Capítulo 46
O casal chegou a portaria da clínica onde um funcionário os atendeu de forma simpática:
- Bom dia! Posso ajudá-los?
Ele perguntou.
- Bom dia! Nós viemos ver o nosso filho, Henrique Furtado.
Pedro explicou.
- O nome de vocês?
O funcionário perguntou.
- Cecília Furtado e Pedro Furtado.
Dessa vez foi a mulher quem falou.
- Eu vou conversar com o diretor da clínica e ver se posso liberar a entrada de vocês.
Comunicou o funcionário e saiu de perto do casal.
- Você acha que eles vão permitir a nossa entrada?
Perguntou Pedro a esposa.
- Acho que sim. Se permitiram a entrada de Luísa com certeza não negarão a nossa.
Respondeu Cecília. Enquanto isso, o funcionário chegou na sala de Masxuel:
- Com licença.
O homem pediu.
- Entre.
O diretor permitiu.
- Tem um casal ali fora. Segundo eles, são os pais do Henrique. Como não sabemos ao certo, eu preferi vir falar com o senhor.
O funcionário explicou.
- Pais do Henrique?
Masxuel perguntou.
- Sim senhor.
O homem confirmou e o diretor ficou pensativo:
- Será que são mesmo ou foram mandados pela Paola?
Ele se perguntou e pediu ao outro homem:
- Traga eles aqui na minha sala.
O funcionário assentiu indo buscar Pedro e Cecília logo em seguida:
- O direitor pediu para vocês entrarem. Ele quer ter uma conversa com vocês.
O homem comunicou.
- E o Henrique? Ele deixou a gente ver o nosso filho?
Pedro perguntou ansioso.
- Entrem e conversem com ele. Se ele autorizar, vocês poderão o ver sim.
Respondeu o homem.
- Tudo bem.
O casal respondeu em uníssono e junto com o homem foram até a sala de Masxuel:
- Bom dia, doutor!
Pedro foi o primeiro a cumprimentar o diretor e Cecília logo em seguida:
- Bom dia, senhores. Sentem-se por favor. Quero ter uma conversa com vocês.
Masxuel comunicou e Cecília perguntou:
- Com todo respeito, doutor, essa conversa vai demorar muito? Eu estou muito ansiosa para rever o meu filho.
- Eu entendo, senhora. Também sou psicólogo e seu nervosismo e ansiedade são perceptiveis, mas, peço que tente se manter calma.
Foi que pedi para que tivéssemos essa conversa, porquê preciso prepará-los.
Começou Masxuel.
- Nos preparar para que?
O casal perguntou nervoso.
O diretor começou calmamente:
- O Henrique que vocês vão ver aqui hoje com certeza não é o mesmo Henrique de antes de todos esses acontecimentos infelizes....
- Explica de maneira mais clara, doutor.
Pedro pediu.
- Acredito que saibam que o filho de vocês sofreu uma tentativa de assassinato.
Presumiu o direitor.
- Sim, nós ficamos sabendo.
Respondeu o pai de Henrique.
- Em decorrência disso ele tomou um tiro... Um tiro na cabeça... Confesso que foi nos dito que as chances dele sobreviver eram nulas...
- Coitado do meu filho... Sempre foi uma pessoa tão boa ... Não merecia passar por uma coisa dessas.
Cecília se lamentava e lágrimas incontroláveis caíam de seus olhos.
- Calma, meu amor. O importante é que ele está vivo e a partir de agora poderemos cuidar dele, dar tudo o nosso carinho e amor.
Pedro consolou a esposa e pediu:
- Prossiga, doutor.
- O Henrique passou um bom tempo no hospital... Não sei precisar quanto, mas foi um bom tempo. Quando chegou aqui ele mal sabia falar e até hoje a voz dele não está normal.
Ele gagueja bastante, por vezes fala coisas que não conseguimos entender, mas não é nada que um bom fonoaudiólogo consiga resolver.
Masxuel explicou.
- Assim que o senhor liberar para buscarmos ele vamos correr atrás de todos os médicos que forem necessários para a reabilitação dele.
Disse Pedro.
- Só uma última recomendação:
Eu sei que é quase impossível o que vou pedir, mas hajam da forma mais natural possível ao vê-lo.
O casal concordou e logo Masxuel pediu para que o funcionário buscasse o filho de Pedro e Cecília.
Henrique estava no quarto:
- Oi, Henrique.
Ele cumprimentou.
- Oi!
O rapaz respondeu com um sorisso.
- Tenho uma coisa para te contar que acho que você vai gostar muito.
Os seus pais estão aqui.
O funcionário comunicou e um lindo sorisso surgiu no rosto do rapaz. Ele ficou eufórico:
- Me... Meu paa! Min... Minha mãe!
- Calma, Henrique. Fique calmo.
O homem pediu e levou Henrique até a sala de Masxuel:
- Filho!
Cecília chamou feliz.
- Mã... Mãe!
Ele sorriu.
- Meu filho... Meu amor.
A mulher chorou emocionada.
- Filho, em breve a gente vai te levar para casa e tudo vai contar a ser como sempre foi, mas, com a sua volta tudo será mais feliz.
Dessa vez foi Pedro quem falou.
- E... Eu vou p... Poder ir embora?
Ele perguntou.
- Sim e em breve.
Masxuel respondeu.
- Daí vou pagar um tratamento para você e logo tudo vai estar bem e sua vida vai voltar a ser normal.
Você vai voltar a estudar e trabalhar e ser um empresário de sucesso que sempre nos deu tanto orgulho.
Masxuel interfiriu na conversa:
- Senhor, eu entendo e respeito sua alegria em rever o seu filho... Sua ansiedade em ver a vida dele voltando ao normal, mas, com todo respeito e pelo bem do Henrique, tenha calma. A recuperação dele é um processo.
Acredite, quando ele foi trazido para cá também ficamos ansiosos para que o tratamento surtisse efeito logo e ele voltasse a falar normalmente, andar sem a ajuda de muletas, mas infelizmente não é tudo no nosso tempo... Tudo aconteceu de forma lenta e progressiva. Agora não é diferente. Pelo bem do seu filho, tenha paciência.
O médico pediu.
- Está bem, doutor. O senhor tem do toda razão.
Pedro concordou.
- Agora temos que conversar sobre a alta dele e de como vocês terão que prosseguir depois que ele sair daqui.
Masxuel disse.
- Nós sabemos e pode twr certeza que faremos de tudo para que ele fique bem.
Cecília disse.
- Logo você vai ficar bem, Henrique.
Disse Cecília.
- Fica.
O irmão de Luísa pediu.
- Não podemos, filho. Em breve vamos voltar e te buscar e cuidar de você.
Disse Cecília. Aquela despedida para os pais de Henrique, mas tiveram certeza que em breve o filho teria uma vida normal.
Enquanto isso, na casa de Pedro e Cecilia, Luísa descidiu:
- Melhor ir para casa. Não quero que meus pais cheguem e me vejam assim.
Ela disse a si mesma. Saiu do quarto e passou pelo corredor. Desceu as escadas, chegou na sala de estar e já estava próximo a porta quando Carmem veio até ela:
- Dona Luísa, não vai esperar seus pais chegarem?
- Não, Carmem. Eu estou um pouco enjoada. Acho melhor ir para casa.
Explicou a namorada de Otávio.
- Quer que eu prepare um chá para a senhora?
A empregada ofereceu.
- Não precisa. Obrigada. Eu vou para casa.
Respondeu a moça.
- Tudo bem.
A empregada concordou e Luísa saiu da casa dos pais. Carmem olhava para a moça e pensava:
- Que garota tonta! Não se cuidou e agora deve estar grávida daquele pé rapado. Agora pronto. Com certeza ele vai usar disso para tirar muito dinheiro dela, mas também, bem-feto. Muito bem-feito para largar de ser tapada.
A mulher disse a si mesma e foi terminar de cuidar de suas obrigações.
Luísa por outro lado pensava:
- O que será que está acontecendo comigo? Será que é só uma virose repentina?
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