Capítulo 01

Um garoto novo chegou na turma da faculdade de Luísa, visivelmente envergonhado, ele preferiu ficar retido em sua carteira e, não se enturmar com ninguém.

- Até que está valendo a pena fazer a faculdade que eu não queria, parece que daqui vão sair uns engenheiros bem gatos...

Comentou uma garota que sentava à frente de Otávio.
Ele apenas olhou de "canto de olho" e não disse nada.

- Bom dia, classe!

Cumprimentou Olívia, a orientadora.

Um coro respondeu:

- Bom dia!

- Hoje vamos assistir a uma palestra com Juliana Guerra, uma das maiores engenheiras do estado, então aproveitem bem para tirar todas as dúvidas que vocês tem ou possam vir a ter no decorrer da palestra. Esse evento tomará grande parte de nossa aula, mais será muito proveitoso, então valerá muito a pena assistí-lo.

Disse ela sem tentar se conter. A turma se animou toda, e eufóricos os estudantes comentavam as perguntas que fariam a Juliana. Otávio por outro lado permanecia queto, sem a mínima animação.

- Olha, eu sei que ninguém te cumprimentou, mas, seja
bem-vindo.

Disse Luísa sorridente.

- Obrigado!

Respondeu ele.

- Mas, só para constar, eu particularmente detesto apresentações e você não sabe o quanto agradeci aos céus por não ter sido apresentado.

Luísa deu um sorriso tímido e voltou para seu lugar.

- Vamos para o auditório, Juliana já está nos esperando.

Comunicou a orientadora. A turma saiu apresada em direção ao auditório da faculdade. Vendo Juliana no palco todos se animam e a sala é preenchida com um coro de palmas:

- Obrigada!

Agradeceu ela feliz com a saudação.

- Soube que daria uma palestra para estudantes de engenharia, mas, confeso que se não soubesse, diria que são engenheiros formados,
por que, convenhámos, vocês já tem cara de empreendedores.

A turma se entre-olhou e todos soriram esperançosos, pois, receber uma afirmação dessa de uma mulher como Juliana, era como receber um prêmio. A mulher continuou sua fala:

- Estou falando sério, tenho certeza que daqui sairão grandes profissionais.

Afirmou ela.

- É uma horra tê-la conosco, Juliana.

Disse a diretora da faculdade.

- A honrra é toda minha.

Respondeu Juliana se sentindo lizongeada.

- Então vamos dar ínicio a
palestra?

Propôs ela.

- Claro!

Responderam os alunos.

- Nossa palestra vai ser sobre como liderar obras grandes, como edifícios, prédios, etc...

Uma imagem de um prédio apareceu no telão:

- Esse prédio teve o projeto mantido pelo engenheiro Greg Montim, ele era um dos maiores engenheiros do mundo na década de 90, hoje ele é aposentado, mas, mesmo assim, ainda é muito reconhecido, então para a construção da carreira de cada um de vocês é importante conhecer a história de pessoas como ele...

A história de Greg Montim, interesou muito aquela turma, e todos se inspiraram. Otávio pela primeira vez mostrou um sorisso, um sorisso encantador, parecia um sorisso inocente, de uma pessoa simples, sem muitas ambições, e Luísa se viu atraida por ele. Aquela palestra passou, antes de dispensar os alunos Olívia lhes deu um trabalho para que, pudessem expresar o que haviam aprendido com a palestra de Juliana:

- Serão duplas, formadas por sorteio, para que não haja nenhum tipo de valorização exessiva para uns e desvalorização para outros.

- Então...

Disse ela tirando um papel de dentro de uma caixinha que já costumava utilizar para fazer os sorteios entre seus alunos para a excusão dos trabalhos:

dupla: Ester e Tárcisio;
dupla: Patrick e Fernanda;
dupla: Érica e Paola;
dupla: Josiane e Magno;
dupla: Luísa e Otávio;
dupla: Celina e Bruno;
dupla: Joana e Alberto.

- Juntem-se com suas duplas e comecem a definir como será a construção do trabalho, caprichem bastante, pois, valerá um quarto da nota deste períudo.

Comunicou a mulher e deixou que seus alunos pudessem trabalhar:

- E então o que vamos
fazer?

Perguntou Otávio com dúvida.

- O que você prefere: uma maquete ou um slide?

- Bom.

começou ela.

- Uma maquete é material concerto, e pode ser mais últil e chamar mais a atenção das pessoas. O que você acha?

- É uma ótima idéia!

Respondeu ele.

- Você tem certeza?

Perguntou ela achando que ele só havia dito aquilo para agradá-la.

-Tenho sim.

Respondeu ele.

- Acho que teremos de nos encontrar para terminar o trabalho a tempo.

Disse ela.

- Eu também acho.

Respondeu ele.

- Então? Quer ir na minha casa? Ou quer que seja na
sua?

Perguntou ela.

- Se não se importar, pode ser na sua, por que, eu percebi que você tem muito boa situação financeira e minha casa é um tanto quanto simples...

Respondeu ele envergonhado.

- Você que sabe!

Disse ela.

- Mas, se problema for só esse da casa simples, não se preucupe, posso até ser rica, mas, não sou uma metida sem escrupulos, eu sei como tratar as pessoas, e não costumo tratar as ninguém de acordo com a classe social, acredite, Eu já fui tratada assim, e sei o quanto isso é horrível.

Confessou Luísa tristemente se lembrando de Mathias.

- Do que está falando?

Perguntou Otávio sem
entendê-la muito bem.

- Não é nada, deixa para lá.

Luísa tratou logo de dizer.

- Como você quiser.

Concordou Otávio.

- Sei que não nos conhecemos, mas, pode desabafar comigo quando quiser.

- Obrigada!

Agradeceu Luísa sorindo.

- Em casa, eu não tenho ninguém para desabafar, meu melhor amigo era o meu irmão, ele foi embora para trabalhar nos Estados Unidos, e mantemos contato via
e-mail, mas, não é a mesma coisa de conversamos pessoalmente. Eu sinto muita falta dele.

- Sabe?

Começou Otávio.

- Eu e meu irmão não somos tão chegados assim, como você e seu irmão, mas, até que nos damos bem, nós não tivemos uma infância normal, éramos levados para a casa de nossos tios e avós quase sempre enquanto nossos pais trabalhavam, quando chegavámos em casa, eles não tinham tempo de nos perguntar como foi o nosso dia, e iamos do chuveiro para a mesa e da mesa para a cama, depois no dia seguinte a rotina se repetia, de novo, de novo e de novo, e assim eu nem vi a minha infância passar direito, é porisso que descidi correr atrás de um futuro melhor, assim, se um dia costiruir uma família com filhos e esposa, darei para eles uma infância melhor do que a minha, tentarei ao máximo ser um pai e marido presente, mesmo assim, tentarei conseguir um futuro melhor ao lado de quem o destino quer que eu ame.

Otávio terminou sua fala e Luísa estava paralisada com tamanha coragem e vontade de ser alguém na vida. Ele era Justamente o oposto de seu antigo namorado, Mathias, um homem rude, ambicioso, possesivo e golpista...

Ela se lembrou da última conversa que tivera com o antigo namorado, conversa essa que foi cheia de juras de amor e falsas promessas:

Flashback on:

- Eu não queria ir, eu juro para você que não, meu amor, mas, meus pais precisam muito de mim. Eu prometo que voltarei, voltarei para me casar com você e para vivermos nosso amor do jeito que sempre sonhamos.

Mathias prometeu falsamente.

- Eu sei que não queria ir, eu também não, mas, é necessário, e é pelos seus pais.

O confortava Luísa.

Pedro, o pai de Luísa interferiu na conversa dos dois:

- Mathias, eu abrirei uma conta em seu nome, e lá colocarei tudo o que precisar para resolver as questões financeiras de seus pais, assim que uma boa contia lhe avisarei.

O namorado de Luísa se fez de inocente, como se não pudesse aceitar o dinheiro:

- Doutor Pedro, eu agradeço muito sua generosidade, mas, não posso aceitar, pode lhe parecer que sou um preguiçoso, e que se não posso ajudar meus pais, futuramente não poderei dar uma boa vida a Luísa, como a que ela tem aqui.

- Deixe disso garoto.

Pedro se apressou a dizer sorindo.

- Você agora é parte da família e é minha obrigação ajudá-lo.

- Mas...

Mathias começou a falar, mas, Pedro o interrompeu:

- Sem mais, ou meio mais, a conta será aberta ainda essa semana, e começará a render imediatamente, já está decidido.

- Já que você insiste, eu aceito.

Respondeu o namorado de Luísa sorindo.

- Quando será a viagem?

Perguntou Luísa aborecida.

- Em quinze dias no maximo.

Respondeu o garoto.

- Eu não quero perder tempo, meus pais precisam de minha ajuda e eu tenho que horrar tudo o que fizeram por mim, e nada mais sensato do que ajudá-los a se reerguerem quando mais precisam.

- Você é um garoto exemplar.

Comentou Cecília, a mãe de Luísa.

- Fico lizongeado com esse comentario, Dona Cecília.

Ele soriu para sua sogra.

Ceciília continuou a falar:

- Quando vejo você, me lembro muito do...

Ela parou de falar quando Pedro a olhou com um olhar perfurante.

- Se lembra de quem?

Perguntou Mathias sorindo sem entender por que ela parara de falar.

- Ninguém não, na verdade, é só uma colocação equivocada de minha parte.

Cecília respondeu sem graça.

- Tenho certeza de que você ia falar do Henrique, não ia?

Perguntou Luísa se dirigindo a sua mãe, e Mathias ficou curioso com o rumo que aquela conversa tomara:

- Henrique? Quem é Henrique?

Perguntou ele curioso.

- Meu irmão!

Luísa respondeu com os olhos marejados de lágrimas.

- Eu e Henrique não temos nenhum contato a não ser por redes sociais, a três anos, e eu sinto muita falta dele, nossas conversas, meus desabafos, o apoio dele, tudo me faz falta.

- Ah!

Começou Mathias.

- Mas isso é fácil de se resolver: quando você quiser, a gente faz uma viagem para visitar seu irmão.

Luísa ficou extremamente animada e se dirigiu aos pais:

- O que vocês acham?

- Acho que uma viagem agora não seria uma boa idéia, Filha.

Começou Pedro.

- Você acabou de começar um novo períudo na faculdade, é melhor deixar essa viagem para daqui mais um tempo, está bem?

Luísa ficou sem graça, mas, concordou:

- Está bem, Pai, você quem sabe, mas, eu queria muito ver o meu irmão, você não imagina o quanto.

Pedro não disse nada e a conversa acabou ali.

Na hora de Mathias ir embora, ele e Luísa tiveram um último momento a sós:

- Você precisa ir mesmo?

Perguntou ela triste.

- Não pode adiar essa viagem?

- Infelizmente não, meu amor!

Respondeu ele fingindo uma tristeza na voz.

- Eu não queria a fazer sofrer, como estou fazendo agora, você sabe disso né?

- Eu sei.

Confirmou ela.

- Pode ir tranquilo, eu sei que tudo o que você está fazendo é por uma boa causa, é para ajudar seus pais, isso é nobre, me faz ter mais e mais orgulho de você.

Eles se beijaram. E ele prometeu em seu ouvido:

- Assim que eu voltar você terá uma grande surpresa...

Luísa ficou muito curiosa e perguntou:

- O que?

- Se eu contar deixa de ser uma surpresa...

Mathias soriu no ouvido dela.

Eles se beijaram novamente, e ele se despediu da moça:

- Fique bem, meu amor, eu prometo que vou te mandar mensagem todo dia para saber como você está, e se precisar de mim aqui, é só falar que eu dou um jeito de vir te ver.

- Está bem!

Concordou ela sorindo com lágrimas escorendo por seu rosto sem controle.

- Eu não quero que fique mal comigo, nem que sofra por causa de mim. Você promete que ficará ou pelo menos tentará ficar bem?

- Eu...

Começou ela.

- Eu ficarei bem.

- Eu preciso ir realmente
agora.

Disse ele, e jogou um beijo para ela, a deixando a chorar. Pedro viu que Mathias se afastara de Luísa e aproveitou para chamá-lo:

- Sim, Seu Pedro, posso
ajudá-lo?

- Eu lhe chamei aqui, por que quero te entregar um agrado...

Pedro entregou um cartão de crédito no nome de seu genro.

- Doutor Pedro, eu fico muito agradecido por me dar todo esse apoio financeiro, mas, a conta que abrirá em meu nome, já está de bom tamanho, eu não posso deixar que tenha uma despesa a mais por minha causa.

- Eu já lhe disse lá dentro que você agora é parte da família, é minha obrigação ajudá-lo, então, aceite, está bem?

Perguntou Pedro sorrindo.

- Está bem!

Respondeu Mathias fingindo estar vencido, mas, por dentro, estava louco para pegar aquele cartão e colocá-lo no bolso. Ele pegou o cartão.

- Eu preciso ir Pedro, estou muito atrasado.

Disse ele tentando fugir do pai de Luísa, antes que o sogro começasse a fazer perguntas.

- Nossa!

Exclamou o homem.

- Se acalme. Parece até que não quer conversar comigo, fugindo desse jeito.

Riu Pedro.

- Ah doutor Pedro, não é nada disso, é só que estou muito ansioso para essa viagem.

Mentiu o garoto.

- Eu sei como é.

Garantiu o sogro.

- Mas não se preucupe, tenho certeza de que dará tudo certo, e logo-logo esse dinheiro renderá muitas alegrias para seus pais.

- Posso te pedir uma coisa?

Perguntou Pedro.

- Claro.

Permintiu Mathias.

- Eu lhe peço, que não comete nada com Luísa a respeito dessa viagem que ela propôs no jantar está bem?

Perguntou Pedro e Mathias ficou confuso:

- Está bem, mas por que?

- Bom...

Começou Pedro entristessido.

- Meu filho morreu em uma tentativa de asalto a algum tempo e eu e Cecílía não tivemos coragem de contar nada a Luísa, ela amava muito o irmão, e além disso, ela teve depresão ainda adolescente, e tentou se suicidar várias vezes.

- Eu prometo não tocar mais no assunto, seu Pedro.

- Ótimo!

Exlamou Pedro.

- Pode ir.

Liberou o sogro apertando a mão de Mathias.

- Eu espero poder voltar em breve.

Disse o até então, namorado de Luísa. Ele saiu de perto de pedro.

A partir daquele dia, começou a pedir mais e mais dinheiro para os sogros, dizendo que o dinheiro da conta que Pedro abrira em seu nome, estava se esgotando e não estava dando nada certo em relação a situação financeira de seus pais, e foi assim durante meses e mais meses, até que Mathias fez uma última ligação para Luísa:

- Oi, meu amor!

Cumprimentou Luísa, muito alegre com a ligação de seu tão amado namorado.

- Oi!

Respondeu ele secamente.

- O que está acontecendo?

Perguntou Luísa estranhando aquela fala tão seca.

- Luísa...

Começou ele.

- Eu liguei para dizer que... Que aconteceu uma coisa que eu não imaginava que poderia acontecer.

- O que?

Perguntou Luísa preucupada.

- Encontrei uma pessoa... Uma pessoa que está me fazendo muito feliz, muito mais feliz do que fui todo esse tempo ao seu lado. Ela me impulsiona a ser alguém melhor, e pode estar sempre ao meu lado quando preciso, e também não estou sendo presionado a fazer nada que não quero, como por exemplo, quando seu pai queria me forçar a trabalhar na empresa de sua família. Eu já não te amo mais, e não é justo ficar te fazendo mal, fazendo com que você pense que vamos nos casar, por que isso não vai acontecer... Não me ligue mais...

Luísa não se conteve e se desesperou:

- Mathias essa brincadeira não tem nenhuma graça, pare com isso, por favor.

- Eu não estou brincando, não gosto mais de você como você gosta de mim, não me procure mais...

- Mas você pegou aquela conta com um dinheiro absurdo, se não gostava mais de mim por que aceitou?

Perguntou Luísa confusa.

- Você e seus pais são uns idiotas mesmo, eu não acredito que foi tão fácil enganá-los.

O homem riu de desprezo.

- E quanto ao dinheiro que meu querido ex- sogro me deu para "ajudar" meus pais, essa história foi mais uma das inúmeras mentiras que eu contei a vocês, meus pais não estão passando e nem nunca passaram por nenhuma dificuldade financeira, e só para constar: eu já raspei toda a conta e passei para uma conta pessoal. Agora me deixe em paz, e se seu pai vier atrás de mim ele se arrependerá e se arrependerá muito. Pode dizer essa parte da conversa a ele.

Luisa desligou o telefone e chorou amargamente, e nunca mais viu o agora
ex-namorado ou falou com ele. Pedro e Cecília ficaram horrorizados quando Luísa os contou tudo o que o homem havia falado com ela, jamais foram atrás dele para tirar alguma satisfação, Lúisa jamais soubera por que Pedro se arrependeria se fosse atrás de Mathias....

Flash- back of:

Otávio estava impresionado com tudo o que Luísa o contara:

- Pelo o que você está me contando, ou ele arquitetou esse plano muito bem e por muito tempo, ou ele era um golpista nato, e vocês foram só mais algumas vítimas na lista dele.

- Depois que tudo isso aconteceu, eu nunca mais soube dele, e nem quero saber, por mim, que suma do mapa e não volte mais.

- Eu sinto muito pelo que aconteceu com você e com seus pais.

Disse Otávio com um tom de solidariedade.

- Obrigada!

Luísa lhe soriu e o sinal tocou:

- Amanhã continuamos tentando executar esse
trabalho...

Propôs Otávio.

- O que você acha de ir a minha casa para continuarmos fazendo? Sei que não queria ir, mas, é bom que assim, terminamos mais rápido.

Disse Luísa.

- Ah, não é nada pessoal, mas, não acha que seus pais ficarão bravos já que eles nem me conhecem?

Ficou com receio Otávio.

- Eu converso com eles antes de você chegar, e além do mais, eles não poderão te julgar, afinal de contas você será o meu convidado, também é capaz de nem ficarem sabendo, eles passam quase o dia todo na empresa de minha família.

O tranquilizou Luísa.

- Se você diz. Eu acho que chego em sua casa as três, está bem?

Perguntou Otávio.

- Tudo bem!

Concordou Luísa.

- Eu te mando o endereço por mensagem.

Luísa e Otávio se levantaram e se despediram apenas com um aceno de mãos e um sorisso tímido.

Eles pensavam um no outro enquanto cada um voltava para sua casa:

- Eu acho que nunca conheci ninguém com uma determinação tão grande como ele.

Pensava Luísa.

- Eu não acredito que uma moça que parece ter um coração bom pode ter sido enganada de uma forma tão cruel.

Imaginava Otávio.

Eles não sabiam mais o tão conhecido "amor à primeira vista" poderia estar invadindo seus corações de uma forma muito repentina.

Deixem seus votos e façam seus comentàrios, por favor querido leitor❤😘

2986 Palavras

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top