Capítulo 19
Luísa terminou de arrumar suas coisas e ao chegar na porta do quarto olhou para trás e desabou em lágrimas:
A parir dali uma parte da sua história ficaria para trás... - ou toda a sua história vivida até aquele momento - mas apesar disso sua decisão já estava tomada...
Ela tinha de dar rumo a sua vida e infelizmente isso só aconteceria longe de seus pais, aprendendo a " andar com as próprias pernas" respirando novos ares, longe das facilidades que Pedro e Cecília a proporcionaram a vida toda.
Ela fechou a porta do quarto e foi pelo corredor até a escadaria.
Cecília ao ouvir o barulho das rodinhas das maoas no corredor foi até a filha:
- Luísa, minha filha, pelo amor de Deus... Pelo amor que você tem por mim e pelo seu pai não faz uma coisa dessas.
Não me deixa aqui. Agora a gente pode se apoiar uma na outra para superar a falta que seu irmão nos faz.
Se você que é irmã está sofrendo imagina eu que sou a mãe...
Eu que gerei, vi nascer e crescer... Nenhuma mãe merece passar pela terrível experiência de enterrar um filho e eu passei por isso.
Cecília disse segurando o choro.
- Olha, mãe, eu não tenho remorso de você e do meu pai, mas eu preciso desse tempo para colocar a minha cabeça no lugar... É demais para absorver.
Eu tenho esse direito. Fica bem..
Luísa pediu, deu um beijo na cabeça da mãe e saiu de perto dela. Ao pasar pela sala de estar viu um quadro com a foto do pai fez carinho, as lágrimas escorreram pelo porta-retratos:
- Te amo, paizinho. Desculpa, mas agora a minha vida é outra. Mais do que viver a minha vida eu tenho que deixar de ser a vida de vocês...
Preciso de um tempo só para mim, longe de vocês e de tudo o que antes me cercava.
Ela disse e saiu da mansão sem saber se algum dia voltaria a morar ali.
Ela chegou perto do motorista de sua família:
- Você pode me levar para o meu apartamento?
- Claro. É para já.
Respondeu O rapaz.
- Coloque essas malas no porta-malas por favor.
Pediu Luísa e Iago estranhou o fato da moça levar todas aquelas malas para um lugar que ela mal frequentava, mas, se tratava de sua patroa e não cabia a ele ficar indagando as atiitudes da mulher, então fez o que ela pediu.
Luísa entrou no carro e sem pensar duas vezes, saiu daquela casa com uma enorme sensação de que dali para frente estaria liberta das mentiras de seus pais.
Dentro da mansão, Cecília ouviu o carro sair e se desesperou:
- Não, minha filha... Pelo amor de Deus, não.
Carmem ouviu o choro alto da mulher e perguntou a si mesma:
- Meu Jesus, será que a Luísa se matou?
Ah pronto, agora minhas pernas estão tão bambas que eu nem consigo subir as escadas para ajudar dona Cecília...
Ela que vai ter que vir aqui.
Gente, gente.... Será que a menina deu um basta na vida mesmo?
Não é possível que tenha feito isso e se fez, misericórdia, é agora que doutor Pedro fica doido de vez.
Coragem, Carmem, coragem você tem que ir lá e levar uma água com açúcar para a mulher...
Ela dizia a si mesma.
Já na rua, mas com a casa de seus pais ainda em seu campo de visão, Luísa olhou uma última vez para o lugar onde nasceu e cresceu pensou consigo mesma:
- Me dói muito deixar tudo o que vivi para trás de uma forma tão repentina, mas eu preciso disso...
Esse tempo será só meu e ninguém vai me impedir de ter ele, mesmo que infelizmente isso custe o sofrimento dos meus pais por alguns dias...
Por mais que doa - que doa muito mais do que eu possa imaginar agora - isso vai fazer bem para todos nós...
Esfriar a cabeça, digerir nossas atitudes, tudo o que aconteceu nos últimos tempos no fim vai ser benéfico para todos nós.
Luísa disse a si mesma. Seu rosto estava manchado de lágrimas de tanto que chorou, seu coração estava dilacerado, seus pensamentos estavam uma bagunça, mas ela precisava ser forte.
Precisava se manter forte - ou pelo menos parecer forte - aos olhos das outras pessoas.
No carro, Iago preatava extrema atenção no trâsito, mas, em sua cabeça havia uma duvida:
- Por que será que Dona Luísa vai para o apartamento da cidade? Ela nunca gostou de ir para lá.
Mas ele sabia se por em seu lugar, e então ficou queto e continuou a prestar atenção no transito.
O caminho foi longo para a filha de Pedro e Cecília... Era como se estivesse indo para um lugar estranho com uma pessoa estranha... Ela não sabia o que pensar.
A moça nem percebeu quando o nortista entrou no condomínio e estacionou:
- Como vai ser?
Ela se Perguntou.
Iago a tirou de seus pensamentos:
- Dona Luísa...
Ele chamou.
- Oi, Iago, me desculpa, eu estava pensando um pouco. Ando meio destraida.
A justificou e o homem sorriu:
Eu entendo. Perguntei se a senhora quer que a ajude com as malas...
O homem disse.
- Não precisa, Iago, muito obrigado.
Agradeceu Luísa.
- Aqui tem elevador, eu posso subir com elas sem nenhum problema.
- A senhora que sabe!
Concordou o homem.
- Obrigada por ter me trago aqui. Pode ir, talvez meus pais precisem de você lá em casa...
Digo: na casa deles.
A moça se corrigiu e dispensou o motorista.
- Não tem nada o que agradecer, dona Luísa. Eu só fiz o meu serviço. Trabalho para vocês.
O homem disse.
- Se quiser ou precisar de algo, é só me ligar e eu venho até aqui.
Ele se dispôs.
- Eu agradeço muito sua disponibilidade, mas, não precisa, você trabalha para os meus pais, e não mais para mim, se precisar de algo, eu te pago separado do seu salário, mas eu acho melhor que você não venha aqui para que eu não tenha que ficar dando explicações para os meus pais ou mesmo meu pai fique te interrogando.
- Tudo bem!
Disse ele e por fim se despediu da filha de Pedro e Cecília.
- Espero que tudo de certo aqui.
Desejou o homem.
- Eu tanbém!
- Tchau!
Se despediu Iago.
- Tchau!
Respondeu Luísa.
Vendo o motorista sair da entrada do prédio.
- Eu espero que nem Papai e nem Mamaãe venham atrás de mim e olhou para o condomínio enorme e chique a sua frente:
- Depois de quase três anos vou habitar o apartamento que minha mãe me deu de presente e por ironia do destino a contra-gosto dela.
Mas para lá eu não volto. Naquele mar de mentiras eu não vou me afogar.
Se não aceejftsm na minha capacidade de compreender e de viver a vida como ela realmente é eu não posso fazer nada a não ser provar isso sozinha. Só eu e Deus. Ninguém mais.
Pensou Luísa e foi para a entrada do prédio.
Pedro passava ali de carro no momento, e viu o motorista de sua casa sair daquele prédio, o que lhe despertou curiosidade:
- O que Iago faz aqui? Que estranho.
O marido pensou em no prédio e visitar o apartamento, mas, acabou não indo e seguiu para sua casa.
Gostou do capítulo? Não se esqueça de comentar e deixar seus votos.
Obrigada por ler até aqui.💫❤️✨
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top