O médico e Luísa foram até uma sala para que ela pudesse realizar a doação.

- Doutor? Ele pode morrer?

Ela perguntou.

- Infelizmente não posso dizer nada agora, primeiro temos que realizar a transfusão de sangue e ver como o organismo dele vai reagir.

- Ah entendo!

Luísa respondeu.

- Posso fazer uma pergunta?

O médico pediu.

- Claro doutor.

Luísa permitiu.

- Você é parente do Mathias?

Luísa suspirou e respondeu:

- Não doutor, eu sou
ex-namorada dele... Mas, por ironia do destino ou conhecidência, sei lá, ele agora namorava a prima do meu namorado... Mas já se separou dela, mesmo ela estando grávida e precisando dele.

- Ah compreendo.

O homem respondeu.

O tempo passou e o médico comunicou:

- Terminou dona Luísa. Agora eu vou realizar a transfusão e vamos ver como ele reagirá.

- Tudo bem!

Luísa concordou.

Depois de um tempo, Luísa se recuperou e foi até o quarto de seu pai:

- Cecília disse que você estava com o Otávio né?

Pedro perguntou e parecia bem melhor.

- Sim, e saiba o senhor que eu fiquei muito chateada quando Otávio me contou da proposta que você fez para ele...

Luísa olhou para o pai que continuou com a mesma fisionomia.

- Eu fiz uma proposta, cabe a ele aceitar ou não.

- Pai, você não pode controlar a vida dos outros assim, poxa, é só você confiar em mim e dar um voto de confiança para o Otávio. Eu garanto que você não vai se arrepender.

Pedro olhou para a filha e depois olhou para a porta para ter certeza de que Cecília não estava vindo para o quarto:

- Sabe por que eu faço isso? Por que eu sei o que Otávio está sentindo se ele aceitar...

Quando eu e a sua mãe começamos a namorar, seu avô me humilhou como se eu não tivesse sentimentos, e tudo por que? Por que eu era pobre e ele rico, disse que eu era um aproveitador, um sem moral, um cara que só queria status social... Eu tinha acabado de perder a minha mãe para um câncer e ele nem se quer se solidarizou com a minha dor, me disse que só aceitaria que eu namorasse Cecília se eu trabalhasse para ele... E eu aceitei na hora... Foi a pior e a melhor coisa que eu fiz, a melhor por que ele não se opôs contra o nosso relacionamento e a pior por que ele me sobrecareegava só para que eu não pudesse passar quase nenhum tempo com ela. Quando ela ficou grávida, ele faltou pouco me matar... Seu avô era uma pessoa tão podre, que me mandou convencer Cecilia a abortar a criança... O Henrique.

- Você deve ter sofrido muito com toda essa situação.

Luísa imaginou.

- Ninguém imagina o quanto. Quando ele morreu, Cecília ficou desnortiada e eu não sabia como dar forças para ela... Mas, foi com os ensinamentos dele que ergui nossa empresa, e é isso que quero para o Otávio, quero ensinar ele a ser uma pessoa reconhecida e poder te dar o mesmo padrão de vida que eu e sua mãe te damos.

- Pai, eu não ligo se Otávio continuar no supermercado, eu também vou começar a procurar um emprego. O que eu mais quero é que ele realize o sonho dele de ser um engenheiro.

Luísa explicou.

- Eu já impuz minha condição, agora está nas mãos dele, é pegar ou largar.

A moça suspirou e Pedro percebeu o curativo no braço da filha:

- O que que houve com você? Por que esse curativo?

- Eu doei sangue para uma pessoa...

Luísa não queria que Pedro soubesse que se tratava de Mathias.

- Para quem foi? Eu conheço?

- Sim, você conhece e conhece muito bem. Eu doei sangue para o...

- Para quem?

Pedro perguntou.

- Para o Mathias, ele reagiu a um assalto e foi esfaqueado...

Pedro não sabia o que dizer:

- O que você fez foi muito nobre, mesmo ele te humilhado como um covarde, você tentando salvar a vida dele.

- Pois é!

Luísa respondeu.

- Filha, será que você pode me fazer um favor?

Pedro pediu.

- Claro.

- Tenta procurar a
ex-namorada do seu irmão nas redes sociais, o nome dela é Paola Timóteo.

- Tá, mas, por que?

Luísa se viu curiosa.

- No dia em que eu sofri o acidente ela tinha ido a empresa, queria falar comigo ou com sua mãe, e quando ela veio falar comigo, disse que ema teve um filho com Henrique.

- Isso não deve ser verdade, se fosse, ele teria falado com você ou com minha mãe, logo que aconteceu.

A irmã de Henrique disse.

- Eu estou começando a acreditar, nem sabíamos dessa namorada.

- Vamos investigar isso.

Luísa disse.

O tempo passou e Luísa não tirava da cabeça o que Pedro havia lhe dito: será mesmo que o filho de Paola seria filho de Henrique?

Era o que ela mais se perguntava.

Pegou seu celular e pesquisou o nome da moça em uma rede social:

Apareceram várias pessoas com o mesmo nome... Ao ver uma foto de seu irmão sentiu o coração disparar: um post onde Paola dizia:

" Que bom que você está bem meu amor... Que susto você me deu... Não vou deixar mais nada e nem ninguém te fazer mal. Sei que aí aos cuidados da clínica você ficará bem e não se preocupe, eu prometo que não vou te abandonar."

- Ele está vivo.

Ela constatou com lágrimas nos olhos.

Otávio chegou perto dela:

- Como foi lá na transfusão?

- Tudo bem.

Luísa respondeu apreensiva.

- Eu preciso que você vá comigo nessa clínica.

Ele olhou no endereço:

- Essa clínica deve ser mais ou menos umas cinco horas daqui... Não dá para chegar lá e pegar a clínica aberta.

- E amanhã?

- Eu não sei se vou poder ir com você... Eu estou quase pedindo demissão...

- Ah, tudo bem, eu entendo...

Luísa ficou sem graça.

- Será que é seguro você ir sozinha?

Ele estava com receio.

- Não vejo nenhum problema. Quem poderia me fazer mal lá?

- Tá. Mas, e os seus pais? O que você vai falar com eles?

- Então, nessa parte eu vou precisar de você...

- Tá. O que eu tenho que fazer?

- Você só tem que confirmar o que eu dizer para os dois... Diga que eu e você fomos convidados para conhecer uma empresa de engenharia... O resto a gente inventa na hora...

- Você sabe que eles não vão acreditar né?

Otávio disse.

- É verdade... Iam sacar na hora que é mentira. Então o que a gente diz?

Luísa ficou sem saber o que fazer.

- Deixa comigo... Eu já sei como vamos enrolar os dois.

Disse Otávio e Luísa ficou sem saber o que ele faria.

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O próximo capítulo será narrado na clínica onde Henrique está enternado.

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