Capítulo 62
Otávio chegou em casa e viu que o pai estava com um olhar distante:
- Oi, pai. O que houve?
O rapaz perguntou.
- Ah, meu filho, é a Nicole... Não sai do quarto. Chama o tal Mathias o tempo todo.
Já me disse três vezes que ele vem ver o bebê mas não quer pegá-lo.
- Aí pai, meu corpo chega arrepiar. Ela já está vendo coisas.
Otávio disse.
- Vou conversar com a sua mãe e com a sua tia. Já está na hora de começar a cogitar internar Nicole em um hospital psiquiátrico antes que seja tarde demais.
Mário disse.
- Infelizmente essa parece ser a única opção.
Otávio lamentou.
Que pena vê-la nesse estado, mas se é para o bem dela precisamos fazer.
Otávio disse.
- Boa noite, filho.
Mário se despediu.
- Boa noite, pai.
O rapaz respondeu e saiu de perto do pai.
No dia seguinte ele já havia arrumado as malas e estava prestes a sair:
- Boa sorte, mano.
Estevão desejou.
- Obrigado.
- Boa sorte, meu filho. Vá com Deus.
Mário desejou.
- Amém, pai. E você, mãe? Que cara é essa?
O rapaz perguntou.
- Olha, meu filho, que fique bem claro:
Se eu souber que você quebrou uma unha que seja durante essa viagem eu juro que vou atrás do tal Pedro e faço um barraco do tamanho do mundo com ele.
Rita disse.
- Mãe, eu já disse que vai ficar tudo bem. É só um trabalho. Relaxa.
Otávio respondeu sorrindo.
- Ah, meu amor, é que tem coisas que você só vai entender quando tiver seus próprios filhos.
Mas se seu gênio for igual ao do seu pai você não precisa se preocupar. Para ele, a " água rolando para cima ou para baixo" não faz diferença nenhuma.
- Você tem que ficar relaxada, dona Rita. Eu prometo que se acontecer você vai ser a primeira a saber.
Otávio disse.
- Acho bom.
Rita respondeu.
- Cadê a Nicole e a tia Eduarda?
Otávio perguntou.
- A sua tia saiu cedo e a Nicole ainda está dormindo. Ficou delirando quase a noite toda.
A irmã de Eduarda disse.
- Que pena. Acho melhor não acorda-la. Vou indo. Ainda tenho que passar na casa da Luísa. Tchau, família.
O rapaz se despediu e saiu de perto de Mário, Rita e Estevão.
- Que Deus te proteja, meu filho.
A mãe do rapaz pediu em pensamentos. Na casa de Luísa, a moça pensava em um jeito de contar para a moça sobre a sua gravidez:
- Que aflição. Não consigo pensar em nada.... Melhor contar quando ele voltar de viagem.
Ela descidiu e ouviu um bater em sua porta:
- Deve ser ele.
Ela presumiu e foi atender a porta.
- Bom dia, meu amor.
Ele cumprimentou ela com um beijo:
- Bom dia, linda.
- Entra. Eu quero que você experimente uma coisa muito gostosa.
Luísa disse.
O que?
Otávio perguntou curioso.
- Ovo porcher.
A moça respondeu.
- Ovo? A essa hora da manhã?
O namorado perguntou confuso.
- Sim. Vai dizer que você nunca comeu...
- Não. Ovo é para o almoço e para a
" janta", mas também caí bem com um pãozinho de forma no meio da tarde.
O namorado disse.
- Vou buscar para você experimentar.
Luísa disse e saiu de perto do namorado voltando com os ovos:
- Aqui, Távio.
Ela estendeu o prato para ele.
- Que ovo diferente.
- É porquê é de pato.
A moça respondeu.
- Entendi.
Otávio respondeu e comeu um pedaço.
- O que achou?
Luísa perguntou.
- Sinceramente? Eu acho que vou vomitar.
O rapaz respondeu.
- Tá tão ruim assim?
A irmã de Henrique perguntou.
- É que o gosto tá muito esquisito. Tem certeza que não te venderam comida estragada?
O homem perguntou.
- Não, meu amor. Esse gosto é normal.
Luísa respondeu. O celular de Otávio tocou:
- É o seu pai.
- Não acredito que já está na hora.
Luísa reclamou e Otávio atendeu o celular:
- Alô... Já tô indo.
Ele disse e a ligação foi interrompida.
- Quer ir comigo até lá?
O namorado perguntou.
- Acho melhor não. Não vou gostar de ver você ir.
Luísa disse.
- São só alguns dias Lu. Não vai dar nem tempo de sentir falta de mim direito.
Otávio disse.
- Eu já estou com saudades.
Luísa disse com os olhos cheios de lágrimas.
- Eu também vou sentir muita falta de você, mas você pode me ligar quando quiser.
Otávio disse.
- Mas não vai ser a mesma coisa. Eu vou conversar com meu pai...
Essa vai ser a primeira e a última vez que você vai fazer essas viagens. Que exigência mais idiota.
Luísa disse.
- A gente vê isso quando eu chegar. E por favor, não brigue com seu pai, ele só faz Isso para te proteger.
O namorado justificou.
- Talvez, mas isso já está sufocante.
A moça reclamou.
- Vamos conversar com ele quando eu voltar, tá bom?
O namorado propôs.
- Tá bom, meu amor... Te amo, te amo, te amo. Obrigada por fazer esse esforço por mim.
A namorada agradeceu.
- Você não tem nada o que agradecer. O que estou fazendo é por nós dois e pode ter certeza que vai valer muito a pena.
Otávio disse e saiu de perto da namorada, mas foi até a porta novamente:
- Lu?
- Oi.
- Não esquece que eu te amo, tá?
Ele pediu e ela chorou.
- Te amo, meu amor. Te amo demais. Você não imagina o quanto.
A moça respondeu e ele saiu de perto dela a deixando a passar a mão na barriga:
- Mal posso esperar para o seu papai chegar e eu poder contar que logo você vai chegar e a gente vai formar uma família feliz.
Ela disse e sorriu ao imaginar como seria lindo formar uma família com o homem que mais amava.
Enquanto isso, Eduarda havia chegado no hotel onde ela e André haviam se hospedado ao chegar na cidade:
- Ele tem que estar aqui.
Ela disse a si mesma e foi até a recepção do hotel:
- Bom dia, senhora. Posso ajudar?
A recepcionista do lugar perguntou.
- Eu gostaria de saber se André Romantini está hospedado aqui.
A mulher disse.
- Me perdoe, senhora, mas eu não posso passar informações sobre hóspedes sem a autorização dos mesmos. Isso vai contra o regulamento do hotel.
A moça exclareceu.
- Por favor. É caso de vida ou morte. É sobre nossa filha. Ele tem que ficar a par do que está acontecendo com ela. Olhe para mim:
É uma mãe aflita que está pedindo.
Eduarda disse.
- A senhora possui o contato dele?
A moça perguntou.
- Possuo.
Eduarda respondeu e continuou:
Mas ele não vai me atender. Tenho plena certeza.
- Eu vou ligar para ele e explicar a situação. Aguarde um minuto, ok?
A mulher pediu e discou os números do interfone do quarto de André que atendeu irritado:
- Que eu saiba, deixei bem claro que não queria ser incomodado seja por qual motivo fosse. Eu falei grego por acaso?
O homem perguntou irritado.
- Eu sei, senhor e peço desculpas pelo inconveniente, porém há uma senhora aqui na recepção em desespero a sua procura. Ela alega ser um caso de vida ou morte envolvendo a filha de vocês.
O coração de André disparou e ele não esperou que a moça terminasse a fala e foi até a recepção o mais rápido que pode.
- Eduarda, o que houve com ela?
Ele perguntou se preucupando pela primeira vez com a filha.
- Vem, André. Pelo amor de Deus, vem logo.
A mulher pediu e junto com o pai de sua filha foi até a casa de Mário e Rita:
- Cadê ela?
Ele perguntou a Rita.
- No quarto.
A mulher respondeu e André foi até o quarto com Eduarda.
Nicole não falava, apenas sussurrava, estava pálida e fraca:
- Filha, eu tô aqui. Olha para mim, olha.
André pediu passando a mão na cabeça da moça.
- Pá.. Pai... O... Brigado por ter vindo. E... Eu queria muito te pedir perdão antes de morrer.
Nicole disse.
- Mas você não vai morrer. Você só está fraca, mas vamos cuidar de você.
André disse, mas percebendo a fraqueza da filha sabia que seu momento estava próximo.
- Mãe... O... Obrigado por ter ficado perto de mim messes últimos tempos e cuidado de mim como você nunca havia cuidado antes.
Pá... Pai... Quero que você saiba que... Eu sempre te amei, mas meu orgulho ocultou muito esse amor. Você me perdoa?
A modelo perguntou.
- Claro que perdoo.
André respondeu.
- Eu amo muito vocês. Cuidem do Andrezinho.
Ela pediu e fechou os olhos lentamente.
- Filha! Minha filha, fala comigo.
Mário e Rita foram até a porta do quarto e ao verem o desespero da mãe de Nicole já sabiam o que havia acontecido:
Ela não aguentou.
Rita disse e saiu de perto do marido com lágrimas nos olhos
- Vamos levar ela para o hospital.
Quer que eu a pegue?
Mário perguntou.
- Não, Mário. Deixa que eu levo. Deixa eu dar o meu último carinho para a minha filha....
André pediu e ao chegar no hospital a morte da moça foi confirmada.
Mário ligou para Estevão:
- Oi, pai.
O rapaz cumprimentou.
- Vem para o hospital,meu filho.
O marido de Rita pediu e ao ouvir isso, Estevão já imaginava que havia acontecido alguma coisa com Nicole:
- O que houve com a Nicole?
- Ela faleceu, meu filho.
O homem comunicou triste.
- Quê?!
- Ela descansou. Estava sofrendo demais
- Tô indo para aí.
O irmão de Otávio disse.
- Vou tentar falar com o Otávio, mas creio que não consiga vir.
A ligação foi interrompida.
Eduarda estava sentada em um banco e dizia em pensamentos:
Descansa em paz, minha filha. Que sua alma encontre a paz, a luz e a felicidade que você não encontrou em vida. Espero que um dia possa me perdoar.
Capítulo muito triste, né?😟🖤
Espero que estejam gostando. Instagram de obras autorasamirarocha e Sprint autorasamirarocha
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