Capítulo 39
Na clínica, Luísa disse a Henrique:
- Olha, a gente vai ter que ir, mas, eu prometo que vamos voltar o mais rápido possível e quando voltarmos vamos trazer o papai e a mamãe para te visitar.
Henrique ficou triste:
- Fi-Fica.
Ele pediu.
Essa frase cortou o coração de Luísa:
- Eu não posso, o papai e a mamãe nem sabem que eu e Otávio vivemos para cá.
Luísa viu as lágrimas no rosto do irmão, e sentiu as suas molharem seu rosto também:
- Olha, eu prometo que minha volta não vai demorar a acontecer.
Ela beijou o rosto de Henrique e logo depois de Otávio se despedir dele, o casal estava indo embora:
- Ainda não acredito que tudo isso aconteceu... Meu irmão, meu irmão está vivo! Eu mal posso esperar para contar para os meus pais... Consigo até imaginar como vai ser:
Eles vão chorar a bessa, depois vão me perguntar por que eu não contei nada, aí vão vir aqui e a gente vai embora junto, como uma família.
Luísa presumiu.
- Antes de tudo isso, eles vão brigar comigo por causa da invenção dos avós. Vão me chamar de irresponsável, vão dizer que eu poderia ter te colocado em risco... Eu já vi isso tudo nos filmes.
- Seja o que for que eles disserem, nada vai estragar a minha felicidade. Você foi capaz de realizar o meu maior sonho: rever o meu irmão.
- Ver o sorisso de Luísa, fez Otávio pensar: todo o meu esforço valeu a pena.
Enquanto isso, na no hospital, Pedro estava sozinho, Cecília havia ido a empresa para ver como andavam as coisas por lá, e ele pensava na conversa que tivera com Otávio:
- Será que foi certo ter autorizado o namoro de Luísa com aquele rapaz? Não conheço ele direito, é uma pessoa totalmente sem referência e que pode acabar fazendo mal à ela ou machucando seus sentimentos...
Ao pensar nisso, se lembrou de Augusto, o seu sogro, o homem que era odiado e temido por ele. Pedro se lembrou da conversa que tivera com Augusto e que fizera seu ódio por ele se aflorar ainda mais:
Flash back on:
Bom dia senhor Augusto!
O rapaz de vinte e três anos, mesmo depois de perder a mãe tentava manter o seu sorisso.
- Não tão bom, não é mesmo?
Augusto disse sem cerimônia.
- Do que o senhor está falando?
Pedro perguntou sem entender.
- Não se faça de sonso meu jovem, você sabe que entende muito bem do que estou falando.
Augusto disse com deboche.
- Não faço idéia do que seja.
Pedro começou a sorir por não entender do que se tratava.
- Não estou brincado. Sugiro que tire esse sorisso da cara imediatamente.
Pedro ficou envergonhado e Augusto continuou a falar:
- Eu nunca concordei com o seu namoro com minha filha, porquê, sei que hoemens da sua laia só querem saber de moças como ela por um motivo: o dinheiro...
Pedro o interompeu:
- O senhor está me ofendendo...
- Cale a boca. Eu ainda não terminei.
Augusto disse e o sangue de Pedro fervilhou nas veias.
- Cecília tem sua beleza, sua inocência, que até me deixa enraivecido as vezes, mas, agora tem algo mais: você fez de propósito! Ela está esperando um filho. Se fosse o filho de qualquer outro homem me seria aceito, porém, é seu filho, vai ter a sua raça e isso eu não aceito.
Neto meu não pode ter sangue podre como o de sua família!
Pedro se segurava para não acabar com o rosto daquele velho.
- Você tem duas escolhas: suma da vida de minha filha, ou faça ela abortar essa criança.
- Eu não vou fazer nem uma coisa e nem outra. E se essa criança tiver sangue podre, vai ser herdado do senhor.
- Como é que é?
Augusto se aproximou de Pedro.
- O que vai fazer? Vai me bater? O senhor já deu sua condição para eu e Cecília namorarmos, eu aceitei. Estou trabalhado pior do que burro de carga, e aí? Se eu espalhar para todo mundo que o senhor fez comigo? Você vai preso. Agressão é crime.
- Você ainda vai me pagar, e caro, pode ter certeza disso.
No dia em que Henrique nasceu, Augusto nem mesmo fez questão de ir visitar o neto.
Cecília a cada dia mais abatida com toda essa situação, desenvolveu depressão pós parto, e teve de ficar em tratamento por anos.
No dia em que Augusto morreu, Pedro nem mesmo conseguiu chegar perto do caixão.
Desde o dia em que fizera uma proposta absurda a ele, seu sogro passou a fazer parte da lista de seus maiores inimigos. Tudo o que disse a si mesmo no funeral foi:
" Você foi a pior pessoa que conheci na vida! Me ensinou muito, mas, me humilhou ao dobro! Não desejo a ninguém o que passei em suas mãos!"
Mas, seu amor por Cecília e a construção de sua família ao lado dela, foi suficiente para que todo o seu esforço valesse a pena.
Flash-back off:
- É seu Augusto, o senhor está de parabéns, me moldou a ponto de eu agir igual a você!
Pedro pensou alto e naquele restante de dia ficou pensando em como lutou pelo seu amor por Cecília, e agora Otávio fazia o mesmo:
- Se eu provei que meu amor por Cecília era real ao aceitar todas as condições que me foram impostas, Otávio também já provou que ama minha filha, mas, ele é esforçado, com certeza aprenderá muito comigo e dará a Luísa, uma vida como a que eu dou.
Na volta para casa, Otávio pensava em como seria trabalhar com Pedro. Como seria fazer viagens por todo país, algumas vezes, até mesmo internacionais. Viagens as quais faria com pessoas totalmente descinhecidas:
- Tomara que tudo isso dê certo. Tomara que eu consiga absorver tudo o que Pedro vai me ensinar. Ainda não consego acreditar que vou abandonar o meu sonho. Quando será que vou poder retornar com os meus objetivos?
Ele se perguntou. O restante da viagem foi bem tranquilo.
- Vou para minha casa, prometi para minha mãe que voltaria hoje.
Otávio comunicou quando Luísa o chamou para voltar para o apartamento dela.
- Eu entendo, meu amor. Você vai contar para os meus pais sobre o Henrique junto comigo?
- Não. Esse momento é só seu e dos seus pais. É melhor ser particular.
- Tudo bem, você quem sabe.
A namorada de Otávio concordou.
- Preciso ir.
Otávio comunicou.
- Tudo bem, bom descanso.
A moça desejou e despois de se despedir de Otávio estava indo ao quarto de Pedro.
- Foi tudo bem na sua visita aos avós do Otávio?
Cecília perguntou.
- Eles gostaram de você?
Dessa vez foi a vez do pai de Luísa perguntar.
- A verdade é que eu e Otávio mentimos para vocês.
Luísa confessou e os pais dela se entreolharam confusos:
- Por que? Que motivos teriam para isso?
Cecília perguntou.
- Eu tenho uma coisa para contar para vocês, uma coisa que vai os assustar agora, mas, que vocês irão gostar muito.
- Diga então...
Pedro pediu.
- Pai, mãe... O Henrique... Ele está vivo!
- O Henrique? O meu filho? O seu irmão? Isso não é possível. Como ele pode estar vivo e não ter dado um sinal de vida durante todos esses anos?
Cecília não podia acreditar no que ouvia.
- Ele está em uma clínica... Uma clínica psiquiátrica.
- Quê?! O que aconteceu?
Pedro perguntou.
- Tudo que eu sei é que ele foi levado para lá por uma mulher chamada Paola Timóteo.
Uma mulher que o causa tremores e desconforto.
Luísa explicou.
- Paola? Pedro perguntou.
- Sim pai, provavelmente é a mesma pessoa que te procurou para contar que teve um filho com ele.
- Não é possível! Como aquela mulher teve coragem de olhar nos meus olhos e perguntar:
" E a história do caixão fechado? Não é muito estranha?"
- Que cara de pau. A gente tem que ir até essa clínica e trazer Henrique para casa.
Pedro disse.
- Não importa nada disso. Agora o que importa é que Henrique está vivo.
Cecília disse.
- Pois, para mim importa é essa mulher eqtar atrás das grades se ela tiver alguma coisa com a tal da tentativa de assalto. Que agora acho que era um latrocínio.
- Não sabemos com quem estarmos lidando. Precisamos ter cuidado.
Cecília alertou. Luísa mostrou uma foto de Henrique para os pais:
- Ele ainda está com o mesmo sorisso de sempre.
Pedro reparou.
- Quando eu o vi, ele estava tão abatido, tão tristonho. Quase não entendia o que ele estava falando.
Cecília começou a chorar:
- Não acredito que meu filho está em una situação como essa e eu não pude fazer nada.
- Mãe, ninguém aqui tem culpa de nada que aconteceu com o Henrique.
- Agora temos que olhar para frente e cuidar dele.
- Finalmente temos coisas boas para contar: estou de alta. Nem acredito.
- Já era hora, né pai? Só espero que o senhor faça tudo que o médico pedir.
- O que você acha que ele pediu? Me mandou ficar " de molho".
- Repouso não é o fim do mundo e o senhor sabe que é necessário.
Pedro apenas assentiu, mas, naquele dia, nada tirava a alegria daquela familia, Henrique estava vivo! Nada nem ninguém poderia interferir para tirar a alegria deles.
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