, pai. Porque se eu souber que tem um único fio de cabelo seu envolvido na morte do Otávio ou mesmo que você tenha pagado alguém para fazer isso eu juro que nunca mais vou olhar na sua cara.

Luísa disse saindo de perto dos pais e indo embora.

- Pedro, eu...

Cecília começou.

- Me deixe sozinho.

O homem pediu.

- Desculpa, desculpa, mas eu não deixo não...

Estava tudo certo com aquele caminhão?

- Patrick disse que tinha feito a recisão e eu confiei... Aí deu no que deu...

- Isso tudo poderia ter sido evitado, Pedro. Você tem que aprender a pensar direito.

Cecília disse.

- Se eu sou assim, é graças ao seu digníssimo pai.

O marido da mulher respondeu.

- O que meu pai fez com você? Por que essa amargura toda?

A mulher perguntou.

- Eu tentei te poupar por muito tempo, mas agora acho que chegou a hora de você saber da verdade, mas são tantas coisas que eu vou dar uma resumida para você:

Sabe o tal emprego que ele alegava que eu tinha pedido na empresa dele?

Pois bem, eu nunca pedi emprego nenhum à ele.

Me deu cargas pesadíssimas de trabalho...

Milhões de vezes eu saí daquela empresa às três da manhã e tinha que estar de volta às sete.

Quando viu que eu não ia embora, pagou dois brutamontes para me darem uma coça, mas não foi qualquer sustinho não...

Eles quebraram meu braço, fizeram vários cortes no meu corpo e quando já estava quase desacordado queriam jogar água fervendo em cima de mim, mas não chegaram a fazer isso.

Só sei que acordei no hospital. A cara de vitória dele era evidente. Eu já estava disposto a sumir. Era um preço alto demais para pagar...

Depois ele veio me procurar para contar que você estava grávida e autorizar nosso casamento. Tá bom para você?

Seu pai não era e nem nunca foi nenhum santinho...

O que eu fiz foi dar um emprego para o Otávio e não uma tentativa de assalto como a que eu sofri.

Agora para e pensa se o que vocês estão fazendo comigo é justo.

O homem pediu e saiu de perto da mãe de Luísa e Henrique.

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O Instagram samira_rocha_books foi recuperado.🤩🤩💕

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