Capítulo 20

Iago voltou para a mansão, guardou o carro da família de Luísa e foi até a cozinha:

- E aí, dona Carmem? O que tem para comer? A senhora fez o bolo de chocolate que eu pedi?

O homem perguntou animado.

- Fiz, mas antes de você comer eu quero saber o que você foi fazer na rua, porque desde que você saiu a dona Cecília tá me parecendo tão desesperada.

Eu nem tive coragem de ir lá oferecer ajuda. Tô achando que a Luísa se matou e se isso aconteceu eu juro para você que não trabalho mais aqui...

Iago interrompeu a mulher:

- Dona Carmem, a senhora tá ficando doida?

Eu levei ela para o apartamento dela.

O homem disse.

- Ah, ah, então menos mal, mas é que ela já tentou, sabe?

Mas será que ela foi embora porque ficou sabendo que o Henrique morreu?

Carmem perguntou.

- Quem é Henrique?

O motorista perguntou.

- O filho mais velho do doutor Pedro e da dona Cecília. Dizem que quem contou foi o ex-namorado dela aquele dia que ela passou mal lá na farmácia.

Camem disse.

- Mas por quê será que esconderam? Não existe esconder esses negócios de morte. Aogra as coisas vão ficar difíceis entre eles.

Pedro chegou em casa e viu Iago guardando o carro:

- Você precisou sair?

Perguntou Pedro ao motorista.

- Precisei.

Respondeu Iago tentando fugir do assunto e não ter que contar nada sobre Luísa a seu patrão.

- Eu espero que seja por um bom motivo....

Disse Pedro meio recioso.

- Foi sim.

Respondeu Iago e Pedro saiu de perto dele, entrando em sua casa. Escutou sua empregada falando com Cecília:

- Toma Dona Cecília, esse chá vai fazer a sua enxaqueca melhorar.

- Eu não quero nada Carmem, eu só quero que tudo isso que aconteceu até agora não passe de um pesadelo, e eu acorde e tenha meu filho e minha filha perto de mim, sem Mathias, nem ninguém para atrapalhar nosso relacionamento.

Pedro entrou no quarto e Carmem apenas disse:

- Se precisarem de algo, é só chamar.

- Cadê a Luísa?

Perguntou Pedro com um sorisso no rosto.

- Ela foi embora Pedro.

Respondeu Cecília com lágrimas nos olhos.

- Que? Como assim?

Perguntou ele sem querer acreditar.

- Eu sabia que ela estava brava com a gente, mas, não imaginava que ela fosse tomar uma atitude dessas.

- Agora é tarde para se lamentar, nós sabíamos muito bem que isso poderia acontecer quando decidimos esconder a verdade dela, nós substimamos a capacidade dela de conseguir superar essa situação, uma situação que ela tinha o direito de estar à par.

Respondeu Pedro.

- Vou dar um tempo para ela, quem sabe amanhã ela já esteja melhor e queira até voltar para casa?

- Impossivel Pedro, nós vimos como ela ficou quando confirmamos a morte do Henrique, é melhor que aceitemos a verdade... Ela não volta mais para essa casa.

Pedro suspirou ao perceber que sua mulher tinha razão e por causa de uma mentira sem cabimento, Luísa poderia nunca mais os perdoar.

Algumas horas depois, Pedro voltou para a empresa.

- Boa tarde, Rebeca.

O homem cumprimentou.

- Boa tarde, doutor.

A mulher respondeu.

- Deixaram algum recado para mim?

O marido de Cecília perguntou.

- A recepcionista da filial dos Estados Unidos ligou e disse que o doutor Thiago Bernardes tem um assunto um pouco delicado para tratar com o senhor.

Rebeca disse.

- Não adiantou nada do que se trata?

Pedro perguntou.

- Não senhor.

A mulher respondeu.

- Está bem. Obrigado. Não posso atender ninguém a partir de agora, seja quem for. Vou resolver isso.

Pedro disse e a mulher assentiu.

Ao adentrar a sala da presidência, afrouxou um pouco a gravata se sentou na poltrona:

- Ah, meu Deus... tomara que não sejam mais problemas.

E desejou e o ramal da sala tocou:

- Doutor, o doutor Thiago acabou de ligar novamente. Posso transferir a ligação?

A mulher perguntou.

- Pode sim. Obrigado.

Pedro agradeceu e logo foi transferida a ligação:

- Olá, Doutor. Como vai?

O homem chamado Thiago perguntou.

- Não tão bem como eu gostaria, mas seguindo. E você?

O pai de Luísa e Henrique perguntou.

- Bom, eu estou ótimo, mas, confesso que liguei para tratar de um assunto bem delicado.

O homem disse.

- O que houve?

Pedro perguntou preocupado.

- Doutor, a gente vem passando por uma má fase.

Contratos cancelados, patrocinadores e parceiros encerrando parcerias e os rombos estão sendo muito maiores do que os lucros.

Essa semana mesmo tivemos um prejuízo que calculado por cima passa dos cem  mil reais.

Um dos motoristas se envolveu em um acidente.

Além de perder quase todas as mercadorias  e ter que lidar com os custos, também vai ter o conserto do veículo que não vai ficar nada barato e os custos hospitalares e medicamentos que por ventura ele vai precisar.

O homem disse.

- Como esse acidente aconteceu? O que houve? Explica isso direito.

Pedro pediu.

- Segundo ele, tinha acabado de pegar as mercadorias e estava indo para o depósito, mas acabou se destraíndo com uma ligação. Disse também que o freio agarrou e que não conseguiu parar o caminhão antes de bater em uma árvore.

Por sorte os danos não foram maiores.

O homem disse.

- Como assim o freio agarrou? Eu já pedi um milhão de vezes para não usarem esses caminhões que não tem revisão em dia?

Tem que desenhar para vocês entenderem?

Pedro perguntou irritado.

- Ele disse que ia fazer a revisão no dia seguinte e eu acabei deixando passar. Achei que não teria problema já que era só um dia.

Thiago disse.

- Achou errado. Teve problema, não é mesmo?

E se esse homem morre ou causa uma morte?

Em cima de quem ia cair a culpa e as despesas? De mim e da minha esposa, não é mesmo?

Da próxima vez, eu não quero nada de achismo não. Quero que faça o que eu mandar e pronto. É para isso que vocês recebem...

Para me auxiliar e não para me trazer mais problemas do que eu já tenho.

Pedro disse.

- Eu sei que errei, doutor, mas é que estava tentando pegar mais leve com esses motoristas...

Eles reclamaram que o Henrique pagava muito no pé deles com essa questão e isso os deixava muito cansados. Pensei que não precisava disso tudo.

Thiago justificou.

- Achou errado. Mais um achismo. E tem mais:

Se meu filho fazia isso era porque tinha necessidade. Nele eu confiava de olhos fechados e comecei a pegar confiança em você também mas depois desse episódio estou com o pé atrás, sinceramente.

O pai de Henrique e Luísa disse.

- Eu sei que foi um erro gravíssimo, mas eu dou minha palavra que isso nunca mais vai acontecer. Todos os veículos serão revisados duas vezes para que não fique dúvidas.

O homem disse.

- Acho bom e que fique claro que mais um único deslize dessa proporção vai gerar a sua demissão e eu não vou pensar duas vezes antes de tomar essa atitude.

Pedro disse.

- Claro. Pode ter certeza que vou aproveitar essa nova chance, você não vai se arrepender de me dar ela.

O homem disse.

- Espero realmente que não.

Pedro disse.

- Bom, era só isso. Tenho que resolver o restante dos custos hospitalares do motorista.

O homem disse.

- Ótimo. Não deixe que não falte nada.

Pedro pediu.

- Pode deixar. Aogra eu tenho que ir para uma reunião, mas pode deixar que qualquer problema ou algo importante o senhor será o primeiro a saber.

O homem disse.

- Ótimo. Até mais.

Pedro se despediu.

- Até.

Thiago respondeu e a ligação foi interrompida.

- Ah, agora só para completar essa pilha de problemas e já não posso confiar nesse administrador... Ah, meu filho... Como você faz falta.

Ele lamentou.

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